Eis finalmente o fim de julho, arrumados os diferentes assuntos que ocupam os professores bibliotecários: os inventários, as contagens, as reflexões, os relatórios… Não conseguiu concluir tudo? Não faz mal. Esqueça o que falta, por algum tempo. Guarde na gaveta e coloque na primeira linha da lista de tarefas para o próximo ano. Certamente não vai criar asas, nem ninguém vem fazer por si; esperará calmamente o seu regresso.
Já alguma vez lhe aconteceu o seu computador bloquear e recusar-se a avançar ou retroceder? Duvido que não tenha neste momento a sua cabeça a acenar afirmativamente. Lembra-se do que fez nessa circunstância? Quase consigo ouvi-lo: “Desliguei e voltei a ligar”. Na maior parte das vezes, o assunto fica resolvido. Ocasionalmente, precisamos de uma limpeza adicional – desinstalar algum software que está a mais, despejar a reciclagem, limpar o disco, limpar a cache…
Pois bem, agora é tempo de fazer férias! Desligar para voltar a ligar no final do mês. “Desinstalar algum software” e “limpar a cache”. Faça-o, pela sua saúde.
Ser professor bibliotecário é ser constantemente convocado: há recursos e espaços e pessoas a gerir; há planos a fazer; há recursos a produzir; há aulas a planificar e lecionar; há contas a prestar. Há sobretudo, e antes de mais, meninos e meninas e jovens a acarinhar, a convocar, a desinquietar e provocar! Há muita gente com quem interagir, cada qual com seu perfil.
Agora, é tempo de acalmar, relaxar e reduzir: as obrigações e as emoções. Concentre-se em baixar os níveis do perverso stress que, inevitavelmente, nos visita com frequência nos períodos de trabalho. Dedique mais tempo a aspetos de sua vida que muitas vezes são negligenciados. Tente alguma coisa nova: Montanhismo? Ciclismo? Crochet? Artesanato? Jardinagem?…
E sobretudo, leia! Leia muito, mas sem pensar como pode aproveitar cada leitura para trabalhar isto ou aquilo com seus alunos. Adivinhei? Acontece, com frequência, não é? Em vez de fruir a leitura, transforma-a em mais trabalho. Já percebemos que é incorrigível!
Cuide do seu próprio bem-estar para também poder apoiar e cuidar dos alunos. Não se esqueça de passar algum tempo ao sol (com moderação, claro), o seu corpo agradece a recarga de vitamina D! Usufrua da piscina, vogue ao sabor das ondas!
Viaje! Para longe, para perto ou mesmo dentro da sua cidade. Conheça novos locais, novas pessoas, experimente uma nova cultura, adapte-se a novas situações. Flexibilize a sua cabeça com todas as novidades que lhe puder apresentar.
Faltam-lhe ideias? Veja se alguma destas sugestões o atraem:
1. Evite outros professores, sobretudo outros professores bibliotecários: de contrário, ligar-se-á automaticamente, ainda antes de ter desligado por completo;
2. Durma umas sonecas: tem de recuperar de todas a noitadas que fez ao longo do ano;
3. Dedique algum tempo a umas boas gargalhadas: rir ainda é o melhor remédio;
4. Pinte um livro de colorir para adultos: há quem diga que faz maravilhas na resolução de conflitos internos, no autoconhecimento, na diminuição dos níveis de ansiedade…;
5. Faça um loooooooongo almoço: sobretudo se for bem acompanhado e se partilhar a refeição com uma looooooga conversa descontraída;
6. Usufrua da natureza: praia ou campo, mar ou rio, a escolha é sua;
7. Veja uma série em maratona: mas só uma, não o queremos aboborado frente à televisão;
(…)
100. Dê folga ao seu telefone: esqueça as redes sociais e o scroll infinito.
Em resumo: faça o que quer que o ajude a descomprimir. Por nós, também vamos fazer uma pequena pausa. Em agosto, não publicaremos novidades, apenas reposições. Cá nos reencontraremos em setembro.
Queremo-lo de volta para o novo ano, com paixão e energia renovadas!
Por Maomede Cabrá, Diretor do AE Figueira Norte, Figueira da Foz
Entendo ser fundamental o papel central das Bibliotecas Escolares (o Agrupamento de Escolas Figueira Norte tem duas, uma na Escola EB 2/3 Pintor Mário Augusto, Alhadas, e outra na Escola Secundária com 3.º CEB de Cristina Torres, Figueira da Foz) no desenvolvimento dos hábitos de leitura e da literacia digital de docentes e discentes. Esta função das Bibliotecas tem sido mais evidente na Escola Cristina Torres do que na Escola Pintor Mário Augusto, situação que pretendemos alterar. Verifica-se a necessidade de ambas as Bibliotecas estarem aferidas em relação ao trabalho a desenvolver. A renovação da Equipa de professoras bibliotecárias com a chegada de um novo elemento, em 2017, foi um ponto de viragem na forma como se passou a entender e a ver as bibliotecas escolares na Comunidade Educativa. Perdemos o sentido tradicional da biblioteca como um repositório do saber, a que alunos e professores acediam para se cultivarem e melhorarem o seu nível de conhecimento.
De repente, turmas inteiras e respetivos professores passaram a ter “aulas” na Biblioteca, aprendendo a aceder a conteúdos digitais, a transformar informação em conhecimento, a desenvolver o espírito crítico, a aprender a citar as suas fontes nos trabalhos a apresentar, a perceber que citações eram admissíveis e como as fazer. A cultura digital passou a complementar os livros.
As nossas bibliotecas são também importantes na divulgação da leitura nas escolas do primeiro ciclo (8) e nos jardins-de-infância (8), continuando a promover a partilha e troca de livros entre as diversas escolas e jardins de infância e a incentivar a leitura, com o trabalho das professoras bibliotecárias nas nossas “escolinhas”.
Temos apostado na modernização das condições físicas e informáticas das bibliotecas e dos seus fundos documentais. Na escola sede do Agrupamento, literalmente, partimos as paredes de duas salas de aula e um anexo para concretizar um sonho antigo. Aproveitámos a oportunidade de obras de fundo realizadas na escola para finalmente podermos dizer que temos uma biblioteca. Grande, espaçosa, com “tudo a que temos direito”: 192 metros quadrados, tetos falsos, iluminação LED embutida, chão de madeira de pinho sueco envernizado, janelas amplas de caixilharia com vidros duplos, portas de vidro, aquecimento central e um fundo documental em franco crescimento, a juntar-se a equipamentos informáticos modernos para utilização dos alunos e professores.
Fidelizar leitores, fomentar o desenvolvimento de competências literárias e consolidar competências e aprendizagens na era digital, indispensáveis ao exercício de uma cidadania plena são alguns dos objetivos previstos, assim como a manutenção do Clube de Leitura. Apoiamos e desenvolvemos os “10 minutos a ler” e concorremos ao projeto “Ideias com Mérito” com o tema “Da informação ao conhecimento: aprender na era digital”, que mereceu o apoio da RBE.
Iremos desenvolver um projeto de interação com os clubes de leitura das bibliotecas da cidade de Quelimane, no norte de Moçambique, por via digital e a disponibilização e envio de livros.
Muito mais poderia dizer sobre as bibliotecas do Agrupamento. Visitem-nos em https://www.aefigueiranorte.pt. Será um prazer receber-vos!
Concluo com um desafio para a Rede de Bibliotecas Escolares. Entendo que não deveria ser necessário contabilizar o número de alunos de um agrupamento para se determinar o número de professores bibliotecários. O simples facto de existir uma escola EB 2/3 e uma escola secundária, deveria possibilitar a colocação de dois professores bibliotecários.
Maomede Cabrá Diretor do AE Figueira Norte, Figueira da Foz
A 51ª Conferência Anual da International Association of School Librarianship (IASL)
A 51ª Conferência Anual da IASL, que incorpora o 26º Fórum Internacional sobre pesquisa em biblioteconomia escolar,este ano subordinada ao tema “Flourishing School Libraries: Research, Policy, and Practice”, teve lugar em Roma, Itália, entre os dias 17 e 21 de julho de 2023.
Os temas em destaque nesta conferência estiveram alinhados com os objetivos da Agenda 2030 e os oradores principais procuraram responder a alguns dos desafios que esta agenda coloca:
🔴 Gino Roncaglia (Professor de Publicação Digital, Humanidades Digitais e Filosofia da Educação da Universidade Roma Tre) discursou sobre as “Bibliotecas Escolares e Novas Práticas de Leitura”. Estas novas práticas de leitura estão associadas a novos recursos - como assistentes digitais baseados em IA – o que cria grandes desafios às bibliotecas escolares. De acordo com o professor, é importante perceber como a Inteligência Artificial funciona, para podermos avaliar o seu impacto.
Palestra de Gino Roncaglia
🔴 Giuseppe Carrus (Professor de Psicologia Social da Universidade Roma Tre) fez uma apresentação intitulada “Relações pessoas-ambiente, sustentabilidade e bem-estar: uma perspetiva psicológica”. Nesta palestra discutiu a importância dos contextos da vida quotidiana para entender as relações entre as pessoas e o meio ambiente. Reforçou, ainda, a necessidade de procedermos à transição para uma sociedade de baixo carbono, inclusiva e aberta, tendo apresentado algumas iniciativas intergovernamentais, como a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável ou o Acordo Verde da União Europeia.
🔴 A palestra de Paul Gabriele Weston (Professor Associado Aposentado da Escola de Biblioteconomia da Universidade de Pavia e do Vaticano), intitulada “A inclusão é uma conquista cultural que devemos defender desde a infância: Algumas reflexões sobre o modo como as bibliotecas podem desempenhar um papel nessa tarefa”, levou os presentes a refletir sobre estas questões.
Palestra de Paul Gabriel Weston
Alinhada com a temática da inclusão, nesta edição, a Rede de Bibliotecas Escolares apresentou a comunicação intitulada “Todos juntos podemos ler: um projeto das bibliotecas escolares que facilita a inclusão”, onde, para além de ser feito o enquadramento do papel das bibliotecas escolares nas orientações relativas à educação inclusiva, foi apresentado o projeto “Todos juntos podemos ler”. Durante a apresentação foram dados exemplos de metodologias e estratégias utilizadas pelas escolas na implementação dos projetos e feita uma reflexão sobre o impacto do trabalho realizado pelas escolas/bibliotecas na dinamização e monitorização dos projetos de leitura inclusiva.
Apresentação do projeto “Todos juntos podemos ler”
Na conferência foram apresentados outros estudos sobre bibliotecas escolares, realizados em diferentes partes do mundo, que incidiram sobre temáticas diversas como a promoção da leitura, o perfil do professor bibliotecário, a avaliação das bibliotecas, a importância da liderança na afirmação do valor das bibliotecas escolares, a organização de festas do livro, a dinamização de clubes de leitura, a incorporação de estágios no currículo dos professores bibliotecários, a utilização da IA nos serviços que as bibliotecas escolares prestam ou a influência dos professores bibliotecários na criação e manutenção de uma cultura de leitura nas escolas.
Para além da apresentação destes estudos, os participantes da conferência tiveram ainda a oportunidade de conhecer bibliotecas escolares e universitárias. As visitas realizadas deixaram perceber que as bibliotecas escolares, ao contrário das universitárias, ainda não ocupam um lugar central nas escolas italianas, uma vez que estas se mantêm espaços mais ou menos tradicionais, sem a alocação de recursos humanos especializados para a sua gestão.
A relação entre a Rede de Bibliotecas Escolares e a IASL saiu reforçada desta 51.ª Conferência e, a partir de setembro, serão criadas novas oportunidades de partilha e de trabalho nas áreas de investigação das bibliotecas escolares.
As Bibliotecas Escolares do 1.º Ciclo e Jardim de Infância do Agrupamento de Escolas de Ansião ganharam, neste ano letivo, um novo fôlego, com mais dinâmicas de promoção da leitura e de desenvolvimento de competências que estimulam a imaginação, a criatividade e a expressão artística.
Fruto de um trabalho articulado entre o Município de Ansião e o Agrupamento, foi possível afetar uma assistente operacional à equipa das Bibliotecas, que apoia e exerce funções nas seis bibliotecas das Escolas do 1.º Ciclo e Centros Escolares, em resposta aos anseios e necessidades manifestadas, todos os anos, pelas professoras bibliotecárias. Ao contrário dos restantes recursos humanos que apoiam e prestam serviço nas bibliotecas, esta assistente não ficou alocada a uma biblioteca, mas à equipa de trabalho, podendo deslocar-se em regime de rotação pelas diversas bibliotecas, de acordo com as necessidades e atividades a desenvolver.
O Agrupamento possui oito bibliotecas, todas integradas na Rede de Bibliotecas Escolares, com um Plano de Atividades estruturado e articulado e uma gestão partilhada entre as professoras bibliotecárias. Porém, ao longo dos anos, sentiram-se algumas dificuldades em manter o funcionamento regular das seis bibliotecas do 1.º ciclo, apesar dos esforços por parte da direção do agrupamento e da autarquia, no âmbito da Rede Concelhia de Bibliotecas, em colocar alguém que assegurasse, pelo menos, a sua abertura e o serviço de empréstimo (através da afetação de algumas horas de assistentes operacionais que prestavam serviço nas Escolas, ou através de contratos de emprego e inserção, mas que se revelavam manifestamente insuficientes e sem a regularidade desejável).
Explicando de outro modo, ainda que houvesse a referida articulação para garantir o funcionamento das seis bibliotecas, os assistentes que asseguravam o funcionamento eram recursos que todos os anos mudavam e não estavam dedicados apenas ao trabalho nas bibliotecas, além de não terem a formação e o perfil que se preconiza para estas funções. Frequentemente, eram colocados anualmente e, por vezes, já algum tempo depois do início das atividades letivas. O trabalho não tinha, por isso, a desejável continuidade, levando a que todos os anos se tivesse que reiniciar o processo.
Conscientes de que a solução encontrada não era a melhor, procurou-se sempre uma solução mais sustentável e duradoura, o que foi possível, no corrente ano letivo, com esta nova modalidade de afetação da assistente da biblioteca, que se traduziu numa melhoria significativa do funcionamento e serviços destas bibliotecas.
Para que este recurso possa ser um elo de ligação entre as diversas escolas e ser melhor rentabilizado, todas as bibliotecas têm uma assistente operacional com horas atribuídas destinadas a assegurar o seu funcionamento e a prestar apoio. O horário da Biblioteca é articulado entre as professoras bibliotecárias e o respetivo coordenador de estabelecimento, com vista a potenciar a abertura o máximo tempo possível, privilegiando intervalos e horas de almoço.
A assistente, que este ano integrou a equipa, circula pelas várias bibliotecas articulando o trabalho com as assistentes de cada biblioteca e respetivos professores e professoras. Além do exposto, prepara, sob orientação das professoras bibliotecárias, as iniciativas/atividades, cria e materiais que circulam entre as escolas e/ou são disponibilizados em linha.
Desta forma, para além de atividades de promoção da leitura e do livro, tem sido prática, também, a realização de leituras dramatizadas, teatro, a que se aliam também, outras artes como a pintura, a música e dança, impulsionado por esta assistente, com o apoio das outras funcionárias das bibliotecas.
Os alunos são desafiados também a participar nas peças de teatro, em teatros de sombras, teatro de fantoches, entre outras, num trabalho que promove diversas competências como autoestima, comunicação, criatividade, pensamento crítico, responsabilidade e trabalho em equipa, competências preconizadas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
Paralelamente e integradas nas medidas do Plano de Ação de Desenvolvimento Digital da Escola, desenvolvem-se ações que fomentam o treino e a formação para as literacias digitais, dos media e da informação, sob a orientação das professoras bibliotecárias, com a colaboração desta assistente.
Esta articulação possibilita a implementação de um Plano de Atividades regular que favorece a utilização da biblioteca como espaço de fruição e conhecimento, desenvolvendo competências de pensamento crítico e criativo, para além de favorecer atitudes pessoais e sociais de autonomia e responsabilidade.
Podemos dizer que esta medida foi uma mais valia para o trabalho de toda a equipa e para todos os alunos e docentes que utilizam as bibliotecas, criando incentivos de trabalho em torno do livro, da leitura e das diferentes expressões associadas, enriquecendo as experiências dos leitores que se mostram mais motivados, interventivos e autónomos.
Desde o aparecimento das tecnologias de inteligência artificial generativa, que têm vindo a popularizar-se desde o início do presente ano, ouvimos frequentemente anunciar que estas tecnologias irão tornar obsoletas várias profissões, que muitos profissionais perderão o seu trabalho, substituídos pela IA.
Curiosos e inspirados pelo teste de uma professora bibliotecária, perguntámos ao chat GPT, em inglês, se estaria no seu horizonte substituir os professores bibliotecários. O texto que abaixo reproduzimos resulta da combinação e tradução das duas respostas geradas:
Desde a minha última atualização em setembro de 2021, eu ou outros modelos de linguagem semelhantes, não podemos substituir os professores bibliotecários, pois embora tenhamos avançado significativamente e possamos fornecer informações e respostas valiosas a múltiplas questões, continuamos a ter várias limitações que nos impedem de substituir professores bibliotecários humanos.
Os professores bibliotecários desempenham um papel crucial nas escolas e instituições de ensino. Não são apenas fornecedores de informação; são educadores que possuem conhecimentos especializados em literatura, competências de investigação, pensamento crítico e competências para fomentar o gosto pela leitura e pela aprendizagem nos alunos.
Algumas das razões pelas quais o chat GPT não pode substituir os professores bibliotecários incluem:
🔴 Apoio personalizado e contextual: Os professores bibliotecários podem compreender as necessidades e interesses exclusivos de cada aluno e fornecer recomendações, orientação e apoio personalizados. Os modelos de linguagem de IA, por outro lado, não têm a capacidade de formar conexões pessoais e adaptar suas respostas a cada aluno.
🔴 Assistência física: Numa escola ou biblioteca, os professores bibliotecários estão fisicamente presentes para ajudar os alunos com vários recursos, livros e tecnologia. Os chatbots não podem desempenhar este papel prático.
🔴 Inteligência emocional e empatia: os professores bibliotecários possuem inteligência emocional e empatia, essenciais para estabelecer ligações com alunos, compreender as suas preocupações e fornecer apoio socio-emocional quando necessário. Os chatbots com IA não têm a capacidade de criar verdadeira empatia e podem não ser tão eficazes na resposta às necessidades emocionais.
🔴 Competências de pesquisa: Os professores bibliotecários ensinam os alunos a realizar uma investigação eficaz, a avaliar as fontes e a citar as informações corretamente. Este nível de ensino e de pensamento crítico está para além das capacidades dos atuais modelos de IA.
🔴 Ensino e colaboração em sala de aula: Os professores bibliotecários colaboram frequentemente com os professores das turmas para integrar competências de pesquisa, literacia da informação e tecnologia no currículo. Os chatbots de IA não estão equipados para participar ativamente no processo de ensino.
🔴 Promoção do gosto pela leitura: Os professores bibliotecários são fundamentais para promover o gosto pela leitura e pela literatura, o que vai para além da resposta a perguntas factuais.
🔴 Interação e envolvimento humano: A interação com um professor bibliotecário permite que os alunos façam perguntas, participem em debates e recebam feedback imediato. A interação humana é essencial para certos aspetos do processo de aprendizagem, especialmente quando se trata de tópicos complexos ou com vários cambiantes.
Embora as tecnologias de IA possam facilitar o trabalho dos professores bibliotecários, automatizando algumas tarefas repetitivas e fornecendo informações suplementares, é muito provável que, num futuro próximo, sejam assumidas como ferramentas complementares e não como substitutos dos educadores humanos, continuando estes a ser essenciais para proporcionar experiências de aprendizagem personalizadas e centradas no ser humano e para promover um ambiente educativo positivo e solidário.
É também essencial considerar as implicações e limitações éticas da IA em contextos educativos. Garantir a utilização responsável da IA, a privacidade dos dados e evitar preconceitos nos conteúdos gerados pela IA são fatores importantes a ter em conta quando se integram ferramentas de IA em ambientes educativos.
Para já, parece que a inteligência artificial reconhece o valor insubstituível do professor bibliotecário! A não perder de vista, as funções elencadas pelo chatbot, muito alinhadas com o perfil definido em Professor bibliotecário: um profissional em ação, que clarifica as dimensões em que a função de professor bibliotecário se desdobra.
É com grande satisfação que a biblioteca da Escola Secundária Poeta António Aleixo, situada em Portimão, tem o prazer de apresentar os resultados positivos alcançados no âmbito do projeto Escola a Ler, desenvolvido ao longo do ano letivo 2022-2023.
Um dos pilares fundamentais deste projeto foi a renovação da coleção de livros, tanto em termos de quantidade quanto de diversidade e qualidade de títulos, procurando torná-la irresistível para os alunos do ensino secundário, de modo a estimular o hábito de leitura em cada um deles. Para alcançar esse propósito, foram utilizados os recursos do Projeto Escola a Ler, obtidos por meio de um apoio da Rede de Bibliotecas Escolares, Plano Nacional de Leitura 2027 e Direção-Geral de Educação. Essa iniciativa permitiu disponibilizar obras literárias capazes de despertar o interesse genuíno dos alunos pela leitura.
Nessa jornada literária, a biblioteca uniu forças com o Projeto de Leitura já existente na disciplina de Português, enriquecendo a experiência com um toque pessoal e altamente benéfico para o processo educativo. Reconhecendo a importância de acompanhar as preferências literárias dos jovens, selecionamos obras que estivessem em consonância com os seus interesses, procurando oferecer histórias que cativassem, emocionassem e transportassem os alunos para universos fascinantes, incentivando assim a paixão pela leitura. Essa sinergia resultou numa significativa renovação da coleção da biblioteca, com uma variedade de títulos atualizados especialmente selecionados para o público adolescente.
A atividade central consistiu na leitura de obras selecionadas pelos alunos, disponíveis na biblioteca. Adicionamos, no entanto, um elemento especial à experiência literária: cada aluno foi desafiado a criar seu próprio Diário de Leitura em formato digital, proporcionando uma oportunidade única de reflexão sobre as suas experiências literárias. Esta atividade alcançou êxito junto de, aproximadamente, 50% dos 300 alunos envolvidos, pertencentes a 12 turmas do 10º ano.
Dessa forma, a partir da sólida prática estabelecida ao longo de uma década pelo Projeto de Leitura da disciplina de Português, ampliamos as opções de leitura disponíveis aos alunos através do projeto Escola a Ler, oferecendo-lhes uma variedade de títulos atualizados e cativantes, incentivando-os a refletirem sobre as suas experiências pessoais de leitura e as rotinas que as acompanham, além de partilharem as suas reflexões com os professores de Português. A criação dos Diários de Leitura, com diretrizes pré-estabelecidas e divulgadas, possibilitou a avaliação individual dos trabalhos realizados, reforçando a importância da análise crítica e escrita.
Os benefícios deste projeto são assinaláveis. Além de ampliar o leque de opções de leitura para os alunos, a biblioteca estimulou a reflexão, a criatividade e a partilha de experiências literárias. Os Diários de Leitura, em formato digital, proporcionaram um espaço para os alunos expressarem as suas opiniões, emoções, críticas e aprendizagens, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades de escrita e análise crítica.
Esta iniciativa revelou-se, portanto, uma estratégia bem-sucedida, estimulando a autonomia, a imaginação e o prazer pela leitura num ambiente digital e interativo, essencial para o mundo contemporâneo em que vivemos.
Estamos muito satisfeitos com os resultados até o momento e com o entusiasmo demonstrado pelos nossos alunos. Estes resultados reforçam o nosso compromisso em transformar a Biblioteca Escolar num ambiente acolhedor, inspirador e repleto de oportunidades, procurando despertar o amor pela leitura e ajudar os alunos a tornarem-se cidadãos críticos, criativos e preparados para os desafios do mundo contemporâneo.
Juntos, estamos a construir uma comunidade leitora apaixonante e inspiradora, com muitas páginas viradas e sonhos desbravados!
O caso do Município de Oeiras em colaboração com o Centro Qualifica do AE de Paço de Arcos
As bibliotecas escolares desempenham um papel central na vida das escolas, com especial destaque para as áreas da leitura, das multiliteracias e do apoio à aprendizagem. Os professores bibliotecários são peças chave, mas também os assistentes de bibliotecas são pilares importantes para o bom funcionamento destas estruturas, pois são eles que, em permanência, asseguram a abertura do espaço, o acolhimento dos utilizadores e o seu normal funcionamento.
No quadro dos acordos de cooperação estabelecidos, várias autarquias, em estreita articulação com as direções das escolas e a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), através dos seus coordenadores interconcelhios, têm garantido a afetação destes assistentes às bibliotecas, contribuindo para a atividade regular destes espaços, de acordo com as normas e padrões de qualidade definidos pela RBE. Este é o caso do município de Oeiras, que aposta não só na afetação de recursos humanos às bibliotecas escolares, mas também na formação destes assistentes, na área da biblioteconomia.
O município de Oeiras privilegia as políticas de proximidade às pessoas, reconhecendo as suas necessidades e aspirações, acreditando que, através da formação dos seus trabalhadores, dotando-os de competências técnicas, profissionais, organizacionais e sociais, pautem a sua atuação por critérios de qualidade e excelência no exercício das suas funções, garante a satisfação dos cidadãos/ munícipes.
Este objetivo institucional, que visa o desenvolvimento das qualificações e competências dos trabalhadores, incide essencialmente nas áreas definidas como prioritárias de intervenção para o desenvolvimento económico, social e cultural do território, salientando-se, as áreas da contratação pública, procedimento administrativo, direitos e deveres dos trabalhadores em funções públicas, TIC, comunicação/ atendimento e relacionamento interpessoal, bem como outras definidas como estratégicas para o interesse comum dos fins prosseguidos, numa atuação conjunta sobre as realidades específicas locais e na procura de respostas eficazes aos problemas concretos das pessoas.
É neste contexto que a formação para os trabalhadores integrados na carreira e categoria de assistentes técnicos e assistentes operacionais que se encontram a desempenhar funções nas bibliotecas escolares, numa colaboração conjunta entre o Município de Oeiras e o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos, visa dotar as bibliotecas de profissionais capacitados, melhorando o funcionamento deste serviço nas escolas, almejando a satisfação de toda a comunidade escolar que o procura.
O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos cumpre no município de Oeiras a missão de, através de um processo de orientação, capacitar a população adulta de novos conhecimentos, melhoria e reforço de competências sociais e profissionais, numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida, enquadrada na atividade profissional, com vista a um aumento de qualificações, quer pela via de Formação Modular Certificada ou de um Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC escolar e profissional).
Desta forma, a colaboração com o município de Oeiras na constituição de grupos de formação que satisfaçam as necessidades dos seus colaboradores, cobrindo os vários departamentos e divisões, numa diversidade de Áreas de Educação e Formação (AEF), tem sido profícua, destacando-se a AEF “Biblioteconomia, Arquivo e Documentação” (BAD) que permite uma colaboração estreita entre a coordenação das bibliotecas escolares e o departamento de educação do município de Oeiras, na construção de uma aprendizagem partilhada entre professores bibliotecários das diferentes escolas do concelho e os trabalhadores integrados na carreira nas categorias de assistentes técnicos e assistentes operacionais, dotando-os de saberes e competências, para funções técnicas a desempenhar no quadro das bibliotecas escolares.
Trata-se de um projeto com uma vasta amplitude, que deve ser continuado e cujos fins não revertem apenas para os que neste projeto participam diretamente, mas terá impacto em toda a comunidade escolar do concelho de Oeiras.
Irene Vicente (Chefe de Divisão de Gestão de Recursos Educativos e Administração Escolar do Município de Oeiras), Manuela Esteves (Coordenadora do Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos) e Coordenadoras Interconcelhias da RBE para o Concelho de Oeiras
As bibliotecas escolares do AE Júlio Dantas têm desempenhado um papel fundamental como agentes de integração e aprendizagem através do projeto "Português Língua Não Materna - Integração e Aprendizagem". Este projeto pioneiro, surgiu a partir da candidatura Todos Juntos Podemos Ler, apoiada pela Rede de Bibliotecas Escolares, e da proposta da Direção do Agrupamento, originada numa partilha realizada no âmbito de uma reunião de Rede no Algarve, promovida pela equipa regional para a articulação e flexibilidade curricular.
O projeto funcionou como piloto na biblioteca da EB Tecnopolis durante o ano letivo 2021/ 22 e prevê-se a sua continuidade além do triénio 2021/ 2024.
Nesta biblioteca, os alunos estrangeiros de nível de proficiência linguística A1 e A2 são integrados em turmas que se tornam as suas turmas de origem desde o momento em que chegam à escola, independentemente do período do ano, e participam simultaneamente do projeto. Os alunos têm a oportunidade de se envolver em atividades intensivas na biblioteca escolar destinadas ao conhecimento e aprofundamento da língua portuguesa, com o apoio de uma equipa multidisciplinar de docentes especialmente selecionados. Os professores desenvolvem atividades personalizadas, de acordo com o nível de proficiência dos alunos, respeitando o seu ritmo de aprendizagem e estimulando o trabalho autónomo, por meio da disponibilização de guiões de trabalho com etapas, atividades e recursos correspondentes. Esse trabalho é realizado em articulação com diretores de turma e os demais docentes dos conselhos de turma envolvidos.
A avaliação dos alunos é realizada de forma colaborativa pelos professores das turmas de origem, em diálogo com os docentes responsáveis pelo projeto. A avaliação contínua, feita conjuntamente pelos professores das turmas regulares e pelos docentes do projeto, garante a monitorização do progresso dos alunos e cria oportunidades para a sua plena integração nas turmas regulares.
As bibliotecas escolares do AE Júlio Dantas assumiram o compromisso de oferecer um serviço educativo autenticamente inclusivo e enriquecedor, reconhecendo e valorizando as habilidades e necessidades individuais de cada aluno. Ao implementar estratégias pedagógicas inovadoras, fornecer suporte personalizado e incentivar a participação dos alunos em atividades sociais e educativas, as bibliotecas criam ambientes educativos genuinamente inclusivos. Elas tornam-se espaços de encontro, diálogo e descoberta, onde todos os alunos são encorajados a explorar o seu potencial e a tornarem-se cidadãos ativos e envolvidos na comunidade educativa.
Dessa forma, as bibliotecas têm sido verdadeiros refúgios para alunos de 15 nacionalidades, proporcionando um ambiente acolhedor e inclusivo que os faz sentir pertencentes e apoiados nas suas jornadas educativas. O trabalho conjunto entre professores e biblioteca escolar possibilita o desenvolvimento de estratégias personalizadas e atende às necessidades específicas de cada aluno, impulsionando as suas trajetórias de aprendizagem. Esse trabalho tem sido reconhecido e valorizado pelas famílias e pela comunidade educativa em geral.
Ao criar um ambiente onde todos são valorizados e respeitados, independentemente da sua origem ou bagagem cultural, as bibliotecas cultivam a compreensão mútua, a empatia e a valorização da diversidade. Elas tornam-se verdadeiros catalisadores da transformação inclusiva, estimulando o potencial de cada aluno e contribuindo para a formação de cidadãos conscientes, ativos e preparados para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
Nas bibliotecas escolares de Aljezur, a magia ganha vida por meio de projetos envolventes que exploram a expressão oral e a música no ensino básico. Esses projetos e iniciativas despertam o interesse e a participação ativa de alunos, professores e pais, transformando os espaços físicos das bibliotecas em ambientes vibrantes e inspiradores, repletos de aprendizagens múltiplas.
Palavra Batida: Unindo a Música e a Poesia
Palavra Batida é um projeto apoiado pela Rede de Bibliotecas Escolares, no âmbito da candidatura bePLAN. Esse projeto combina a poesia e a música, envolvendo afeto, paz e harmonia numa experiência global. Os alunos mergulham na riqueza da palavra falada e escrita, criando composições poéticas que ganham vida através do ritmo e da melodia. Essa fusão de elementos artísticos estimula a criatividade, a expressão pessoal e o amor tanto pela literatura quanto pela música. Os podcasts produzidos podem ser ouvidos e apreciados em todo o ambiente escolar.
Nesse contexto, o Dia Aberto ganha destaque, apresentando o projeto intitulado 3 Concertos + Microfone para Todos. Esta iniciativa proporciona aos alunos, pais e professores a oportunidade de se envolverem em histórias musicais contadas, explorarem diferentes estilos musicais e, além disso, desfrutarem de improvisos e leituras envolventes em ambientes sonoros. Com um microfone aberto, os participantes têm a oportunidade de expressar as suas próprias vozes musicais e partilhar os seus talentos com a comunidade escolar, despertando e ampliando ainda mais o gosto pela música e pela literatura.
Afetos Sonoros: Transmitindo Emoções Através da Música
No projeto Afetos Sonoros os alunos têm a oportunidade de explorar a linguagem musical como forma de expressão e comunicação. Este projeto, desenvolvido em colaboração entre a biblioteca escolar e as disciplinas de espanhol, inglês e português, abrange alunos do pré-escolar ao 3º ciclo. Através de atividades práticas e interativas, os alunos escrevem textos onde abordam a temática dos afetos e a sua relação com os outros, desenvolvem habilidades de escuta atenta, fortalecem laços emocionais e aprendem a expressar-se de forma criativa e autêntica.
Poesia no Feminino: O poder das Vozes que Ecoam
Em Poesia no Feminino, as vozes das mulheres, incluindo alunas e professoras, ressoam com orgulho e empoderamento. São vozes que são celebradas e valorizadas na comunidade educativa. O projeto enaltece a leitura de obras literárias femininas e inspira a expressão das vozes individuais, abrindo caminho para a leitura de poesias e textos relevantes para as mulheres na sociedade. É uma celebração da força e da criatividade feminina, reafirmando a importância das suas contribuições na arte e na literatura.
Semana da Música: Um Festival de Sons e Palavras
A Semana da Música é um evento singular que transforma as bibliotecas escolares de Aljezur em palcos repletos de emoção e harmonia. Durante essa semana, toda a comunidade educativa é convidada a participar de uma variedade de atividades musicais, workshops e exposições. As bibliotecas são invadidas por performances e por discos em vinil, onde a música volta a ser analógica, com reflexões sobre as suas metamorfoses, história, evolução, componentes gráficas das capas, o mercado, direitos de autor e o futuro.
Nas bibliotecas escolares de Aljezur, as palavras ganham vida, enquanto os acordes musicais ecoam pelos corredores, criando um ambiente propício para a descoberta, a expressão e a conexão humana. É nesse cenário que a imaginação floresce, as vozes são ouvidas e a melodia torna-se um fio condutor para o conhecimento.
Além de oferecer um acervo de livros e recursos, as bibliotecas escolares transformam-se em verdadeiros centros de expressão artística, onde os alunos podem explorar a sua criatividade por meio de atividades musicais, recitais de poesia, apresentações teatrais e muito mais. Essas experiências transcendem o ensino tradicional, despertam o amor pela aprendizagem, fortalecem os laços entre os membros da comunidade educativa e abrem caminhos para novas formas de pensamento e de expressão.
Num mundo cada vez mais digital, as bibliotecas escolares desempenham um papel fundamental ao oferecer um refúgio para a imaginação e relação humana. Elas são espaços onde as palavras e a música se entrelaçam, criando um ambiente propício para a descoberta de novos horizontes e o florescer dos talentos individuais. Portanto, é com alegria e entusiasmo que alunos, professores e pais, se entregam à frequência desses espaços, encontrando inspiração, crescimento pessoal e a promessa de um futuro cheio de possibilidades e harmonia.
A Rede de Bibliotecas de Elvas, designada RBELV integra todas as bibliotecas e centros documentais do concelho de Elvas, numa parceria articulada entre a autarquia, a educação, a cultura, o ensino superior, a ciência e tecnologia.
No seio de uma cidade elevada a Património Mundial em 2012, a RBELV tem a particularidade de ter como parceiros, bibliotecas que abrem o caminho para novas e inovadoras partilhas.
Integram a RBELV as Bibliotecas das seguintes entidades: Município de Elvas, Agrupamento de Escolas n.º 1 de Elvas , Agrupamento de Escolas n.º 2 de Elvas , Agrupamento de Escolas n.º 3 de Elvas , Colégio Luso-Britânico de Elvas, Museu Militar de Elvas, Estabelecimento Prisional de Elvas e Escola Superior Agrária de Elvas/ Europe Direct Alto Alentejo (Instituto Politécnico de Portalegre).
Tem esta Rede como principal objetivo o desenvolvimento de uma política integrada de promoção da leitura, da escrita e das múltiplas literacias, nomeadamente, a cultural, a científica e a digital, para crianças, jovens e adultos, não só de todos os níveis de ensino, que integram a rede, como também da população em geral, nesta região do interior do país.
Para a concretização desse objetivo é fundamental no caso da Biblioteca Municipal de Elvas “Dr.ª Elsa Grilo”, a criação de parcerias entre as bibliotecas escolares e centros documentais, que consolidem dinâmicas de trabalho colaborativo ao nível da organização, gestão e disponibilização de recursos documentais, bem como da promoção de dinâmicas na área das literacias, gerais e específicas, dirigidas a públicos diferenciados.
A Biblioteca Municipal de Elvas, em articulação com as Bibliotecas Escolares dos Agrupamentos de Escolas de Elvas e do Colégio Luso-Britânico de Elvas, tem vindo frequentemente a desenvolver ações cooperativas ao nível educativo e cultural, em prol do sucesso educativo no concelho e do crescimento dos níveis de literacia dos alunos e cidadãos do Concelho de Elvas. São disso exemplo, a partilha de recursos e espaços para a vinda de autores consagrados da literatura infantojuvenil, que se repartem na sua estadia por todas as Bibliotecas, alcançando-se assim todos os públicos, e rentabilizando a nível económico os recursos financeiros dos parceiros.
Esta colaboração entre a Biblioteca Municipal e as Bibliotecas Escolares permite também criar e dar continuidade à organização e gestão de projetos de intervenção e colaboração na área das Bibliotecas, tendo em vista a promoção da leitura e das literacias na comunidade local, como disso é exemplo o projeto “Conhecer para Promover”.
O “Conhecer para Promover”, é um projeto que visa que os alunos do Secundário e Ensino Superior (Turismo e Hotelaria), no âmbito dos seus estágios e depois no seu percurso profissional, possam dar informação aos turistas sobre as Rotas de Escritores e Obras Literárias de Elvas.
De modo iniciático, é dada uma breve formação e explicação sobre as rotas aos formandos, complementada com a visita presencial aos circuitos turísticos. As experiências e produtos de turismo literário contêm um forte potencial educativo para a comunidade local e fomentam a afirmação da identidade do povo-anfitrião e simultaneamente promovem o seu bem-estar económico.
Dinamizado pela Biblioteca Municipal em articulação com os professores bibliotecários, este projeto tem por objetivos o reconhecimento do papel da literatura enquanto recurso turístico no desenvolvimento de uma cidade e a valorização do património literário no âmbito do desenvolvimento da procura turístico-cultural, numa dialética entre passado e presente onde a literatura se assume como meio de envolvimento da cidade com a sua identidade, memórias e simbolismos intrínsecos.
A RBELV encontra-se também a desenvolver a implementação do Catálogo Coletivo Online das Bibliotecas do Concelho de Elvas com vista à melhoria do funcionamento das bibliotecas, fomentando desse modo o empréstimo interbibliotecas e políticas de aquisições, que visem a otimização de recursos, a promoção de leitura e o desenvolvimento das literacias.
Esta plataforma agregadora dos recursos bibliográficos dos parceiros da Rede contribui para a disponibilização de vários serviços a utilizadores variados, contribuindo para uma gestão mais sustentada dos recursos bibliográficos e potenciando o acesso ao conhecimento e a divulgação das bibliotecas da Rede.
Tânia Morais Rico Biblioteca Municipal de Elvas, “Dr.ª Elsa Grilo” Município de Elvas