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Blogue RBE

Qui | 31.07.25

Férias: Sugestões para todos, para ler a par ou sozinho

por Júlia Martins*

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O verão chegou!  Há sol no céu, uma brisa fresca no ar e tempo de sobra para sonhar! É tempo de brincar, descansar… e também de descobrir novos mundos dentro das páginas de um livro.

Ler, um pouco, todos os dias vai ser uma grande aventura. A leitura de um livro permite para viajar sem sair do lugar, para rir, pensar, sentir e até crescer.

Porque um leitor hoje… é um explorador para sempre! Explore estas sugestões!

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A Alma é uma menina cheia de imaginação. Demasiada imaginação! Quando chega o Verão, vai visitar uma tia-avó que vive no campo, perto do mar. Passa os dias a passear e a brincar com o gato. Até que, um dia, ouve vozes e música vindas de um funeral. [sinopse disponibilizada pela editora]

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A pequena Marília, de 10 anos, vê‑se envolvida num conflito parental, receando vir a ser impedida de manter uma relação de proximidade com o pai. Nas situações de conflito parental, a necessidade de ouvir a criança é decisiva.

Este livro foi escrito a pensar em todas as crianças e jovens confrontados com a separação ou o divórcio dos pais, que tenham de ser ouvidos no tribunal em relação à sua vida futura. Mas dirige‑se também a adultos (pais, irmãos, amigos, educadores, técnicos) que sintam a necessidade de explicar e sossegar os receios e anseios das crianças envolvidas. A história aqui contada serve para se abordar de forma não exaustiva, mas prática e em linguagem acessível, as principais questões frequentemente discutidas no quadro do regime de responsabilidades parentais. A informação concreta que a acompanha é o guia útil para situações em que a criança tem o direito a ser ouvida em tribunal.” [sinopse disponibilizada pela editora]

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“Esta publicação é o primeiro relatório dedicado aos terráqueos — seres relativamente discretos, conhecidos como humanos, que vivem nos limites da Via Láctea. Os investigadores do estudo compilaram um amplo conjunto de dados sobre a sua aparência, anatomia, comportamento, costumes e impacto no planeta. Os dados são apresentados de forma factual, sem crítica ou análise. Ficarão os terráqueos surpreendidos com os factos apresentados nesta publicação? Poderá esta informação servir aos humanos como um guia para olharem para si próprios e considerarem o valor e a diversidade da Terra e a importância de proteger o futuro deste planeta?” [sinopse disponibilizada pela editora]

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 “ O que é mesmo a Ciência? Será saber todas as respostas? Memorizar uma montanha de dados? Procurar o conhecimento apenas para resolver problemas concretos?

Philip Ball, o autor deste livro, acredita que a Ciência é algo muito diferente, e que um bom cientista não é aquele que sabe necessariamente todas as respostas, mas alguém capaz de fazer as melhores perguntas, cruzar disciplinas e ser curioso só porque sim. “  [ sinopse disponibilizada pelo editor]

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“No último dia de aulas, a professora anuncia que os alunos vão ter de ler um livro nas férias. Aquele que parece ser o pior programa de sempre para uma menina que odeia livros (sem nunca ter lido nenhum até ao fim), será o começo de uma grande aventura. Da premiada criadora de Inundação e Perdido, chega-nos uma história mágica sobre a alegria de descobrir pela primeira vez a ligação a um livro e de viajar nas asas da imaginação.” [sinopse disponibilizada pela editora]

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“O verão está a chegar ao fim, mas o bar da praia continua quase sempre cheio. JP serve às mesas e Inês fica nos bastidores, a tirar cafés, a cortar fiambre, a fazer tostas. Não são propriamente amigos. Ele é leviano e alegre, ela parece levar-se demasiado a sério. Numa manhã de nevoeiro, um acontecimento inesperado vai uni-los mais do que nunca. Mas quanto mais Inês mergulha num drama que não é o seu, mais se afasta da sua própria vida.

– Às vezes sinto que não sou eu própria.

– Como assim?

– Parece que sou outra pessoa ou que estou a tentar ser outra pessoa.” [Sinopse disponibilizada pela editora]

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“Um velho e solitário carteiro percorre a floresta e entrega cartas misteriosas aos animais. Mas estas não são umas cartas quaisquer, parecem mágicas, pois ajudam a resolver mal-entendidos e a formar amizades. Que segredo esconderá este carteiro?

Uma história comovente que lembra a importância de uma comunidade unida, de prestarmos atenção uns aos outros e de acolhermos os mais velhos.” [sinopse disponibilizada pela editora]

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“A semente desacontece para ser planta, a nuvem forma chuva, e a onda, espuma.

Mas o que acontece às pessoas quando elas desacontecem? [sinopse disponibilizada pela editora]

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O verão é tempo de leitura não só para os mais jovens, mas também para os jovens adultos, adultos, professores, professores bibliotecários… para todos!

Afinal, todos necessitamos de um intervalo no ritmo, uma oportunidade de respirar mais fundo, de escutar com mais atenção — os outros, o mundo, e nós mesmos.

É tempo de ler e dar a ler!

Ler por prazer, ler para descobrir, ampliar mundo e semear conhecimento. Neste verão, que a leitura seja um refúgio, um reencontro e recomeço.

Aqui ficam algumas sugestões.

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“Travancor, Costa do Malabar, 1900. Uma rapariga de doze anos tenta dormir nos braços da mãe.

Amanhã deixará a casa onde cresceu para casar com o homem a quem foi prometida. O homem que será o seu marido, o novo senhor da sua vida, é trinta anos mais velho, viúvo, com um filho ainda criança. A jovem noiva vai ao encontro do seu futuro tal como foi decidido por outros, tal como a sua mãe e a mãe da sua mãe o fizeram antes dela. “ [sinopse disponibilizada pela editora]

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“«Sempre acreditámos que mudar de ideias é uma melhoria, trazendo maior autenticidade às nossas relações com o mundo e com as outras pessoas. Põe fim à vacilação, à incerteza, à fraqueza de espírito. Parece que nos torna mais fortes e maduros. Será assim?» Este livro recolhe um conjunto de ensaios e pequenas palestras inicialmente pensadas para uma emissão de rádio. O resultado é um objeto literário brevíssimo e muito belo, uma seleção de cinco ensaios sobre o tema «mudar de ideias».” [sinopse disponibilizada pela editora]

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“Serão as máquinas capazes de produzir e manifestar inteligência?
Numa época em que tanto se fala de inteligência artificial, impõe-se uma questão prévia: mas o que é a inteligência? O conceito tem sido objeto de definições e interpretações diversas – tantas quantos os especialistas que sobre ela se debruçaram. Neste livro, o prestigiado neurologista Alexandre Castro Caldas dá a conhecer a evolução do conceito ao longo dos séculos e apresenta a inteligência como uma capacidade não exclusiva dos seres humanos, mas própria dos seres vivos em geral, ainda que com expressões diferentes de espécie para espécie. “ [sinopse disponibilizada pela editora]

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“Uma reflexão necessária e urgente sobre a forma como o ambiente digital está a transformar as nossas vidas e a nossa relação com a leitura. Nenhum filósofo contemporâneo tem hoje tanta influência como um algoritmo. Somos a primeira geração de gente a quem é exigido que faça prova de pertencer à espécie humana. Por isso temos de declarar, frente a um computador, «não sou um robô». Já somos seres digitais. Que influência tem isso na nossa percepção da realidade? Que derivas políticas podem resultar desta revolução tecnológica? Qual o papel do livro e da leitura nesta nova era? Juan Villoro coloca-nos frente a questões como estas numa deambulação reflexiva em que se implica pessoalmente, implicando-nos a todos.” [sinopse disponibilizada pela editora]

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“Incontornável para todos os que gostam de livros, esta aclamada obra de Mortimer J. Adler e Charles Van Doren, publicado originalmente em 1940, é um prodígio raro, um clássico vivo sobre os vários níveis de leitura e a forma de os alcançar – desde a leitura elementar, passando pela leitura sistemática, profunda e introspetiva, até à leitura rápida. Aqui, o leitor terá a oportunidade de intensificar o prazer da leitura, aprender a avaliar (ou não) um livro pela capa, fazer uma análise pormenorizada do conteúdo, desenvolver uma leitura crítica aprofundada e extrair de forma eficaz a mensagem que o autor deseja transmitir. Como Ler Um Livro inclui resumos, esquemas e instruções sobre diversas técnicas de leitura, adaptadas a cada género literário, desde peças de teatro a poesia até filosofia e ciências sociais. “ [sinopse disponibilizada pela editora]

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“Esta é a história de Natalia, uma mulher muito velha, que passa os dias em casa, aguardando pacientemente os telefonemas da filha, que vive noutro país. Através de Natalia, conhecemos Vicente, o seu companheiro, que era professor e foi perseguido pela ditadura; Sarah, a sua melhor amiga, dona de um temperamento irascível e de uma loja de biscoitos; Jorge, um sem-abrigo que morava na mesma rua, lia cartas que adivinhavam o futuro e recebia em troca doses de Campari. Viúva e última sobrevivente de um círculo de amigos, Natalia traz em si todos os seus humanos, como se fossem um álbum de desaparecidos. São estas companhias invisíveis que, agora, lhe povoam a casa e o espírito. A partir do amor, dos laços familiares e da amizade, dos equívocos e enganos, das saudades e ausências, Juliana Leite desenha um mapa antropomórfico que nos leva pelos símbolos da memória, pilar inabalável da nossa consciência e poderoso antídoto para o silêncio e a solidão. “ [sinopse disponibilizada pela editora]

 

Boas leituras!

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* Júlia Martins

Acredita no poder da leitura. Dar a ler é um desafio que gosta de abraçar. É leitora e frequenta, de forma assídua, Clubes de Leitura. Saiba mais

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Qua | 30.07.25

Projeto Interseções: Leitura, cultura e arte em diálogo na Escola Secundária de Paços de Ferreira

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Candidatura Ideias com Mérito 2023–2025 | Rede de Bibliotecas Escolares

No âmbito da candidatura Ideias com Mérito 2023–2025, o projeto Interseções, dinamizado pela Escola Secundária de Paços de Ferreira, afirmou-se como uma prática de referência no domínio da integração da leitura, da cultura e da arte no currículo escolar. Estruturado e desenvolvido pela Biblioteca Escolar em articulação com os docentes de Português e da componente artística do Curso de Artes Visuais, o projeto envolveu, ao longo de dois anos letivos, as turmas do 10.º, 11.º e 12.º ano do referido curso.

Com uma abordagem verdadeiramente interdisciplinar e centrada no aluno, o projeto teve como objetivo promover competências de leitura crítica, expressão criativa e pensamento autónomo, cruzando literatura, artes visuais e cidadania num percurso de aprendizagem articulado e significativo.

Ao longo do biénio, foram dinamizadas ações diversificadas que incluíram:

  • A seleção e análise de textos literários organizados por temas (como “mulher”, “amor”, “heroísmo”, “fragilidades e vícios humanos”, “valores e direitos humanos” e “a cultura do fingimento na sociedade atual”);

  • A realização de oficinas de escrita criativa e de ilustração, estimulando a autoria e a expressão individual;

  • A visita e mini-oficina de cinema de animação na Casa-Museu de Vilar;

  • A produção de trabalhos interartísticos (diálogo entre texto e imagem);

  • A construção de murais virtuais de investigação e criação autoral;

  • A realização de apresentações públicas e exposições, presenciais e digitais, culminando com a Semana Aberta;

  • Encontros com autores e artistas convidados, promovendo o contacto direto com o universo criativo contemporâneo.

Estes momentos de aprendizagem foram sempre acompanhados por metodologias ativas e colaborativas, com recurso contínuo aos serviços e recursos da Biblioteca Escolar e ao referencial “Aprender com a Biblioteca Escolar”.

A avaliação pedagógica do projeto evidencia um conjunto expressivo de impactos:

  • Melhoria nas competências de leitura crítica, escrita e comunicação;
  • Desenvolvimento de sensibilidade estética e empatia;
  • Aumento da autonomia e da motivação dos alunos, através do protagonismo na criação artística;
  • Fortalecimento do trabalho interdisciplinar entre docentes e do papel central da Biblioteca Escolar como espaço de mediação, criatividade e cidadania.

Segundo os testemunhos das professoras envolvidas, o Projeto Interseções destacou-se pelo envolvimento genuíno dos alunos, que participaram ativamente nas várias fases do projeto com entusiasmo e sentido de autoria. Os trabalhos desenvolvidos - desde textos criativos a ilustrações, pinturas, esculturas e apreciações críticas, entre outros - refletem não só os saberes adquiridos, mas também uma visão do mundo sensível, crítica e comprometida.

Este percurso confirma a relevância de projetos que promovam interseções reais entre saberes, linguagens e experiências. O Projeto Interseções representa, assim, um contributo valioso para o desenvolvimento integral dos alunos e para a valorização do papel da Biblioteca Escolar como eixo dinâmico na inovação educativa e na abordagem pedagógica transdisciplinar.

A Escola Secundária de Paços de Ferreira reconhece com orgulho o impacto do projeto e agradece à Rede de Bibliotecas Escolares o apoio à sua concretização, reafirmando o compromisso com uma educação que cruza leitura, escrita, arte e cidadania.

Diário de Bordo do Projeto: https://padlet.com/mmariabaptista/ideias-com-m-rito- projeto-interse-es-2023-2025-kzhj0tjt2jie4tm9

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Ter | 29.07.25

(Re)Criar Camões com sustentabilidade

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Arte, Cultura e Ambiente no 2.º Ciclo

No âmbito das comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, a Biblioteca Escolar, do Agrupamento de Escolas de Torrão, promoveu uma atividade interdisciplinar que aliou literatura, artes e educação ambiental. O desafio lançado, (Re)Criar Camões, teve como objetivo reinterpretar a obra camoniana através de formas de expressão artística contemporânea, envolvendo os alunos do 2.º ciclo numa experiência criativa e sustentável.

Esta iniciativa articulou-se com a área de Expressão Dramática e Artística, integrada na Oferta de Escola e foi orientada pelos professores Ana Guadalupe Fialho e Duarte Guerreiro, em colaboração com a biblioteca. O projeto teve como inspiração o movimento artístico Cubismo, explorando a desconstrução da imagem e a multiplicidade de pontos de vista, numa abordagem inovadora à figura de Camões.

Um Camões cubista e sustentável

A atividade teve início com o visionamento de um filme biográfico sobre Camões, que serviu de ponto de partida para a reflexão artística. Em seguida, os alunos foram convidados a conhecer o Cubismo e a sua linguagem visual, desafiando-os a criar retratos do poeta inspirados neste movimento.

Com um forte compromisso com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12 – Consumo e Produção Sustentáveis, as produções foram realizadas com materiais reutilizados, como cartão, incentivando práticas de prevenção, redução e reciclagem de resíduos. Este trabalho artístico não só promoveu a consciência ecológica como também valorizou a criatividade e a inovação dos alunos.

A Exposição: Diálogo entre o Clássico e o Contemporâneo

O culminar do projeto foi a instalação de uma exposição coletiva no Museu Etnográfico do Torrão, aberta à comunidade. Esta mostra não só deu visibilidade às obras criadas pelos alunos, como também proporcionou um espaço de partilha e fruição cultural, cruzando o passado literário com as linguagens artísticas do presente.

Através deste projeto, os alunos não só aprofundaram o conhecimento sobre a vida e obra de Camões, como também foram desafiados a pensar criticamente sobre o papel da arte, da cultura e da sustentabilidade no mundo atual.

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Seg | 28.07.25

Leituras em viagem

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Quando os livros andam de mala em mala e unem escolas, famílias e bibliotecas

O projeto Leituras em Viagem, integrado no programa municipal “Lagoa a Ler e a Contar”, tem-se consolidado como uma referência na promoção da literacia emergente no concelho de Lagoa (Algarve), através da articulação entre a Autarquia, Biblioteca Municipal, Bibliotecas Escolares, Jardins de Infância, famílias e a Universidade do Algarve.

Destinado a crianças do último ano da educação pré-escolar da rede pública, este projeto promove a leitura em contexto escolar e familiar, com base num modelo de intervenção que conjuga acesso universal ao livro, mediação qualificada e avaliação rigorosa dos seus impactos.

Como funciona?

Mensalmente, 16 malas viajam entre 16 salas de pré-escolar, contendo 30 livros de literatura infantil cuidadosamente selecionados (totalizando 480 livros em circulação ao longo do ano letivo). Cada criança leva semanalmente um livro para casa, acompanhado de um cartão com sugestões de atividades de literacia emergente, nomeadamente de consciência fonológica, vocabulário e grafismo.

Além da leitura em casa, professores (as) bibliotecários (as) realizam sessões de mediação de leitura e apresentação de livros nas salas, promovendo a presença continuada da biblioteca escolar no quotidiano educativo da educação pré-escolar.

Ferramentas de apoio e capacitação

Cada criança recebe um Passaporte de Leitura, onde regista as experiências com os livros lidos, incluindo com quem leu, onde e quanto gostou. A cada leitura, é adicionado um “cromo literário”, tornando a atividade lúdica e envolvente.

O projeto incluiu ainda oficinas de formação para educadores de infância e docentes, com o objetivo de fortalecer a intencionalidade educativa das práticas de promoção da leitura e capacitar mediadores de leitura — educadores, docentes e professoras bibliotecárias — para a criação de experiências ricas, afetivas e significativas em torno do livro.

Impacto avaliado: mais leituras, mais motivação, mais equidade

Com a avaliação técnico-científica da Universidade do Algarve, os resultados do ano letivo 2023/2024 demonstram um impacto positivo e significativo:

  • 330 crianças participaram (100% das salas da rede pública);
  • 3 413 leituras em família registadas (em 2022/2023 foram 903);
  • Média de 7 leituras por criança;
  • Satisfação média das crianças com a leitura: 4,5 em 5;
  • A motivação para a leitura aumentou em todos os domínios avaliados (prazer, valor e autoconceito);
  • As diferenças de género na motivação para a leitura foram reduzidas;
  • Aumentaram práticas de literacia familiar, como ler rótulos, receitas, histórias ou escrever palavras com as crianças;
  • O projeto teve um efeito protetor face às desigualdades socioeconómicas, promovendo o acesso equitativo à literatura infantil.

Vozes das crianças e das famílias

No início li sozinho e não gostei. Mas depois a mãe fez o livro engraçado.” – R., 5 anos, Estômbar

Descobri o que são rimas.” – A., 5 anos, Mexilhoeira

Lemos a história no sofá com o mano e ele também praticou a leitura.” – A., 4 anos, Lagoa

Estes testemunhos refletem o impacto emocional e social da leitura partilhada, fortalecendo vínculos familiares e promovendo hábitos leitores desde a infância.

Um projeto com propósito e continuidade

O Leituras em Viagem afirma-se como um projeto estruturado de promoção da leitura com base na evidência, que une escolas, famílias, bibliotecas e serviços municipais em torno de um objetivo comum: promover o prazer de ler, a equidade no acesso ao livro e o desenvolvimento integral das crianças desde os primeiros anos de vida.

Nota

  • Considerando os resultados altamente positivos do ano letivo 2023/2024, o projeto Leituras em Viagem foi alargado, no presente ano letivo (2024/2025), a todas as escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico da rede pública do concelho de Lagoa, promovendo a continuidade das práticas de leitura e mediação desde a educação pré-escolar até aos primeiros anos do percurso escolar.

 

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Sex | 25.07.25

Escrever, ler e ouvir… com a biblioteca escolar

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No âmbito do Laboratório de Escrita, disciplina semestral de Oferta Curricular na Escola Básica e Secundária António Bento Franco, Agrupamento de Escolas da Ericeira, decorreu uma atividade, com metade da turma por semestre, focada no desenvolvimento das competências essenciais de leitura, oralidade e escrita, prioridades definidas pela RBE para 2024-2025.

Tratou-se de uma atividade de articulação curricular com a disciplina de Português e, no caso da turma do 7.º ano, decorreu de uma Ação de Formação intitulada Diário de Escritas: práticas transdisciplinares com a biblioteca frequentada pela professora de português da turma do 7.º ano, no início deste ano letivo, através do CFAE Rómulo de Carvalho em Mafra.

1. Criação literária com “A Arca dos Contos”

No espaço da biblioteca, os alunos do 6.º e 7.º anos (quatro turmas de 6.º ano e uma de 7.º ano) organizaram-se em grupos de 3 ou 4 e escreveram uma história criativa, tendo como ponto de partida o jogo A Arca dos Contos. Cada grupo apresentou o seu projeto em sala de aula, revisto pelas professoras de Português, um momento precioso de reflexão e aprendizagem colaborativa.

2. Oralidade em ação

As histórias foram depois lidas em voz alta pelos alunos, na biblioteca da escola, promovendo confiança na expressão oral, audição ativa e partilha. Um passo fundamental para fortalecer a oralidade como ferramenta de comunicação.

3. Digitalização e gravação de voz com StoryJumper

Com o apoio da professora bibliotecária, cada grupo transcreveu a sua narrativa na plataforma StoryJumper, convertendo o manuscrito num livro digital e integrando literacia digital, escrita e leitura de forma natural.

 4. Leitura Gravada: Voz + Digital

Na etapa final, ainda com o apoio da professora bibliotecária, os alunos gravaram a leitura das suas histórias no livro digital, amadurecendo competências em oralidade, entoação e expressividade e valorizando a escrita em formatos multimodais.

Divulga-se aqui o livro da turma do 7.º ano, com a devida autorização, onde se poderá ouvir e ver as histórias criadas pelos alunos.

Opinião das Professoras

Obrigada pela tua ajuda e colaboração nas minhas aulas. As gravações feitas na sexta-feira ficaram ótimas. Os livros já foram partilhados na Classroom e os miúdos adoraram.”

A ajuda da professora bibliotecária tem sido muito relevante, quer na promoção de livros e da leitura quer no desenvolvimento de competências de leitura e de escrita.”

Este reconhecimento evidencia o papel central da biblioteca como mediadora no processo educativo, incentivando hábitos de leitura e reforçando competências comunicativas. Salientam, ainda, o impacto real da atividade: sucesso técnico das gravações, entusiasmo dos alunos e colaboração entre docentes.

De que modo esta atividade cumpre as prioridades da RBE?

  • Leitura: Produção de textos criativos, leitura crítica e revisões reforçam hábitos de leitura e a literacia da leitura dos alunos.

  • Oralidade: Leituras em voz alta e gravações fortalecem confiança, dicção e interpretação e incentivam o gosto pela expressão oral.

  • Escrita: Trabalho em grupo, revisão docente e adaptação digital promovem a reflexão sobre o texto, o estilo e o público-alvo.

Por que razão faz sentido nas atividades da biblioteca escolar?

A Rede de Bibliotecas Escolares defende que “fazer da leitura uma prática diária… em estreita articulação com a expressão oral e escrita” é uma prioridade. Esta atividade cumpre esse compromisso, tendo uma sequência completa, da criação à partilha final, integrando todas as etapas da construção textual.

Para além disso, alinha-se com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO), que destaca a interligação entre leitura, escrita e literacia informacional num processo interativo e colaborativo. Os alunos pesquisam, selecionam, transformam e comunicam informação de diversas fontes para criar produtos multimodais, exatamente como ocorreu em cada fase desta atividade (escrita, revisão, leitura, gravação), reforçando competências diversificadas de forma integrada.

Em conclusão

Esta iniciativa no Laboratório de Escrita, em parceria com a biblioteca escolar e a disciplina de português, é um exemplo prático do modelo proposto pela Rede de Bibliotecas Escolares, a partir do Referencial Aprender com a Biblioteca Escolar.

Trabalhar leitura, oralidade e escrita de forma articulada e multimodal promove:

  1. Hábito e gosto pela leitura, com crescimento da compreensão crítica.
  2. Confiança comunicativa, através da partilha oral e gravada.
  3. Reflexão sobre a escrita e processos textuais.
  4. Domínio de ferramentas digitais, reforçando a literacia multimodal.

Este modelo poderá ser replicado por outras escolas, fomentando bibliotecas escolares dinâmicas, inclusivas e centradas no prazer e competência da linguagem.

Juntos, continuaremos a formar alunos competentes, críticos, criativos e tecnologicamente preparados, em linha com o perfil previsto pelo PASEO.

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Qui | 24.07.25

Ler para não esquecer: uma biblioteca em defesa da memória

Blogue (1).pngUma viagem entre a palavra, a memória e a consciência histórica

Na Escola Básica Prof. João Cónim, do Agrupamento de Escolas Rio Arade (Lagoa), a leitura do Diário de Anne Frank foi mais do que uma proposta curricular. Constituiu o ponto de partida para um percurso educativo interdisciplinar, promovido no âmbito de um projeto de leitura e media da biblioteca escolar, que cruzou literatura, história e cidadania.

Sob a orientação do professor bibliotecário Hélder Giroto Paiva e da docente Ana Amendoeira, os alunos do 8.º C criaram o e-book Do Diário à História: Anne Frank e as Memórias do Horror, um trabalho que articula diferentes áreas curriculares e coloca a biblioteca no centro da construção de memória e pensamento crítico.

Logo no prefácio, sobressai a maturidade da abordagem: os alunos reconhecem em Anne Frank não apenas uma figura simbólica do Holocausto, mas uma jovem cuja escrita se tornou um ato de resistência e afirmação da dignidade humana. A palavra escrita é apresentada como instrumento de empatia, memória  e responsabilidade.

Investigação com sentido crítico: literacia que transforma

O projeto assentou num processo de pesquisa exigente e orientado, no qual os alunos foram desafiados a avaliar, cruzar e interpretar fontes de forma crítica. Recorreu-se a instituições de referência como a Anne Frank House, o United States Holocaust Memorial Museum (USHMM) e a National Geographic, promovendo competências de literacia da informação, essenciais para compreender o passado e agir de forma consciente no presente, com conhecimento e responsabilidade.

O e-book vai além da análise literária. Contextualiza a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, traça percursos biográficos de figuras relevantes, integra mapas e cronologias e inclui um testemunho pessoal que humaniza e atualiza a mensagem de Anne Frank.

Um recurso educativo que cruza saberes

Com uma estrutura clara, grafismo apelativo e conteúdos diversificados, o e-book pode ser explorado em diferentes contextos pedagógicos — da História à Cidadania, do Português à Educação para os Direitos Humanos. Estimula o pensamento crítico e promove valores como o respeito, a empatia e a justiça.

Às vezes, leio o diário de Anne Frank, e essa leitura tem sido uma grande fonte de inspiração para mim. [...] Os meus pais ensinaram-me a respeitar todas as religiões e as pessoas à minha volta."
Testemunho de aluno do 8.º C

Este projeto exemplifica o papel formativo das bibliotecas escolares como espaços de convergência entre leitura, media, literacia da informação e educação para a cidadania. Ao convocarem a memória de Anne Frank para refletir sobre o mundo contemporâneo, os alunos foram convidados a compreender o passado não apenas como herança, mas como responsabilidade, condição essencial para formar leitores críticos e cidadãos conscientes.

Consulte o e-book

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Qua | 23.07.25

Descobrir Camões: um projeto interdisciplinar

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No âmbito das disciplinas de Educação Tecnológica (ET), História e Geografia de Portugal (HGP) e Desenvolvimento e Tutoria (DT), os alunos de uma turma do Agrupamento de Escolas António de Ataíde, Castanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira, embarcaram numa verdadeira viagem pelas rotas de Luís de Camões, cruzando saberes e criatividade num projeto realizado em Domínio de Articulação Curricular (DAC).

A Biblioteca Escolar teve um papel central nesta travessia: foi o ponto de partida para as pesquisas em HGP e DT, onde os alunos exploraram locais geográficos relevantes e investigaram textos e poemas de Camões que os referenciam. Com base nas descobertas feitas, os alunos criaram fichas geográficas, verdadeiras legendas vivas do percurso camoniano, e aprofundaram o conhecimento sobre a vida e obra do poeta.

Na disciplina de ET, o grupo deu corpo à sua investigação construindo um planisfério, onde ficaram assinalados os locais por onde Camões terá passado. Esta vertente visual e manual do trabalho foi essencial para ligar as aprendizagens às expressões artísticas e técnicas.

Como culminar do projeto, a turma apresentou o resultado nos Dias Culturais do Agrupamento, no evento Ataíde em Ação, em abril. O momento alto foi a leitura, em jogral, de um texto coletivo que foi preparado pelos alunos, evocando a vida de Camões e as suas viagens. Para dar ainda mais cor e simbolismo à apresentação, cada aluno criou, em ET, uma gola e uma pala de olho, acessórios inspirados na figura do poeta, que usaram durante a leitura.

Este trabalho colaborativo serviu de mote para dar início às comemorações do V Centenário do nascimento de Luís de Camões no Agrupamento de Escolas António de Ataíde, celebrando não só a memória do poeta maior da língua portuguesa, mas também o poder da articulação curricular e da biblioteca como espaço vivo de aprendizagem.

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Ter | 22.07.25

Castêlo da Maia: um novo capítulo na biblioteca escolar

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A EB1 do Castêlo da Maia, inserida no Agrupamento de Escolas do Castêlo da Maia, é uma estrutura escolar que viu a integração da sua Biblioteca Escolar, na RBE, no ano de 2017. Beneficiou, então, de um forte apoio financeiro que lhe permitiu adquirir equipamentos, mobiliário e fundo documental, adequados a uma população a rondar os 200 alunos.

No presente ano letivo, 2024/2025, perante uma realidade escolar já muito diversa da de há oito anos, foram identificadas as necessidades de alargamento do espaço e do respetivo equipamento, tanto em mobiliário, como em fundo documental, nomeadamente de jogos promotores de competências várias,  em particular na área da programação e  robótica. E porque a escola atual  traz exigências de rápida adaptação ao desenvolvimento social e tecnológico, a inovação no ensino terá de permanecer uma constante do dia a dia.

Foi da necessidade de inovar, criando espaços informais de ensino que privilegiam a aprendizagem pelo gaming, que surgiu a iniciativa de uma nova candidatura para esta biblioteca, desta vez ao (Re)Criar a Biblioteca, na modalidade de requalificação.

No dia 16 de junho do presente ano, foram inauguradas as novas instalações onde os convidados foram presenteados com perfomances apresentadas pelos alunos de todas as faixas etárias, desde o ensino pré-escolar ao 4º ano, contando com teatro de fantoches, leitura de poesia, música, entrevistas para o canal que “Não existe”, entre outras dramatizações. Destacou-se uma forte presença do sentido de humor e, sobretudo,  nestas apresentações, esteve em foco  a importância do livro e das bibliotecas.  

A persistência e o dinamismo  dos intervenientes nesta candidatura  e a cooperação entre as diversas estruturas foram factores decisivos que viram renascer a Biblioteca Escolar, com o seu espaço amplificado e o seu equipamento adaptado às exigências do ensino já voltado para o futuro.

Imprescindível para o gizar e surgir desta renovada biblioteca foi o trabalho em colaboração da coordenadora do estabelecimento, da coordenadora das bibliotecas escolares do Agrupamento de Escolas do Castêlo da Maia e da coordenadora interconcelhia da RBE. Igualmente indispensável foi  contributo das várias  instituições e organismos, da Rede das Bibliotecas Escolares, da Biblioteca Municipal da Maia (estrutura da Câmara Municipal da Maia/ Pelouros da Educação e da Cultura),  da Associação de Pais, da Direção do Agrupamento de Escolas do Castêlo da Maia.

Finalmente, perante o exemplo desta renovada biblioteca, há que concordar que a construção do futuro só  brilhará se todos trabalharmos de mãos dadas.

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Seg | 21.07.25

Diz-me o que dizes, dir-te-ei como é

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Quando a curiosidade se transforma em cultura viva

Na Escola Básica Tecnópolis, do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas (Lagos), as palavras investigam-se, desmontam-se e reinventam-se. É essa a proposta da rubrica semanal “Diz-me o que dizes, dir-te-ei como é”, criada, escrita e apresentada por Vasco Peixinho, aluno do 3.º ciclo, e disponível na rádio escolar TecnoDantas FM.

Neste espaço sonoro onde a linguagem ganha protagonismo, cada episódio transforma duas expressões idiomáticas num enigma a decifrar. Entre etimologias surpreendentes e contextos históricos inesperados, Vasco guia os ouvintes por uma viagem de descoberta, aproximando-os da cultura popular portuguesa com humor, rigor, criatividade e um toque de irreverência juvenil.

Palavras com história: episódios em destaque

“Tenho as favas contadas e guardadas a sete chaves”
Uma viagem ao passado das assembleias votadas com favas e à simbologia do segredo bem guardado. Este episódio cruza certezas e confidências, mostrando como a linguagem preserva memórias coletivas.

“Deus dá nozes a quem dá a mão à palmatória”
Uma combinação inesperada de ditados, em que o tom lúdico não anula a profundidade da reflexão crítica sobre o valor do mérito, da justiça e da humildade.

“Perdi as estribeiras e fiz chorar as pedras da calçada”
Com emoção à flor da pele, este episódio evoca o descontrolo e a empatia, revelando como até as pedras podem ser tocadas pelas palavras — ou pelas emoções que elas traduzem.

E há mais:

“Quem tem boca puxa a brasa à sua sardinha”, “Quando o rei faz anos fica com os azeites”, “Vou lavar a roupa suja enquanto o diabo esfrega um olho”,”Isso são outros quinhentos só para inglês ver”,”Todos os caminhos movem moinhos”,”Tira o cavalinho da chuva que isto não é a casa da mãe Joana”, “Se deres com a língua nos dentes, não é por aí que o gato vai às filhoses, etc…

Numa autêntica coreografia idiomática, Vasco entrelaça múltiplas expressões num só raciocínio, desmontando discursos, relativizando certezas e revelando a riqueza oculta na forma como falamos. Um convite para ler nas entrelinhas e ouvir com atenção redobrada.

Um projeto de literacia e cidadania

Promovido no âmbito da biblioteca escolar, esta rubrica insere-se num projeto mais amplo de desenvolvimento das literacias múltiplas, com enfoque na oralidade, na criatividade e na apropriação crítica da linguagem. Trata-se, também, de um exemplo prático de literacia dos média, já que Vasco, ao assumir a edição e montagem dos episódios, junto da sua equipa, desenvolve competências de produção técnica, comunicação radiofónica e organização de conteúdos. Cada programa é, assim, um exercício de autoria mediática, onde se aprende a pensar, criar e comunicar com intencionalidade.

Este projeto destaca-se por:

  • Estimular o gosto pela pesquisa e a curiosidade linguística;
  • Desenvolver competências de expressão oral, síntese e argumentação;
  • Promover o pensamento crítico com humor e originalidade;
  • Valorizar os alunos como criadores e mediadores de conhecimento;
  • Reforçar o elo entre escola, cultura e comunidade, através da palavra.

Um podcast que faz pensar… e sorrir

A primeira temporada de “Diz-me o que dizes, dir-te-ei como é” está a conquistar ouvintes dentro e fora da escola, afirmando-se como um exemplo inspirador daquilo que a rádio escolar pode ser: um palco para a voz dos alunos e um laboratório de literacia dos media em ação.

É também a prova viva de que a biblioteca escolar é um espaço onde as ideias ganham forma e onde um microfone e uma boa dose de curiosidade podem dar origem a conteúdos educativos com verdadeiro impacto educativo, cultural e social.

A primeira temporada desta rubrica está disponível na Rádio escolar TecnoDantas FM.

 Destaques

Ouvir episódios | Último episódio

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Sex | 18.07.25

Camões – figura de ação?

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Todos sabemos que Camões foi um homem de ação... Então, porque não (seguindo a tendência recente) transformá-lo numa figura de ação colecionável?

A biblioteca da Escola Secundária José Saramago, Mafra, pela mão da professora bibliotecária Jacqueline Duarte, lançou o desafio a duas turmas de 10.º ano (10.º AV1 e 10.º AV2/SE3), no âmbito do estudo da lírica camoniana, na disciplina de Português. A proposta foi apresentada após a abordagem à biobibliografia do autor em aula, além de uma das turmas ter assistido a uma atividade sobre o tema, dinamizada pela equipa da Biblioteca Municipal, na Biblioteca Escolar.

Os alunos partiram de um artigo que lhes proporcionou pistas acerca da instrução (https://pplware.sapo.pt/tutoriais/transforme-se-num-brinquedo-colecionavel-veja-como-fazer/), sendo o trabalho assente no recurso à inteligência artificial (IA). Apelaram ao estudo realizado, desenvolveram pesquisas e mobilizaram o seu espírito crítico e poder de síntese a fim de escolherem os adereços representativos do poeta.

Após a entrega dos trabalhos, realizou-se uma reflexão acerca do processo e do respetivo resultado, no contexto do universo da IA. Entre os aspetos abordados, salientaram-se: a resiliência necessária para refazer instruções, procurando aperfeiçoar os trabalhos; a importância da validação da informação, por forma a construir “cenários” verosímeis; a preocupação com a linguagem e a formulação das instruções (prompts).

Assinalando o dia 10 de junho, alguns desses trabalhos foram expostos nas vitrines da Biblioteca. No interior do espaço, foi projetada, durante vários dias, uma mostra digital com todos os trabalhos dos alunos. Refira-se que, apesar de alguns apresentarem pequenas gralhas, decorrentes do uso da IA, a biblioteca optou por  divulgá-los. 

Foi uma forma de homenagear a memória do poeta com mais uma iniciativa integrada nas comemorações dos 500 anos do seu nascimento, que pretendeu também “aproximar” Luís de Camões dos mais jovens.

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