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Blogue RBE

Qua | 31.05.23

A presença em linha das bibliotecas - um processo sempre em construção

Parte 3 - Que serviços?

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No artigo de hoje, debruçar-nos-emos sobre os serviços da biblioteca escolar. No espaço físico da biblioteca escolar ou em linha, os serviços a disponibilizar devem orientar, aconselhar e acompanhar cada utilizador - alunos, professores e restante comunidade educativa, respondendo às suas necessidades.

Enquanto centro especializado na área da leitura e das diferentes literacias, a biblioteca escolar deve, ainda, encontrar formas de apoiar os processos de ensino e de aprendizagem, num trabalho que se quer colaborativo e partilhado com os restantes docentes. 

Os serviços em linha devem complementar a presença física da biblioteca[1] e estar acessíveis de forma intuitiva na página principal, através de um menu, por exemplo, para que o utilizador aceda a esta seção com facilidade. De entre os serviços que uma biblioteca deve disponibilizar, destacam-se os abaixo apresentados. 

1. Apresentação, onde se identifica de forma inequívoca a escola/o agrupamento e o concelho e se apresenta(m) a(s) biblioteca(s), disponibilizando-se a ligação não só aos canais digitais da biblioteca, mas também ao sítio da escola/do agrupamento e, caso exista, da Rede Concelhia.

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Fig.1 – Apresentação da Biblioteca da Escola Secundária da Infanta D. Maria 

 

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Fig. 2 – Contactos e localização da Biblioteca da Escola Secundária da Infanta D. Maria 

 

2. Documentação estruturante, onde devem ser disponibilizados para consulta os documentos orientadores da biblioteca, que devem estar atualizados (por exemplo, o plano anual de atividades, a política de desenvolvimento da coleção, o regimento).

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Fig. 3 – Documentação das Bibliotecas do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins 

3. Serviço de referência, isto é, “o apoio prestado ao utilizador na seleção e avaliação dos recursos informativos e na forma de lhes aceder[2]”. De entre este apoio destacam-se os seguintes exemplos: 

- O horário de funcionamento da(s) biblioteca(s) e as modalidades de apoio asseguradas, quer presencialmente, quer a distância ou online;

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Fig. 4 – Horários e modos de atendimento das Bibliotecas do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins 

- Uma zona de perguntas frequentes (FAQ - em inglês Frequently Asked Questions) onde deve ser colocada informação que permita aos utilizadores encontrarem resposta a dúvidas gerais. Esta secção deve ser atualizada sempre que surja uma nova pergunta / resposta que possa ajudar o utilizador;

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Fig. 5 – Perguntas frequentes do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas 

 

- Uma secção de contacto com a equipa da biblioteca escolar, onde poderão ser utilizadas diferentes ferramentas de atendimento, tendo em conta os destinatários (por exemplo, formulário, chat, videoconferência, fórum);

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Fig. 6 – Secção “Fale com o professor bibliotecário” do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas 

- Uma área de apoio aos alunos (pedidos de apoio para a realização de trabalhos, pedidos de esclarecimento, reserva de salas, empréstimo de livros ou outros recursos);

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Fig. 7 – Secção “Tira dúvidas” do Agrupamento de Escolas Frei Gonçalo de Azevedo

 

- Uma área dedicada à formação de utilizadores, por exemplo através da disponibilização de tutoriais ou recursos que apoiem a pesquisa, nomeadamente a recuperação de informação e a utilização do catálogo em linha e da dinamização de ações de formação de interesse para os alunos;

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Fig. 8 – Secção destinada à formação de utilizadores do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante

ou no âmbito do referencial Aprender com a Biblioteca Escolar e do trabalho com as diferentes literacias. 

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Fig. 9 – Recursos no âmbito das diferentes literacias do Agrupamento de Escolas da Lixa

A presença em linha das bibliotecas escolares é crucial para a promoção da leitura e do acesso à informação, especialmente nos dias de hoje em que a tecnologia é cada vez mais utilizada no processo educativo. É fundamental que as bibliotecas escolares sejam capazes de se adaptar aos novos desafios e necessidades do mundo digital, a fim de garantir um papel relevante e efetivo na formação dos alunos e no apoio aos professores. É, por isso, essencial que sejam criados e mantidos serviços em linha de qualidade e atualizados regularmente, para que a biblioteca escolar possa cumprir sua missão de fomentar a leitura e de promover o desenvolvimento de multiliteracias e a aprendizagem ao longo da vida. 

Para ilustrar este artigo, foram utilizados exemplos de sítios Web e blogues de bibliotecas escolares que são considerados adequados a esta temática. Ressalva-se, contudo, que estes sítios Web e/ ou blogues estão em processo constante de melhoria, pelo que outros conteúdos e informação aí constantes poderão não estar atualizados.

Referências

[1] Rede de Bibliotecas Escolares (2020). Presença em linha de bibliotecas escolareshttps://www.rbe.mec.pt/np4/file/602/presenca_emlinha.pdf
[2] Rede de Bibliotecas Escolares (2020). Serviço de referência nas bibliotecas escolares: orientações.
https://www.rbe.mec.pt/np4/file/598/servico_referencia.pdf

📷 Imagem de capa de Pete Linforth por Pixabay

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Seg | 29.05.23

Planificar um ano letivo sem articularmos com a Biblioteca Escolar? Impossível.

Pela diretora do AE de Penacova, Ana Clara Elvas de Andrade Almeida

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Quando me sugeriram escrever sobre Bibliotecas Escolares logo me veio à lembrança o cheiro a papel que sentia, a escuridão e estantes altas e fechadas da biblioteca do então Liceu Nacional Infanta D. Maria, onde estudei, depois nos Institutos Linguísticos da Faculdade de Letras e, claro, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. O cheiro a papel, a escuridão e o silêncio…..!

Mas hoje em dia a Biblioteca Escolar é muito mais do que isso. Encontramos livros, encontramos silêncio, mas também encontramos recursos digitais, jogos didáticos, diálogos, interações e por vezes barulho, muito barulho, que não é ruído, mas sim vida.

A luz vem das janelas e dos livros, dos computadores dos alunos que por lá circulam, dos professores que ajudam na dinâmica da Biblioteca, das Assistentes Operacionais que entram e saem para apoiar tudo e todos, sempre conhecedoras e imprescindíveis,  e da professora Bibliotecária que, de queixo levantado, procura com curiosidade e interesse os olhares que pedem ajuda, orientação.

Hoje é impossível organizar e planear um ano letivo sem articularmos com a Biblioteca Escolar e isso torna o nosso Projeto Educativo, o Plano Anual de Atividades do Agrupamento (PAAA), as planificações e toda a atividade pedagógica, muito mais rica.

Os alunos, com a orientação dos seus professores, fazem da Biblioteca o seu local privilegiado para pesquisa de informação contando com o apoio e orientação dos trabalhos de pesquisa, aprendendo ao longo do seu percurso a diferenciar o que é considerado “fake” e aquilo em que devem acreditar; aprendem que nem tudo o que encontram na Internet é fidedigno, tem um existência comprovada, interessa para o seu [crescimento no] conhecimento; sabem que a Internet tem “caminhos” perigosos e valorizam o que uma navegação segura lhes dá! Este é um programa de biblioteca bem pensado, que muito nos orgulha.

Pode lá haver Escola sem Biblioteca Escolar? Quem disser que pode, que não é significativo o seu peso na estratégia da aprendizagem, não sabe o que é Escola, ensino, aprendizagem, sabedoria, conhecimento, mas também curiosidade e felicidade.

Decerto pensa, quem me lê, que estou a ser romântica! Claro que não estou. Circulemos pelas escolas deste nosso Portugal, entrem nas salas de aula e sintam lá as Bibliotecas (a articulação que propicia, o trabalho articulado e conjunto). Sim, porque embora tenhamos todos (as escolas) um espaço específico dedicado à Biblioteca, ela está nos vários espaços das escolas: nas salas de aula, nos corredores, nas salas de convívio, nos ginásios, nas paredes que nos suportam o olhar, em todo o lado onde são suscetíveis momentos de encontro (s) e dinâmicas inovadoras que vão para além destes momentos de transição digital. Anteriores a todo um processo, mas presentes, para o futuro. E é isso que engrandece e torna a Biblioteca tão especial para todos os que lá trabalham e aprendem.

Por vezes também nos confrontamos com situações menos interessantes que quase nos poderiam fazer desistir. Sim, também há os que não gostam de ler, não gostam de livros, não sentem necessidade de estarem informados, de serem jovens ativos e com pensamento crítico. Não gostam de Bibliotecas (pensam eles!). É exatamente nesse momento que entram as fadas, as nossa professoras bibliotecárias (no nosso Agrupamento são duas). Fadas porque transformam e fazem com que o brilho da leitura e dos livros, dos desafios culturais e os valores da cidadania, na sua variadíssima forma, chegue aos olhos de todos, mesmo aos mais renitentes. A vida delas vai para além dos livros que leem avidamente em jeito de atualização para recomendarem, laboram entre diversos públicos e procuram a todos responder, sugerir, ajudar… E, todos os dias, testemunham na comunidade a importância que se deve atribuir ao trabalho com as Bibliotecas Escolares para o desenvolvimento das várias literacias, em articulação com o currículo lecionado no nosso Agrupamento. Desafio que se cumpre sob o lema de que ler abre caminhos para além de Penacova!

Aproveito esta minha reflexão para agradecer a uma das colegas professora bibliotecária, que nestes largos anos, em que com ela trabalho, me lança desafios constantes para o sucesso dos alunos, me inquieta perante situações que são sempre de melhoria e até consegue ter a minha participação em momentos privados e públicos de leitura de textos, de contos, ou… E eu, nessas alturas, sinto-me mais pequenina que um “ratito de biblioteca”, mas sempre com gosto enorme.  Bem hajas L.D.

Escrevo na semana da leitura, sem saber quando será este texto publicado, mas isso deu-me o alento de que precisava, para conseguir escrever, eu que também aprendi a ser fã dos livros, da leitura, das bibliotecas e, hoje confesso, mesmo daquelas escuras, com estantes altas e fechadas e a cheirar a papel de livros lidos, lidos e lidos.

Ana Clara Elvas de Andrade Almeida

Diretora do AE de Penacova

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Qui | 25.05.23

A presença em linha das bibliotecas - um processo sempre em construção

Parte 2 - Arquitetura da informação e design

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No seguimento do artigo Como criar uma identidade digital de sucesso (parte 1), damos agora início à publicação de três artigos que mostram exemplos das várias áreas de conteúdo que devem integrar o canal principal da biblioteca escolar.

Para ilustrar estes artigos, serão utilizados exemplos de sítios Web e blogues de bibliotecas escolares que são considerados adequados às temáticas sobre as quais os artigos se debruçam. Ressalva-se, contudo, que estes sítios Web e/ ou blogues estão em processo constante de melhoria, pelo que outros conteúdos e informação aí constantes poderão não estar atualizados.

A organização da informação é uma das áreas fundamentais do trabalho das bibliotecas, com o objetivo de responder de forma eficaz às necessidades dos utilizadores. Este trabalho é tão relevante no espaço físico, como no espaço digital da biblioteca, razão pela qual a definição da arquitetura da informação é uma das primeiras etapas do processo de criação do canal principal (sítio Web e/ ou blogue) da biblioteca escolar.

Definir a estrutura da informação começa com a identificação dos serviços e conteúdos a disponibilizar. Uma boa estratégia para esta etapa é a criação de um mapa mental para organizar e categorizar a informação, hierarquizando-a. Esta base vai apoiar a decisão relativa ao número de páginas e secções a criar, que não deve ser exaustivo. É muito importante, para este processo, conhecer bem os utilizadores da biblioteca escolar e, nas opções a seguir, ter em consideração as suas questões, hábitos e necessidades. A estrutura da informação será o guia da experiência de navegação do utilizador e uma boa experiência de navegação é um fator determinante para o sucesso e a eficácia do serviço online que a biblioteca disponibiliza. 

A designação a atribuir às páginas deve, igualmente, ser cuidada, com a opção por designações claras, objetivas e intuitivas, em detrimento de termos técnicos da área da gestão de bibliotecas.

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Fig. 1- Página inicial das bibliotecas do Agrupamento de Escolas de Mafra

A disponibilização do mapa do sítio e de uma janela de pesquisa constituem funcionalidades que facilitam a autonomia e a fluidez da navegação. Facultar uma área de perguntas frequentes (em lista ou com recurso a um chatbot) é uma boa opção para respostas imediatas a questões recorrentes do utilizador sobre os serviços e recursos da biblioteca.

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Fig. 2 e 3: Mapa do sítio e janela de pesquisa na página das bibliotecas do Agrupamento de Escolas Santa Marta de Penaguião

A página principal é a porta de entrada no espaço digital da biblioteca e corresponde ao serviço de atendimento, realizado em modo autónomo, por parte do utilizador. Deste modo, é importante que contenha as informações base do conteúdo disponibilizado e a forma de lhe aceder.  A informação de cada página adicional, tal como a arquitetura geral do canal, deve ser estruturada e hierarquizada. 

Design

Definida a estrutura do canal principal, importa pensar no seu design. O primeiro contacto do utilizador com o canal da biblioteca é visual, razão pela qual a sua apresentação, em termos visuais e textuais, deve ser objeto de um cuidado particular. Constituem boas práticas a este nível,  apostar na sobriedade, evitar a proliferação de cores e de elementos gráficos, bem como a sobrecarga de informação, opções que cansam, visualmente, o utilizador. 

A organização e apresentação dos elementos essenciais da página, é outro aspeto relevante. Falamos do cabeçalho, do rodapé  e do conteúdo. O cabeçalho deve ser simples e facilmente identificável. O rodapé é a última parte da página, mas é uma área importante de informação, onde  se recomenda incluir os contactos, um formulário de sugestões ou contacto, o acesso às redes sociais da biblioteca ou a outras presenças online, a ligação para a página da escola/agrupamento de escolas e para a rede concelhia de bibliotecas, o logótipo da Rede de Bibliotecas Escolares e a licença Creative Commons. Inserir um botão que permita voltar ao topo, pode ser uma boa opção, sobretudo no caso de páginas iniciais que agregam muita informação.

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Fig. 4- Página inicial da biblioteca da Escola Secundária Raul Proença (Agrupamento de Escolas Raul Proença), Caldas da Rainha.

Relativamente ao conteúdo, a utilidade da informação disponibilizada é um critério relevante para as tomadas de decisão no que  diz respeito à quantidade de informação a disponibilizar. Reduzir textos e imagens ao essencial, manter espaços vazios para não cansar o olhar e eliminar o que não constitui mais-valia, sem comprometer a qualidade, são estratégias que permitem destacar o que é mais relevante, reforçam a pertinência da informação disponibilizada e, por consequência, fidelizam os utilizadores

O canal deve ser visto como um todo e não como uma sequência de páginas autónomas. A coerência interna, a nível gráfico, é importante para auxiliar o utilizador a apropriar-se da arquitetura da informação e a não se sentir perdido na navegação. São exemplos desta coerência a manutenção, em todas as páginas, de alguns elementos, como por exemplo o menu que deve localizar-se no mesmo ponto e apresentar os seus elementos pela mesma ordem, em todas as páginas, bem como a utilização das mesmas fontes em todas as páginas, nas mesmas dimensões.

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Fig. 5- Página relativa a projetos das bibliotecas do Agrupamento de Escolas Santa Marta de Penaguião

O respeito por convenções também constitui uma mais-valia ao serviço do utilizador. Falamos de um conjunto de práticas correntes, em páginas da Internet, como por exemplo, o recurso a um favicon, ao mesmo tipo de botões e designações em todas as páginas do canal (Início, Voltar…) ou ao mesmo tipo de ícones (uma casa para a página principal, uma lupa para a pesquisa na página, os ícones usuais para as várias redes sociais...) são opções que contribuem para a coerência e para a sensação de conforto e segurança na navegação.           

Concluído este trabalho, é útil selecionar alguns utilizadores, um por tipologia, por exemplo, para testarem a página criada e fazerem sugestões. Considerando a rápida evolução da tecnologia, é uma boa prática, posteriormente, rever e melhorar a página, introduzir, por exemplo, novas funcionalidades que possam surgir ou alterar alguma opção que tenha perdido a pertinência.

📷Imagem de capa de Brita Seifert por Pixabay

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Qua | 24.05.23

Rede Bibliotecas de Alvito: celebrar a colaboração

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No dia 21 abril foi assinado pela Diretora do Agrupamento de Escolas de Alvito e pelo Presidente da CM de Alvito, o protocolo da Rede concelhia de Bibliotecas (RBA).

Estiveram também presentes no salão nobre da Câmara a assistir à cerimónia a Bibliotecária Municipal de Alvito, a Vereadora da Cultura da CM de Alvito e a Coordenadora Interconcelhia RBE que acompanha este concelho.

A Rede de Bibliotecas de Alvito define-se como uma estrutura de cooperação aberta entre todas as bibliotecas do concelho.

Desta rede fazem parte a Biblioteca Municipal Luís de Camões (e o Pólo de Vila Nova da Baronia), com a Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Alvito.

É missão desta rede de bibliotecas a promoção e o desenvolvimento de serviços/projetos/atividades concertadas, mediante a rentabilização e a partilha de recursos bem como o trabalho colaborativo entre a Biblioteca Escolar e a Biblioteca Municipal.

Dos serviços da RBA fazem parte:

1 - o empréstimo de documentos;

2 - a promoção do acervo documental da RBA;

3 - a dinamização de atividades, como: a hora do conto; concursos de leitura; exposições temáticas; mostras documentais; desafios literários; visitas guiadas aos espaços das bibliotecas que fazem parte da RBA; encontros com escritores, ilustradores e outros artistas; oficinas de escrita criativa; sensibilização sobre temas de cidadania.

Está de parabéns o concelho de Alvito com a constituição desta Rede na concretização do seu grande objetivo que é formar leitores.

A RBA está disponível em: https://rbalvito.wixsite.com/on-house

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Ter | 23.05.23

Concurso Escrever é Viver | Crise Climática

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O Concurso ESCREVER É VIVER é uma iniciativa do Instituto Multimédia (IMultimédia – Associação Portuense, associação sem fins lucrativos), e conta com a Rede de Bibliotecas Escolares como um dos parceiros.

Trata-se de um concurso juvenil, de escrita, direcionado a alunos do 3.º ciclo do Ensino Básico das escolas do norte e centro do país.

Foram imensos os textos enviados a concurso, nos mais diversos géneros literários, e este ano envoltos no tema da CRISE CLIMÁTICA.

Analisados os textos e feita uma pré-seleção, o júri reuniu e apurou os vencedores.

O Júri, este ano presidido pelo escritor João Pedro Mésseder, contou, também, com a participação de Susana Ferreira Baião, representante da RBE - Rede de Bibliotecas Escolares; Carla Maia, representante do IM - Instituto Multimédia; Ilídia Ferreira, representante da APP -Associação de Professores de Português e Paulo Cardoso, representante da CONFAP -Confederação Nacional das Associações de Pais.

No passado dia 11 de maio, pelas 12 horas, nas instalações do IMultimédia, decorreu a cerimónia de entrega de prémios aos jovens autores, durante a qual cada um dos vencedores teve a oportunidade de ler o seu texto ao público presente, tendo sido, ainda, lançado o e-book Concurso Escrever é Viver III_CRISE CLIMÁTICA, com a seleção dos melhores textos a concurso.

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Seg | 22.05.23

Castelo de Paiva: a mesma assistente ao longo dos anos

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A Biblioteca Escolar é assumida como um espaço em constante mutação, pelos diferentes desafios que vão surgindo e a que necessita de dar resposta, de que o contexto pandémico é um exemplo extremo. A biblioteca também não pode passar ao lado das exigências da sociedade e das exigências de um mundo cada vez mais tecnológico. Para auxiliar o professor bibliotecário, torna-se imprescindível poder contar com o apoio de um assistente operacional na biblioteca, não só no acompanhamento das ações de dinamização do espaço como, também, no conjunto das diversas tarefas inerentes ao cargo, realidade para a qual a Direção do Agrupamento tem mostrado especial atenção.

O Agrupamento de Escolas Couto Mineiro do Pejão, situado na vila da Raiva, concelho de Castelo de Paiva, tem apenas uma biblioteca na escola sede e conta com a afetação da mesma assistente de biblioteca desde o ano letivo de 2016/2017. A sua integração na equipa da biblioteca escolar decorreu da necessidade de substituir a assistente anterior, em licença de maternidade, e do facto de ser a pessoa com o perfil mais adequado para o exercício destas funções, na medida em que já era detentora de formação no âmbito das bibliotecas escolares. Por decisão da Direção da Escola, pelo seu bom desempenho no cargo e pelo seu dinamismo, manteve-se até à atualidade a exercer estas funções na escola, mesmo com o regresso da assistente de biblioteca anterior.

A assistente operacional em funções na nossa biblioteca desde então, Mónica Macedo, teve já a oportunidade de trabalhar com três professoras bibliotecárias, o que lhe permitiu não só desenvolver as suas competências, como também, constituir-se como um importante elemento chave de continuidade e de transmissão de informação. Graças a ela e ao seu conhecimento abrangente daquele serviço específico, as sucessivas professoras bibliotecárias viram a sua ambientação facilitada, o tempo de exploração e de habituação a uma nova biblioteca escolar encurtado e a prestação de um serviço de qualidade no agrupamento foi mais célere.

Esta assistente operacional assegura o fecho do espaço e o normal funcionamento do mesmo, até porque, dado o número de alunos do agrupamento, a professora bibliotecária tem uma afetação de 13 horas de componente letiva. Assim, até pelo horário reduzido da professora bibliotecária, Mónica Macedo é um elemento muito importante no apoio aos utilizadores e na prestação de serviços técnicos. Desempenha uma especificidade de tarefas de gestão para as quais tem a devida formação e os conhecimentos necessários, nomeadamente no que toca, por exemplo, ao tratamento da coleção, à atualização da base de dados de gestão bibliográfica, de acordo com as orientações que lhe são dadas.

Revela empatia e competências ao nível de trabalho em equipa, capacidade de organização, sentido de responsabilidade e manifesta interesse pelas áreas de atuação da biblioteca, destacando-se, de igual modo, a sua curiosidade pelos media e pelas tecnologias digitais.

O seu papel na dinâmica da biblioteca escolar é, efetivamente, fundamental. O facto de lhe ter sido dada a oportunidade de dar continuidade ao seu trabalho ao longo dos anos, registando uma já longa permanência neste espaço e consequente familiarização com o mesmo, é uma preciosa mais-valia que lhe permite colaborar harmoniosamente com o professor bibliotecário e a equipa da biblioteca. A Mónica Macedo está sensibilizada para as exigências do cargo que ocupa e desenvolveu as suas competências em domínios estratégicos para melhorar a qualidade do serviço prestado. Contudo, ainda manifesta regularmente preocupação em atualizar-se, de modo a que seja possível continuar a dar o seu contributo para o desenvolvimento integral e para o sucesso dos alunos.

A Professora Bibliotecária
Armanda Marques

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Sex | 19.05.23

A Internet em 2023: 8 questões-chave para bibliotecas

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No contexto cada vez mais digital em que as bibliotecas operam, a IFLA tem focado a sua atenção no mundo digital e na internet, confiante nos aportes positivos da tecnologia para alcançar os objetivos mais amplos das bibliotecas.

O workshop da IFLA, promovido em 2022 para bibliotecários de toda a região da Ásia-Oceania, revelou que, desde o início da pandemia, há maior à-vontade desses profissionais em trabalhar com a Internet e ferramentas digitais, aspetos que constavam da lista de prioridades daquela instituição há cinco anos. 

A internet faz parte da nossa prática – da nossa vida individual e coletiva em geral –, por isso há um interesse generalizado em garantir o seu bom funcionamento. Mas quais são os problemas esperados em 2023 para as bibliotecas? 

Seguidamente, são apresentadas algumas ideias, baseadas principalmente no trabalho da Diplo Foundation [1], cuja leitura se recomenda.

1. Tensões contínuas entre privacidade e combate a conteúdos nocivos

Os direitos humanos nem sempre apontam na mesma direção, por isso há que equilibrá-los, ponto reconhecido na própria Declaração Universal dos Direitos Humanos. Por exemplo, considerando as várias jurisdições, é preciso encontrar formas de proteger contra danos e discriminação (como, por exemplo, o discurso de ódio e material de abuso infantil), ao mesmo tempo que se defende os direitos de liberdade de expressão e privacidade. 

Há muito que as bibliotecas trabalham com o propósito de encontrar esse equilíbrio e hoje, mais do que nunca, devem continuar a trabalhar nesse sentido, indicando os princípios e valores que podem suportar qualquer solução eventualmente encontrada.

2. A responsabilidade do intermediário sob microscópio 

Os principais intermediários, nomeadamente a Google e o Facebook, tiveram um papel importante na criação da internet tal como hoje a conhecemos e, ao fazê-lo, tornaram-se extremamente ricos, mas também se tornaram alvos comuns, pois é mais simples e mais lucrativo processar grandes empresas do que milhões de indivíduos.

Há muitas questões que se levantam no que concerne às escolhas dos intermediários relativamente aos conteúdos a que dão acesso. Tem havido algum esforço, em termos de regulamentação, para levar a mudanças no âmbito dos direitos dos utilizadores sobre os seus dados e melhor interoperabilidade, questões em foco na conferência da Unesco  “Internet for Trust”,  realizada em Paris, em fevereiro de 2023, de que resultaram as diretrizes publicadas no documento Internet for Trust - Towards Guidelines for Regulating Digital Platforms for Information as a Public Good, com o objetivo de salvaguardar a liberdade de expressão, o acesso à informação e a outros direitos humanos no contexto do desenvolvimento e implementação de processos regulatórios de plataformas digitais. 

As bibliotecas, que recorrem fortemente a essas plataformas, tanto para o trabalho realizado diariamente quanto para a comunicação, devem, por isso, acompanhar os desenvolvimentos nesse campo, de modo a garantir o seu funcionamento em consonância com os direitos e as necessidades dos seus utilizadores.

3. A necessidade de proteger as bibliotecas da regulamentação no estilo GAFA[2]:

Um risco considerável é que a legislação que vier a ser publicada não considere o trabalho das bibliotecas e as suas necessidades. Quando os governos criam regulamentação para as principais plataformas, é preciso acautelar as práticas das bibliotecas, uma vez que a regulamentação pode aplicar-se, também, ao acesso aberto e aos repositórios de educação abertos administrados ou usados pelas bibliotecas.

Portanto, na busca do equilíbrio entre privacidade e conteúdo nocivo, corre-se o risco de a regulamentação criada limitar a margem de liberdade dos bibliotecários na constituição e desenvolvimento de coleções e no acesso a conteúdos.

Desta feita, há que estar atento à legislação e intervir, participar no debate, a fim de evitar decisões que prejudiquem a ação dos bibliotecários no cumprimento da sua missão.

 4. A evolução da governança da internet 

Em 2023, serão desenvolvidos trabalhos para preparar os momentos-chave em 2024 e 2025 no que se refere à arquitetura global da governança da internet. O Pacto Digital Global da ONU (a ser acordado no próximo ano) estabelecerá princípios orientadores e fornecerá uma referência para os diferentes governos, em questões como conetividade, manutenção de uma internet global, gestão de dados, direitos e apoio aos utilizadores.

Neste contexto, é fundamental garantir que os valores das bibliotecas são ouvidos e que as próprias bibliotecas sejam vistas como principais interessados e parte da solução. 

5. Criptomoedas, Web 3.0 e o Metaverso

Em 2022, assistiu-se a grandes anúncios e ao lançamento de novos produtos que iriam ser fatores disruptivos nas nossas vidas. 

O boom das criptomoedas – e a filosofia subjacente de uma web descentralizada (web 3.0) – sofreu um forte golpe, com falhas sucessivas. No entanto, para as bibliotecas há uma questão interessante- ao mesmo tempo que se dá uma descentralização (alinhada com a lógica do empoderamento individual), pode levar ao libertarianismo[3] extremado de muitos defensores da Web 3.0, que parece hostil à ideia de qualquer instituição ser confiável (incluindo as bibliotecas).

No caso do Metaverso, apesar de este não ter tido a aceitação inicialmente esperada, dificilmente o conceito irá desaparecer, pelo que em 2023 se esperam medidas que irão torná-lo uma parte generalizada das nossas vidas.

6. Novas tecnologias de conectividade

A tecnologia de satélite de órbita terrestre baixa pode criar condições e oportunidades para colocar mais bibliotecas online, em áreas rurais e em zonas com pouco acesso geral à internet, permitindo que se tornem centros locais. Para tal, não basta colocar as bibliotecas online, é preciso investir em equipas de trabalho, com profissionais com formação adequada, conteúdos de qualidade e hardware atualizado e resiliente.

7. A IA e os direitos de quarta geração

Um conceito interessante que começa a ser discutido é o dos direitos de quarta geração – o direito de as pessoas serem indivíduos independentes num mundo onde as escolhas são cada vez mais moldadas pela inteligência artificial. Dado que a IA se baseia em tendências passadas, corre-se o risco de condicionar o presente e limitar a liberdade de tomar decisões diferentes no futuro.

Isto afeta os bibliotecários, que usam serviços que limitam a sua capacidade de decidir como fornecer serviços, como por exemplo plataformas de e-books com curadoria de um algoritmo executado centralmente ou onde os materiais desaparecem sem aviso prévio, condicionando a sua liberdade de atuação.

Numa perspetiva mais positiva, a noção de direitos de quarta geração é uma oportunidade para as bibliotecas afirmarem o seu contributo para a cidadania digital (num sentido mais cívico e político) e para a identidade digital. Ao ajudarem as pessoas a serem utilizadores da Internet, mas utilizadores informados e capacitados, as bibliotecas muito contribuem para tornar esses direitos uma realidade.

8. Não esquecer a inclusão digital!

Os diferentes países devem ter disposições em vigor que promovam a inclusão digital. É fundamental garantir que todos possam beneficiar do potencial da internet e as bibliotecas podem dar um importante contributo.  É preciso manter as pessoas seguras, garantir que as plataformas funcionem para todos, conectividade, envolvimento governamental, medidas de pró-equidade… 

Estas são somente algumas das questões, destacadas pela IFLA, a que os bibliotecários devem ficar atentos para planificar a sua ação com eficácia, respondendo aos desafios do presente. As bibliotecas devem acompanhar atentamente os novos desenvolvimentos no que diz respeito às plataformas e à inteligência artificial generativa e criar oportunidades para garantir que aqueles que lideram o desenvolvimento de estratégias de inclusão digital percebam o valor do seu contributo e as envolvam.

Notas:

[1] Diplo Foundation-  organização sem fins lucrativos e não governamental que pretende  fortalecer a participação na diplomaciarelações internacionais e áreas de política, como Governança da Internet e mudanças climáticas.

[2] Regulamentação dos GAFA (Google, Apple, Facebook, Amazon)

[3] Com raízes no liberalismo clássico, o libertarianismo é a posição que defende a liberdade como valor fundamental e o "direito a liberdade" como princípio. https://www.infoescola.com/filosofia/libertarianismo/

 

Referências bibliográficas

1. IFLA (2023). The Internet in 2023: Key Issues for Libraries. https://www.ifla.org/news/the-internet-in-2023-key-issues-for-libraries/

2. UNESCO (2023).Internet for Trust - Towards Guidelines for Regulating Digital Platforms for Information as a Public Good, Paris,  2023 . 

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Qui | 18.05.23

Museus, Sustentabilidade e Bem-Estar

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1. Nova definição de museu

 No âmbito da 26.ª Conferência Geral do Conselho Internacional de Museus/ International Council of Museums (ICOM) - Praga, República Checa, 24. ago. 2022 - foi aprovada uma nova definição de museu, em linha com os princípios da inclusão, participação da comunidade e sustentabilidade:

"um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativo e ao serviço da sociedade, que pesquisa, coleciona, conserva, interpreta e expõe o património material e imaterial. Abertos ao público, acessíveis e inclusivos, os museus fomentam a diversidade e a sustentabilidade. Com a participação das comunidades, os museus funcionam e comunicam de forma ética e profissional, proporcionando experiências diversas para educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimentos" [2].

Portugal faz parte do ICOM - Luís Raposo é o representante nacional do seu Conselho Executivo

2. Dia Internacional dos Museus 2023

A visão do museu voltado para responder aos grandes problemas da atualidade está subjacente ao tema apresentado pelo ICOM para o Dia/ Noite Internacional dos Museus, que se comemora, respetivamente, a 18/ 13 de maio: Museus, Sustentabilidade e Bem-Estar.

Sobretudo desde 2020 as celebrações destes eventos têm apoiado a realização da Agenda 2030 - lembramos os temas das três edições anteriores:

  • 2022 - “O Poder dos Museus“ para o Desenvolvimento;
  • 2021 - “O futuro dos museus: recuperar e reimaginar”;
  • 2020 - "Museus para a Igualdade: Diversidade e Inclusão".

Em 2023 o tema foca-se em três Objetivos: ODS 3. Saúde e bem-estar globais (Pessoas), ODS 13. Ação Climática e ODS 15. Vida na Terra (Planeta).

Celebrado anualmente, o Dia Internacional dos Museus foi organizado pela primeira vez em 1977 pelo ICOM.  

O programa nacional de atividades do Dia e da Noite dos Museus [3] inclui visitas com informação em braile e língua gestual para todos os visitantes, programas em parceria com as populações residentes, peddy-papers, exposições, concertos, conferências e muitas outras atividades de qualidade e inteiramente gratuitas.

Ibermuseus, programa de cooperação para mais de dez mil museus da Ibero-América e que integra Portugal, lançou este mês o “Guia de Autoavaliação em Sustentabilidade de Museus: uma ferramenta exclusiva e inovadora para promover práticas sustentáveis” para que os museus possam fortalecer o seu impacto nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030. Trata-se de um instrumento de autoavaliação/ diagnóstico – acessível e gratuita para todos os museus ibero-americanos - que permite a cada museu conhecer o nível em que se encontra, de acordo com as quatro vertentes da sustentabilidade - económica, social, ambiental e cultural – e tendo por base “55 indicadores que formam um conjunto de questões relacionadas com as funções primárias dos museus: educação, preservação, comunicação e investigação; e uma quinta função transversal que é a governança”. Participaram na construção do Guia profissionais de museus dos 12 países ibero-americanos da Mesa Técnica de Sustentabilidade do Ibermuseu [4].

3. Em maio há outras efemérides no âmbito das artes

De 20 a 26 de maio comemora-se a Semana Internacional de Educação Artística (UNESCO) e a página oficial destaca:

“Hoje, as habilidades, valores e comportamentos promovidos pela educação artística são mais importantes do que nunca. Essas competências - criatividade, colaboração e solução imaginativa de problemas - desenvolvem resiliência, nutrem a valorização da diversidade cultural e da liberdade de expressão e cultivam habilidades de inovação e pensamento crítico. Como vetor de diálogo no sentido mais elevado, a arte acelera a inclusão social e a tolerância em nossas sociedades multiculturais e conectadas” [5].

A Aliança Mundial para a Educação das Artes solicita contribuições que ajudem a mapear atividades ou projetos de educação artística em todo o mundo [6].

No âmbito da Noite Europeia dos Museus/ Nuit Européenne des Musées de 13 de maio, da iniciativa do Ministério da Cultura em França - UNESCO e a ICOM são parceiras - realiza-se La classe, l'oeuvre! que visa o enriquecimento da formação artística e cultural de alunos de todos os níveis de ensino. Com a ajuda dos seus professores, constroem um projeto de educação artística e cultural, a partir do estudo de uma obra de arte ou elemento da coleção, dos museus franceses e nesta Noite partilham o trabalho, realizado ao longo do ano, com os visitantes. O objetivo é tornarem-se atores e transmissores do património local e nacional e reforçar parcerias entre escolas e museus [7].

4. Museus, palácios e monumentos, parceiros privilegiados da biblioteca

Há uma ligação privilegiada das escolas – e suas bibliotecas – aos museus porque, conforme defende Fátima Roque, Diretora do Departamento de Museus Monumentos e Palácios da Direção-Geral do Património Cultural. o seu papel não é promover o entretenimento, mas provocar o questionamento, a reflexão crítica, a formação, valores e até a intervenção cívica na comunidade em ligação às suas coleções, bem como às grandes interrogações do nosso tempo [8].

Totalmente em linha com a nova definição de Museu do ICOM e com o tema deste ano, a Rede de Bibliotecas Escolares publicou um conjunto de informações, que incluem orientações, fontes, exemplos acessíveis a todos que podem ser postos em prática pelas bibliotecas escolares em articulação com os museus locais, divulgando, recriando ou expandindo e fazendo perdurar na memória da comunidade as coleções do património de proximidade.

Outras fontes RBE:

UNESCO: Mondialcult 2022

IFLA: Direitos Culturais

Artes e património com a biblioteca escolar

Referências

  1. Conselho Internacional de Museus. (2022, 10 dez.). Museus, Sustentabilidade e Bem-estar. Dia Internacional dos Museus 2023. Portugal: ICOM. https://icom-portugal.org/2022/12/10/museus-sustentabilidade-e-bem-estar-dia-internacional-dos-museus-2023/
  2. Conselho Internacional de Museus. (2022, 30 set.). Nova Definição de Museu. Portugal: Portal. https://icom-portugal.org/2022/09/30/nova-definicao-de-museu-2/
  3. Direção Geral do Património Cultural. (2023, 13/ 18 maio). Noite e dia internacional dos museus. Portugal: DGPC. https://w3.patrimoniocultural.pt/museus2023
  4. (2023, 10 mai.). Guia de autoavaliação em sustentabilidade de museus. Lisboa: Ibermuseus. http://www.ibermuseos.org/pt/
  5. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization . (2023). International Arts Education Week. Paris: UNESCO. https://www.unesco.org/en/weeks/arts-education
  6. IDEA, InSEA, ISME, WDA. (2023). World Alliance for Arts Education. https://www.waae.online/waae_arts_education_week_2023.html
  7. Réseau Canopé. (2023). La classe, l'oeuvre! France: CANOP. https://www.reseau-canope.fr/la-classe-loeuvre/accueil.html
  8. Antena 1. (2023, 15 mai.). Uma Noite em Forma de Assim (Ep. 70). Portugal: RTP Play. https://www.rtp.pt/play/p10960/uma-noite-em-forma-de-assim#collapse-text-program

 

 

 

 

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Qua | 17.05.23

Bibliotecas escolares sustentáveis

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No dia 2 de maio, no auditório da Biblioteca Municipal de Palmela foi apresentado o Guia de Boas Práticas Ambientalmente Sustentáveis em Bibliotecas Escolares.

Este guia é fruto de um trabalho colaborativo da equipa de professores bibliotecários do concelho de Palmela, da Bibliotecária Olga Cidades, do Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares de Palmela, e de Fábio Cardona, da Agência da Energia e do Ambiente da Arrábida.

a Mudança, abrupta e irreversível, na atitude do ser humano perante a rede de vida natural, marcada pelo aquecimento global, poluição atmosférica, contaminação da água e acidificação dos oceanos e extinção de espécies de seres vivos, numa escala sem precedentes que agravará as desigualdades sociais e colocará em perigo a sobrevivência do ser humano na Terra. (…) 

O século XX e XXI produziu a clivagem ser humano - natureza, mas não conseguiu criar a mudança de mentalidade necessária para responder aos seus efeitos.»

Liliana Silva, do Gabinete Coordenador da RBE, seguindo Paul Crutzen e Eugene Stoermer, em 2020

Este guia surge, assim, como uma proposta para desenvolver a ecoliteracia[1] nas nossas escolas com a participação ativa da Biblioteca Escolar. Porque os bibliotecários e professores bibliotecários têm a responsabilidade social, ética e moral na mentoria de práticas que impulsionem a valorização e preservação do património comum da humanidade, sem esquecer a defesa da dignidade humana e da justiça, o compromisso com a equidade e o valor da diversidade, da democracia e da liberdade.

O conceito de Biblioteca Escolar «Verde» afirma-se como um serviço de mentoria para auxiliar a transformação para uma sociedade mais sustentável. Deste modo, as  bibliotecas podem contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável, tendo por base a Agenda 2030, elaborada pela Organização das Nações Unidas para orientar a ação humana e sensibilizar para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas suas dimensões social, económica e ambiental, promovendo a paz, a justiça e o desenvolvimento de instituições eficazes na defesa destes Objetivos.

 

Referência

[1] Aytac, S. (2022, Jul.). Libraries as Agents of Climate Change Literacy. IFLA. https://repository.ifla.org/handle/123456789/2076

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Ter | 16.05.23

Com arte … se reforçam redes em “Coimbra, Cidade de Canções e Emoções”

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Mais uma oportunidade de reforçar um trabalho em rede surgiu contextualizada em ações integradas nas dinâmicas de diferentes vereações do executivo autárquico do município de Coimbra. De oportunidades, nasceu um projeto - Coimbra, Cidade de Canções e Emoções, que, não sendo inicialmente uma parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares, se articula na sua produção final com a Rede Concelhia de Bibliotecas de Coimbra e concomitantemente com a RBE.

Este projeto surgiu no âmbito do Orçamento Participativo 2020, com um cronograma de dois anos, agregando personalidades ligadas à cidade que escreveram e cantaram Coimbra nas suas várias facetas: André Sardet, João Paulo Vaz, José Rebola, Pedro Ferreira, Tiago Nogueira e Joana Corker (ilustrações) e cuja apresentação pública aconteceu na Casa Municipal da Cultura no dia 30 de Março de 2023, para encerramento da semana da leitura concelhia.

O projeto deu vida a dez temas originais, expressões literárias e musicais, destinadas aos mais novos. A Câmara Municipal de Coimbra editou em livro estes testemunhos, em parceria com a “Caminhos sem Atalho (Produções artísticas)”.

No evento estiveram representados os seis agrupamentos de Coimbra - direção, alunos e professores/professores bibliotecários, e foram oferecidos simbolicamente os exemplares que estão a ser distribuídos a todas as bibliotecas escolares do concelho e todos os alunos do jardim de infância e do 1.º CEB.

Coimbra, Cidade de Canções e Emoções apresenta-se agora em forma de livro mas também abre portas à inclusão: um livro de poesia musicada, com uma belíssima ilustração, que pode ser cantado por todos os alunos e ouvido pelos seus autores aqui - https://open.spotify.com/album/0rlJpqFMxhFqMOktW5T3MD

Nas diferentes escolas, e numa articulação com as dinâmicas das bibliotecas escolares, sente-se acontecer uma ligação estreita com a história da cidade, visível na entrega e na criação de momento informativos que encaminhem ao posterior uso do recurso em situações de aprendizagens formais ou informais. Permitirá, decerto, um conhecimento aprofundado de temas associados ao imaginário coimbrão, constituindo-se também como desafios de aprendizagem que envolvam alunos, professores, pais e encarregados de educação.

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