por Maria Eugénia Coelho Baptista de Jesus, Diretora do CFAE
Como Diretora do Centro de Formação Ria Formosa, é com grande entusiasmo que me dirijo a vós para abordar a temática da articulação entre este CFAE e a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE). Acredito convictamente que esta união de esforços representa um passo crucial na promoção da leitura e no aperfeiçoamento das competências dos nossos docentes, pilares fundamentais para a qualidade da educação.
a) O Papel Essencial da Leitura na Educação - A leitura é um pilar fundamental para o desenvolvimento humano, abrindo horizontes, expandindo conhecimentos e fomentando o pensamento crítico. No contexto educacional, assume um papel ainda mais relevante, sendo imprescindível para o sucesso dos alunos em todas as áreas do saber.
b) A RBE: Um Parceiro Incomparável - A Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) destaca-se como um parceiro incomparável na promoção da leitura, com atividades dinâmicas e motivadoras, contribuindo para despertar o gosto pela leitura nos alunos, desde tenra idade.
c) O Centro de Formação Ria Formosa: Impulsionando Competências Docentes - O CFAE Ria Formosa assume um papel crucial na formação contínua de docentes, capacitando-os para serem agentes multiplicadores da cultura da leitura e de outras literacias. Através de cursos, workshops e palestras, o Centro oferece aos professores ferramentas e estratégias para incentivar a leitura em sala de aula e promover no alunos o desenvolvimento das literacias.
d) A Articulação: Uma Força Incomparável - A articulação entre o Centro de Formação Ria Formosa e a RBE representa uma enorme força. Através da troca de conhecimentos, experiências e boas práticas, ambas as instituições podem alcançar resultados ainda mais significativos e proporcionar diversos benefícios, desenvolver competências dos docentes e formar cidadãos mais conscientes, críticos e preparados para os desafios do mundo contemporâneo.
Outras dimensões da formação como a presença em linha, a avaliação, o marketing digital no contexto das bibliotecas escolares, e também em áreas ligadas à literacia da informação, dos media e à cidadania, (nomeadamente Creative Commons, Cidadania Digital, Cidadania democrática em contexto de biblioteca escolar, entre outras), evidenciam como juntos somos capazes de capacitar os professores para que estes possam ajudar os alunos no acesso e no uso responsável e crítico da informação.
Maria Eugénia Coelho Baptista de Jesus Diretora do CFAE Ria Formosa
Ação para o Empoderamento Climático: o papel dos jovens e o perfil de Portugal
A Ação para o Empoderamento Climático (ACE) visa capacitar para o envolvimento “em políticas e ações climáticas, através da educação e sensibilização pública” [2].
ACE é um termo adotado pela UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change/ Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), de 1994 (art.º 6) e que faz parte do Acordo de Paris (art.º 12) e da Agenda 2030 (metas 4.7 e 13.3).
A COP26 reconhece “o crescente interesse e envolvimento dos jovens na ação climática” e o seu “papel crítico como agentes de mudança” e apela ao reforço da sua participação [2].
Pretendendo alcançar a neutralidade carbónica até 2050, Portugalcomunica na COP28 a sua abordagem sobre CCE (climate change communication and education/ comunicação e educação sobre mudança climática), na qual se destaca que esta é matéria que abrange todos os níveis de educação - do pré-escolar ao ensino universitário e à formação de adultos - e que é importante fomentar a “consciencialização pública”, o “acesso público à informação”, a “participação pública” e a monitorização e comunicação dos progressos [3].
II. A biblioteca apoia o ACE
Documentos
A Declaração de Lyon sobre o Acesso à Informação e ao Desenvolvimento [4], elaborada pela IFLA e por parceiros estratégicos de bibliotecas e comunidades de desenvolvimento, é um dos primeiros e mais relevantes documentos da comunidade internacional de bibliotecas a apoiar o desenvolvimento sustentável e o compromisso da ONU para a Agenda 2030.
Elaborada em 2014, durante o processo de discussão da Agenda 2030 (2015), reconhece o papel crucial da informação – e da educação sustentável - para apoiar a ação climática e o desenvolvimento sustentável, bem como a importância das bibliotecas - e de outros mediadores de informação, como a imprensa e os novos media - para ajudar os governos neste desígnio global.
A Declaração de Lyon afirma que o acesso à informação apoia o desenvolvimento sustentável ao capacitar as pessoas para exercerem os seus direitos, aprenderem e aplicarem novas competências, tomarem decisões e participarem na sociedade, garantindo a responsabilização, transparência, boa governação e empoderamento.
Esta Declaração apoiou a ONU para o compromisso da Agenda 2030, a qual visa “garantir que todos tenham acesso e sejam capazes de compreender, utilizar e partilhar a informação necessária para promover o desenvolvimento sustentável e as sociedades democráticas” [4].
A proliferação de conteúdos na internet e nas redes sociais sem ligação a especialistas e à ciência, reforça a necessidades do desenvolvimento sustentável se ancorar na avaliação crítica de fontes e em competências de informação e media.
Fonte da imagem [5]
A Parceria para uma Educação Ecológica (Greening Education Partnership), lançada após a Cimeira Transformar a Educação (2022) e que visa pôr em prática currículos e escolas mais verdes, tem ligação essencial aos princípios da Declaração de Lyon, e contribui para unificação e coerência da ação das bibliotecas.
Fonte da imagem [6].
Na área das bibliotecas, o Manifesto Bibliotecas Verdes (Green Libraries Manifesto) [6], lançado durante a Semana das Bibliotecas Verdes 2023, realizada entre 2 a 8 de outubro, foi desenvolvido como resposta à COP26 e criado no âmbito do programa britânico para a sustentabilidade, Green Libraries Partnership [7]. Visa uma abordagem focada na ação e nos resultados e tem CILIP (Chartered Institute of Library and Information Professionals) e outros parceiros como anfitriões. O Manifesto baseia-se em 7 princípios, dos quais dois enquadram a literacia da informação: “Usar a nossa voz para mais impacto” e “Desenvolver e partilhar os nossos conhecimentos” [6].
A RBE disponibiliza uma tradução portuguesa do documento da IFLA - Secção Ambiente, Sustentabilidade e Bibliotecas, O que é uma Biblioteca Verde? que sintetiza as prioridades da agenda de bibliotecas verdes e sustentáveis.
A biblioteca trabalha a literacia ambiental – e as demais literacias – integrada na literacia digital, da informação e media, um dos seus principais focos, a par da cidadania democrática e do currículo.
Na sua abordagem inspira a curiosidade, o espírito crítico e a investigação, inclusive sobre os riscos da ansiedade climática para a saúde/ bem-estar e desencadeia a discussão para identificação dos principais problemas locais, apresentação de soluções e a sua concretização com/ para a comunidade. A série de curtas-metragens Film4Climate do Concurso Global de Vídeo da ONU [8] pode constituir recurso de partida para este caminho.
Coleção
De forma coerente, a coleção da biblioteca – tal como o espaço físico, mobiliário e serviços - deve refletir as suas preocupações ambientais e sociais.
Promover o Acesso Aberto à informação e à ciência para garantir a rápida e acessível partilha de conhecimento confiável sobre o clima/ ambiente e os desafios sociais contribui para a transição justa e é missão fundamental da biblioteca.
Os requisitos sustentáveis de Edifícios, equipamento e gestão sustentáveis, documento de Klaus Werner são apresentados em documentos complementares, em formato de tabela e listagem, traduzidos pela RBE.
Plano de Atividades e Parceiros
Também é crucial que o plano de atividades reflita a prioridade da mudança climática. O artigo da IFLA escrito no contexto da preparação da COP28 durante o Congresso Mundial de Bibliotecas e Informação 2023 (WLIC), apresenta 90 ideias para acelerar o empoderamento climático (Resultados do Mentimeter) [9], que podem ser recriadas para o contexto de cada biblioteca e Transformar a Educação: das ideias à ação apresenta 12 ações baseadas em propostas dos alunos portugueses.
Para que estas atividades produzam impacto e tenham continuidade no tempo, é fundamental a colaboração e o contacto com diversos parceiros que abracem este desígnio, nomeadamente locais:
“Comunicadores científicos, investigadores, jornalistas e grupos como o Scientists for Future (…) Grupos locais, ativistas e comunidades indígenas (…) universidades, estudantes, grupos de jovens e decisores políticos” [9].
Por trabalhar em ligação com todas as disciplinas/ especialistas, saberes e expressões a sua abordagem, liderança, infraestrutura física e digital e efeitos na sociedade é holístico/ multinível e inclusivo e este é um valor que lhe confere liberdade de pensamento e ação.
Avaliação e advocacy
A recolha de dados da biblioteca deve incluir evidências quantitativas, testemunhos e histórias de sucesso.
Monitoriza-los, comunicá-los e influenciar, inclusive nas redes sociais, é imperioso para que a ação climática e ambiental possa crescer no terreno em apoio/ escala.
Sobre o uso de tecnologias digitais é importante que a biblioteca assuma uma atitude crítica e transparente/ confiável, no sentido de avaliar e comunicar os resultados da sua pegada digital e investigar porque sobre os custos económicos e ambientais do digital reina a opacidade: será que o digital é mais ecológico do que o papel?
Movimentos civis
No Contexto da COP28 a CAAD (Climate Action Against Disinformation/ Ação Climática Contra a Desinformação) publicou uma Carta Aberta na qual apela à ação que visa responsabilizar a presidência da COP e principais plataformas tecnológicas [10].
O movimento cívico internacional Avaaz.org, que reúne mais de 65 milhões de membros, designadamente jovens, tem como uma das suas missões identificar e denunciar desinformação porque esta tem o potencial de mudar a opinião pública, criar factos e mudar o curso da História. Na fonte mapeia as suas principais denuncias e ações – exemplos: “Cientistas sob ataque”, “O clima de engano do Facebook: como a desinformação viral alimenta a emergência climática”, “As notícias falsas estão a deixar-nos doentes?” [11].
Para uma transição justa que pare os combustíveis fosseis e o seu financiamento e apoie energias renováveis para todos, também se destaca o movimento global 350.org, cujo kit de ferramentas e noções de ciência climática pode ser útil [12].
Em Portugal destaca-se o caso, sem precedentes, de 6 jovens, apoiados pela GLAN (Global Legal Action Network), terem processado mais de 30 países europeus no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos [13].
Ao nível das bibliotecas escolares cabe o dever de apoiar a ação dos jovens e de movimentos de cidadãos que contribuam para a ação climática. Esta é um imperativo global para assegurar a sobrevivência da humanidade e dos ecossistemas naturais, para diminuir as desigualdades sociais e os conflitos e, no caso das bibliotecas, arquivos e museus, para preservar e transmitir às futuras gerações, as suas raízes e memória – registada nas suas coleções (as físicas são as mais vulneráveis) - e o seu património.
"Num mundo onde o acesso à informação é cada vez mais abundante e imediato é fácil esquecer que essa facilidade nem sempre esteve ao nosso alcance. Houve tempos em que o conhecimento era cuidadosamente controlado e os livros considerados "inadequados" eram banidos ou censurados.
O projeto Livros Visados, dinamizado pela Professora Ana Cristina Ferreira, docente da equipa da Biblioteca Escolar da EB Duarte Pacheco, em Loulé, propõe uma viagem por esse universo sombrio da censura, convidando os alunos a desvendar os segredos por trás de obras literárias silenciadas.
Ao longo do ano letivo 2023-2024, nesta atividade de articulação com o Clube de Multimédia da escola, os alunos leram e debateram várias obras e o resultado desse trabalho são 5 episódios em vídeo.
Embora os livros selecionados para o projeto apresentem temáticas e estilos distintos, há um fio condutor que os une: a repressão imposta pela censura movida por interesses políticos e religiosos. Através da análise crítica destas obras, os alunos foram incentivados a questionar os mecanismos de controle social e a defender/ valorizar a liberdade de expressão. Saber que existiram leituras que foram censuradas ou mesmo proibidas, e que os argumentos por trás dessas decisões visavam defender os interesses do Estado e da Igreja Católica, foi fundamental para que os intervenientes compreendessem a história e importância dos valores democráticos.
O interesse genuíno dos alunos em desvendar o segredo dos Livros Visados evidenciou a importância do projeto como ferramenta de despertar a consciência crítica. A iniciativa proporcionou um ambiente favorável ao questionamento das imposições e à defesa dos valores democráticos, estimulando a formação de cidadãos conscientes e empenhados na construção de uma sociedade mais justa e livre.
Ler a pares ou com os pares pode ser uma atividade que não só não é percecionada como intimidante como, também, pode resultar muito profícua. São várias as Bibliotecas Escolares que no território de Entre Douro e Vouga reconhecem a mais-valia desse trabalho e o implementam. Os modelos usados para o pôr no terreno variam muito, em função do suporte específico conferido pelo Plano de Atividades das Bibliotecas Escolares de cada Agrupamento de Escolas, da perceção que cada Professor Bibliotecário tem da melhor forma de rentabilizar esta iniciativa e também do retorno dos alunos.
No Agrupamento de Escolas de Arrifana, em Santa Maria da Feira, por exemplo, essas leituras fazem-se aproveitando o contexto do Clube de Leitura e, nesse sentido, o suporte que está subjacente à iniciativa decorre da estruturação do próprio clube. O mesmo é válido para o Agrupamento de Escolas de Loureiro, em Oliveira de Azeméis, cujas Bibliotecas Escolares pluralizam a iniciativa e têm Clube de Leitura com o 2.º CEB e Clube de Leitura em cada uma das Escolas Básicas de 1.º CEB do agrupamento, num total de 9 clubes. Contudo, a prática é ainda mais flexível, permitindo a leitura partilhada em pequeno grupo, não sendo sempre e apenas a pares. Já no mesmo concelho, o Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva implementa, há algum tempo, as leituras dialogadas, um espaço de leitura entre alunos, por norma implicando alunos de diferentes ciclos de ensino.
A Biblioteca Escolar da EB de Avenida, do Agrupamento de Escolas Coelho e Castro, em Santa Maria da Feira, tem o projeto Equipas Leitoras que, de certa forma, se aproxima do anterior, na medida em que alunos de diferentes anos de escolaridade se juntam para lerem em conjunto, neste caso um aluno do 3.º ano e um aluno do 4.º ano. Mais uma vez, temos nuances de implementação desta iniciativa, decorrentes da necessidade de dar resposta à realidade específica de uma escola e de melhor contribuir para o sucesso dos alunos.
A Biblioteca Escolar da Escola Básica Sá Couto, do Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Laranjeira, em Espinho, por sua vez, tem uma abordagem única, por ser totalmente espontânea, juntando-se os alunos de forma autónoma e partilhando leituras em voz alta com os seus pares.
Por fim, destaca-se a Biblioteca Escolar da EB de Sobral, do Agrupamento de Escolas António Alves Amorim, em Santa Maria da Feira, em que a Professora Bibliotecária, responsável pela Expressão Dramática, lança recorrentemente mão da leitura a pares nesse contexto, desta feita com um olhar não só na fluência leitora e na consequente promoção da leitura, mas também intencionalmente na interpretação do que é lido, assumindo esta interpretação uma dupla dimensão.
De uma forma ou de outra, assumindo-se como um projeto em si mesmo, integrado num projeto mais abrangente, numa oferta de escola ou entregando em grande medida o controlo à vontade dos alunos, o interesse neles suscitado pela leitura entre pares e com pares é inquestionável e uma excelente forma de melhorar competências no domínio da leitura, entre muitos outros ganhos.
Estas redes concelhias de bibliotecas escolares têm a oportunidade de se encontrarem várias vezes ao longo de cada ano letivo e de partilharem projetos, discutirem soluções e trocarem ideias, assim se disseminando boas práticas que, agrupamento a agrupamento, vão assumindo os contornos que melhor se adequam a cada realidade e de forma mais eficaz respondem às necessidades sentidas.
A Art Directors Club of Europe (ADCE), entidade que se assume dedicada a inspirar, educar e unir o Design Gráfico e a Publicidade na Europa, anunciou os trabalhos premiados de 2023, em cinco categorias: Film & Audio, Print & Outdoor, Interactive & Mobile,Design, Brand Experience, e Integrated & Innovation.
No webinar ocorrido no passado dia 24 de abril, foram apresentados alguns dos trabalhos a concurso, distinguidos em cada uma das categorias e feito um balanço da produção criativa em diversos países da União Europeia, realçando a importância do multiculturalismo, que honra e respeita os valores da diversidade cultural na UE, partilhando e trocando experiências, no reconhecimento da excelência e do caráter único da capacidade criativa de cada país, bem como a riqueza da expressividade e da singularidade das diversas línguas. A ADCE considera fundamental recuperar o papel de cada uma das línguas europeias, no sentido oposto à tendência das últimas décadas de se optar, sobretudo, pelo inglês, defendendo que só assim os trabalhos podem refletir e reforçar as raízes profundas e os laços das comunidades regionais e locais.
Fundada em 1990, a ADCE tem contado com a colaboração de associações de design e publicidade dos países aderentes e opera como uma organização sem fins lucrativos. A nível nacional, o seu parceiro é o Clube de Criatividade de Portugal (1997), também este, uma organização sem fins lucrativos, que realiza anualmente, desde 1998, o mais prestigiado festival de criatividade em Portugal. No seu site oficial - https://www.clubedacriatividade.pt/ - encontra-se informação sobre a sua atividade e âmbito de ação, bem como os objetivos a que se propõe e também acompanhar iniciativas de caráter nacional e internacional.
A sessão contou com um elevado número de participantes e foi orientada por Patrizia Boglione - https://patriziaboglione.com/
Foi realçada a forte propensão das marcas (na promoção dos seus produtos) para assumirem compromissos com a presente geração (Gen Z), numa perspetiva de apoio ao ativismo, à mudança significativa das sociedades, à abordagem de questões sociais complexas, à inclusão, à sustentabilidade, à inteligência artificial (neste âmbito, surgem novos paradigmas de criatividade – a fusão da tecnologia e da inventividade humana desbloqueiam possibilidades muito interessantes para o futuro e conduzem à exploração de outros horizontes), mas sobretudo, mantendo a experiência humana no centro de tudo.
Portugal surge em terceiro lugar nos países participantes no concurso, com 25 trabalhos premiados em diferentes categorias. A Alemanha liderou com 74 prémios e o Reino Unido com 40. É com grande satisfação que verificamos que os nossos profissionais do design e da publicidade continuam muito criativos e inovadores, mostrando-se competentes e competitivos.
Algumas tendências concetuais que estão na origem das criações merecem especial destaque, tais como: regresso às raízes e a uma certa simplicidade na promoção de marcas históricas, realismo prático – proximidade às comunidades, envolvimento em ativismos coletivos e o reconhecimento da sua força transformadora, comunidades de fãs do universo digital – o gaming como estratégia de comunicação publicitária, marketing e parcerias, redescoberta da singularidade humana numa viagem ao que realmente nos distingue (“This idea of surpassing human ability is silly because it’s made of human abilities” — Jaron Lanier), a ‘alvorada’ do otimismo na IA (“People see technology as this adversary or something to compete against. We see it as a tool. It’s this thing that helps us do more with less” — Pelonomi Moiloa, co-founder - https://lelapa.ai/), e os novos caminhos do design, que incluem ilustrações bizarras, feitas com recurso a meios tradicionais, escolhas impactantes (maximalismo), uso da IA para visuais abstratos que deixam uma impressão duradoura no público, exploração de tipografia cinética na comunicação, algumas opções que vão num sentido nostálgico, recuperando linhas gráficas anteriores e trabalhos que se destinam a apoiar causas sociais.
Os prémios revelam uma tendência de proximidade com as comunidades e a sua diversidade, bem como preocupações de sustentabilidade – Green Futures Awards – incluindo, nas suas categorias, problemáticas como a inclusão, a igualdade de género e o combate à discriminação, o clima, a guerra, a desigualdade, a exploração humana, etc., celebrando a criatividade que desafia estereótipos e enobrece a humanidade.
por Joana Rita Sousa, filósofa, perguntóloga e mestre em filosofia para crianças, mediadora da leitu
Durante o ano 2023/2024 tive a oportunidade de dinamizar Comunidades de Leitores e de Leitoras Adolescentes, junto da Biblioteca Municipal de Torres Vedras (BMTV). Uma dessas comunidades dedicou-se à leitura do livro Supergigante, de Ana Pessoa e Bernardo Carvalho.
No dia do primeiro encontro da Comunidade tivemos a oportunidade de distribuir pelos jovens os livros disponibilizados pela BMTV. Estes livros chegaram de Bibliotecas Municipais de pontos do país. Também foram partilhados livros que estavam na Biblioteca Escolar da turma do 9.º C. No momento da distribuição dos livros, uma das alunas encontrou uma folha de apontamentos que tinha deixado numa das páginas há algum tempo, numa altura em que tinha requisitado aquele mesmo livro.
Que coincidência curiosa! A propósito deste acontecimento surgiu uma ideia: e se deixássemos bilhetes nos livros que vão regressar às suas bibliotecas? Assumimos o compromisso de pensar e apurar esta ideia ao longo dos encontros.
Decidimos que o nosso bilhete (um post it) teria uma pergunta e seria deixado na página do livro Supergigante que provocou essa pergunta. Também decidimos criar uma hashtag para acompanhar esse bilhete e convidar as pessoas a partilhar o bilhete, os seus pensamentos e outros bilhetes que possam deixar noutros livros, nas redes sociais: #AgoraÉsTuALer
Gostaríamos que a ideia desta Comunidade de Leitura se estendesse para lá da sala da BMTV, para lá dos nossos encontros e por isso procurámos partilhar esse desafio através das redes sociais. Também pretendemos que o desafio possa ser apropriado pelas pessoas leitoras: em vez da pergunta, podem deixar uma observação sobre uma das passagens do livro (ou sobre o livro no seu todo).
Aqui fica o desafio para as pessoas leitoras: quando devolver um livro requisitado numa Biblioteca, deixe um bilhete lá dentro. Partilhe um pensamento ou uma pergunta, iniciando assim um diálogo com alguém que não conhecemos. Depois fotografe o bilhete e partilhe nas redes sociais com #AgoraÉsTuALer (se a conta de instagram for pública, o seu post irá aparecer na pesquisa pela #).
O desafio também se estende às professoras e aos professores que trabalham nas bibliotecas escolares: lancem este desafio no espaço da biblioteca ou nos canais digitais. Entretanto, a Biblioteca Escolar Lorosae já aderiu ao movimento.
I. Quadro Europeu de Competências de Sustentabilidade
No espaço europeu o GreenComp ou o Quadro Europeu de Competências de Sustentabilidade (European Sustainability Competence Framework) define as competências necessárias para a transição ecológica e sustentável.
É concebido para apoiar a aprendizagem ao longo da vida, destinando-se a todos os alunos, independentemente da idade e formação.
O seu objetivo “é promover uma mentalidade de sustentabilidade, ajudando os utilizadores a desenvolver os conhecimentos, as aptidões e as atitudes para pensar, planear e agir com empatia, responsabilidade e cuidado para com o nosso planeta” (Bianchi, Pisiotis, Cabrera, 2022, p. 2).
Sustentabilidade significadar prioridade às necessidades de todas as formas de vida e do planeta, assegurando que a atividade humana não excede os limites do planeta” (Bianchi, Pisiotis, Cabrera, 2022, p. 12).
A propósito, a primeira definição formal de Desenvolvimento Sustentável surgiu em Our Common Future coordenado por Gro Harlem Brundtland, Primeira-Ministra da Noruega e antiga Ministra do Ambiente: “é um desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades” (Brundtland, 1987, p. 41).
Segundo o GreenComp, “As competências em matéria de sustentabilidade capacitam os aprendentes para incorporar valores de sustentabilidade e adotar sistemas complexos, a fim de tomar ou solicitar medidas que restabeleçam e mantenham a saúde dos ecossistemas e reforcem a justiça, gerando visões de um futuro sustentável” (Bianchi, Pisiotis, Cabrera, 2022, p. 12). Implicam o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e valores que permitam viver em harmonia com a natureza.
O GreenComp é composto por 12 competências que devem ser desenvolvidas em todas as áreas curriculares/disciplinas e que se organizam em 4 domínios - 3 competências/domínio (Bianchi, Pisiotis, Cabrera, 2022, pp. 14 e 15):
Incorporar valores de sustentabilidade – Os valores são uma construção social e individual, cabendo a cada um decidir os que deve priorizar (avaliação da sustentabilidade); a valorização da experiência das anteriores gerações e dos povos originários (eg. índios) e tradicionais (eg. povo Roma) pode contribuir para a sustentabilidade e a justiça ambiental e social; os alunos devem compreender que são parte/pertencem da natureza e interagem com ela no seu dia a dia, pelo que devem respeitar e proteger todas as suas espécies (promover a natureza).
Integrar a complexidade na sustentabilidade – A globalização e as mudanças tecnológicas aceleram e aumentam a escala dos problemas e a incerteza, pelo que é importante desenvolver um pensamento crítico e sistémico/holístico que permita avaliar e compreender a informação sobre questões de sustentabilidade, questionar práticas insustentáveis do atual sistema socioeconómico e identificar e analisar a interdependência de problemas e a forma mais eficaz de os resolver.
Prever futuros sustentáveis – A literacia do futuro permite aos alunos imaginar cenários alternativos e prever ações que possam contribuir para a sustentabilidade. A adaptação/ resiliência e o uso inteligente de emoções contribuem para competências nesta área. Prevê-se a criação de uma visão própria para o futuro sustentável (compreender o futuro) e o planeamento de etapas para o alcançar (pensamento analítico e criatividade/experimentação/intuição), bem como a realização de ações que contribuam para a sustentabilidade.
Agir em prol da sustentabilidade – É importante tomar medidas que possam gerar a mudança e delas fazem parte a intervenção política que passa pela alteração de leis sobre sustentabilidade e ambiente. Esta ação pode ser individual e coletiva, passando pela participação e colaboração em processos democráticos. Trata-se de uma pedagogia da/para a ação que visa provocar mudanças no aluno e na sociedade.
Representação visual do GreenComp Fonte da imagem: (Bianchi, Pisiotis, Cabrera, 2022, p. 3).
Os quatro domínios e as 12 competências são interdependentes, “devendo ser tratados como partes de um todo” (Bianchi, Pisiotis, Cabrera, 2022, pp. 15). A polinização das abelhas que reúne flores, colmeia, pólen e néctar é a metáfora do GreenComp que traduz esta interligação.
II. Contexto do GreenComp
O Quadro Europeu de Competências de Sustentabilidade surge na sequência de um conjunto de iniciativas políticas que exigem a participação dos cidadãos e de organizações da sociedade civil (Conselho Europeu, 2024):
Pacto Ecológico Europeu (Comissão Europeia, 2019) - Alcançar a neutralidade climática até 2050;
Lei Europeia em Matéria de Clima - Redução líquida das emissões de GEE na UE de, pelo menos, 55 % até 2030, em comparação com os valores de 1990;
Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030, 2020 – Restauração da biodiversidade;
Estratégia do Prado ao Prato, 2020 – Transição para um sistema alimentar, de produção e consumo saudável que incentiva o desenvolvimento local;
Plano de Ação para a Economia Circular, 2020 - Transição para sistemas circulares de produção e consumo, no qual se destaca a Diretiva do Direito à Reparação (Right to Repair) de 2 de fev. 2024 (ECOS, European Environmental Bureau, HOP et al., 2024). Economia Circular: “modelo de produção e consumo, que envolve compartilhar, alugar, reutilizar, reparar, reformar e reciclar materiais e produtos existentes pelo maior tempo possível”, prolongando o ciclo de vida dos produtos, através da redução ao mínimo do desperdício e da reutilização contínua que lhes acrescenta valor (European Parliament, 2023).
Regulamento sobre Baterias e Respetivos Resíduos, 2023 - Criar uma economia circular para o setor, visando todas as fases do seu ciclo de vida, desde a conceção até ao tratamento dos resíduos.
ECOS, European Environmental Bureau, HOP, iFixit Europe, Runder Tisch Reparatur, Restart, Back Market, Swappie. (2024). Right to Repair Europe. https://repair.eu/
O concurso Ser leitor é cool! é organizado pelos professores bibliotecários do grupo interconcelhio das Redes de Bibliotecas Escolares dos concelhos de Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Estremoz, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Mora, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel, com o apoio da Coordenadora Interconcelhia Fátima Bonzinho. Contamos igualmente com a participação dos alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro e do Colégio Luso-Britânico de Elvas.
Organizada, este ano, pelo agrupamento de Escolas de Arronches, a final da 6ª edição do concurso interconcelhio de leitura Ser Leitor é Cool realizou-se no passado dia 2 de maio, no Centro Cultural de Arronches. A sessão de abertura contou com a atuação da Academia Sénior de Arronches, padrinhos do evento, e com os discursos do Presidente da Câmara João Crespo e da Diretora Ana Maria Reis.
Faziam parte do júri: Ana Maria Reis, Diretora do Agrupamento de Escolas de Arronches; Maria Mário Murteira pela Delegação Regional do Alentejo; Vereadora Maria João Fernandes, pelo Município de Arronches; Susana Baião, pela Rede de Bibliotecas Escolares e Vitória Medalhas, pela Biblioteca Municipal de Monforte.
Contámos com a participação de Ana Paula Ferreira, em representação de Manuela Pargana Silva, Coordenadora Nacional da Rede de Bibliotecas Escolares.
Neste evento participaram 22 agrupamentos e 86 alunos, repartidos por quatro anos de escolaridade (3º, 4º, 5º e 6º).
Vencedores e Menções honrosas:
3º ano
1º lugar:
Maria Ferreira, AE Fronteira
Menções Honrosas:
André Vitória, AE Arronches
Mariana dos Santos - AE Campo Maior
4º ano
1º lugar
Madalena Cardoso, AE Elvas 2
Menções Honrosas:
Gabriela Lúcio, AE Estremoz
Joana Marques, AE Arronches
Carminho Mendes, AE Monforte
5º ano
1º lugar:
Francisco Capelas, AE n2 Elvas
Menções Honrosas:
Leonor Gomes, AE José Régio
Manuel Lopes, Centro Educativo Alice Nabeiro
6º ano
1º lugar:
Maria Inês Vitória, AE Arronches
Menções Honrosas:
Francisco Borralho, AE Estremoz
Maria Silva Alves, AE Ponte Sor
Além do apoio incondicional da Direção do Agrupamento de Escolas de Arronches, o programa contou com os apoios de docentes e não docentes do Agrupamento; Município de Arronches; Biblioteca Municipal; Rede de Bibliotecas Escolares, LEYA. Parabéns a todos os vencedores e a todos os participantes. Para o ano, a 7ª edição vai decorrer em Sousel.
Margarida Fonseca Santos[i] publicou o seu primeiro livro para jovens em 1995. Desde então, nunca mais parou de escrever para este público. As suas obras enaltecem a escrita, os jovens e os seus problemas e preocupações. Entre os seus títulos encontramos livros para crianças, jovens e adultos.
Quem acompanha a sua obra, quem a conhece, sabe que a Margarida Fonseca Santos é generosa, atenta e cuidadora da palavra e dos valores que nos fazem melhores pessoas, consciente de que a escuta é essencial para nos relacionarmos. Sabe como ninguém valorizar e transmitir, junto dos mais jovens, o valor da entreajuda e da partilha.
– Lembro.me, um idiota do 10.º ano, com cara de rei da parvónia.
– Esse mesmo. A Larysa namora com ele e, às vezes, há cenas de violência entre eles. Bem, não é bem entre eles: o Sebastião trata-a mal, dize, que até já lhe deu estaladas em público, puxa-a pelos braços, humilha-a. Que eu saiba, a Larysa nunca lhe responde.
– Não o mandou dar uma volta?!
– Não. E não deve ser fácil, não achas? Trata-a tão mal… Já viste que anda sempre de mangas compridas? Achamos que é por isso.
– Achamos? Quem?
– Os que reparam nas cenas. Ninguém tem dúvidas: deve ser bem pior quando estão sozinhos, nem quero imaginar. Ele é um bruto!
(…)
– Porque é que a Larysa não o manda passear é o segredo mais bem guardado de todos – disse o António, em jeito de conclusão.
– É bem capaz de ter medo da reação dele. Não acredito que não tenha já pensado nisso.”
As relações amorosas devem ser marcadas pelo sentimento que une duas pessoas da forma mais íntima e profunda, numa verdadeira partilha. A relação de amor é um vínculo afetivo que compreende a proximidade, a preocupação, a intimidade e o cuidado, mas também a confiança e a tolerância. Lamentavelmente, nem todas as relações são assim. Muitas não são saudáveis. Há gritos, insultos, humilhações, a invasão da privacidade ou pressões físicas ou intelectuais. Serão simples arrufos de namorados? Não! São relações abusivas. Tóxicas. Violentas. Infelizmente, esta é uma realidade. São elevados os números de casos, devidamente identificados, de violência no namoro.
“– Ai, estás a magoar-me! É uma conferência sobre…
A bofetada veio tão depressa que eu não consegui de todo defender-me.
– Ó rapaz! – gritou o dono café. – Que vem a ser isto?
As lágrimas soltaram.se ainda mais depressa. Não doeu muito, não na cara, foi mais cá dentro. “
Uma voz amiga, um abraço é importante. Larysa e Terezinha aproximaram-se numa atividade da Biblioteca Municipal, envolveram-se num projeto, do jornal escolar, e ajudaram-se nos momentos mais difíceis e quando foi preciso tomar uma decisão.
Não me Magoas Mais é um livro que retrata, com grande sensibilidade, um caso de violência no namoro, de como reconhecer estes casos e de como ajudar. Mas não só… este é um livro que coloca a Biblioteca Escolar no centro da trama, enquanto espaço seguro, com a cumplicidade de uma professora bibliotecária que ama os livros, mas também os alunos e sabe escutá-los.
“(…) pois a biblioteca servia, igualmente, de abrigo para quem estivesse triste ou assustado ou sem saber o que fazer das emoções que sentia. Acreditava na força emocional dos livros e partilhava a leitura certa com a pessoa certa. “
Num ato de generosidade, mas também de grande reconhecimento, Margarida Fonseca Santos dedica este livro à Rede das Bibliotecas Escolares e aos professores bibliotecários.
No lançamento do livro Não me Magoas mais, Margarida Fonseca Santos recordou algumas das suas visitas a escolas, enquanto autora, e reforça a visibilidade das bibliotecas escolares na vida das escolas e a importância que estas tinham, e continuam a ter, na vida dos mais jovens. Nas suas doces palavras afirmou: “na Biblioteca Escolar não se lê apenas livros, há muitas formas de ler… lê-se pessoas e afetos. (…) As bibliotecas escolares estão a salvar uma pessoa de cada vez. “
No dia 14 de maio de 2024, a livraria Buchholz, em Lisboa, encheu-se para receber mais um livro da Margarida Fonseca Santos. A apresentação esteve ao cuidado da Dra. Rute Agulhas, mas também escutamos as palavras da Dra. Cristina Soeiro da APAV e de Rita Cruz, em nome da editora Fábula, responsável editorial da coleção. A sala esteve cheia, muitos eram professores bibliotecários, mas também coordenadores interconcelhios para a Bibliotecas Escolares. A Coordenadora Nacional da Rede de Bibliotecas Escolares, Dra. Manuela Pargana Silva, proferiu palavras gentis, sentidas, de agradecimento por tão grande reconhecimento do trabalho desta rede em prol da construção de espaços abertos, de informação, de leitura e de livros, de afetos.
A Escolha é Minha, é uma coleção onde cada título narra histórias de vida inesquecíveis, contadas na primeira pessoa. A maioria das narrativas apelam à escuta, dão voz aos mais jovens, retratam diferentes laços familiares e ecoam dentro de nós recordando quão difícil é crescer e tomar decisões. As suas histórias podem ser a(s) nossa(s) história(s).
Esta é uma coleção que deverá habitar nas estantes das bibliotecas escolares e que contribui significativamente o questionamento pessoal, para a reflexão, o diálogo, a partilha e para que os jovens leitores pensem que há sempre olhares diferentes para o que (nos) acontece na vida.
[i]Margarida Fonseca Santos publicou o seu primeiro livro para crianças em 1995 e desde então, nunca mais parou de escrever, um desafio que se transformou numa paixão. Celebrará 30 anos de carreira em 2025. Autora reconhecida e muito querida do público, tem uma grande parte das suas obras no Plano Nacional de Leitura.
É autora de livros fantásticos como Altamente, Rafaela, Desafios em 77 Palavras, Há Dias Assim, entre muitos outros. O seu romance De Zero a Dez está traduzido para castelhano e inglês. Além de escrever para crianças, adultos e teatro, trabalha na área da escrita criativa e do treino mental, algo que ficou do tempo em que se dedicava à Pedagogia e à Formação Musical. É fundadora do projeto Re-Word-It - Brincar a sério com as palavras, onde se constroem materiais pedagógicos.