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Blogue RBE

Sab | 19.07.25

Ler para não esquecer: uma biblioteca em defesa da memória

Blogue (1).pngUma viagem entre a palavra, a memória e a consciência histórica

Na Escola Básica Prof. João Cónim, do Agrupamento de Escolas Rio Arade (Lagoa), a leitura do Diário de Anne Frank foi mais do que uma proposta curricular. Constituiu o ponto de partida para um percurso educativo interdisciplinar, promovido no âmbito de um projeto de leitura e media da biblioteca escolar, que cruzou literatura, história e cidadania.

Sob a orientação do professor bibliotecário Hélder Giroto Paiva e da docente Ana Amendoeira, os alunos do 8.º C criaram o e-book Do Diário à História: Anne Frank e as Memórias do Horror, um trabalho que articula diferentes áreas curriculares e coloca a biblioteca no centro da construção de memória e pensamento crítico.

Logo no prefácio, sobressai a maturidade da abordagem: os alunos reconhecem em Anne Frank não apenas uma figura simbólica do Holocausto, mas uma jovem cuja escrita se tornou um ato de resistência e afirmação da dignidade humana. A palavra escrita é apresentada como instrumento de empatia, memória  e responsabilidade.

Investigação com sentido crítico: literacia que transforma

O projeto assentou num processo de pesquisa exigente e orientado, no qual os alunos foram desafiados a avaliar, cruzar e interpretar fontes de forma crítica. Recorreu-se a instituições de referência como a Anne Frank House, o United States Holocaust Memorial Museum (USHMM) e a National Geographic, promovendo competências de literacia da informação, essenciais para compreender o passado e agir de forma consciente no presente, com conhecimento e responsabilidade.

O e-book vai além da análise literária. Contextualiza a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, traça percursos biográficos de figuras relevantes, integra mapas e cronologias e inclui um testemunho pessoal que humaniza e atualiza a mensagem de Anne Frank.

Um recurso educativo que cruza saberes

Com uma estrutura clara, grafismo apelativo e conteúdos diversificados, o e-book pode ser explorado em diferentes contextos pedagógicos — da História à Cidadania, do Português à Educação para os Direitos Humanos. Estimula o pensamento crítico e promove valores como o respeito, a empatia e a justiça.

Às vezes, leio o diário de Anne Frank, e essa leitura tem sido uma grande fonte de inspiração para mim. [...] Os meus pais ensinaram-me a respeitar todas as religiões e as pessoas à minha volta."
Testemunho de aluno do 8.º C

Este projeto exemplifica o papel formativo das bibliotecas escolares como espaços de convergência entre leitura, media, literacia da informação e educação para a cidadania. Ao convocarem a memória de Anne Frank para refletir sobre o mundo contemporâneo, os alunos foram convidados a compreender o passado não apenas como herança, mas como responsabilidade, condição essencial para formar leitores críticos e cidadãos conscientes.

Consulte o e-book

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Sex | 18.07.25

Camões – figura de ação?

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Todos sabemos que Camões foi um homem de ação... Então, porque não (seguindo a tendência recente) transformá-lo numa figura de ação colecionável?

A biblioteca da Escola Secundária José Saramago, Mafra, pela mão da professora bibliotecária Jacqueline Duarte, lançou o desafio a duas turmas de 10.º ano (10.º AV1 e 10.º AV2/SE3), no âmbito do estudo da lírica camoniana, na disciplina de Português. A proposta foi apresentada após a abordagem à biobibliografia do autor em aula, além de uma das turmas ter assistido a uma atividade sobre o tema, dinamizada pela equipa da Biblioteca Municipal, na Biblioteca Escolar.

Os alunos partiram de um artigo que lhes proporcionou pistas acerca da instrução (https://pplware.sapo.pt/tutoriais/transforme-se-num-brinquedo-colecionavel-veja-como-fazer/), sendo o trabalho assente no recurso à inteligência artificial (IA). Apelaram ao estudo realizado, desenvolveram pesquisas e mobilizaram o seu espírito crítico e poder de síntese a fim de escolherem os adereços representativos do poeta.

Após a entrega dos trabalhos, realizou-se uma reflexão acerca do processo e do respetivo resultado, no contexto do universo da IA. Entre os aspetos abordados, salientaram-se: a resiliência necessária para refazer instruções, procurando aperfeiçoar os trabalhos; a importância da validação da informação, por forma a construir “cenários” verosímeis; a preocupação com a linguagem e a formulação das instruções (prompts).

Assinalando o dia 10 de junho, alguns desses trabalhos foram expostos nas vitrines da Biblioteca. No interior do espaço, foi projetada, durante vários dias, uma mostra digital com todos os trabalhos dos alunos. Refira-se que, apesar de alguns apresentarem pequenas gralhas, decorrentes do uso da IA, a biblioteca optou por  divulgá-los. 

Foi uma forma de homenagear a memória do poeta com mais uma iniciativa integrada nas comemorações dos 500 anos do seu nascimento, que pretendeu também “aproximar” Luís de Camões dos mais jovens.

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Qui | 17.07.25

Ler Camões 500 Anos depois: Audiolivro une comunidade de Silves

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A Rede de Bibliotecas de Silves assinala os 500 anos do nascimento de Luís de Camões com um projeto que celebra a força da palavra, a criatividade dos alunos e o envolvimento da comunidade local: Ler Camões 500 Anos depois.

Esta iniciativa resultou na criação de um audiolivro coletivo, publicado a 10 de junho de 2025, onde poemas de Camões são lidos, interpretados e ilustrados por alunos de diferentes níveis de ensino, bem como por outros elementos da comunidade de Silves.

Mais do que uma homenagem ao maior poeta da língua portuguesa, este projeto representa uma ponte entre o passado e o presente, convidando os participantes a mergulhar na sonoridade e beleza da obra camoniana e a dar-lhe nova vida com voz e arte.

Ler Camões 500 Anos depois reflete o compromisso das bibliotecas do concelho de Silves com o desenvolvimento das literacias da leitura e da informação. Promove também o trabalho colaborativo entre escolas, bibliotecas, famílias e comunidade, numa verdadeira celebração do património literário e da cidadania cultural.

O audiolivro está público para que todos possam escutar e redescobrir Camões.

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Qua | 16.07.25

À volta de Miguel Torga

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No presente ano letivo a leitura levou a Escola Secundária Rainha Santa Isabel, em Estremoz, ao encontro de Miguel Torga.

A biblioteca escolar e as docentes de Português do 8º ano dinamizaram um projeto de leitura tendo por base a obra “Os Bichos” de Miguel Torga.

O projeto de leitura "À Volta de Miguel Torga", dinamizado com os alunos do 8º ano de escolaridade, decorreu ao longo do ano letivo de 2024-2025.

Iniciou em outubro, no Mês das Bibliotecas Escolares, com uma visita à Casa-Museu Miguel Torga, em Coimbra, onde os alunos contactaram com o espaço habitado pelo escritor e com o espólio ali existente. Visitaram, também, a Biblioteca Joanina e outros espaços da Universidade de Coimbra.

Nos computadores da biblioteca escolar e nos livros/ material impresso aí existente, os alunos pesquisaram dados biográficos de Miguel Torga. Ao longo do ano letivo, leram a obra "Os Bichos" e deram rosto aos contos ilustrando-os em Banda Desenhada.

A professora bibliotecária fez uma seleção de poemas, com a colaboração das professoras de Português, que foram animados em vídeo pelos alunos.

Com a colaboração da professora de Educação física fez-se uma caminhada literária, aberta à participação da comunidade, nomeadamente às famílias dos alunos. Os alunos tiveram uma aula no exterior, no Jardim Público, onde descontraidamente observaram e sentiram a paisagem para a desenharem, tendo como mote:

Estas paisagens já estão de tal modo explicitadas dentro de mim, que parecem escritas no meu entendimento. Quando cuido que estou a interpretá-las, estou a ler-me.
Miguel Torga, Diário X, São Martinho de Anta, 3 de julho de 1966.

 No dia 21 de maio, no espaço da biblioteca escolar, inaugurou-se a exposição Miguel Torga" com os trabalhos realizados pelos alunos e, à noite, o "Serão Cultural" foi animado pelos alunos, famílias e professores.

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Ter | 15.07.25

“Pela língua que nos une”: Camões entre latitudes

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… "Não vimos mais, enfim, que mar e céu…” - as palavras de Camões ecoam, uma vez mais, além-fronteiras.

Ecoam agora sob a forma de traço, cor, imaginação e pertença, nas ilustrações que alunos do 9.º A da Escola Portuguesa de Díli criaram a partir de excertos de Os Lusíadas. Um gesto artístico e simbólico que transpôs distâncias oceânicas e uniu duas bibliotecas escolares - a da Escola Portuguesa Ruy Cinatti, em Díli, Timor-Leste, e a da Escola Artística do Conservatório de Música do Porto - num projeto colaborativo que nasceu com a iniciativa Latitudes da Língua Portuguesa, promovida pela Rede de Bibliotecas Escolares. 

Esta parceria, que se afirmou no final do ano letivo de 2024/2025, teve como principal motivação a celebração dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, efeméride que mobilizou, em Portugal e em vários pontos do mundo lusófono, múltiplas ações de evocação da sua obra e do seu legado. Foi com este espírito de celebração e de encontro que se construiu a exposição “Pela língua que nos une”, resultado de um intenso trabalho de articulação entre professores, professores bibliotecários e alunos, orientado para a valorização da língua portuguesa, da expressão artística e do património literário comum.

Em Díli, a exposição terá lugar no fim do ano letivo, na escola, numa atividade que reunirá outros trabalhos dos alunos, realizados no âmbito do Plano das Artes, afirmando simbolicamente a presença cultural de Portugal em Timor-Leste . Os trabalhos ilustrativos dos alunos timorenses dialogaram com passagens selecionadas d’Os Lusíadas que os sensibilizaram. Sob orientação da professora Sandrina Ribeiro, os estudantes envolveram-se com entusiasmo no processo de leitura, interpretação e recriação visual da epopeia camoniana. Um envolvimento que se fez a cantarolar em português, a ler versos, a rir e a criar com sentido de pertença.

Do lado do Conservatório de Música do Porto, o desafio foi acolhido com igual entusiasmo. A professora bibliotecária Maria Helena Rodrigues de Castro sublinhou que, para a biblioteca escolar, esta exposição constituiu uma forma de valorizar o legado literário junto da comunidade escolar, promovendo o encontro entre diferentes culturas pela via da literatura e da arte. A celebração de Camões foi, assim, oportunidade para relembrar a história, sim, mas também para afirmar a atualidade e a relevância da língua portuguesa como espaço de comunicação e de criação partilhada.

Este projeto inscreve-se,  no contexto do Dia Mundial da Língua Portuguesa, assinalado a 5 de maio, e corporiza os princípios orientadores da iniciativa Latitudes da Língua Portuguesa: promover a língua portuguesa como espaço de encontro(s), diálogo intercultural, construção de identidade e pertença. Ao reunir escolas de geografias distintas, mas unidas por uma língua comum, esta colaboração testemunha o potencial educativo, artístico e simbólico da biblioteca escolar como lugar de cruzamento entre saberes, tempos e culturas.

Para além do produto final - uma exposição com grande valor estético e simbólico - importa destacar o processo educativo subjacente. Os alunos não se limitaram a ilustrar passagens literárias: interpretaram-nas, compreenderam-nas e  fizeram-nas suas. Envolveram-se ativamente na escolha dos excertos, refletiram sobre os seus significados, encontraram pontes entre o passado e o presente, entre Portugal e Timor, entre a epopeia e o quotidiano. E, no fim, viram a sua criação ganhar forma, ser partilhada, reconhecida e valorizada.

Como referem as professoras dinamizadoras, este projeto é também um gesto de amor pela língua portuguesa e pela Arte; é respeito pela História e pela Cultura. É, sobretudo, uma afirmação de que a biblioteca escolar continua a ser o lugar privilegiado de mediação cultural e educativa, onde o passado é reatualizado com olhos postos no futuro.

A exposição “Pela língua que nos une” é, pois, uma homenagem a Camões por meio de  um testemunho de cooperação, de diálogo e de pertença. É a prova de que, mesmo separadas por oceanos, as escolas podem estar próximas quando partilham projetos com sentido, afetos e vontade de construir em comum.

Esta travessia, feita de palavras, traços e encontros, demonstra o papel central da biblioteca escolar como lugar de mediação cultural, potenciador  de projetos transformadores. Envolver alunos, professores e professores bibliotecários em iniciativas que cruzam latitudes e culturas é, hoje, mais do que nunca, um imperativo educativo.

Projetos desta natureza mostram que, mesmo perante desafios geográficos, logísticos e pedagógicos, é possível construir pontes de entendimento, valorizando a língua portuguesa como território comum e vivo. É neste tipo de ações que a escola afirma plenamente a sua missão: formar leitores críticos, cidadãos sensíveis e comunidades ligadas pela cultura, pelo diálogo e pelo respeito mútuo.

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Seg | 14.07.25

Camões em nós

Exposição comemorativa do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões

camoesemnos2 - Ana Marta E. Branco da Silva Farraj

As bibliotecas escolares do concelho de Silves promoveram, entre os dias 10 e 30 de junho de 2025, uma exposição de trabalhos produzidos por alunos do concelho, alusivos ao V Centenário do Nascimento de Luís Vaz de Camões. Esta iniciativa teve como objetivo homenagear a vida e obra do maior poeta da língua portuguesa, destacando a sua influência na literatura e na cultura nacional.

camoesemnos - Ana Marta E. Branco da Silva Farrajo

A exposição esteve patente na Biblioteca Municipal de Silves, permitindo que toda a comunidade conhecesse e apreciasse os trabalhos criativos elaborados pelos alunos, no âmbito da iniciativa nacional da Rede de Bibliotecas Escolares - Camões, Engenho e Arte.

Esta mostra contou com trabalhos realizados por alunos de diferentes níveis de ensino, apresentando uma abordagem diversificada sobre a figura e o legado de Camões.

Entre os trabalhos expostos encontraram-se: biografias do autor; Mapa das nacionalidades com dados biográficos de Camões; marcadores de livros; leituras de poemas realizadas por alunos do 4.º ao 9.º ano; projeto Camões, o Cientista das Palavras (incluiu um protocolo prático de uma atividade na área das ciências) e fotografias da arruada Silves canta Camões.

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Sex | 11.07.25

SOS Emoções: a Biblioteca Escolar como espaço de afetos e bem-estar

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Nas bibliotecas escolares do Agrupamento de Escolas Eng.º Duarte Pacheco, em Loulé, o Projeto SOS Emoções tem vindo a transformar a forma como se aprende e se vive na escola. Esta iniciativa articula a promoção da leitura com o desenvolvimento da literacia emocional e de competências sociais, acompanhando as crianças desde os primeiros anos de vida e contribuindo para o seu bem-estar integral.

O projeto é fruto de um trabalho conjunto entre biblioteca escolar, docentes, psicólogos e famílias, com um foco claro: ajudar as crianças a reconhecer, compreender e gerir as suas emoções de forma positiva.

A crescente evidência científica nas áreas da saúde mental, neurociência e educação mostra que o bem-estar emocional é fundamental para o sucesso escolar. Reconhecendo que muitos alunos enfrentam dificuldades emocionais que afetam a aprendizagem, nasceu a vontade de agir, inicialmente no pré-escolar, alargando-se depois ao 1.º ciclo e envolvendo ativamente as bibliotecas escolares.

O projeto até deu origem a uma parceria europeia intitulada Europa + Emoções = Inclusão, com escolas da Bélgica, Espanha, Estónia, Roménia e Portugal. Desta colaboração surgiu o Kit Europeu, um conjunto de estratégias e recursos acessíveis online, muito úteis durante a pandemia e ainda hoje aplicados em contexto escolar.

Toda a dinâmica se desenvolve em torno de três eixos fundamentais:

  • Mediação: resolução pacífica de conflitos e promoção do diálogo.
  • Regulação emocional: estratégias para lidar com emoções difíceis como raiva ou tristeza.
  • Literacia emocional: desenvolvimento da empatia, autoconhecimento e expressão emocional.

Este projeto reafirma a biblioteca escolar como um espaço privilegiado de crescimento humano, onde se cultivam o respeito, o afeto e a inclusão.

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Qui | 10.07.25

 Maratona de Livros 2025: os livros tiveram voz e deram voz aos alunos

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Uma prática de socialização da leitura

No dia 6 de maio, decorreu a 2.ª Edição da Maratona de Livros, uma iniciativa da responsabilidade da Equipa da Biblioteca Escolar da Escola Secundária João de Deus. Esta edição concretizou-se ao longo de seis sessões, e contou com a cooperação do Departamento de Português, integrando o programa de atividades de  comemoração do Dia Mundial da Língua Portuguesa.

A Maratona envolveu vinte e três alunos oradores que dinamizaram as sessões com leituras e apresentações cuidadosamente preparadas, dando voz a diferentes obras e autores. Os participantes constituíram-se em grupos de quatro elementos da mesma turma e cada grupo preparou a sua apresentação com a supervisão do professor de Português.

Os livros lidos e objeto de apresentação foram agrupados por afinidade de tema, acompanhados por um suporte digital. Cada grupo teve cerca de vinte minutos para realizar a sua apresentação, tendo as sessões integrado dinâmicas entre público e oradores, como roletas de perguntas, quizzes e trocas de impressões. A audiência foi composta por turmas do 9.º, 10.º e 12.º anos, que assistiram e interagiram com entusiasmo. Entre dinamizadores e participantes foram envolvidos nesta iniciativa 143 alunos e 6 professores.

A partilha de projetos de leitura entre alunos é uma prática enriquecedora que promove o desenvolvimento do pensamento crítico, o gosto pela leitura e a capacidade de argumentação. Ao trocar experiências sobre os livros lidos, os alunos têm a oportunidade de conhecer diferentes interpretações, ampliar o seu repertório cultural e descobrir novas obras que talvez não escolhessem por iniciativa própria, sem o incentivo da biblioteca escolar e dos professores. Essa interação também favorece o diálogo, a empatia e o respeito pelas opiniões alheias, criando um ambiente mais colaborativo e motivador para a aprendizagem. Além disso, ao apresentar e discutir as suas leituras, os alunos fortalecem as suas competências comunicativas e tornam-se leitores mais reflexivos.

A Maratona de Livros afirma-se, em mais um ano, como um espaço de encontro entre alunos, professores e livros, onde a leitura ganha vida e sentidos descobertos. Porque ler e partilhar leituras continua a ser uma poderosa forma de crescer, imaginar e ligar mundos, dentro e fora da sala de aula.

Para o ano fica a promessa de voltar e seguir algumas das muitas sugestões dos alunos participantes.

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Qua | 09.07.25

500 bustos de Camões – 500 olhares de uma comunidade

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No âmbito do projeto "Camões, Agora e Sempre", a comunidade educativa do Agrupamento de Escolas de Mora propôs-se a celebrar os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões de forma singular, criativa e profundamente participativa.

Para apoiar esta iniciativa, a biblioteca escolar apresentou, em setembro de 2024, uma candidatura bePLAN25, da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE). Este programa visa apoiar, através de pequenos financiamentos, a execução dos planos de atividades das bibliotecas, com especial destaque, nesta edição, para o desenvolvimento de ações e iniciativas que, centradas nas comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, sublinhem o seu legado para a língua e cultura portuguesas. 

Entre as várias iniciativas desenvolvidas no âmbito do projeto, destacou-se a criação de 500 bustos de Camões – um por cada participante. Alunos, professores, assistentes operacionais, técnicos, famílias e outros membros da comunidade aceitaram o desafio e homenagearam o poeta maior da literatura portuguesa, com arte e dedicação.

Com apenas 150 gramas de barro, cada pessoa moldou o seu próprio busto, dando origem a uma impressionante galeria de interpretações únicas – expressão da diversidade, da criatividade e do respeito coletivo pela herança cultural nacional.

As 500 peças estão agora reunidas numa exposição inédita patente na Galeria da Casa da Cultura de Mora, onde podem ser vistas e apreciadas até ao dia 21 de junho de 2025. Um convite aberto a todos os que desejam redescobrir Camões através do olhar e da sensibilidade de uma comunidade inteira.

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Ter | 08.07.25

Azeitão: As Bibliotecas como Pontes para o Futuro

por Gisélia Piteira, Diretora do Agrupamento de Escolas de Azeitão

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17 de maio de 2025

No ritmo intenso do dia a dia de uma escola em constante construção e reinvenção, existem lugares que permanecem como faróis de significado e afetos. As Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas de Azeitão são, sem dúvida, desses espaços – funcionais na sua organização, mas essenciais no impacto educativo e social. Desde que abracei a responsabilidade de liderar este Agrupamento, percebi que as nossas bibliotecas vão muito além de prateleiras com livros: são verdadeiros pontos de encontro entre o saber e as emoções.

Ser Diretora de um Agrupamento que tem como visão ser uma “Escola de Futuro e com Futuro” é um desafio apaixonante. Esta ambição concretiza-se diariamente no trabalho das nossas bibliotecas: práticas pedagógicas inovadoras, metodologias ativas, inclusão plena, desenvolvimento do pensamento crítico, da criatividade e da colaboração. Tudo isto vive nas estantes, nas rodas de leitura, nas sessões de histórias partilhadas.

Projetos como o “Para e Lê”, a “Biblioteca sobre Rodas”, o “Voz de Ler” ou os “Assaltos de Leitura” são manifestações vivas da nossa missão – uma escola mais inclusiva, com mais sucesso educativo, onde os cidadãos são felizes – bem como dos nossos valores: cidadania, cooperação, responsabilidade e solidariedade.

As nossas bibliotecas têm sido palco de encontros com autores, oficinas, projetos interdisciplinares, poesia, ciência, entre tantos outros momentos. Recordo com emoção uma atividade em que os alunos que têm Português Língua Não Materna foram cantar a canção “Frère Jacques”, em francês e em holandês, aos meninos do Jardim de Infância da Escola Básica da Brejoeira, acompanhados à flauta pela professora. De forma tão simples e poderosa, todos deixaram entrar a poesia nas suas vidas. Foi um instante de partilha e pertença que ilustra na perfeição o espírito que habita as nossas bibliotecas.

Com o apoio incansável das Professoras Bibliotecárias, as Bibliotecas Escolares transformaram-se em espaços de construção de conhecimento, de inclusão e de desenvolvimento de múltiplas literacias. São também uma resposta concreta ao desafio de preparar os nossos alunos para um mundo em constante mudança, sem esquecer o essencial – a empatia, a escuta, o prazer de ler e de partilhar.

Por último, sinto orgulho por testemunhar como estas Bibliotecas contribuem para uma escola mais justa, mais humana e mais criativa, reconhecendo o impacto profundo que as experiências proporcionadas deixam em cada aluno. É gratificante poder apoiar uma equipa que coloca as Bibliotecas no coração do nosso Projeto Educativo!

As Bibliotecas do nosso Agrupamento são, em essência, o reflexo da escola que queremos ser: Uma Escola de Futuro e com Futuro!

Gisélia Piteira
Diretora do Agrupamento de Escolas de Azeitão

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