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Blogue RBE

Sex | 28.04.23

Ler para crer ler – um projeto inclusivo de leitura.

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A biblioteca do Agrupamento de Escolas Visconde de Chanceleiros, Merceana, no concelho de Alenquer, integrou em 2020 o Projeto “Todos Juntos Podemos Ler”, da Rede de Bibliotecas Escolares, do Plano Nacional de Leitura e da Direção Geral da Educação. O grande objetivo desta candidatura é a implementação, nas bibliotecas escolares, de projetos inclusivos de leitura, ou seja, promover a inclusão através da leitura.

Como facilmente depreendemos, este objetivo não se atinge sem uma forte cultura colaborativa, e o projeto “Ler para crer ler”, para além de possuir uma designação provocadora, partiu deste pressuposto fundamental. 

De entre as ações que realiza, e que podem ser seguidas através do blogue criado para divulgar o projeto, destaca-se a criação um livro intitulado “Robonhões Robólicos”. Os alunos do Centro Escolar de Vila Verde dos Francos, acompanhados pelos professores e pela biblioteca escolar, começaram por realizar várias atividades de leitura, foram incentivados a imaginar e a escrever. “Surgiram sempre trabalhos fantásticos, histórias de encantar, poemas divertidos”, lê-se no prefácio deste magnífico trabalho. 

Robonhões Robólicos nasceu da exploração de dois títulos inspiradores Estranhões e Bizarrocos, de José Eduardo Agualusa, e Estrambólicos, de André e José Jorge Letria. Através de leituras e de dramatizações, construções de robots fantásticos e desconhecidos, os alunos iniciaram o grande projeto: inventaram, desenharam e pintaram seres fabulosos e escreveram frases inesperadas...

Depois de montarem as várias personagens “robólicas”, apresentaram o projeto à Junta de Freguesia de Vila Verde dos Francos e à Associação Alenculta, que asseguraram a sua publicação.

A ideia de que a diversidade enriquece o nosso imaginário e a nossa dimensão de seres humanos, ficou bem patente neste título inquietante. Tudo esta aventura foi possível, como bem evidencia o nome do projeto, porque toda a comunidade ACREDITOU: Ler para crer ler.

O prefácio revela-nos a receita para o sucesso:

...ouvir e dar a ler, explorar intensamente a imaginação de uma criança, levá-la a escrever ideias que imagina, levá-la a acreditar que ler é uma das melhores coisas do mundo, trabalhar com bons parceiros que acreditam que crianças e livros tornam o mundo muito melhor. Ler para crer ler porque Todos Juntos Podemos Ler!”.

Incluir é tornar visível que todos somos imprescindíveis, no desafiante mosaico que é o mundo que habitamos. Ficou expresso neste projeto criativo de leitura e na atitude pró-ativa desta comunidade.

 

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Qui | 27.04.23

Bibliotecas Escolares do AE José Régio

Por Ana Rute Sanguinho, Diretora do AE José Régio, Portalegre

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O nosso Agrupamento de Escolas é composto por 7 estabelecimentos escolares, sendo que 4 deles possuem uma Biblioteca Escolar. Contamos com a colaboração de uma Professora Bibliotecária, professora Edviges Sousa, desde 2015/2016, que articula diretamente com uma notável equipa que dá vida e desenvolve diferentes dinâmicas nas bibliotecas a que se encontram afetas.

Podemos caracterizar o trabalho desenvolvido nas nossas bibliotecas considerando três aspetos principais:

1 - Preocupação constante em apoiar ao máximo as áreas disciplinares, não apenas através da disponibilização dos documentos e equipamentos existentes, mas também articulando atividades e ações que possam contribuir para a prossecução dos objetivos previstos nos documentos oficiais que atualmente nos regem, isto é contribuir para o sucesso escolar e educativo dos nossos alunos;

2 - O desenvolvimento de uma medida TEIP, integrada no Plano Plurianual de Melhoria - Ler Mais para Crescer (destinada à Educação Pré-escolar, EPE; 1º, 2º e 3ºCEB), a qual pretende contribuir para a colmatação das dificuldades associadas às competências de leitura, interpretação e expressão oral e escrita reveladas por uma percentagem significativa dos nossos alunos, e para a melhoria da fluência e da compreensão leitoras. Acreditamos que a implementação de ações e atividades em vista à construção e consolidação de uma cultura leitora no Agrupamento, contribuirá para a melhoria dos resultados escolares e educativos bem como da qualidade das aprendizagens.

3 - A forte colaboração, articulação e parceria entre as equipas que se encontram adstritas a este serviço, abarcando todos os níveis de ensino desde a Educação Pré-Escolar ao 3º ciclo, e estendendo, sempre que possível, as atividades do Plano Anual de Atividades também às escolas das freguesias rurais em que não existe biblioteca escolar. (Horas do Conto, malinhas com os Livros Viajantes, Encontros com escritores, divulgação e incentivo a que os professores titulares participem com as suas turmas nas diferentes atividades implementadas pelas Bibliotecas Escolares, por exemplo).

Em termos de atividades e projetos destacamos alguns:

- Programa de Leitura na rádio Portalegre "E se eu gostasse muito de ler? - Transmissão bissemanal (2ªs e 6ªs feiras) com participação das turmas entre o 2º e o 9º ano de escolaridade;

- Ciclos de escritores para os diferentes níveis de ensino, em especial para o EPE e 1º Ciclo, de forma presencial e online;

- Organização de Oficinas de Escrita, direcionadas a alunos de 2º e de 3º ciclo;

- Projeto "À descoberta do Património Histórico da região de Portalegre" no âmbito da candidatura "Biblioteca Digital" da RBE;

- Projeto "A Ler+ com Régio", no âmbito da candidatura "A ler+ - rede de escolas leitoras" do PNL e da RBE;

- Candidatura à medida "Requalificar a BE", da RBE, que permitiu a requalificação da biblioteca dos Assentos (1º ciclo).

A Biblioteca Escolar tem uma forte presença no Agrupamento, com impacto nas diferentes dinâmicas. O serviço prestado tem sido alvo de monitorização, pelo que nos apraz referir que o número de requisições do espaço da Biblioteca (nos últimos três anos) para atividades letivas e de apoio ao currículo revela um assinalável aumento. O mesmo se verifica com as requisições de materiais para a sala de aula (obras literárias, dicionários, DVDs, manuais, revistas).

A Direção do Agrupamento procura acompanhar e estar sempre presente, nomeadamente na organização de eventos (receção à Drª Manuela Silva na reinauguração da BE da EB de Assentos, sessão de atribuição dos prémios aos finalistas nacionais do concurso "Ser Escritor é Cool", por exemplo), e na elaboração de candidaturas. Estas últimas permitiram uma renovação significativa do fundo documental e equipamentos e também algum mobiliário no caso da biblioteca da EB de Assentos.

A própria Direção tem feito um investimento em livros para as 4 bibliotecas e para o desenvolvimento em particular de Tertúlias Artísticas Literárias (Ação Educativa de Sucesso do projeto INCLUD-ED – Comunidades de Aprendizagem, com a aquisição de 24 unidades de cada obra). De salientar o cuidado acrescido durante o período de confinamento e Ensino a Distância em que financiou sessões para todas as turmas do 2º ciclo, com a contadora de histórias/ animadora de leitura Margarida (Bru) Junça.

A Rede de Bibliotecas Integradas de Portalegre (BIP), da qual fazemos parte, também desempenha um papel importante, uma vez que tem contribuído para a implementação articulada e comum de atividades, tais como Encontros com Escritores e/ ou Mediadores de Leitura, rentabilizando recursos, designadamente as deslocações destes agentes culturais e para a participação em atividades em parceria com as diferentes escolas da cidade, incluindo as do Instituto Politécnico de Portalegre, a Escola de Hotelaria e Turismo e a Biblioteca Municipal.

Presentemente estão a ser envidados todos os esforços para a construção e disponibilização de um Catálogo Comum que permita o acesso, por parte de todos os munícipes, aos recursos existentes nas diferentes bibliotecas.

Por último, gostaríamos de divulgar os nossos espaços on-line em que promovemos as bibliotecas:
. A página principal (desde o 2º período de 2022/23): https://biblioteca868.wixsite.com/be-aejr

. Projeto "À descoberta do Património histórico construído da região de Portalegre": https://projeto-biblioteca2.webnode.pt

. Projeto de candidatura "A Ler mais com Régio" https://express.adobe.com/page/NDYQNJtrKnHPd/

 

Ana Rute Sanguinho
Diretora do AE José Régio, Portalegre

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Qua | 26.04.23

A Ciência de Educar

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A ciência moderna nasceu no século XVI-XVII, com Galileu Galilei e fundamenta-se:

- Num método laboratorial, que valoriza a observação e a experimentação em ambiente controlado;

- Numa linguagem, a matemática, que extrai da realidade apenas aquilo que é mensurável (figura, tamanho, peso...) e se possa traduzir numa verdade objetiva e universal.

Diz o astrónomo e físico italiano numa carta a Fortunio Liceti de 1641, citada em Diálogo dos Grandes Sistemas. O universo compara-se a um livro que “não pode ser lido por toda a gente. Os caracteres desse livro não são outros que os triângulos, quadrados, círculos, esferas e outras figuras matemáticas” [1].

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A educação, enquanto parte das ciências sociais e humanas, tem-se tentado aproximar deste modelo de ciência assente numa razão matemática, mais facilmente aplicável aos aspetos cognitivos e formais da aprendizagem, os tradicionalmente valorizados.

Neste contexto, estudos feitos em laboratório - e confirmados em contexto natural – mostram, por exemplo, que a Aprendizagem Espaçada é mais eficaz do que a Aprendizagem Massiva/ Concentrada e que a Aprendizagem Intercalada/ Alternada de diferentes conteúdos/ disciplinas é mais eficaz do que a aprendizagem intensiva de um único conteúdo/ disciplina [2].

313x0w.jpgEducar tem Ciência – Podcast [2]

É importante que educadores e alunos compreendam estes resultados da ciência porque esse conhecimento gera intencionalidade e transferência para novas situações e torna-se mais fácil e frequente saber tomar decisões que facilitem melhores aprendizagens.

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O desenvolvimento das neurociências - e.g. António Damásio - alarga o âmbito das ciências e da educação, por exemplo aos sentimentos, que tendo uma base biológica, também podem ser ensinados e aprendidos. A educação permite compreender e melhorar a expressão dos sentimentos e orientá-los para princípios e valores universais humanistas, aceites pela sociedade e transpostos para a ordem jurídica e para o currículo (aprendizagens essenciais).

As neurociências também mostram que os sentimentos têm ligação à memória, raciocínio, curiosidade, atenção, imaginação e decisão e, por isso, aprendemos melhor e durante mais tempo quando estão envolvidos.

Estas conclusões incentivam a crescente ligação das aprendizagens formais do currículo às artes/ cultura ou às abordagens informais/ não formais, bem como ao brincar/ jogo (gamificação) social, em grupo.

Contar histórias, ver o excerto de um filme, utilizar uma app, visitar um museu, explorar a biodiversidade da praia/ campo, ir ao supermercado [educação para o consumo], fazer pão, cultivar a horta escolar/ comunitária, cuidar de animais… são formas de aprender não formais, dinâmicas, que incentivam a curiosidade e o gosto por aprender, a criatividade, a aplicação a situações concretas da vida real, alargando e tornando significativas as aprendizagens e aumentando o sentimento de pertença à comunidade e o bem-estar.

A Conferência Mundial sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável, Mondiacult 2022, da UNESCO declara a cultura um “bem público global” que deve ser transversal a todas as políticas públicas e propõe o reforço da ligação da educação à cultura e às artes, designadamente tradicional e local, para expandir e melhorar a qualidade e os resultados das aprendizagens, sobretudo nas crianças e jovens.

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Através do exemplo das neurociências, percebemos que o modelo atual da ciência se abre a áreas que, no passado, estavam reservadas a outros domínios e eram desvalorizados pela ciência moderna, como a poesia ou a literatura.

Abre-se também aos saberes populares, por exemplo: a Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas (2021-2030) visa restaurar e regenerar ecossistemas naturais, incorporando conhecimentos tradicionais, como os dos povos indígenas que vivenciam estas práticas há milhares de anos com sucesso.

Por outro lado, a psicologia, a psiquiatria e outras áreas da medicina apresentam uma série de estudos científicos sobre os benefícios da ligação do ser humano à natureza, seja para o bem-estar/ felicidade humana, seja para o equilíbrio ambiental. O livro Perder o Paraíso - As nossas mentes precisam da natureza de Lucy Jones apresenta uma série destes estudos que cruzam ciências naturais com Psicologia e Psiquiatria e defende a tese do poder curativo da natureza, num mundo que parece estar em guerra com ela e em que as pessoas vivem ansiosas [4] - durante o confinamento da Covid-19 experienciamos os efeitos positivos da recuperação desta ligação à terra, plantas e animais.

Para além de um alargamento da ciência, reforçam-se conexões entre ciência e outras disciplinas tradicionalmente excluídas do conhecimento científico e da educação formal. Hoje a ciência faz-se em colaboração com as humanidades e o propósito de ambas é gerar explicações epistemologicamente justificadas que estejam na base das nossas decisões do dia-a-dia.

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A biblioteca escolar proporciona oportunidades de aprendizagem:

- Integradas no CURRÍCULO (aprendizagens essenciais), do qual as ciências fazem parte;

- Não formais e informais, com ligação à CULTURA/ ARTES;

- Significativas, com ligação às EXPERIÊNCIAS/ VIDA dos alunos e que potenciam recursos e agentes da comunidade local e ajudam a resolver os seus problemas.

A educação deve ser fundada não apenas na Ciência, mas também em DIVERSAS DISCIPLINAS – História, Filosofia, Sociologia, Literatura, Arte/ Cultura… - que fomentam o pensamento crítico, suscitam a dúvida/ pergunta e a inquietação e o saber refletir sobre os problemas – reais, não mero exercício hipotético - e saber encontrar/ reimaginar soluções/ caminhos que preparem e melhorem a vida em comunidade. Desenvolve o gosto por aprender ao longo da vida.

Deve ser fundada em VALORES universais, como a dignidade humana e a solidariedade, que exigem atenção à realidade e que cada cidadão cumpra os seus deveres éticos e tenha em conta, nas suas decisões, pessoas, seres e ecossistemas mais frágeis. Ou valores como a liberdade de expressão, a democracia e o envolvimento cívico na vida comunitária.

Ciência, sim, mas também experiência, saberes, cultura, cidadania formam o campo da educação com a biblioteca escolar. Educação que está na base de todos os direitos e liberdades humanas e do desenvolvimento sustentável de todos os setores.

Nota

Esta comunicação foi apresentada no Encontro de Bibliotecas Escolares – A Ciência de Educar, integrado na iniciativa Contornos da Palavra, em Viana do Castelo.

Referências

  1. Galilei, Galileu. (1979). Diálogo dos Grandes Sistemas (p.117). Lisboa: Gradiva.
  2. Crato, Nuno. (2022, 4 out.). Começar bem o ano letivo (podcast). Lisboa: Educar tem Ciência. https://podcasts.apple.com/pt/podcast/tsf-educar-tem-ci%C3%AAncia-podcast/id1622779337
  3. Damásio, António. A educação dos sentimentos (vídeo). Portugal: Fronteiras/ FFMS https://www.fronteiras.com/descubra/pensadores/exibir/antonio-damasio
  4. Jones, Lucy. (2023). Perder o Paraíso - As nossas mentes precisam da natureza. Temas e Debates. https://www.temasedebates.pt/produtos/ficha/perder-o-paraiso/25880918

 

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Sex | 21.04.23

Restauro de livros: sessão formativa

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A Rede Bibliotecas de Braga desenvolve um conjunto de atividades diverso, distribuídas por vários eixos de atuação, a saber: Eixo 1 - Promoção da leitura e das literacias; Eixo 2 - Cidadania, diversidade e inclusão; Eixo 3 - Preservação do património imaterial e da memória e Eixo 4 - Formação e capacitação

No âmbito do Eixo 4 - Formação e capacitação, durante a interrupção letiva da Páscoa, foi organizado um workshop formativo sobre restauro de livros, por esta constituir uma temática premente e essencial nas bibliotecas escolares.

Para o efeito, foi solicitado o apoio da instituição Oficinas de S. José, com larga experiência no ramo da tipografia e do restauro, que amavelmente aceitou o desafio e recebeu um grupo de formandas, no dia 3 de abril nas suas instalações para uma manhã de aprendizagem e de trabalho.

Assim, um grupo de 24 assistentes operacionais das bibliotecas escolares do concelho de Braga puderam conhecer algumas técnicas de restauro de livros, desde a recuperação de capas a folhas rasgadas, conduzidas pelo experiente sr. Luís Fonseca.

Depois destas 3 horas de formação, as Assistentes Operacionais das bibliotecas escolares estão certamente mais habilitadas a recuperarem alguns dos livros degradados, pelo muito uso por parte dos alunos.

Relativamente a este assunto, as formandas retiveram como aspetos a não esquecer que a fita-cola está proibida no restauro dos livros e que é importante que as bibliotecas escolares tenham um kit de restauro, composto por: cola branca, fio de croché, papel cebola (para recuperar folhas rasgadas), agulha de coser, algo para prensar/ apertar que podem ser duas talas em madeira e que apertam com parafusos de rosca.

Para saber um pouco mais, veja este pequeno vídeo, elaborado pelas assistentes operacionais durante o workshop:

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Qui | 20.04.23

“Pais a ler+” no Pré-Escolar e 1.º Ciclo

AE Madeira de Torres

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Convidar toda a comunidade de leitores e não leitores a aderir, incentivar, partilhar e experimentar leituras é um dos propósitos da Semana da Leitura e, neste sentido, as Bibliotecas Escolares da EB Conquinha e EB Carlos Bernardes do Agrupamento de Escolas Madeira de Torres convidaram os Pais a Ler+ , criando oportunidades de participação para todos.

A atividade é proposta aos professores titulares que encaminham o convite redigido pela professora bibliotecária aos encarregados de educação. Quando há uma primeira sessão com a turma, a professora bibliotecária aproveita a oportunidade para motivar os restantes alunos para desafiarem os seus pais.

Aos pais, são apresentadas duas possibilidades de participação:

Versão presencial - num "Tempo para ler e pensar!", na biblioteca escolar e em parceria com a professora bibliotecária, os Pais e Encarregados de Educação dinamizam uma sessão de leitura presencial para a turma dos seus educandos (durante a semana da leitura foram dinamizadas 9 sessões presenciais), havendo um “troféu” e um certificado para cada uma das turmas com Pais aLer+;

Versão online - os Pais, Encarregados de Educação ou outros familiares foram desafiados a gravar e partilhar uma leitura em voz alta, com recurso à ferramenta digital Padlet. Posteriormente, as leituras são arquivadas na Biblioteca Digital Pais a Ler+, disponível para audição na soundcloud. As histórias poderão, assim, ser ouvidas na sala de aula e/ou em casa pelos alunos/crianças e pais.

A ação Pais a Ler+ continuará a decorrer ao longo do 2.º Semestre, pelo que os pais interessados em participar poderão proceder à sua inscrição através de um formulário disponível para o efeito. Atualmente, é possível contar já com 31 pais inscritos, sendo que as sessões presenciais já estão calendarizadas até ao final do ano letivo.

Pais a Ler+ é uma das ações propostas pelas Bibliotecas Escolares do AEMT na implementação do Plano Local de Leitura, Mudança I - Mais hábitos de leitura na família, do qual as bibliotecas escolares são parceiras.

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Qua | 19.04.23

“Leituras com Fialho de Almeida”

Projeto Ideias com Mérito 2022

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Ler Fialho de Almeida no ensino básico? Para quê, se os alunos não entendem a sua escrita difícil e exuberante? Um cronista panfletário, um contista que teria, segundo o próprio, a “reputação de prosador colérico”, um “desequilibrado indolente, que arma à sensação por via do galicismo”[1]? Questões pertinentes às quais acrescentamos a assunção de que os alunos, hoje, não leem: é o que se proclama nas revistas e jornais, na rádio e na TV, nos blogs e podcasts que seguimos. Não leem, ou leem pouco, não leem o que deveriam ler, não sabem interpretar. Conteste-se: os alunos leem! Fazem-no de modo diferente, em diferentes suportes, porque os desafios, hoje, são outros: o hipertexto, a leitura rápida, a sobre oferta de leitura(s) em diferentes dispositivos. O nosso desafio, enquanto professores/educadores, pais e comunidade é incentivá-los e mediar essas leituras. Foi este o desafio no trabalho de projeto que delineámos.

A questão de partida, foi lançada na biblioteca escolar por um aluno: “Por que razão a nossa escola se chama Fialho de Almeida”? e logo “Quem é Fialho de Almeida?”. Alerta projeto: Vamos descobrir quem é Fialho de Almeida!

A curiosidade dos alunos e a apresentação da BD Fialho de Almeida, Um Homem Sem Medo, de Paulo Monteiro, pela Associação Fialho de Almeida, foi o estímulo acrescido para o desenvolvimento do projeto, um processo dialógico, a partir do qual se estabeleceram os objetivos: 

a) ler a BD Fialho de Almeida, um homem sem medo[2];

b) conhecer aspetos mais marcantes da vida de Fialho de Almeida;

c) descobrir a diversidade de produções literárias de Fialho de Almeida;

d) abordar a leitura através da utilização de meios digitais e de textos que aproximem mais os alunos da sua identidade cultural;

e) incluir todos os alunos em todas as etapas do projeto;

f) divulgar as aprendizagens realizadas no Google Earth Web.

A BD proporcionou-lhes conhecer o autor alentejano e abriu-lhes as portas a diferentes descobertas. Em primeiro lugar, aguçou-lhes a curiosidade sobre outros aspetos da vida e obra de Fialho de Almeida, não relatados na BD, e surgiram as conversas em família: “Dizem que Fialho de Almeida…”; “Já não é do meu tempo, filho, mas a minha avó dizia que ele…”. Diz que disse, que alavancou a descoberta dos textos de Fialho de Almeida: “Vamos conhecê-lo melhor através da sua obra?”. Os quarenta e cinco minutos semanais de uma aula de português foram dedicados à leitura de textos de Fialho. Cada aluno selecionou um título, de entre contos e crónicas, texto autobiográfico e, o Fialho que não conheciam foi-se revelando em observações que rejeitam as teses acima que assumem que os alunos não refletem sobre as leituras, não pensam criticamente. “Professora, ele gosta muito de dizer as coisas como são, mas também está sempre a criticar tudo”. Descobria, de uma assentada, duas características da escrita de Fialho: os aforismos e a sua veia mordaz e combativa. “Professora, que é que ele quer dizer com isto? Não conheço a maior parte das palavras que ele escreve”. Descobria, outro aluno, o exercício de estilo gramatical de FA e a sua inovação lexical!

 A par destas descobertas, os alunos tiveram a oportunidade de aceder a novidades no mundo digital e, muito importante, tem sido efetiva a inclusão de alunos com dificuldades a nível da leitura e da escrita. Todos leem, sem medo, inclusive, os alunos com dislexia que fizeram o registo áudio das suas leituras. Estava encontrado o título do podcast: “Leituras sem medo”. Um piscar de olho ao autor “não temendo nunca”, ao título da BD Fialho de Almeida, um homem sem medo, pilar do projeto, e ao arrojo dos alunos, que perderam o medo de ler em voz alta.

Os diferentes trabalhos, produzidos em articulação com as disciplinas de História e Português e a biblioteca escolar e elaborados em diferentes aplicações tecnológicas, contribuem para a capacitação digital dos alunos e incidem em diferentes domínios da vida do escritor - uma mais-valia, não só para a comunidade escolar, como também para a Associação Fialho de Almeida e comunidade extraescolar, disponível on-line em https://rbeurl.pt/imfialhoalmei  

A metodologia inerente ao projeto permite aos docentes planificarem aulas/ atividades diversificadas e, através do trabalho em grupo e da orientação dos docentes, os alunos passaram a ser os agentes construtores da sua própria aprendizagem, respeitando o seu ritmo e trabalhando para um objetivo comum. Envolvem-se no trabalho, formam os seus próprios colegas e constroem os seus produtos, dando primazia à aprendizagem, à descoberta e ao conhecimento. 

A continuidade do projeto está assegurada durante o presente e o próximo ano letivo, prevendo-se que, aproximadamente 180 alunos terão acesso às diferentes atividades e conhecerão diferentes aspetos da vida e obra de Fialho de Almeida.

 

Professora Bibliotecária: Florinda Almeida
Agrupamento Escolas de Cuba

 

Referências

[1] Eu, autobiografia de Fialho de Almeida.

[2] Monteiro, P. (2021). Fialho de Almeida – Um Homem sem Medo. Associação Cultural Fialho de Almeida

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Ter | 18.04.23

Educação socioemocional com a biblioteca

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A atual política educativa alicerça-se em pilares que implicam um trabalho cooperativo ao serviço de uma educação e formação de todos os jovens em dimensões que vão muito para lá do mero saber enciclopédico, tal como plasmado no Quadro estratégico 2021-2027[1], que assenta em quatro eixos orientadores - saberes, ligações, sítios e pessoas - e em valores como o bem-estar pessoal e coletivo.

Neste sentido, as bibliotecas escolares devem propor dinâmicas conducentes a “comportamentos e estilos de vida responsáveis, promotores de bem-estar (individual, coletivo, ambiental)” (RBE, 2021, p.47), responsabilidade acrescida pelos recentes resultados do estudo coordenado pela Universidade de Évora, que conclui que um quinto dos estudantes do ensino superior sofre de algum tipo de doença mental, sendo a ansiedade e a depressão as mais mencionadas. Esse estudo revela, ainda,  que “23% dos participantes toma medicação para a ansiedade, depressão, insónias ou outro problema psíquico,  e que, destes, quase metade foram diagnosticados após o início da pandemia de Covid-19.” [2].

Neste contexto, cabe aos educadores e às várias estruturas da comunidade educativa implementar programas ou ações de aprendizagem socioemocional para fomentar a saúde mental, afigurando-se a biblioteca escolar como uma estrutura e um espaço privilegiado para a sua implementação.

Jessica Fitzpatrick é professora bibliotecária numa escola em Houston, EUA, e advoga [3] a necessidade de as bibliotecas escolares criarem uma cultura que aposte no desenvolvimento de diversas atividades SEL (Social Emotional Learning), para promover a saúde mental, fundamental para o sucesso dos alunos e para o seu desenvolvimento integral.

Partindo da sua experiência de bibliotecária, sabe que as bibliotecas acolhem, sendo muitas vezes um refúgio para os alunos quando se sentem sobrecarregados, ansiosos, stressados… e necessitam de um espaço seguro ou somente de um espaço onde possam permanecer livremente. Por isso, esta bibliotecária tem apostado em disponibilizar atividades SEL, umas mais simples e mais pontuais do que outras, que podem requerer a colaboração de terceiros (psicólogos, professores, mentores…), destinadas a alunos, ao pessoal docente e não docente da comunidade educativa.  A colaboração de terceiros traz ganhos muito significativos, em termos de recursos humanos e técnicos, criando uma cultura de promoção de competências SEL, com e a partir da biblioteca, fundamental para uma comunidade educativa coesa.

A construção de uma cultura que cuida do outro, que promove SEL, começa com pequenos gestos de acolhimento e com propostas de atividades promotoras de bem-estar. A bibliotecária referida partilha um conjunto de atividades que não implicam grandes custos e que podem ser facilmente postas em prática em qualquer biblioteca escolar:

- Bullet Journal (“diário de balas”) - Uma técnica criada por Ryder Carroll, que se tem revelado bastante eficaz no tratamento da depressão, ansiedade e stress, pois possibilita um grau de consciencialização conducente à superação de obstáculos, de problemas e de sentimentos negativos causadores de mal-estar. Consiste no registo escrito e/ou gráfico, regular e de forma totalmente livre, dos pensamentos, das ideias, dos desafios, o que contribui para reduzir o stress e manter o foco, priorizando  o que é realmente importante.

-Aguarela – O uso da técnica da aguarela é uma ótima ferramenta para permitir que os alunos sejam o mais livremente criativos e libertem a sua ansiedade, pois dispõem de total liberdade na seleção do tipo e tamanho de papel, das cores a utilizar e dos temas/assuntos.  Esta estratégia é particularmente cara para Jessica, porque, no seu entender, cria-se arte comunitária que pode, depois, ser exposta.

-Speed Friending (“Amizade rápida”) – Uma técnica que consiste numa variante do “Speed Dating”, destinada a criar laços/amigos. Cada aluno recebe um número e um conjunto de perguntas e a ideia é que interajam com outros colegas (as perguntas apenas orientam a conversa, salvaguardando situações de maior inibição). Esta técnica permite que conheçam outros colegas que, de outro modo, não iriam conhecer nunca.

- Origami Worry Boxes (“As Caixas de preocupações de Origami”) - Uma atividade a que a bibliotecária dá início  no Dia Nacional do Origami, a 11 de novembro. Depois de  ensinar os alunos a fazer uma caixa com recurso à técnica  origami,  estes são incentivados a registar por escrito as suas preocupações, como forma de catarse,  depositando-as, posteriormente, nas caixas para serem esquecidas.

- Coloring Pages (“Páginas para colorir”) – As páginas para colorir, com desenhos mais ou menos sofisticados e respondendo a temáticas diversas, são uma ótima forma de os alunos se libertarem das suas preocupações  e pressões, mudando o foco da sua atenção.

- Write down, ripe up, and throw away (“Escrever, amarrotar e deitar fora [o papel]”) - Esta atividade SEL é uma maneira divertida de levar os alunos a exteriorizarem e libertarem-se do que os preocupa, da ansiedade ou do stress que os domina. Consiste em pôr os alunos a escreverem, numa folha, o que os perturba, amarrotando-a e deitando-a fora, como forma de alívio/expiação.

São somente alguns exemplos aduzidos pela bibliotecária americana para salientar a necessidade de as bibliotecas escolares se assumirem como ambientes acolhedores e seguros, propondo atividades que contribuam para a criação de uma cultura promotora de bem-estar, equilíbrio emocional e saúde mental, condições essenciais para o sucesso do ensino-aprendizagem e para a realização de todos os elementos da comunidade educativa e… da sociedade em geral.

 

Referências

[1] RBE (2021). Bibliotecas Escolares: presentes para o futuro. Programa Rede de Bibliotecas Escolares:  Quadro estratégico: 2021-2027. RBE- Ministério da Educação. https://rbe.mec.pt/np4/?newsId=890&fileName=qe__21.27.pdf

[2] Agência Lusa (2023, 6 de março). Um quinto dos estudantes do ensino superior possui algum tipo de doença mental. Observador. https://observador.pt/2023/03/06/um-quinto-dos-estudantes-do-ensino-superior-possui-algum-tipo-de-doenca-mental-diz-estudo/

[3] Fitzpatrick , J. (2022, 31 August).Different types of SEL Activities to Build School Library Culture. Knowledge Quest. American Association of School Librarians. https://knowledgequest.aasl.org/different-types-of-sel-activities-to-build-school-library-culture/

[4] Imagem de Gerd Altmann por Pixabay 

 

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Seg | 17.04.23

Trabalho colaborativo em Monforte: biblioteca escolar e biblioteca municipal

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"As bibliotecas públicas devem ser locais de acesso livre de conhecimento a todos os seus utilizadores e potenciais utilizadores, independentemente da raça, sexo, idade, religião, ou condição social. Há unanimidade quando se defende que as bibliotecas municipais, à semelhança das bibliotecas escolares, também devem estimular o prazer e o gosto pela leitura, o espírito crítico, proporcionando o acesso à informação e às tecnologias da informação e comunicação.” O manifesto sobre as bibliotecas públicas refere que o trabalho desenvolvido pelas bibliotecas públicas deve ser feito em cooperação, sendo o bibliotecário um intermediário imprescindível entre os utilizadores e os recursos.

A rede de bibliotecas municipais, criada em 1987, antes da rede de bibliotecas escolares (1997), acabou nessa altura, por tentar colmatar a falta de bibliotecas escolares. Os alunos utilizavam-nas para a realização de trabalhos e busca de informação. No entanto, em momento algum a biblioteca pública substitui a biblioteca escolar. A biblioteca pública tem um papel mais amplo, um público mais vasto, o seu objetivo é prestar serviços à população em geral. O papel dos bibliotecários é sobretudo rentabilizar recursos e fazer uma gestão equitativa e equilibrada do fundo documental. As suas funções são diversificadas e polivalentes. Os bibliotecários devem ser promotores da formação contínua para que haja uma constante atualização dos conhecimentos, participando ativamente em palestras e estabelecendo certas ligações apropriadas de cooperação.

A criação de empatias é fundamental, nomeadamente no que concerne à relação que se pode estabelecer entre as bibliotecas municipais e as bibliotecas escolares, promovendo atividades em conjunto, cooperando entre si também, através da troca de experiências e documentação, criando fortes elos de ligação.

É isso mesmo que acontece no caso de Monforte. Sendo um Município pequeno, com pouca população e fracos recursos financeiros, o estabelecimento de parcerias, mesmo que por vezes informais, entre a comunidade escolar, autarquia, biblioteca municipal e outras associações do concelho é imprescindível para que os resultados sejam profícuos.

A 28 de Outubro de 2022 foi celebrada a assinatura de um acordo de constituição da Rede Concelhia de Bibliotecas de Monforte, fato que veio reforçar os laços a partilha de conhecimentos e recursos. Dando mote para o trabalho em rede, que hoje em dia tanto ouvimos falar.

A aquisição conjunta do software de gestão documental e a agregação num único catálogo dos catálogos da Biblioteca Escolar e da Biblioteca Municipal é um passo de gigante no desenvolvimento do nosso trabalho.

O fato do catálogo estar acessível através da internet possibilita-nos concretizar uma das principais funções das Bibliotecas, fornecer um serviço publico de qualidade.

Com um edifício reabilitado, renovação do fundo documental e apoio técnico especializado a Biblioteca Escolar do AVEM tem agora todas as ferramentas para crescer, assumindo-se como uma estrutura determinante no seio da comunidade educativa.

É muito mais fácil, quando podemos partilhar a vinda de um escritor, a promoção de atividades como a Semana da leitura (realização de um Flash Mob de leitura, envolvendo escola, universidade sénior, clube de leitura da biblioteca municipal), clubes de leitura, projetos como Dar vida aos livros no âmbito do qual a Biblioteca Municipal semanalmente visita a escola na hora do conto … Comemorações conjuntas como o Dia Internacional do Livro Infantil ou dia do autor português, são disso exemplo.

Podemos dizer que neste caso biblioteca escolar e biblioteca municipal caminham de mãos dadas, onde, felizmente, cada vez mais não se percebe onde termina o trabalho de uma e começa o trabalho da outra.

Vitória Medalhas

Bibliotecária Municipal

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Sex | 14.04.23

A leitura sai à rua

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Apesar das previsões alarmistas a ditarem o fim do livro e da leitura, em todas as escolas do país, e mais do que nunca com a iniciativa “Escola a ler”, são concretizadas atividades, ao longo do ano letivo, que promovem a leitura multimodal e em vários suportes, mas, também, a escrita, competências sociais, de comunicação e expressão artística.

Todos os anos, aquando de efemérides como o Dia Mundial da Poesia ou a Semana da Leitura, o movimento pela leitura, que caracteriza o quotidiano do trabalho das escolas e das bibliotecas escolares, extravasa, sai das salas de aula, das bibliotecas e toma a rua, espalhando beleza, profundidade, alegria, companhia, e, por vezes, até algum desconforto, não deixando ninguém indiferente. Foi isso que aconteceu nos concelhos de Caldas da Rainha, de Alcobaça e de Rio Maior, onde a promoção da leitura é assumida como uma missão de todos e para todos.

Em Caldas da Rainha, no dia 21 de Março, o Dia Mundial da Poesia foi celebrado com a atividade TOMA LÁ POESIA!, organizada pela Rede de Bibliotecas das Caldas da Rainha (RBCCR), com o apoio da Câmara Municipal e da Rodoviária do Oeste.

Os alunos dos Agrupamentos de Escolas da cidade prepararam a leitura de vários poemas, com a colaboração dos professores bibliotecários e dos professores de Português, e saíram à rua, circulando nos autocarros urbanos (os TOMA), para oferecer poesia aos passageiros [https://fb.watch/jw3XG8J-6U/]. Assim, ao longo do dia, asseguraram que os incautos passageiros das várias linhas do TOMA recebessem poemas, escolhidos criteriosamente em função dos vários públicos, não descurando outros espaços da cidade como os cafés, a “rua das Montras” ou a emblemática Praça da Fruta.

Às 15h30, vindos das diversas linhas de transporte ou circulando a pé pelos locais centrais da cidade, sempre dizendo poesia, os grupos de alunos e professores reencontraram-se  no Terminal Rodoviário do Oeste, onde as leituras foram partilhadas com os passageiros em trânsito, familiares e amigos que para aí confluíram, num grande movimento participado para celebrar a Poesia, os Poetas e a Vida.

 

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TOMA LÁ POESIA! no Terminal Rodoviário do Oeste

A Rede de Bibliotecas de Alcobaça (RBCA), em estreita colaboração com a Câmara Municipal, resolveu assinalar o início da Semana da Leitura, no dia 27 de março, com uma Caminhada pela Leitura, entre as 10h30 às 12h30, na Marginal de S. Martinho do Porto. Durante essa caminhada foram partilhadas experiências de leitura, tendo sido cada aluno, professor e assistente operacional responsável pela escolha do livro a partilhar. Foram, ainda, partilhadas experiências de escrita, aspirações e muitas inspirações. 

 

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Deste modo, a marginal foi tomada por cerca de 500 leitores, convertidos e/ou em processo de conversão, provenientes dos vários agrupamentos de escolas do concelho (Benedita, Alcobaça, Pataias, S. Martinho), mas também por carrinhos estrategicamente distribuídos, com propostas de leitura, em várias línguas, que interpelavam todos os que circulavam despreocupadamente na marginal. A caminhada terminou com um lanche-convívio simpaticamente oferecido pela Câmara Municipal de Alcobaça, ao som de…mais leituras.

    

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Lanche-convívio

Na Rede de Bibliotecas do Concelho de Rio Maior (RBCRM), o arranque da Semana da Leitura foi assinalado no dia 27 de março com a habitual iniciativa Rio Maior pára para ler (o nome da atividade mantém conscientemente o acento na forma verbal), que consiste em desafiar toda a comunidade local a parar, às 11h do primeiro dia da Semana da Leitura, e a ler um texto/partilhar uma leitura.

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Nas escolas, esta atividade concretiza-se em diferentes formatos e com diversos protagonistas - professores, alunos, assistentes operacionais -, e pode partir de leituras previamente selecionadas por cada um ou considerar a seleção de textos ou de obras pré-selecionados pelas equipas das várias bibliotecas escolares.

A Biblioteca Municipal distribui uma seleção de textos pelos diversos estabelecimentos comerciais e instituições, de modo a que todos tenham à mão um texto para ler. A fechar a Semana da Leitura, a RBCRM assegurou a atividade Poemas à solta, uma digressão poética pela cidade, digressão essa que começa na Câmara Municipal e é dinamizada por um grupo de alunos de um dos agrupamentos, preparados e acompanhados por professores.

 

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Átrio da Câmara Municipal de Rio Maior

 

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No Bellaria Caffé

São atividades que revelam uma cultura escolar em mudança, liberta das amarras do livro único, do cânone fechado, das salas de aulas e das bibliotecas fechadas e ordeiras, que move os seus atores e os envolve ativamente, porque…

 

Livros não mudam o mundo,
quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas.”

Mário Quintana [1]

 

Há, pois, que os fazer sair das estantes… para a rua.

 

Referências

Quintana, M. (1999). Antologia poética. L&PM Editores.

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Qui | 13.04.23

Semana da Leitura de Leiria

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A Semana da Leitura de Leiria decorreu de 27 a 31 de março de 2023. Esta edição deu continuidade ao tema do Encontro Anual da Rede de Bibliotecas de Leiria: Ler Fora de Págin@s e contou com cerca de 200 atividades, dinamizadas pelas bibliotecas, com o objetivo de celebrar o livro, a leitura e os leitores.

A iniciativa foi dinamizada pela Rede de Bibliotecas de Leiria e pela Rede de Bibliotecas Escolares e iniciou com uma leitura do poema “Adeus” de Eugénio de Andrade, uma forma de homenagear o autor, no ano em que se celebra o centenário do seu nascimento. A leitura do poema é da responsabilidade dos mediadores da leitura, professores bibliotecários e responsáveis das bibliotecas do concelho, divulgada através de um vídeo.

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A Rede de Bibliotecas de Leiria celebra a Semana da Leitura desde 2010 e apresentou este ano mais um programa vasto e diversificado nas propostas e nos públicos-alvo, com o objetivo de envolver a comunidade local e toda a comunidade educativa.

Destacam-se nesta edição, as várias iniciativas fora de portas, realizadas pelas bibliotecas escolares, com alunos e professores, de que são exemplo, uma manifestação pela leitura, nas ruas do centro de Leiria e a distribuição de raspadinhas de leitura, a partilha de leituras por alunos e professores no Mercado Municipal de Leiria.

A Semana da Leitura terminou no dia 2 de abril, o Dia Internacional do Livro Infantil, na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, com um Teatro de Fantoches para crianças e famílias, dinamizado pela Biblioteca da Fundação Mário Soares e Maria Barroso / Casa-Museu – Centro Cultural João Soares.

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