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Blogue RBE

Sex | 31.03.23

Competências digitais: (@)saber + AESC

Desenvolver competências digitais com o apoio das bibliotecas do Agrupamento de Escolas de Santiago

2023-04-04 pq (1).png

No Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém (AESC), o Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital (PADDE) prevê como uma das grandes finalidades a alcançar, na área pedagógica, potenciar as competências digitais dos alunos.
Enquanto parceiro interno, as Bibliotecas Escolares do AESC (BEsAESC) integraram, por isso, uma equipa alargada de apoio ao serviço em linha e de produção de conteúdos digitais que veio dar continuidade a um plano de ação em si mesmo anterior ao PADDE.

O que tínhamos pensado fazer?
Desde a criação de um website dedicado em 2020 que o objetivo das BEsAESC tem sido conseguir que ele se afirme como um espaço de referência, oferecendo, entre outros serviços, o acesso a recursos educativos digitais e abertos para apoio no "pesquisar", "fazer" e "estudar".
A pandemia criou uma maior procura por este tipo de recursos e acabou por dar o impulso necessário a este projeto.

O que já fizemos?
Para além dos recursos da autoria de elementos da equipa das bibliotecas, nomeadamente no que diz respeito aos modelos de pesquisa e à utilização de algumas ferramentas digitais/aplicações como a ClassDojo ou o Pixton, pudemos contar com a colaboração de um docente na criação de vídeos tutoriais relativos a ferramentas digitais/aplicações como o Google Slides, o Movie Maker ou o Blogger.
Faltava criar um mecanismo que permitisse reunir todos estes recursos num só lugar, de fácil acesso por todos e cuja manutenção/atualização não ocupasse demasiado tempo. Optámos pela ferramenta Netboard, que aliás hoje utilizamos de forma generalizada para criar dossiers temáticos, entre outros, e surgiu desta forma o Netboard Ferramentas Digitais | Tutoriais BEsAESC, que incorporámos no website das BEsAESC.

O que falta fazer?
O caminho a partir daqui passa necessariamente por criar/reunir novos recursos, diversificar as áreas de abrangência dos mesmos e, acima de tudo, divulgar amplamente a sua existência junto dos nossos utilizadores, para que o website possa de facto afirmar-se como um espaço de referência ao serviço da construção das aprendizagens.

As Professoras Bibliotecárias
Catarina Fernandes e Mariana Vera

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Qui | 30.03.23

Igualdade de género: vídeos, questões e factos

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Factos

A nível mundial, a liberdade, a segurança e as perspetivas de futuro de meninas e mulheres continuam posta em causa. Segundo o relatório da ONU Mulheres, Retrato de Género 2022 [1]:

📌- 1 mulher/ menina é morta por familiar a cada onze minutos;

📌- 1 em cada 10 com 15 - 49 anos é vítima de violência sexual ou física por parte do companheiro;

📌- 1 em cada 5 entre 20 - 24 anos casa antes dos 18 anos;

📌- 1 em cada 4 com 15 - 49 anos é vítima de mutilação genital feminina na África subsaariana.

📌- As mulheres constituem apenas 19,9% dos trabalhadores nas áreas da ciência e engenharia e só 26, 4% têm assento no Parlamento - em 23 países a representação é inferior a 10%.

📌- As mulheres têm menos probabilidades do que os homens de terem um telemóvel em 52 dos 80 países (2017-2021) e “259 milhões de mulheres têm menos acesso à Internet do que os homens”.

📌- No ranking de igualdade de género dos 146 países analisados em 2022, Portugal, ocupa o 29.º lugar (Global Gender Gap Report do World Economic Forum) [2].

 

Vídeo 1

_02.pngIgualdade: A nossa última fronteira (vídeo) - Fonte da imagem [3]

 

Discussão

1. Aproximadamente quantos anos serão necessários para se alcançar, no mundo, a igualdade de género? 100? 200? 300 anos?

2. O mundo mudará em todas as áreas exceto em (des-)igualdade de género? Será a igualdade de género – e não o espaço - a última fronteira a ser conquistada pelo ser humano?

3. Como justifica este adiamento?

4. Queremos esperar tanto tempo? Como agir para acelerar a mudança?

 

Contextualização

Até à igualdade de género poder ser alcançada, humanos irão colonizar Marte, controlar o clima, construir vaivéns espaciais privados, ampliar tecnologicamente as capacidades do cérebro e do corpo humano, sugere o vídeo Equality: Our final Frontier da ONU Mulheres Austrália.

Segundo o relatório da ONU Mulheres, Retrato de Género 2022, mantendo-se o atual padrão de desenvolvimento, serão necessários 286 anos, 4 gerações, até a humanidade alcançar a igualdade de género (ODS 5).

 

Vídeo 2

_03.pngFonte da imagem [4]

 

Segundo Cristina Hoff Sommers, a desigualdade salarial é um mito. Será que, na realidade, não há desigualdade salarial?

 

Discussão

1. Segundo o relatório da OCDE, Género, Educação e Competência , quais são as áreas….

De estudo e emprego com melhores salários e perspetivas?

Que as raparigas e mulheres mais procuram? Porquê?

Em alternativa, escolha 3 profissões na área

A. Das STEM ou

B. Da educação, humanidades e saúde/ cuidados

e verifique quantas mulheres – e homens - é que as exercem.

2. Pesquisando nos vários setores de governação (política, empresas, imprensa, educação…), quem ocupa cargo de liderança é homem ou é mulher? Porquê?

3. As expetativas e decisões de raparigas e mulheres refletem preconceitos e estereótipos de género?

4. A educação, em casa e na escola - currículos e manuais - perpetua preconceitos e desigualdades de género?

5. Na comunidade escolar, o que podemos fazer para mudar esta situação?

 

Contextualização

O relatório Género, Educação e Competências da OCDE mostrou que a diferença salarial homens - mulheres resulta, não tanto da discriminação das empresas, mas sobretudo das decisões de rapazes/ homens e raparigas/ mulheres relativas à sua área de estudos e profissão. Sempre que meninas e mulheres escolhem abdicar de ciências, tecnologia, engenharias e matemática (Science, technology, engineering and mathematics, STEM), em regra, estão a escolher empregos com mais baixa remuneração e piores perspetivas de vida. Por outro lado, no emprego, sempre que aceitam trabalhar, de forma imprevista, por horários mais longos, as suas perspetivas de ocupar cargos de liderança aumentam. O maior problema é que estas decisões são influenciadas por preconceitos e estereótipos de género difundidos socialmente na família, escola, empresas e comunidade, induzindo meninas e mulheres a autolimitarem-se nas suas escolhas e perspetivas de futuro.

A biblioteca escolar tem o papel de envolver e consciencializar para esta mudança de mentalidades e de reunir e divulgar informação confiável, para que raparigas e mulheres possam tomar decisões informadas sobre os cursos e profissões que pretendem e possam realizar as suas potencialidades.

 

Vídeo 3

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Imagine um mundo onde mulheres e raparigas têm iguais oportunidades de aceder, usar e desenhar tecnologia e inovação… (vídeo) - Fonte da imagem [5]

 

1. O mundo digital…

... Responde às necessidades de raparigas e mulheres?

... Está livre de barreiras e de preconceitos de género?

... Promove, para raparigas e mulheres, um sentido de pertença e de solidariedade?

... É ativamente inclusivo?

2. O que significa lutarmos por um “futuro digital feminista”?

3. A tecnologia digital respondeu a inúmeros desafios. Que soluções pode implementar para acelerar a igualdade de género?

 

Contextualização

De acordo com o encontro de alto nível da ONU Mulheres, “Open, Safe and Equal – Shaping a Feminist Digital Future” [6], 90% dos empregos têm uma componente digital e esta é uma tendência ascendente.

Em ONU: DigitALL - Inovação e tecnologia para a igualdade de género e OCDE: A persistência das diferenças de género na educação e competências apresentamos evidências da sub-representação das mulheres na área digital e STEM que corroboram a tese deste encontro, que o digital é o “novo rosto das desigualdades”, excluindo principalmente meninas e mulheres do acesso a serviços de saúde e bancários, a diplomas de educação e a empregos desafiantes, pois soluções baseadas em tecnologia digital melhoram a inclusão em todas os setores da sociedade.

Focando as comemorações do Dia Internacional da Mulher no digital e, elegendo o tema DigitALL: Inovação e tecnologia para a igualdade de género, as Nações Unidas propõe-se adotar, com sentido de urgência, uma abordagem holística das tecnologias digitais e da inovação que ajude a acelerar a realização da Agenda 2030. Esta deve incentivar a participação das raparigas e mulheres na cocriação de soluções digitais para os problemas que as afetam e, em geral, incentivar a aplicação dos direitos humanos - e das mulheres - na internet, através da regulação e responsabilização pelas suas violações, como o bullying ou violência de género nas redes sociais. Segundo as Nações Unidas, é preciso criar um “futuro digital feminista” e este movimento exige, por um lado, o envolvimento de todos os setores de governação, das empresas, da sociedade civil e dos jovens e, por outro lado, que as mulheres assumam cargos de liderança na internet.

 

Vídeo 4

_05.png“Think Feminist” Inspiring Women innovations (vídeo) - Fonte de imagem [7]

 

Discussão

1. O que significa “pensar feminista”?

2. Quem é Simone de Beauvoir, Emmeline Pankhurst, Rosa Parks, Frida Kahlo, Jane Goodall …? Como contribuíram para abrir oportunidades e quebrar barreiras para a realização dos direitos de todas as mulheres?

3. Como é que a ação destas mulheres foi encarada no seu tempo? E hoje?

4. Há outras heroínas da igualdade de género - por exemplo na comunidade local, no desporto, na música - que o inspiram?

5. Pensar e ser feminista beneficia apenas as raparigas e mulheres, ou todas as pessoas?

6. Na família, na escola, na comunidade, qual é o seu compromisso para esta luta?

Vídeo 5

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Vídeo - “Atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher”: Porque atrás? Porque não “Atrás de uma grande mulher…”? - Fonte da imagem [8]

 

Discussão

1. Porque é que aquilo que as mulheres fazem é invisível?

2. Cuidar da família… é um dever das mulheres?

3. O que significa a expressão popular, “As mulheres sabem cuidar da família melhor do que os homens”?

4. Quantas “génias” o mundo não conheceu porque estavam ocupadas a dar amor/ cuidar, a cumprir o papel “para o qual têm mais jeito”?

5. O que significa o ditado popular, “Atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher”?

6. À luz dos valores atuais, é importante criticar – e reescrever - este e outros ditados e expressões populares?

 

Pode gostar de saber

Girl Effect é uma ONG lançada, em 2015, pela Nike Foundation e que conta com o apoio das Nações Unidas e da Unicef. A marca de desporto Nike é responsável pela criação de vídeos e outros recursos que ajudam a tomar consciência e a questionar as desigualdades de género e a empoderar meninas de todo o mundo. Exemplos de vídeos da marca:

Nike Foundation. (2011, 14 Mar.). The Girl Effect. USA: NF. https://www.youtube.com/watch?v=zxV_o65nZYA

Nike Women. (2017, 6 Mar.). What are girls made of? USA: NW. https://www.youtube.com/watch?v=Y_iCIISngdI

Nike. (2020, 11 Jan.). Dream Crazier. USA: Nike. https://www.youtube.com/watch?v=zWfX5jeF6k4

Nike. (2020, 8 Mar.). One Day We Won’t Need This Day. USA: Nike. https://www.youtube.com/watch?v=MzYYUGnmqLA

Nike. (2020, 7Mar.). Girls Who Move Move the World. USA: Nike. https://www.facebook.com/getgirlsinthegame/videos/nike-girls-who-move-move-the-world/507524700202975/

 

Há outro vídeo que é um clássico sobre Igualdade de Género:

Adichie, Chimamanda. (2013). We should all be feminists. Global: TEDx. https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_we_should_all_be_feminists

Este vídeo foi publicado em livro, em Portugal, pela editora Dom Quixote.

Beyoncé criou, a partir dele uma música:

Beyoncé. (2014, 24 Nov.). “Flawless”, in: Beyoncé: Platinum Edition. Global: Parkwood, Sony, Columbia https://www.youtube.com/watch?v=BrGFYHcOPjc

 

Referências

1. United Nations Women. (2022). Progress on the Sustainable Development Goals: the Gender Snapshot 2022. USA: UN Women. https://www.unwomen.org/sites/default/files/2022-09/Progress-on-the-sustainable-development-goals-the-gender-snapshot-2022-en_0.pdf

2. World Economic Forum. (2022, 13 Jul.). Global Gender Gap Report 2022. Switzerland: WEF. https://www.weforum.org/reports/global-gender-gap-report-2022/

3. Kofoed, Jonny. (2023, Mar.). Equality: Our Final Frontier [vídeo]. Australia: UN Australia. https://unwomen.org.au/get-involved/campaigns/equalityourfinalfrontier/

4. Fonte da imagem: Sommers, Cristina. (2017, 6 mar.). Não Existe Diferença Salarial entre Gêneros. USA: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=QcDrE5YvqTs

5. GirlEfect (2023). Imagine a world where women and girls have equal opportunities to access, use and design technology and innovation… USA: MalalaFund, UNICEF & Vodafone Americas Foundation Generation Equality. https://twitter.com/HeleneMolinier

6. United Nations Women. (2023, 9 Mar.). Open, Safe and Equal – Shaping a Feminist Digital Future. USA: UN Women. https://www.unwomen.org/en/news-stories/news/2023/03/open-safe-and-equal-shaping-a-feminist-digital-future

7. Action Coalition on Technology and Innovation for Gender Equality. (2023). “Think Feminist” Inspiring Women innovations. USA: Generation Equality. https://techforgenerationequality.org/

8. Graça, Tânia. (2023, mar.). Voz de cana. Lisboa: Antena 3. https://www.instagram.com/reel/Cpk-wAVAN9a/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D

9. Fonte da imagem de capa: [6]

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Qua | 29.03.23

“5 Rs p’ra Poupar” com a Biblioteca Escolar

2023-03-29 pq.png

“5 Rs p’ra Poupar” é um projeto dinamizado pela Biblioteca Escolar na EB de Coselhas (AE Martim de Freitas, Coimbra) no âmbito da Literacia Financeira. Esta iniciativa, que procura implementar a educação financeira em contexto educativo e formativo, pretende também responder a um dos grandes desafios atuais – a sustentabilidade - e refletir sobre outras formas de pensar e estar no mundo. Tendo como base os referencias de Educação Financeira e Aprender com a Biblioteca Escolar, vai ao encontro da estratégia preconizada da Educação para a Cidadania e Desenvolvimento e operacionaliza transversalmente momentos de aprendizagem formais e informais em que o pulsar da biblioteca se sente nas ligações a toda a comunidade, na plenitude das suas funções educativas.

“5 Rs p’ra Poupar” saiu das portas desta escola e envolveu-se também com a iniciativa do Concurso “Todos Contam”, tendo-lhe sido atribuído o 1º prémio para o 1.º ciclo do ensino básico. Esse reconhecimento trouxe maior sustentabilidade às ações preconizadas e reforçou as dinâmicas entre a Biblioteca e as docentes, dinamizando-se de forma articulada um conjunto de atividades educativas, em tempo letivo e lúdicas, destinadas a promover a educação financeira e outras competências afins, junto dos cerca de 80 alunos que frequentam o estabelecimento de ensino, mas também junto das famílias, aspeto não menos importante.

E quando tudo vai contribuindo para o bem-estar e aprendizagens centradas na prática surgiu aos alunos e docentes como natural a entrega [simbólica] do prémio (mil euros em material escolar). Um momento para demonstrar as dinâmicas desenvolvidas, que se realizou na escola de Coselhas, no dia 6 de março de 2023 com a presença de diferentes intervenientes com graus de envolvimento diferenciado.

A Administradora do Banco de Portugal, Francisca Guedes de Oliveira, em representação do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, congratulou os alunos, docentes e encarregados de educação pelo trabalho desenvolvido. A sessão contou também com as intervenções do Diretor do Agrupamento, Luís Gonçalves, e da coordenadora interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares, Helena Duque. Também tomaram a palavra a presidente da Comissão de Coordenação do Plano Nacional de Formação Financeira, Lúcia Leitão, e a representante da Direção-Geral da Educação, Rosália Silva, que destacaram a prioridade que os supervisores financeiros e o Ministério da Educação têm dado à educação financeira nas escolas e o importante papel dos docentes e das bibliotecas escolares neste projeto. Não menos importante, é de salientar o momento de intervenção dos encarregados de educação numa performance alusiva à temática e a simpatia e empenhamento que os alunos refletiam no seu rosto, assumindo o compromisso. Isto é cidadania, efetivamente.

Por último, cumpre referenciar que à professora bibliotecária Helena Reis, a Administradora do Banco de Portugal Francisca Guedes de Oliveira entregou o Prémio Professor(a), responsável pelo projeto vencedor do Agrupamento de Escolas Martim de Freitas e pela implementação de projetos de educação financeira em anos anteriores, nas escolas onde tem lecionado.

Foi uma tarde de magníficas aprendizagens e bem demonstrativa do saber fazer em conjunto.

Mais informações sobre o evento em si podem ser consultadas nos diferentes canais associados ao projeto Todos Contam e ao banco de Portugal, nomeadamente:

https://www.todoscontam.pt/noticias/banco-de-portugal-entregou-premios-do-concurso-todos-contam-no-agrupamento-de-escolas

https://clientebancario.bportugal.pt/pt-pt/noticias/banco-de-portugal-entregou-premios-do-concurso-todos-contam-no-agrupamento-de-escolas

https://www.facebook.com/TodosContam 

Ou ainda nos canais da Biblioteca Escolar e Agrupamento de escolas, que serão atualizados à medida que as dinâmicas forem ocorrendo.

Blogue da Biblioteca: https://pegadadepapel.wordpress.com/2023/03/10/banco-de-portugal-entregou-premio-escola-para-o-1-o-ciclo-do-ensino-basico-do-concurso-todos-contam/

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Ter | 28.03.23

ONU: Pacto Digital Global

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O Pacto Digital Global é uma das principais ações propostas pela Organização das Nações Unidas para acelerar o progresso da Agenda 2030.

Proposto pelo Secretário-Geral das Nações Unidas (SGNU) no relatório Nossa Agenda Comum, elaborado no 75.º aniversário das Nações Unidas (2020, set.), este Pacto deverá ser acordado na Summit of the Future de 2024 e envolver “todas as partes interessadas: governos, sistema das Nações Unidas, setor privado (incluindo empresas de tecnologia), sociedade civil, organizações de base organizações, universidades e indivíduos, incluindo jovens” [1].

A Background Note/ Nota de fundo do Pacto [2], publicada a 17 de janeiro de 2023, refere que, segundo o SGNU, “Olhando para o futuro, dois movimentos sísmicos moldarão o século XXI: a crise climática e a transformação digital". Tal como acontece com a saúde global, também estes desafios planetários só serão ultrapassados através da cooperação internacional [3].

A Background Note refere ainda que, no 75.º aniversário das Nações Unidas, um milhão de pessoas de todo o mundo - governos, empresas, académicos, peritos técnicos, sociedade civil e jovens – partilharam pontos de vista sobre as prioridades relativamente ao futuro. Com base nesta consulta, as Nações Unidas adotaram a Declaração sobre a Comemoração do 75º Aniversário das Nações Unidas (A/RES/75/1), da qual consta a seguinte visão sobre as tecnologias digitais:

Quando utilizadas de forma imprópria ou maliciosa, podem alimentar divisões dentro e entre países, aumentar a insegurança, minar os direitos humanos e exacerbar a desigualdade. Moldar uma visão partilhada sobre a cooperação digital e um futuro digital que mostre o pleno potencial para uma utilização benéfica da tecnologia e abordar a confiança e segurança digitais, deve continuar a ser uma prioridade, uma vez que o nosso mundo está agora mais do que nunca dependente de ferramentas digitais para a conectividade e prosperidade socioeconómica" [2].

Liderado pelo Ruanda e Suécia, o Pacto é precedido por um processo, aberto e inclusivo, de consulta que visa recolher as opiniões das pessoas e organizações para garantir um futuro digital aberto, livre, interoperável e seguro. Os contributos podem ser submetidos até 30 de abril na plataforma em linha [1], criada pelo Gabinete do Secretário-Geral Enviado para a Tecnologia das Nações Unidas e que inclui o Roteiro para a Cooperação Digital, Nossa Agenda Comum e outros documentos relevantes.

 

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Vídeo – Fonte da imagem: [4]

No contexto da crescente privatização, violência e falta de confiança no espaço digital, o vídeo introdutório ao PDG destaca a importância de todas as pessoas participarem na cocriação deste acordo sobre o futuro digital.

O processo de consulta pode ser local, regional ou nacional e, para o efeito, as Nações Unidas disponibilizam uma How-To Guide/ Nota de Orientação que facilita [5].

São sete as áreas temáticas do Pacto, para as quais se solicitam contributos:

🔴 Ligar todas as pessoas, incluindo todas as escolas, à Internet;

🔴 Evitar a fragmentação da Internet;

🔴 Proteger os dados;

🔴 Aplicar os direitos humanos online;

🔴 Introduzir critérios de responsabilização por discriminação e conteúdo enganador;

🔴 Promover a regulamentação da inteligência artificial:

🔴 Os bens comuns digitais como um bem público global.”

Os contributos devem centrar-se em dois aspetos: princípios fundamentais para o futuro digital e compromissos para concretização destes princípios, o que deve ser feito.

Que perceções tem sobre o uso e a exposição à internet?

O que quer para o futuro da internet?

Como maximizar as potencialidades da internet e minimizar os comportamentos de risco?

Como acelerar a realização de um futuro digital aberto/ inclusivo e livre/ humanista?

São questões que, em contexto de biblioteca escolar, podem incentivar a reflexão e ação sobre um destes temas.

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Pacto Digital Global coloca as mulheres no centro, quebra o “ciclo pernicioso em que as desigualdades e estereótipos existentes são amplificados e perpetuados”, de forma sistémica, no espaço digital e lança um movimento global que escuta e apresenta soluções sustentáveis para a diversidade de meninas e mulheres, sem deixar ninguém para trás [6].

Liderança feminista, desenho inclusivo e interseccional são os princípios e valores do Pacto, dando continuidade à Plataforma de Ação de Pequim, adotada em 1995, na Quarta Conferência Mundial sobre Mulheres em Pequim, China, que reuniu 189 governos de todo o mundo e que é “a agenda mais visionária para o empoderamento de mulheres e meninas”. Em 2020, na comemoração dos 25 anos da Plataforma de Ação de Pequim, a ONU Mulheres lança a campanha Generation Equality que dá continuidade e aprofunda o desígnio de alcançar o ODS 5 [7].

 

Referências

1. United Nations. (2020, Sep.). Global Digital Compact. USA: UN. https://www.un.org/techenvoy/global-digital-compact

2. United Nations. (2023, 17 Jan.). Global Digital Compact: Background Note. USA: UN. https://www.un.org/techenvoy/sites/www.un.org.techenvoy/files/Global-Digital-Compact_background-note.pdf

3. Sobre o Roteiro para a Cooperação Digital (A/74/821):

United Nations. (2020, 11 Jun.). Roadmap for Digital Cooperation. USA: UN. https://www.un.org/techenvoy/content/roadmap-digital-cooperation

Este Roteiro alicerça-se em 3 pilares - Conectar, Respeitar e Proteger - e nas seguintes ações: conectividade universal, recursos digitais públicos (Open Access), inclusão, capacitação, direitos humanos, segurança e governança digitais e cooperação em inteligência artificial.

4. World Wide Web Foundation and partners. (2022, May 27). Introductory video on the Global Digital Compact. USA: United Nations Envoy on Technology. https://www.youtube.com/watch?v=TeqbLksgcGE

5. United Nations. (2023, 9 Mar.). Contribute to the Global Digital Compact: A How-To Guide. USA: UN. https://www.un.org/techenvoy/sites/www.un.org.techenvoy/files/Global-Digital-Compact_how-to-engage-guide.pdf

6. Generation Equality. (2023, 1 Mar.). A call to place gender equality at the heart of the Global Digital Compact. USA: UN Women. https://www.unwomen.org/en/get-involved/beijing-plus-25/about

7. United Nations Women. (2023). About Generation Equality. USA: UN Women. https://www.unwomen.org/en/get-involved/beijing-plus-25/about

8. Fonte da imagem: [1]

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Seg | 27.03.23

O dínamo do saber!

Por António Castel-Branco, Diretor do AE Ferreira de Castro, Sintra

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Escrever sobre a Biblioteca foi um desafio que aceitei.

Mas o que é a Biblioteca?

Numa consulta rápida, aparece no Dicionário Priberam de Língua Portuguesa, que é um “Conjunto de livros, manuscritos e outros documentos, possuídos por um particular ou destinados à leitura pública”, ou “sala ou edifício onde está essa coleção”.

Mas a Biblioteca Escolar não é só isto.

A Biblioteca escolar é o pulsar da escola, o coração que bombeia cultura e que extravasa a sala onde se encontra o repositório documental, atravessa as salas de aula e os recreios e, saltando os muros da escola, invade as casas dos nossos alunos e alastra à comunidade.

A Biblioteca escolar tem um papel central no desenvolvimento das competências do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Através de inúmeras atividades consegue fazer com que aquilo que parecia trabalhoso, aborrecido, se transforme em prazer, num exercício de viajar nas asas de cada livro, sendo transportado para diferentes realidades, e aprendendo a imaginar, a criar, a fazer com que tudo tenha sentido... a Sonhar!

A Biblioteca escolar desenvolve as diferentes literacias, em articulação estreita com os orientadores do currículo, numa ótica de articulação interdisciplinar e de flexibilidade do mesmo, providenciando leitura, debate, pesquisa, promovendo o questionamento, a argumentação, a criatividade e a ousadia de ir mais além, de inovar.

A Biblioteca escolar é paradigmática de inclusão. Através da leitura ou da escuta, proporciona a todos, com maiores ou menores dificuldades, as ferramentas que cada um procura para se construir pessoa, livre e consciente, independentemente da sua condição social ou étnica, da sua nacionalidade ou credo.

Na Biblioteca escolar preservamos a Natureza e o ecossistema; desenvolvemos a cidadania e a participação; aprendemos a desafiar o status quo; promovemos a solidariedade e a empatia; chamamos a comunidade para nos ajudar a transformar o mundo.

Nas nossas bibliotecas escolares incentivamos a viver todos os dias uma vida um pouco diferente, a abrir a boca de espanto ou incredulidade, a reagir à frustração, a vibrar com o sucesso de todos, a criar, a escrever, a desenhar, a pintar histórias cujo limite é a imaginação.

E quando os alunos não vão à biblioteca, é a biblioteca que vai ter com eles, com livros num carro de supermercado a correr as salas, com livros dentro de frigoríficos decorados e colocados nos recreios para que todos os possam usar, com leituras em voz alta ao ar livre, com histórias contadas por todos nós...

Mas é no espaço das Bibliotecas escolares que encontram o sossego, o alheamento necessário para ler e explorar, para realizar atividades com as condições que, apesar da exiguidade dos espaços, conseguimos oferecer.

Se queremos uma escola inclusiva, intercultural, em que os alunos têm uma formação holística, em que as áreas de desenvolvimento do Perfil dos Alunos são trabalhadas, temos de apostar fortemente nas Bibliotecas Escolares.

 

António Castel-Branco

Diretor do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, Sintra

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Sex | 24.03.23

OCDE: A persistência das diferenças de género na educação e competências

2023-03-23 pq.png

 

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico lança o relatório Gender, Education and Skills: The persistence of gender gaps in education and skills/ Género, Educação e Competências [1]: A persistência das diferenças de género na educação e competências de Marta Encinas-Martín, embaixadora da OCDE para a educação em género e Michelle Cherian, consultora da OCDE para a educação.

Os dados apresentados provêm do Programa Internacional para a Avaliação dos Estudantes da OCDE (PISA), de Education at a Glance (EAG) e do Survey of Adult Skills (PIAAC).

Com base no seu Editorial, organizamos as principais conclusões do Relatório como resposta a três questões. No final, apresentamos sugestões de trabalho e discussão com a biblioteca escolar.

 

A. Qual é o desempenho de rapazes e raparigas na escola (ensino secundário e universidade), no mercado de trabalho e ao longo da vida?

1. Em todos os países representados no PISA as raparigas de 15 anos superam os rapazes ao nível do desempenho na leitura. Por exemplo, em 2018 tiveram em média 30 pontos acima dos rapazes.

A forma como os estudantes passam o tempo fora da sala de aula tem efeitos dentro da sala de aula. O gosto pela leitura enriquece o vocabulário e a compreensão de todas as matérias e, em média, em todos os países, as raparigas relatam níveis de prazer de leitura muito superiores aos rapazes. Por exemplo, no PISA 2018, 44% das raparigas e 24% dos rapazes de 15 anos dizem que “a leitura é um dos meus passatempos favoritos”.

Acresce que os rapazes “passam menos tempo a fazer os seus trabalhos de casa e também utilizam a Internet para o lazer durante mais horas do que as raparigas” e também são eles que, mais frequentemente, não concluem o ensino secundário - mais de 80% das raparigas conclui. Em geral, o PISA constata que “aos 15 anos os rapazes são mais propensos do que as raparigas a ter baixos resultados nos três domínios avaliados: leitura, matemática e ciência”.

2. Por contraste, nos melhores desempenhos de matemática e ciências as raparigas estão sub-representadas – por exemplo, no PISA 2018, 12% dos rapazes e 9% das raparigas atingiram os níveis mais elevados de desempenho matemático. No entanto, em geral “os rapazes superam as raparigas em matemática por uma margem muito menor do que as raparigas superam os rapazes em leitura” - a diferença de género nos resultados em ciências é mais estreita do que na matemática.

As raparigas relatam menor autoconfiança nas suas capacidades, medo em fracassar e sentimentos de ansiedade que, segundo este relatório, “estão frequentemente ligados aos estereótipos de género que persistem nas famílias, na escola e nas comunidades”. Por exemplo, no PISA 2012 “os pais tinham mais probabilidades de esperar que os seus filhos, em vez das suas filhas, trabalhassem numa área relacionada com ciência, tecnologia, engenharia ou matemática (STEM)”.

Há expetativas mais baixas para as raparigas e mulheres relativamente às STEM e isso influencia o seu desempenho, aspirações académicas e de emprego, rendimentos e perspetivas de realização e saúde/ bem-estar, bem como de contribuição efetiva para a economia do seu país ao longo da vida. O PISA 2018 evidencia que apenas 14% das raparigas de 15 anos com melhor desempenho em ciência e matemática esperam trabalhar nessas áreas; para os rapazes este valor é de 26%. 

3. O Relatório refere que “Em 2020, em quase todos os países, as mulheres tinham mais probabilidades do que os homens de completarem o ensino superior” e que as mulheres com formação superior têm mais probabilidades de estarem empregadas e ganharem mais ao longo da vida. A média da OCDE para mulheres licenciadas de 25-34 anos, relativamente às que têm o ensino secundário, é de ganharem 52% mais - este valor para os homens é 39%.

Na universidade as mulheres escolhem áreas de estudo associadas a empregos com salários mais baixos: educação (80%), saúde (80%) e ciências sociais (70%). Entre 2005 e 2020 apenas 25% das novas licenciadas em engenharia, fabrico e construção eram mulheres e em TIC a percentagem era mais baixa.

 

"As mulheres e meninas trazem mais diversidade à investigação, aumentam o leque de profissionais na área e proporcionam novas perspetivas à ciência e tecnologia, beneficiando todos”

Palavras do Secretário-Geral das Nações Unidas no Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência que se celebra a 11 de fevereiro.[2] Este Dia, instituído através da Resolução 70/212 da Assembleia Geral das Nações Unidas (2015, 22 dez.), teve por tema, em 2023, Innovate. Demonstrate. Elevate. Advance - IDEA, trazer as comunidades para um desenvolvimento sustentável e equitativo.

 

B. Quais são as principais causas das disparidades de género nos estudos, emprego e remuneração?

1. São estereótipos de género e convenções sociais que induzem ao (auto-) afastamento dos estudos STEM, tão necessários no contexto da quarta revolução industrial. As decisões sobre a área da licenciatura têm efeitos na disparidade de género, quer no trabalho – “em todos os países e economias PISA há muito menos mulheres do que homens empregados nestes sectores” - quer na remuneração e perspetivas ao longo da vida. Em média as mulheres licenciadas ganham 76% do que os seus pares masculinos. Os homens são mais propensos a decidir por áreas de estudo com rendimentos elevados como engenharia, fabrico e construção e TIC.

2. Necessidade de as mulheres terem que conciliar a carreira profissional com a vida familiar e doméstica, obrigando-as a aceitar empregos com flexibilidade de horários e mais baixos rendimentos do que os homens com igual nível de escolaridade e a não exercerem cargos de liderança.

Em geral, o Relatório apresenta evidências que corroboram a sub-representação contínua/ estrutural das mulheres em áreas de estudo e carreiras STEM e as disparidades de género no mercado de trabalho, em cargos de liderança e nos salários.

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As mulheres cientistas representam 45% do total de investigadores em Portugal.

Depois dos lançamentos de 2016, 2019 e 2021, o livro Mulheres na Ciência reúne, em 2023, mais 101 retratos de investigadoras de diferentes gerações e áreas do conhecimento. Seguindo a ligação pode ter acesso a todas as cientistas retratadas neste livro [3].

 

C. Como é que os vários setores, educação - e biblioteca escolar, governação, empresas, podem contribuir para reduzir as disparidades na educação, no mercado de trabalho e nos salários?

1. Sensibilizar/ Tomar consciência e questionar preconceitos de género na escola e na comunidade, envolvendo pais, professores, empresas, dirigentes de governação e imprensa. Segundo o Relatório “A eliminação de preconceitos de género nos currículos poderia encorajar mais raparigas a melhorar as suas capacidades numéricas e mais rapazes a melhorar as suas capacidades de leitura”.

2. Informar os estudantes, atempadamente, sobre “os estudos necessários para carreiras específicas e os rendimentos que podem esperar dessas carreiras”, para que possam tomar decisões informadas sobre o seu futuro.

3. Dar visibilidade a mulheres que estudam e trabalham na área das STEM, pois a falta de modelos “significa que as jovens têm poucas provas tangíveis para refutar a noção de que a matemática e as ciências são de alguma forma disciplinas mais ‘masculinas’.”

4. Políticas específicas de transparência salarial que façam com que “as empresas reconheçam a dimensão das suas disparidades salariais em função do género” baseadas em estudos, com recolha de dados e informação e na sua partilha com todos os trabalhadores, auditores governamentais e consumidores/ público.

 

Recursos e propostas de aprendizagem e discussão:

Documentos de apoio: Igualdade de Género

Álbuns

Dia Internacional da Mulher: 8 de março

Ser quem quiser e Namorar dÁ que falar

Os vídeos premiados das e dos jovens que dizem não ao sexismo!

 

Referências

1. Encinas-Martín, Marta & Cherian, Michelle. (2023, 2 Mar.). Gender, Education and Skills: The Persistence of Gender Gaps in Education and Skills. Paris: Organisation for Economic Co-operation and Development. https://www.oecd-ilibrary.org/education/gender-education-and-skills_34680dd5-en

2. ONU News. (2023, 10 fev.). Mulheres e Meninas na Ciência trazem ainda mais resultados, diz ONU. USA: ONU. https://news.un.org/pt/story/2023/02/1809607

3. Ciência Viva. (2023). Mulheres na Ciência. Portugal: Ciência Viva. https://www.cienciaviva.pt/divulgacao-cientifica/mulheresnaciencia/dia-internacional-da-mulher/2023

4. Fonte da imagem: [1]

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Qui | 23.03.23

A presença em linha das bibliotecas - um processo sempre em construção

Parte 1 - Como Criar uma Identidade Digital de Sucesso

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A rápida evolução da tecnologia e a presença constante dos ambientes digitais têm trazido mudanças profundas na vida profissional, pessoal e social. As bibliotecas escolares não podem ficar alheias a esta hibridez que caracteriza o nosso dia-a-dia, pelo que devem encontrar respostas que lhes permitam adaptar-se às necessidades dos seus utilizadores e oferecer serviços e recursos de qualidade, quer no seu espaço físico, quer em linha, assegurando, desta forma, a transição para uma biblioteca com dimensão digital.

É este o percurso que as bibliotecas escolares têm feito por todo o país, procurando criar uma identidade digital forte e coesa, como ponto de partida para o desenvolvimento de uma biblioteca escolar inovadora que também oferece serviços digitais de qualidade à sua comunidade.

Neste processo de construção de uma identidade digital coerente e diversificada, as bibliotecas escolares têm escolhido cuidadosamente os canais de comunicação que melhor se adequam aos seus objetivos, de forma a disponibilizar informações relevantes sobre os seus serviços, projetos e recursos, assim como a estabelecer ligações com a sua comunidade de utilizadores e a promover a interação entre eles.

O canal principal - a página WEB ou blogue da biblioteca - é a principal porta de acesso aos serviços, recursos, atividades e informações da biblioteca. Os canais complementares - redes sociais, por exemplo - difundem a informação do canal principal e permitem alcançar públicos diferentes, de acordo com a tipologia do canal e o objetivo a alcançar.

São estes canais de comunicação que permitem à biblioteca escolar expandir a sua presença, disponibilizando serviços digitais inovadores que se adequam a novas formas de trabalhar, estudar, aprender e de aceder ao livro e à cultura.

No desenho da identidade digital, para além da seleção criteriosa dos canais, as bibliotecas escolares utilizam um logótipo que as identifica, constituindo a sua imagem de marca. Uma apresentação clara e visível reforça a identidade da biblioteca em linha. Falamos da identificação da instituição (escola/agrupamento de escolas), com ligação para a respetiva página WEB, da localização da biblioteca, dos contactos físicos e digitais, da disponibilização de documentos estruturantes, de projetos que desenvolve, bem como da identificação das parcerias estabelecidas.

 

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Fig.1 – Canal principal das bibliotecas do Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém

Para além do canal principal, constitui uma boa prática, apresentar a mesma imagem de marca e a mesma designação da biblioteca em todos os canais complementares, redes sociais e/ ou outras plataformas, bem como, em todos os documentos/ recursos produzidos e disponibilizados.

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   Figura3_ArtigoPresençaemLinha_1IdentidadeDigitalFigura4_ArtigoPresençaemLinha_1IdentidadeDigital

Fig. 2, 3 e 4 – Outros canais das bibliotecas do Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém, respetivamente Facebook, Instagram e Youtube

No canal principal é importante incluir a ligação para os restantes canais e outras plataformas utilizadas, bem como para o site/ portal da respetiva Escola/ Agrupamento de Escolas.

 

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Fig. 5 – Ligações para as várias redes da biblioteca do Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém, na respetiva página WEB.

 

Outros exemplos significativos da presença em linha das bibliotecas escolares serão publicados, no seguimento deste primeiro artigo que se debruça sobre a identidade digital. Esperamos que estes artigos possam servir como inspiração para outras bibliotecas que desejem desenvolver sua presença em linha.

Ressalva-se que as páginas WEB e/ ou blogues ou outros canais complementares das bibliotecas, divulgados nestes artigos estão em processo constante de melhoria, pelo que outros conteúdos e informação aí constantes poderão não estar atualizados.

 

Referências

Rede de Bibliotecas Escolares (2020). Presença em linha de bibliotecas escolares. https://www.rbe.mec.pt/np4/file/602/presenca_emlinha.pdf

Fonte das imagens

Imagem de capa: Imagem de Gerd Altmann em Pixabay 

Figura 1: Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém. Bibliotecas Escolares (2023, mar 13). https://besaesc.wixsite.com/besaesc

Figura 2: Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém. Bibliotecas do Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém (2023, fev 22). https://www.facebook.com/BibliotecasEscolaresAESC/

Figura 3: Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém. Bibliotecas AESC (2023, fev 22).https://www.instagram.com/bibliotecasaesc/

Figura 4: Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém. Bibliotecas Escolares do AESC: conteúdos próprios. (2023, fev 22). https://www.youtube.com/@bibliotecasescolaresdoaesc4272/playlists

Figura 5: Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém. Bibliotecas Escolares (2023, mar 13). https://besaesc.wixsite.com/besaesc

 

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Qua | 22.03.23

Jornadas Nacionales de Bibliotecas Escolares

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Decorreram em Mérida, Espanha, nos dias 7 e 8 de março, as Jornadas Nacionales das Bibliotecas Escolares, organizadas pelo Ministerio de la Educación y Formación Profesional y la Consejería de Educación y Empleo de la Junta de Extremadura, Espanha.

Considerando o programa e os vídeos das comunicações, estas jornadas contaram com um programa muito rico e motivador para todos os docentes presentes.

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Tratou-se de um fórum de intercâmbio, formação e cooperação entre docentes e especialistas no âmbito das literacias e bibliotecas de todas as comunidades autónomas de Espanha e contou com a participação de Portugal, representado pelos Agrupamentos de Escolas de Marvão e Elvas n.º 3.

A professora Carla Cordeiro fez a retrospetiva do projeto Con.Raízes, destacando o trabalho realizado no Agrupamento de Escolas de Marvão, nos últimos anos.

A professora Teresa Guerreiro apresentou as linhas principais dos projetos em curso, no Agrupamento de Escolas de Elvas nº3.

No segundo dia de trabalhos, esteve também presente um grupo de alunos espanhóis que estão a aprender português. Tiveram oportunidade de entrevistar em direto, na Radio Educa, a professora Carla Cordeiro, onde a mesma explicou o trabalho realizado no seu agrupamento.

Uma experiência muito interessante para todos os participantes, a qual motivou, desde já, algumas parcerias futuras de trabalho, designadamente uma proposta de Erasmus para a Catalunha.

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Ter | 21.03.23

FLIM - Festival Literário da Mealhada

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No centro de Portugal há desafios inovadores, em rede, que se centram na vontade de criar mecanismos que reforcem uma política cultural que dê sustentabilidade a encontros diversos entre gerações e que congreguem iniciativas transversais à educação e à cultura, num território local.

Neste âmbito o FLIM – 1º – Festival Literário da Mealhada, que decorre no período da Semana da Leitura e agrega iniciativas dispares em diferentes locais, incluindo os espaços das escolas/ bibliotecas escolares, vai acontecer de 27 de março a 2 de abril de 2023. Trata-se de uma iniciativa que procura estabelecer a proximidade com os livros, os escritores, os leitores, os artistas, os músicos e com todos os que se interessam pela leitura e pelas artes da palavra através da poesia.

A organização é uma iniciativa do executivo municipal em estreita articulação entre a cultura e a educação, e estão envolvidas as bibliotecas escolares e respetivos professores bibliotecários do Agrupamento de Escolas da Mealhada, a Biblioteca Municipal e a Câmara Municipal da Mealhada.

Os organizadores convocam todos os atores educativos do território, bem como as bibliotecas da Rede de Bibliotecas de Mealhada, à realização de um trabalho de formação do leitor, este ano numa ode à poesia, que conta com o envolvimento e apoio da Rede de Bibliotecas Escolares. Percorra-se o programa pois este 1º evento “será um poderoso instrumento para aproximar os cidadãos do concelho dos livros e dos escritores", como sublinhou Filomena Pinheiro, vice-presidente da Câmara da Mealhada, na sessão pública de apresentação do evento.

 

Programa

27 março – segunda

Feira do Livro – Biblioteca Municipal
13h30 | Dar poesia à Mealhada | Jardim de Infância de Mealhada
14h00 | Sessão de abertura
14h30 | Inauguração da exposição "Cada coisa em seu lugar"
15h00 | Oficina "Somos poesia" | Sheila Rocha *
17h30 | 23 Poemas de Eugénio de Andrade – Leitura Comunitária | Editora Alma Azul *

28 março – terça

Feira do Livro – Biblioteca Municipal
15h00 | Oficina "Cartas Doce Espinho" | Sheila Rocha **
17h30 | Viagem Literária à Mata Nacional do Buçaco | Editora Alma Azul *

29 março – quarta

Cineteatro Messias
11h00 | 14h00 | Teatro: "Andante (des)concertante" | Andante Associação Cultural **

Feira do Livro – Biblioteca Municipal
14h30 | Poesia deVida | Geriatria - Sta. Casa da Misericórdia de Mealhada
15h30 | Poemas desalinhados | Universidade Sénior CADES
16h30 | Versos de Poesia | E-Drama |APPACDM de Anadia – Centro Santo Amaro
18h30 | Clube de Leitura "Letra GRANDE" | Biblioteca Municipal de Mealhada
21h00 | "4ª feira clássica" | Cineclube da Bairrada
             Apresentação do filme "O clube dos poetas mortos"

30 março – quinta

Feira do Livro – Biblioteca Municipal
09h30 | 11h00 | 14h00 | "Contos de boca a orelha" | Cristina Taquelim**
15h00 | Micro contos: Oficina de leituras poéticas | Fernando Guerreiro*
21h00 | "Uma dança, um poema" | Academia de Dança HCM
21h30 | GUME – poesia falada, lida e cantada | Fernando Guerreiro

Cineteatro Messias
14h30 | Nós e as palavras | Pedro Lamares**

31 março – sexta

Feira do Livro – Biblioteca Municipal
09h30 | 11h00 | 14h00 | "Contos de boca a orelha" | Cristina Taquelim**
21h30 | Concurso: "Poetry Slam Aveiro – poesia sonora"

Centro Escolar do Luso
14h00 | Apresentação das Histórias da Ajudaris | Agrupamento de Escolas de Mealhada

1 abril – sábado

Biblioteca Municipal
10h00 e 11h00 | Teatro para bebés: "Afinal… o gato?" | Andante Associação Cultural *

Posto de Turismo Luso-Bussaco
11h00 | "Ir a banhos" com Literatura - Roteiro Literário*

Feira do Livro – Biblioteca Municipal
15h00 | Oficina de Leitura Criativa Cooperativa | Paulo Condessa *
17h30 | Entrega do prémio Literário Dr. António Augusto da Costa Simões
18h00 | Por falar em poesia… - Mesa Redonda
21h30 | Stand Up Poetry | Paulo Condessa

2 abril – domingo

Feira do Livro – Biblioteca Municipal
15h00 | Espetáculo de poesia e canções | José Fanha e Daniel Completo
16h30 | Apresentação do livro "Bussaco: mata mágica" | Virgínia Pereira

De 27 a 31 de março 2023
Agrupamento de Escolas de Mealhada
Piqueniques literários**
10 minutos a Ler**

* Inscrição obrigatória bit.ly/flimealhada23. Mais informações 231 201 681

** Atividade direcionada para os alunos do Agrupamento de Escolas de Mealhada e EPVL

 

A atualização da informação far-se-á nos diferentes canais, nomeadamente:

Sitio das BM - https://biblioteca.cm-mealhada.pt/noticias/4352/Municipio_realiza_primeira_edicao_do_FLIM_%E2%80%93_Festival_Literario_da_Mealhada_

Sítio das bibliotecas do AE - https://besmealhada.wordpress.com/

Facebook das Bibliotecas Escolares https://www.facebook.com/bibliotecas.aemealhada.37

Facebook da Biblioteca Municipal de Mealhada https://www.facebook.com/bmmealhada

Instagram das Bibliotecas escolares -  https://www.instagram.com/bibliotecas_aemealhada/

 

#flim2023

#semanadaleitura2023

#redeconcelhiadebibliotecas

#Mealhada

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Seg | 20.03.23

Albufeira: Assistentes de biblioteca nas bibliotecas escolares

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O Município de Albufeira tem tido a preocupação de colocar assistentes técnica(o)s (oito atualmente) em todas nas Bibliotecas das escolas do 1.º ciclo. Além disso, tem facultado regularmente formação em tratamento documental no sistema Koha a todas os assistentes de bibliotecas do concelho.

Ao nível da formação, as referidas assistentes técnicas são, na sua maioria, bastante qualificadas: Oficina de escrita Criativa, Dinamização de atividades em Bibliotecas Escolares, Especialização base em Web Design, Técnicas de Animação para crianças, Teatro, Organização e Animação de Bibliotecas Escolares - Centros de recursos, KOHA - Sistema de Gestão Documental, Marketing digital, Assertividade e Gestão de conflitos/ bullying em contexto escolar, entre outras.

Além de manterem as bibliotecas abertas a tempo inteiro, mesmo para lá do período letivo, as suas qualificações permitem-lhes desempenhar funções de grande relevância nas escolas e realizar um leque bastante diversificado de atividades:

- Organização do fundo documental;

- Organização e dinamização da Biblioteca Escolar (espaço e atividades);

- Preparação de materiais para atividades;

- Colaboração com os professores bibliotecários na realização de atividades e na avaliação da BE;

- Ocupação dos tempos livres dos alunos;

- Apoio às Atividades de Enriquecimento Curricular.

Nas palavras dos professores bibliotecários, as assistentes das bibliotecas das escolas do 1.º ciclo são profissionais dinâmicas, dedicadas, inovadoras, criativas e motivadas, procurando sempre a melhoria dos espaços e serviços das bibliotecas. O seu trabalho tem sido preponderante para o fomento da autonomia no uso da Biblioteca e para o desenvolvimento dos hábitos de leitura por prazer, da escrita e da criatividade dos alunos, desde os primeiros anos de escolaridade.

 

As assistentes conhecem as bibliotecas escolares como a palma das suas mãos, o que lhes permite fazer o atendimento e o apoio aos utilizadores sempre com um sorriso no rosto, mas com determinação no cumprimento das regras. Realizam o tratamento do fundo documental e colaboram ativamente no trabalho planificado pelas professoras bibliotecárias. São empenhadas, dedicadas, criativas e aceitam os desafios que lhes são apresentados. Se as bibliotecas escolares vivem cheias de crianças alegres, curiosas e que leem por fruição, muito se deve às assistentes, que conhecem bem os alunos e os cativam. Uma assistente com este perfil é fundamental para que a biblioteca escolar preste um serviço de qualidade e cumpra a sua missão.

Professora Bibliotecária Soraia Ferreira

 

Em Albufeira existem 18 bibliotecas escolares integradas na RBE, havendo um total de 16 assistentes de biblioteca. Uma biblioteca conta com uma professora a tempo inteiro, sem componente letiva; outra, de momento, não dispõe de assistente, situação que tem levantado preocupação e para a qual se aguarda solução a todo o momento.

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