Realizou-se ontem mais um webinar no âmbito do Plano 21|23 Escola+, Eixo “Ensinar e Aprender”, sobre a ação específica “Diário de Escritas”, organizado conjuntamente pela Direção-Geral da Educação e pela Rede de Bibliotecas Escolares. As especialistas Encarnação Silva e Mariana Pinto apresentaram duas propostas de trabalho no âmbito da escrita: “Sequências didáticas para o ensino da escrita” e “Do prazer da leitura aos sentidos da escrita”.
Foi também possível contar com a apresentação de duas práticas de escrita desenvolvidas sob a égide da biblioteca: Caminhar com a escrita, apresentado pela professora bibliotecária Carminda Lomba, do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola, com o testemunho dos alunos Lara e Rodrigo é um projeto que envolve alunos do 9.º ano.
Do outro lado do quadro, apresentado pela professora bibliotecária Teresa Gomes do Agrupamento de Escolas de Rio Tinto, N.º 3, dirige-se a alunos do 1.º Ciclo.
Para quem não teve oportunidade de seguir em direto, disponibiliza-se aqui a gravação:
No Dia Internacional dos Direitos Humanos, assinala-se a receção do Prémio Nobel da Literatura por José Saramago e a Rede de Bibliotecas Escolares, parceira das Comemorações do Centenário de José Saramago, disponibiliza um conjunto de propostas de trabalho, a desenvolver a partir das palavras do escritor.
“Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa. Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor.”
“Nós, os titulares de direitos temos de assumir a nossa situação não como algo que nos é dado de uma vez e para sempre, mas como um atributo que exige exercício e atualização a cada dia.”
A pandemia deu-nos consciência e experiência viva, coletiva e em tempo real:
- Das consequências, prejudiciais para todos, dos riscos ambientais e sociais;
- De que natureza e sociedade dão sempre retorno do uso, intensivo e desmesurado, de recursos naturais e do que pode acontecer se, nas nossas decisões e ações, não tivermos em consideração as pessoas, seres e ecossistemas mais frágeis.
Esta aprendizagem deve marcar o início de uma nova era de cooperação, inovação e ação, ao serviço do equilíbrio ambiental e social, com o propósito de garantir saúde e bem-estar globais.
Para moldar esta nova atitude que garantirá o alcance da Agenda 2030 da comunidade internacional, há que dar aos direitos humanos uma nova abordagem, posicionando-os, não no ponto de vista do sujeito individual de direitos e liberdades fundamentais, o eu, mas no ponto de vista do outro, de todos os outros: seres vivos, humanos, ecossistemas naturais que devemos ter em atenção e cuidar.
Esta abordagem alargada e aprofundada dos direitos humanos está expressa na Carta Universal de Deveres e Obrigações dos Seres Humanos, anunciada por José Saramago no discurso pronunciado no banquete do Prémio Nobel, a 10 de dezembro de 1998.
No Centenário de José Saramago que este ano se comemora, a Rede de Bibliotecas Escolares toma esta Carta como base da sua reflexão e ação junto das bibliotecas escolares para incentivar, sobretudo nas crianças e jovens, a leitura e a escrita, a literacia da informação e comunicação e a cidadania, de modo a que todos possam realizar o seu potencial, viver em harmonia e florescer.
Veja todas as propostas de trabalho no portal RBE.
Recentemente, a propósito do Novo Encontro Juventudes, [1] que apresentou dados que retratam os jovens de hoje, ficou clara a necessidade de trabalhar de forma sustentada o bem-estar dos alunos. Este surge atualmente como um fator importante para o desenvolvimento das suas competências socio-emocionais e académicas sendo significativo na prevenção da depressão, do suicídio, da automutilação, do abuso de substâncias nocivas, de comportamentos antissociais (incluindo o bullying, a violência e o ódio)… Todos estes, problemas evidenciados no estudo acima referido.
No artigo Bem-estar & biblioteca escolar, tinha-se já colocado em evidência o importante papel que as bibliotecas escolares são chamadas as desempenhar na promoção do bem-estar dos alunos. Ao trabalhar regularmente áreas como mentes e corpos saudáveis, proteção contra o bullying, segurança online, respeito pela diversidade, escolhas responsáveis, construção de relacionamentos positivos, entre tantas outras, a biblioteca está a responder ao que dela se espera quando se preconizam, no quadro estratégico Bibliotecas Escolares: presentes para o futuro [2], “dinâmicas que conduzam a comportamentos e estilos de vida responsáveis, promotores de bem-estar (individual, coletivo, ambiental)”.
Além de serem espaços seguros, acolhedores e relaxantes, as bibliotecas escolares proporcionam simultaneamente ambientes de aprendizagem estimulantes e flexíveis. Com a vasta quantidade de informação e tecnologia disponível, as bibliotecas tornam-se lugares onde a criatividade, a inovação e a colaboração estão omnipresentes. Todas estas características são potenciadoras de bem-estar.
Nesse sentido, a criação de makerpaces tem-se revelado bastante vantajosa, no apoio ao bem-estar dos alunos desenvolvendo o que Jackie Child [3] propõe como os 3Rs: resiliência, relacionamentos e rebelião, sendo que rebelião, apesar da conotação negativa que pode adquirir, representa aqui a possibilidade de quebrar regras, usar a criatividade, “sair da caixa”, inovar – habilidades tão relevantes quando se trata de preparar o futuro.
O makerspace congrega também os “4Cs” das competências do futuro [4] - Criação, Comunicação, Colaboração e Crítica (pensamento crítico): os alunos são convidados a utilizar uma multiplicidade de ferramentas para criarem algo novo, o que requer criatividade, pensamento crítico, e resolução de problemas. Para terem sucesso, é indispensável trabalharem em colaboração e terem a capacidade de comunicar uns com os outros, transmitindo e defendendo as suas propostas enquanto trabalham em conjunto, procurando tornar palpável o que imaginaram.
Quando se envolvem nas múltiplas atividades e oportunidades oferecidas por um makerspace, os alunos descontraem-se e divertem-se, aproximando-se de estados de felicidade. É um ambiente que não é ameaçador e onde podem concretizar/ experimentar/ testar as suas ideias. Têm oportunidade de ir até onde quiserem e de se perdoarem por não serem perfeitos: falhar torna-se parte da diversão. Podem explorar, mexer e enfrentar novos desafios, sem a pressão de terem que ter um bom desempenho (como acontece frequentemente quando respondem a testes de avaliação), sem medo de correrem riscos.
Aliás, uma das aprendizagens importantes a promover é que do fracasso pode advir uma grande aprendizagem. Não podemos esquecer que aprender por tentativa e erro era já valorizado pelos nossos avós quando ensinavam que “fazer e desfazer, tudo é aprender” e punham nas mãos do aprendiz as ferramentas para a experimentação.
Resolverem problemas e desafios, ao criarem e tentarem fazer as coisas funcionarem, também lhes dá confiança no sucesso e realização pessoal.
Dar objetivos aos alunos e permitir que as suas paixões sejam exploradas responde a uma necessidade humana inata. As bibliotecas contribuem, deste modo, para que estes recuperem a sua curiosidade e criatividade, qualidades que Sir Ken Robinson (2007) considera indispensáveis à sobrevivência da humanidade. [5]
Nos makerspaces, ao mesmo tempo que se promove o bem-estar e competências socio-emocionais, o desenvolvimento cognitivo é estimulado, uma vez que se fornecem desafios e oportunidades para resolver problemas e para isso será necessário, em cada momento, recorrer a todo o conhecimento anterior de que o aluno dispõe, atingindo-se assim aprendizagens profundas.
[2] Portugal. Rede de Bibliotecas Escolares (2021). Bibliotecas Escolares: presentes para o futuro. Programa Rede de Bibliotecas Escolares: Quadro estratégico: 2021-2027.https://rbe.mec.pt/np4/file/890/qe__21.27.pdf
Definida de forma muito simples, a Inteligência Artificial (IA) é a capacidade que os dispositivos eletrónicos têm de funcionar de maneira semelhante ao pensamento humano.
Outro termo que é referido sempre que se fala de IA é algoritmo. Um algoritmo é um conjunto ordenado de instruções, operações, etapas e processos que permitem desenvolver uma tarefa específica ou encontrar uma solução para um problema. Por exemplo, se pensarmos em alguém que nunca fez um avião de papel e tivermos de lhe dar instruções escritas precisas para que seja capaz de o construir, sem outra ajuda, estamos a criar um algoritmo. Este tipo de operação mental é muitas vezes designado como pensamento computacional, mesmo quando o seu objeto não é um programa informático, mas é sobretudo para a programação que ele é essencial. Quando as crianças são iniciadas no código, por exemplo usando o Scratch, elas aprendem a exercitar este tipo de pensamento.
Quando falamos em algoritmos associados à IA, estamos a referir-nos a conjuntos de instruções extremamente complexas que permitem a um software a resolução autónoma de problemas. E quando, para resolver determinado problema, existem diversos caminhos, é preciso combinar algoritmos com dados.
Na realidade tecnológica atual, é produzida e armazenada diariamente uma quantidade imensa de dados. Existem sistemas muito complexos para organizar, analisar e interpretar estes big data. Por exemplo, quando acedemos a uma loja virtual à procura de determinado produto, os dados desse acesso (onde acedemos, por onde lá chegámos, quanto tempo lá permanecemos, o que fizemos a seguir, …) ficam armazenados. Com essas informações, existem algoritmos orientados para nos mostrar outros produtos semelhantes, quer estejamos ainda na página da loja virtual, quer em forma de publicidade, quando já saímos dela.
Processos semelhantes acontecem quando as redes sociais nos apresentam uma seleção de conteúdos personalizada, ou quando as plataformas de streaming nos fazem sugestões que nos são especificamente dirigidas. Daí a utilização que o termo bolha passou a ter, para designar a realidade digital em que cada um vive.
A bolha delimita, coloca o nosso horizonte demasiado próximo e, muitas vezes, não nos deixa ir mais além. Quando assim é, há ameaças ao nosso conhecimento do mundo, do outro, do diverso, do diferente. A nossa capacidade de pensar criticamente fica, ela própria, comprometida. Criam-se microclimas favoráveis à proliferação de teorias da conspiração, ideias antidemocráticas, discursos de ódio e toda a espécie de atentados ao pensamento racional e ao respeito pelos direitos humanos.
No entanto, e sobretudo enquanto educadores, a nossa perspetiva não pode ser nunca fatalista. Não se trata de uma situação irremediável e o primeiro passo para minimizar os efeitos adversos e tirar proveito das inúmeras oportunidades é ter consciência do funcionamento destes processos.
A IA não se limita a criar uma bolha para cada um de nós. Ela é responsável por progressos notáveis que se tornaram tão rotineiros que já não os apreciamos enquanto novidades, como levar-nos pelo caminho mais rápido ao nosso destino, ordenar-nos as fotos por local onde foram tiradas, por temas ou por pessoas, organizar os nossos emails em secções e decidir o que é spam, ou obedecer aos nossos pedidos verbais para acender a luz, ligar uma máquina, informar sobre o tempo, …
A IA está também na base da aprendizagem automática ou machine learning, em que as máquinas criam os seus algoritmos para elaborarem regras a partir de dados fornecidos por humanos. Um exemplo disto são os sistemas de tradução fornecidos por diversas plataformas que têm melhorado muito devido ao cruzamento de milhões de exemplos de traduções reais que se encontram na web.
A análise preditiva é outra das possibilidades oferecidas pela IA e consiste na capacidade de identificar a probabilidade de resultados futuros com base em dados algorítmicos estatísticos e técnicas de machine learning. A área da saúde é um dos exemplos em que esta análise é aplicada.
O papel das bibliotecas escolares e outras na formação dos seus utilizadores para tomarem consciência destes processos, evitando as ameaças e tirando partido das oportunidades, é inquestionável. Há até investigadores que defendem que esta é uma área de tal modo importante que deveria tornar-se independente da literacia digital e da informação, para se designar literacia algorítmica.
A literacia algorítmica é um meio de compreender este novo conjunto de regras e de promover as aptidões e capacidades para que as pessoas possam utilizar algoritmos e não serem utilizadas por eles. As bibliotecas têm tradicionalmente defendido a tecnologia acessível e a sua utilização eficaz. A ubiquidade da tomada de decisões algorítmicas e o seu profundo impacto na vida quotidiana torna o reconhecimento e promoção da literacia algorítmica um novo desafio crítico e imperativo para as bibliotecas de todos os tipos.
Nesse mesmo artigo, os autores mencionam exemplos de programas, destinados ao público escolar ou ao público em geral, que visam o conhecimento e a formação na área dos algoritmos e da Inteligência Artificial: The Algorithmic Literacy Project (algorithmliteracy.org/) and A.I. For Anyone (https://aiforanyone.org).
Para as bibliotecas escolares, mais importante do que discutir se esta espécie de literacia se deve autonomizar ou não, o que importa é que as questões que lhe dizem respeito façam parte do programa de literacias que cada agrupamento/ escola deve elaborar sob a alçada da biblioteca. Os professores bibliotecários serão dos mais habilitados para o fazer, enquadrados pelos documentos orientadores da Rede de Bibliotecas Escolares.
O referencial Aprender com a biblioteca escolar, estabelece, na área da literacia dos media, quatro descritores em que este tema é abordável. Transcrevem-se aqui os referentes ao ensino secundário:
6. Seleciona criteriosamente produtos mediáticos, com base no seu valor e noutros critérios relevantes, assumindo-se como um consumidor esclarecido.
7. Reconhece o uso de procedimentos avançados de segurança e de proteção como uma exigência inerente a uma boa utilização dos media, exercendo conscientemente os seus direitos e deveres online.
8. Age responsavelmente em situações onde a ética na comunicação foi transgredida (conteúdos lesivos ou impróprios, cyberbullying, sexting, roubo de identidade, ...).
9. Usa as bibliotecas para explorar as potencialidades dos media como fontes de conhecimento e cultura, criar conteúdos e participar construtivamente nas redes de comunicação global.
Na mesma área, nas Estratégias de operacionalização, sugere-se:
Análise sobre:
– Informação divulgada pelos media (campanhas, documentários, programas de rádio ou de TV, artigos de jornais, …), com base em fatores relevantes como: veracidade, coerência, interesse público, completude, abrangência, diversidade de públicos, informação vs manipulação, modo como a técnica é usada para se atingir determinado tipo de público, modo como se influenciam escolhas e opiniões, ...
– Mensagens e valores veiculados pelos media (questões sociais e éticas: classes sociais, género, raça, ideologia, crenças, estereótipos, papéis, personagens, ...).
Em Bibliotecas Escolares: presentes para o futuro. Programa Rede de Bibliotecas Escolares: Quadro estratégico: 2021-2027, no eixo Saberes, estabelece-se, na linha de ação 3
Assegurar abordagens integradas das literacias da informação, dos media e digital, perseguindo o desenvolvimento do pensamento crítico, das capacidades de resolução de problemas e de comunicação e do uso ético, eficaz e criativo da informação, media e tecnologia.
E no eixo Pessoas, linha de ação 3
Induzir dinâmicas que conduzam a comportamentos e estilos de vida responsáveis, promotores de bem-estar (individual, coletivo, ambiental).
Temos, assim, sustentação para capacitar os alunos para a compreensão das características do mundo digital em que vivem e para o exercício do pensamento crítico que os levará a expandir ou mesmo a transpor os limites de qualquer bolha.
Referências
1. Ridley, M., & Pawlick-Potts, D. (2021). Algorithmic Literacy and the Role for Libraries. Information Technology and Libraries, nr. 40(2). https://doi.org/10.6017/ital.v40i2.12963
O Estudo sobre Competências Sociais e Emocionais (Study of Social and Emotional Skills – SSES) [1] coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) envolve 10 países do mundo, entre os quais Portugal, exclusivamente o município de Sintra (1 cidade/ país). Contando com o apoio do Ministério da Educação e financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, envolveu em Sintra a participação de 58% dos alunos, 80% dos docentes e 96% dos diretores dos estabelecimentos de ensino.
Este estudo não se destina a avaliar o desempenho curricular dos alunos, mas competências que lhes permitem lidar com a incerteza, a complexidade, o cuidado e respeito mútuo e, em geral, os desafios do futuro. É o primeiro estudo internacional a avaliar estas competências em duas faixas etárias - 10 e 15 anos – que frequentam qualquer modalidade de ensino do 4.º ano ao 12.º ano de escolaridade e desenvolveu-se em três fases:
1.ª Teste aos instrumentos a aplicar (abril a maio de 2018);
2.ª Ensaio de campo (outubro a dezembro de 2018, em 31 estabelecimentos de ensino público e privado);
3.ª Estudo principal (outubro a dezembro de 2019 em 48 escolas para os alunos de 10 anos e 31 escolas para os alunos de 15 anos, envolvendo 58% [3855] dos alunos, 80% dos docentes e 96% dos diretores dos estabelecimentos de ensino de Sintra).
De acordo com o Sumário Executivo do Estudo conclui-se, nas várias áreas, o seguinte:
Distribuição sociodemográfica, tendo por base idade, sexo, estatuto socioeconómico e antecedentes migratórios dos jovens
- Aptidões sociais e emocionais, ao contrário dos conhecimentos curriculares, diminuem com a idade, sobretudo em competências como otimismo, confiança, energia e sociabilidade.
- Nas raparigas este declínio é ainda mais acentuado, revelando também níveis mais elevados de responsabilidade, empatia e cooperação com os outros.
- Estudantes de ambiente socioeconómico mais favorecido relatam competências sociais e emocionais mais elevadas em todas as cidades envolvidas.
Sucesso académico, tendo por base os resultados escolares em leitura, matemática e artes e aspirações de educação e carreira
- Em todas as idades, competências sociais e emocionais, como curiosidade e persistência, são preditoras de bom desempenho escolar e profissional.
Bem-estar psicológico
- Com a idade e, sobretudo nas raparigas, a satisfação com a vida diminui e a ansiedade perante os testes aumenta.
- Estudantes de meios socioeconómicos mais favorecidos revelam níveis mais elevados de satisfação com a vida e bem-estar psicológico.
- Clima escolar competitivo e elevadas expectativas dos seus pais e professores estão associados a um nível mais elevado de bem-estar psicológico para crianças de 10 anos, mas a um nível mais elevado de ansiedade nos testes para jovens de 10 e 15 anos.
Criatividade e curiosidade
- Pais e educadores confirmam a diminuição com a idade, em rapazes e raparigas, de competências emocionais como criatividade e curiosidade.
- Estudantes de 15 anos que se consideram altamente criativos, também se descrevem como persistentes e desejosos de aprender coisas novas e esperam trabalhar em empregos criativos.
Bullying e interacções sociais na escola, examinando o sentido de pertença, a sua relação com os professores
- Um em cada cinco estudantes com 10 anos, relatou que gozavam com ele uma vez por semana ou mais.
- Rapazes apresentam maior exposição ao bullying, mas também maior sentimento de pertença à escola.
- Estudantes que relataram maior exposição ao bullying, relatam menor resistência ao stress, otimismo e controlo emocional.
- Estudantes de meios socioeconómicos mais favorecidos têm sentido mais forte de adaptação à escola e melhores relações com seus professores.
- A relação com os seus professores é fortemente influenciada pela sua curiosidade, motivação e otimismo na realização.
No global, o relatório evidencia que competências sociais e emocionais influenciam o desempenho académico, expetativas educacionais e profissionais, o relacionamento interpessoal, a saúde e o bem-estar.
Para moldar a mente e caráter dos estudantes, Andreas Schleicher, Diretor para a Educação e Competências da OCDE, defende no Editorial do Estudo, “Precisamos de pensar de forma mais integrada e criativa. Precisamos de reconhecer as interconexões, ser capazes de lidar com tensões e dilemas, sentir à vontade com a ambiguidade, persistir mesmo em tempos difíceis.”
No dia 9 de dezembro, pelas 17 h, realizar-se-á mais um webinar no âmbito do Plano 21|23 Escola+, Eixo “Ensinar e Aprender”, sobre a ação específica “Diário de Escritas”, organizado conjuntamente pela Direção-Geral da Educação e pela Rede de Bibliotecas Escolares.
Contamos com a participação de duas especialistas, assim como de docentes do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola (Viana do Castelo) e do Agrupamento de Escolas de Rio Tinto N.º 3 (Gondomar), para partilharem modelos, estratégias e recursos para a organização do trabalho oficinal de desenvolvimento da escrita em diferentes níveis e ciclos de ensino e em diferentes registos, géneros e formatos.
Pretende-se, deste modo, contribuir para uma reflexão sobre a atividade de escrita e suas múltiplas habilidades e técnicas, a par da promoção de oficinas, de portefólios e de ambientes que estimulem o gosto por escrever, de acordo com o referido no Plano de Recuperação das Aprendizagens, publicado em Diário da República, na Resolução de Conselho de Ministros n.º 90/2021.
Este webinar é moderado por Ana Luísa Alves (Direção-Geral da Educação) e Raquel Ramos (Rede de Bibliotecas Escolares), contando com a presença da Professora Encarnação Silva, da Escola Superior de Educação de Lisboa, e da Professora Mariana Pinto, da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, assim como das professoras bibliotecárias Carminda Lomba e Teresa Gomes, do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola e do Agrupamento de Escolas de Rio Tinto N.º 3, respetivamente.
Durante o mês de novembro, no âmbito do desafio Instagram, a Rede de Bibliotecas Escolares sugeriu às bibliotecas que partilhassem uma medida do PADDE da sua escola, em que estivessem envolvidas. Entretanto, ficou claro que muitas escolas estão ainda em processo de conclusão desse documento, pelo que seria prematuro as bibliotecas fazerem partilhas consistentes e objetivas. Assim, optou-se por alargar o período de partilha deste desafio e as submissões validadas irão sendo publicadas ao longo do ano letivo.
E eis-nos em dezembro, mês em que os laços são normalmente fortalecidos, em que nos entregamos mais aos outros, em que estamos mais disponíveis para nos colocarmos no lugar do próximo… E é precisamente a 10 de dezembro que celebramos a Declaração Universal dos Direitos Humanos e que, tantas vezes, temos que lembrar que ainda estamos muito longe daquilo que ela prevê…
A este propósito recordamos que:
- A 11 de novembro, vimos publicado o relatório da UNESCO Reimaginar os nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação que, constatando a necessidade de garantir o direito a uma educação de qualidade ao longo de toda a vida, a qual compreende o direito à informação, à cultura e à ciência, assim como o direito a aceder e contribuir para o património comum de conhecimento da humanidade, insta todos (juntos) a promover a cidadania ativa e a participação democrática, nos conteúdos, políticas e métodos educativos. [2]
- Também no seu Quadro Estratégico, Bibliotecas Escolares: presentes para o futuro,[3] a RBE advoga os valores da equidade, diversidade e inclusão e a necessidade de reconhecimento e valorização da diversidade na sua pluralidade e de criação de condições para o desenvolvimento e participação de todos. Em concordância com estes valores, define no seu Eixo Pessoas a intenção de incentivar ações que convoquem para o exercício da cidadania democrática, reflexiva e empreendedora, comprometida com uma visão humanista e sustentável do mundo.
É neste contexto que este mês se desafiam as bibliotecas a partilharem uma atividade, desenvolvida ou a desenvolver, que aborde os Direitos Humanos.
Para criar coesão neste desafio, foi preparado um modelo com várias sugestões, do qual as escolas deverão preencher um diapositivo e guardá-lo em formato imagem (JPG ou PNG).
Essa imagem deverá ser publicada nos canais de comunicação da biblioteca e a hiperligação para a mesma partilhada com a RBE através deste formulário.
Sugerimos a utilização dos seguintes hashtags- #direitoshumanos #cidadania #bibliotecaescolar #rededebibliotecasescolares