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Blogue RBE

Qui | 31.10.24

Apoio à conceção de cartaz - Cor

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Concluímos esta série de publicações dedicadas à conceção de cartaz abordando mais um elemento estrutural da linguagem visual – a cor. Trata-se de um aspeto fundamental a ter em consideração na planificação de um cartaz, para que a sua finalidade seja alcançada: comunicação eficaz, aspeto apelativo, impacto positivo e qualidade no detalhe.

A cor é um fenómeno resultante do comportamento das superfícies em presença de luz e resulta num estímulo visual que exerce influência a nível psicológico sobre o ser humano. Deste modo, a escolha de determinado esquema de cores num cartaz não é de somenos importância, pois em termos comunicacionais, influencia substancialmente a qualidade e a clareza da mensagem.

Na teoria da cor baseada no sistema ternário, considera-se a existência de 3 cores primárias, cujos pigmentos, misturados dois a dois, originam as secundárias e assim por diante.

Alguns conceitos fundamentais:

  • Qualidade da cor – cromaticidade;
  • Tom, tonalidade ou matiz (hue) é o nome específico de cada cor;
  • Valor tonal ou luminosidade (lightness) refere-se ao brilho da cor, em função da proximidade ou do afastamento ao branco ou ao preto;
  • Intensidade ou saturação (saturation) diz respeito ao grau de pureza da cor, que é mais intensa quanto menos interferência de outras cores tiver na sua composição;
  • Gradação de cor – gama de tons que podem ir do branco ao preto (claro-escuro). Também se usa o termo degradê (do francês dégradé). Vejamos um exemplo com vermelho:

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  • Harmonia de cor – as cores, em vizinhança, influenciam-se mutuamente. Algumas resultam num conjunto agradável, outras entram em ‘conflito’, prejudicando o resultado. De uma forma simples, considera-se que as cores mais harmónicas são as que estão próximas no círculo cromático (ver esquema Teoria da Cor), mas não são as únicas:

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Teoria da Cor - Círculo Cromático (Johannes Itten - 1888-1967)

 

  • Contraste de cor – há cores que contrastam pouco umas com as outras - dificultam a leitura e outras que proporcionam bom contraste - facilitam a leitura. De uma forma simples, considera-se que as cores mais contrastantes são as que estão mais afastadas no círculo cromático (ver esquema Teoria da Cor), mas não são as únicas;
  • Tipos de contraste de cor*:
    • Cor em si - é o contraste entre cores puras, saturadas e/ou intensas:

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Figura 1 - Piet Mondrian, “Composição com vermelho, amarelo e azul” (1921)

  • Claro-escuro – o preto e o branco representam a ausência e a presença de luz. A nível da perceção visual, o maior contraste obtém-se combinando o preto e o amarelo. No círculo cromático, o amarelo é a cor mais clara e o violeta é a cor mais escura:

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Figura 2 – Henri Matisse, “Blue nude II” (1952)

  • Quente-frio – é comum referirmo-nos a cores ‘quentes’ e ‘frias’. Trata-se apenas de uma sugestão de sensação térmica, que está associada a experiências físicas (o calor do sol, do fogo, o frio da água do mar, das plantas, etc.):

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Figura 3 – Victor Vasarely, “Cheyt Pyr” (1970-71)

  • Complementares – é o contraste resultante de cores situadas em oposição no círculo cromático:

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Figura 4 – Vincent van Gogh, “Cheyt Pyr” (1970-71)

  • Qualidade – conjuga cores saturadas/ vibrantes com cores não saturadas/ ténues:

Imagem7.pngFigura 5 – Franz Marc, “Blue horse I” (1911)

  • Quantidade – associa cores de natureza diversa em áreas de ocupação do espaço proporcionalmente diferentes:

Imagem8 (1).jpgFigura 6 – Almada Negreiros, “Retrato de Fernando Pessoa” (1964)

*omitimos aqui o contraste simultâneo de cor, que é o resultado do aparecimento da cor complementar na retina após observação prolongada de determinada cor.

Para finalizar…

É importante ter em conta que o esquema de cores que usamos num cartaz pode reforçar/ apoiar ou anular/ contradizer a mensagem.

Depois de identificarmos o ambiente cromático ideal para o nosso projeto, podemos criar um esquema de cores a partir de uma fotografia, selecionando o tipo e o número de tonalidades que necessitamos para o nosso projeto (ver sugestões).

Podemos construir um mood board (painel semântico) antes de partirmos para a conceção do design de cartaz (ver sugestões).

Testar sempre a impressão - as cores alteram-se e escurecem.

Um bom contraste de cores é essencial à acessibilidade para todos. 

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Smile!
A transmitir otimismo desde 1963!


Ferramentas online sugeridas

Referências e consultas sugeridas

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Qua | 30.10.24

Usar Inteligência Artificial não é arte

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O século XX ampliou o terreno das artes e da cultura, em parte pelas  interseções/influências reciprocas/hibridez dos seus diferentes formatos, pelo que um dos principais temas da arte é a sua evolução.

Recentemente a arte alargou-se ao artificial, à máquina, ao algoritmo.

Ferramentas digitais podem produzir, infinitamente, filmes, literatura e outros textos, música, pintura, fotografia, esculturas (ligadas a impressoras 3D)…

No futuro, será que o artista/realizador/escritor… mais virtuoso será não humano?

A arte expressa – através de imagens, palavras, sons, movimentos, monumentos e objetos, meios digitais… - uma descontinuidade/transformação de ideias/conceitos

Como a IA (Inteligência Artificial] produz os seus trabalhos a partir de amostras de outras obras fílmicas/literárias… criadas por humanos e já existentes, usadas para treino, estes trabalhos não podem ser considerados originais, não são arte.

A IA é conservadora e tendenciosa, tende a reproduzir preconceitos e desigualdades herdadas e expressas nos filmes e literatura e é tendencialmente monolingue, reforçando a invisibilidade de determinadas culturas no espaço público - o inglês é o principal idioma das bases de dados usadas para treino e as principais empresas privadas que nela investem concentram-se num único continente, EUA.

De acordo com autores/artistas de arte científica, Sci-Art (Comissão Europeia, 2024) como Leonel Moura, “na arte tecnológica há uma distinção muito clara entre os artistas que utilizam aplicações e tecnologias e os que usam código” autores são os de código, que programam, criam os algoritmos (Lucas & Gaudêncio, 2024).

Sobre o Robô Pintor, RAP (Robotic Action Painter), criado em 2007 por Leonel Moura (Moura, 2024) e que faz parte da exposição permanente do Museu Americano de História Natural (USA), What Makes Us Humans?/O que nos torna humanos?

“não tem inspiração criativa. RAP não sabe que está fazendo arte, nem sabe o que é arte; está apenas seguindo um conjunto de regras simples escritas por um artista humano”.

A inteligência artificial não é imprevisível e, portanto, “não pode ser criativa” e o próprio conceito de Inteligência quando aplicado a IA é desapropriado: “a verdadeira inteligência envolve uma combinação de conhecimento, julgamento e criatividade, competências que a IA ainda não pode emular (Innerarity, 2024).

Provavelmente a IA irá evoluir no sentido da sua autonomia/independência do humano, mas no contexto atual, não gera ideias, estas são humanas.

É importante desmistificar a ideia de que ao usarmos ferramentas de IA de vídeo, escrita, pintura… somos artistas porque ela provoca empobrecimento das artes, da cultura, da IA e ciência, da imaginação e do pensamento, da civilização humana. Este empobrecimento reflete-se nos desafios globais atuais que podem pôr em risco a espécie humana: conflitos armados, alterações climáticas, crescimento da desinformação e extrema-direita (suportado por algumas empresas de IA) e desigualdades.

Não obstante, IA pode ser um valioso parceiro/colaborador do artista, podendo ajudar os humanos a melhorar as suas criações, a sua arte.

Este artigo continua no dia 07/11/2024.

Outros artigos:

Nota:

Esta comunicação foi apresentada pela Rede de Bibliotecas Escolares na 13.ª ed. das Jornadas da Rede de Bibliotecas da Maia, Lentes e livros: diálogos infinitos entre cinema e leitura (Fórum da Maia, 25 out. 2024).

Na 12.ª edição das Jornadas, O Poder da Imagem, a Rede de Bibliotecas Escolares destacou que:

  • Web e redes sociais (Instagram, TikTok…) são um meio altamente visual que facilita a captação e a partilha de imagens. Na era digital parte significativa da informação atual a que acedemos - na comunicação e entretenimento quotidianos e no trabalho - é visual;

  • Objetos visuais/imagens, não são neutros, não representam a verdade/realidade, uma vez que podem ser modificados na sua criação e partilha: “a luz , o ângulo de focagem ou a lente utilizada, podem subjetivar[manipular] o que nos está a ser mostrado” pelo que “necessitamos muitas vezes de um contexto que as explique” (Saramago, 2004);

  • A literacia/educação visual, que faz parte da literacia da informação e média, deve ter um peso crescente nas sessões com alunos na biblioteca escolar, é preciso que crianças e jovens aprender a ler e a escrever/criar com imagens.

Referências

  1. AMNH. (n.d.). What makes us humans? American Museum of Natural History. https://web.archive.org/web/20070701062716/http://www.amnh.org/exhibitions/permanent/humanorigins/human/art2.php
  2. Câmara Municipal da Maia. (2024). XIII Jornadas da Rede de Bibliotecas da Maia - “Lentes e livros: diálogos infinitos entre cinema e leitura”. https://www.cm-maia.pt/institucional/agenda/evento/xiii-jornadas-da-rede-de-bibliotecas-da-maia-25-e-26-de-outubro-de-2024-forum-da-maia
  3. Comissão Europeia. (2024). Sci-Art. https://science-art-society.ec.europa.eu/
  4. Innerarity, D. (2024). Daniel Innerarity: "A inteligência artificial não saberá como pensar por você". Neosmart. https://neosmart.ai/br/daniel-innerarity-a-inteligencia-artificial-nao-sabera-como-pensar-por-voce/
  5. Lucas, I. & Gaudêncio, R. (2024). Leonel Moura: “A IA tem muito mais imaginação do que a maioria dos artistas”. Público. https://www.publico.pt/2024/08/25/culturaipsilon/entrevista/leonel-moura-quis-qualquer-ficar-historia-2101785

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Ter | 29.10.24

Capas vivas: (Re)ver Camões.

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Esta atividade, promovida pela Rede de Bibliotecas do Concelho de Loulé (RBCL), insere-se nas comemorações do V Centenário do Nascimento do poeta Luís de Camões e na celebração do Mês Internacional da Biblioteca Escolar cujo mote, para 2024, é Bibliotecas Escolares: a ligar comunidades.

Valorizar o legado de Luís de Camões, cuja influência transcende fronteiras, épocas e gerações é a melhor forma de o homenagear. Desta forma, os utilizadores das bibliotecas do concelho foram convidados a imortalizar Camões, através de uma imagem, a partir de um texto ou momento da vida do poeta.

Esta iniciativa dá continuidade ao trabalho desenvolvido nos anos transatos (de que já demos conta neste blogue) e visa proporcionar momentos criativos em torno dos livros e da leitura, desta vez, inspirados na obra camoniana. Clique para ver:

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Seg | 28.10.24

Chegar aos 500 mil alunos!

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Integrar as crianças migrantes, dar apoio às aprendizagens de quem têm mais dificuldades, e criar uma cultura de cidadania e de bem-estar são alguns dos objetivos subjacentes ao tema «Ligar comunidades» - o mote do Mês das Bibliotecas Escolares 2024.

28 de outubro é o dia em que se celebra, em Portugal, o Dia da Biblioteca Escolar, integrado no MIBE - Mês Internacional da Biblioteca Escolar,  uma celebração anual das bibliotecas das escolas de todo o mundo, cuja chamada à ação é lançada pela IASL (International Association of School Librarianship).

Ser o ‘coração das escolas’, o centro nevrálgico vital onde se desenvolvem literacias, conhecimentos, hábitos de leitura essenciais a todas as aprendizagens e se promove o trabalho colaborativo e a solidariedade – este é o propósito das bibliotecas escolares, que, este ano, celebram o seu dia com foco no estreitar de laços entre as diversas comunidades que constituem cada comunidade escolar.

Pode saber-se tudo sobre esta iniciativa no portal da RBE, em rbe.mec.pt, onde se encontram dezenas de sugestões e atividades para desenvolver neste dia e neste mês.

É o caso do ‘Abraço a quem chega’, uma proposta com dinâmicas de acolhimento, a desenvolver por alunos e docentes portugueses com recém-chegados de outras comunidades, que se pode concretizar, por exemplo, criando uma ‘bolsa de voluntários’ (monitores da biblioteca ou outros) que se ofereçam para apresentar os vários espaços da escola, realizar atividades a par ou diagnosticar necessidades de apoio.

É o caso, também, da ‘Biblioteca Humana’, uma iniciativa em que cada pessoa representa um livro, ‘dando corpo’ a uma história, que, ao ser partilhada, desencadeia a desconstrução de preconceitos, a criação de empatias e o enriquecimento de todos/as através da experiência de cada um/a.

Naturalmente, oferecem-se sugestões de leitura para visitar outras comunidades, como o bestseller A Rapariga Que Roubava Livros, de Markus Zusak, uma história que se desenrola na Alemanha da Segunda Guerra; ou Um Corpo na Biblioteca, de Agatha Christie, a lembrar que o suspense e o mistério podem morar nas bibliotecas, ou as histórias do fantástico Afonso Cruz, O vício dos livros ou Os livros que devoraram o meu pai, entre muitos outros.

Mas mais que propostas de livros, partilham-se guiões de metodologias - Leituras dialogadas, Leituras questionadas e Leituras emparelhadas - bem como sugestões de operacionalização dos desafios apresentados, como as Leituras Multilingues, espaços de diálogo entre alunos, professores e funcionários falantes de diversas línguas, acionadas por meio de jogos e atividades em torno de poemas, contos, lendas ou letras de músicas nas suas línguas de origem.

Foi ainda lançado um concurso Bibliotecas Escolares: a ligar comunidades!, que desafia estudantes do Ensino Secundário a conceber e produzir vídeos em que mostrem formas de interação entre as bibliotecas e as comunidades locais, e apresentar as suas próprias ideias, porque a criatividade e autonomia dos jovens é o melhor passaporte para o futuro incerto e complexo que os espera.

Atingir, pelo menos, 500 mil alunos com esta celebração é o objetivo para este ano de 2024, uma vez que, em 2023, foram envolvidas, nesta iniciativa, 460.053 crianças e jovens. Fica a expectativa de ultrapassar este número, e a certeza de que ele traduz um movimento inclusivo e solidário a partir da e com a biblioteca escolar.

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Sex | 25.10.24

Apoio à conceção de cartaz - Tipografia

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Dando continuidade à nossa breve análise dos principais elementos que constituem um cartaz, debruçar-nos-emos agora sobre a presença dos elementos textuais, a tipografia – título, subtítulo, legendas, caixas de texto, slogans, etc.

Todos nós tivemos já a oportunidade de verificar que a grande maioria dos cartazes recorre a um conjunto de elementos visuais e textuais, que contribuem para um impacto intencional no público a que se destinam e que passam, de forma eficaz, uma determinada mensagem (é esse o objetivo!). Em última análise, comunicam.

Há casos em que o conjunto dos elementos textuais – a tipografia – é suficiente para criar um cartaz criativo e apelativo, tendo um papel e uma força significativa equiparados à imagem.

Comecemos por contribuir para clarificar alguns conceitos fundamentais:

  • Tipografia – conjunto dos elementos textuais numa publicação (não manuscritos);
  • Tipo | Fonte – variação do desenho da letra ou carater. Este pode ter serifas ou não (sem serifas - sans). Em publicação impressa, o uso de tipos serifados é adequado. Em publicação virtual, o uso de tipos não serifados é mais apropriado – estudos apontam para uma evidente facilitação da leitura:

Imagem1 (1).jpgFigura 1 – Exemplos de tipos com serifas (assinaladas) e sem serifas.

  • Corpo – tamanho da letra (medido em pontos);
  • Letra maiúscula e letra minúscula – cada uma tem o seu papel e lugar próprios (ver esquema seguinte):

Imagem2.jpgFigura 2 - A letra maiúscula está associada à inicial de uma palavra ou a um título. A letra minúscula é indicada para excertos de texto mais longos, pois é facilitadora de leitura. Os termos ‘caixa alta’ e ‘caixa baixa’ derivam do sítio onde os tipógrafos, antes da era digital, arrumavam os carateres em móveis nas oficinas gráficas.

  • Hierarquia – a composição dos elementos textuais deve seguir uma sequência hierárquica, do geral para o particular – esta regra orienta o ‘leitor’;
  • Legibilidade - os tipos decorativos ou densos podem ser usados em títulos e/ ou subtítulos ou outros destaques. No texto de parágrafo, esses tipos e/ ou a opção por letra maiúscula são desaconselhados, por dificultarem a leitura (ver esquema seguinte):

Imagem3.jpgFigura 3 – Exemplos de aplicação incorreta de fontes decorativas, densas ou em bold, maiúsculas ou minúsculas, em texto de parágrafo.

  • Parágrafo – espaço de entrelinhas no texto (automático ou adaptado), consoante a área disponível e a facilidade de leitura;
  • Espaçamento – intervalo entre carateres (automático ou adaptado – manipulando o tracking e o kerning - ver esquema seguinte):

Imagem4.jpgFigura 4 – Exemplos de aplicação de opções de parágrafo com diferentes resultados (dificuldade/ melhoria da leitura) e aplicação de espaçamento entre carateres correto e incorreto, por manipulação do tracking (espaços iguais entre todos os carateres) ou do kerning (espaço ‘forçado’ entre pares de letras, que, se necessário, ajuda a criar uma ‘mancha mais homogénea e favorece a leitura).

  • Orientação vertical do texto – há composições em cartaz que justificam esta opção. Vejamos exemplos adequados e menos adequados:

Imagem5.jpgFigura 5 – Exemplos de uso de texto orientado verticalmente. O exemplo 1 é o mais adequado. O exemplo 3 é de evitar, por uma razão simples: cria uma ‘mancha’ irregular, pouco harmoniosa, porque cada carater tem a sua largura (os extremos são o I e o M – o carater mais estreito e o carater mais largo).

  • Sistema de grelha – é aconselhável usar um sistema de grelha (baseado em divisões verticais e horizontais) para alinhamento das áreas de texto (e outros elementos). Muitos dos programas que usamos para a conceção de cartaz já contêm esta ferramenta, assim como linhas-guia, para facilitar o alinhamento dos diversos elementos;

Em seguida, podemos observar 3 esquemas exemplificativos de diferentes organizações de tipografia em cartaz. As hipóteses à nossa disposição, quando efetuamos uma recolha de dados prévia, apresentam-se bastante variadas e algumas até podem ser bastante criativas e originais, mas também exigem um maior domínio do design. Contudo, as opções simples que aqui vemos esquematizadas garantem-nos composições equilibradas, sem corrermos riscos que comprometam o objetivo principal – comunicar eficaz e claramente:

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Nunca é demais lembrar…

Em ambiente virtual, o uso de tipografia sem serifas é o mais adequado, porque facilita a leitura em monitor. Em caso de impressão, podem-se usar tipos serifados, tal como nos livros.

Sempre que possível, e dependendo do âmbito da publicação, é aconselhável usar fontes de uso gratuito (open source).

No título, subtítulo, texto de parágrafo, legenda, etc., o corpo da letra vai diminuindo, da informação geral para a mais detalhada.

Não se deve usar mais do que 2 ou 3 tipos de letra no mesmo cartaz.

A fonte nunca deve ser deformada. Se não servir o nosso propósito, há, decerto, desenhos de letra alternativos mais convenientes para o espaço disponível.

O contraste tipografia-fundo é fundamental para uma boa leitura.

A atenção ao detalhe eleva sempre o nosso trabalho e serve de exemplo a seguir pelos alunos.

O nosso público é heterogéneo, apresentando características muito diversificadas. Devemos proporcionar a todos boas condições de acessibilidade, promovendo a inclusão e a igualdade.

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Referências e consultas sugeridas

 

 

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Qui | 24.10.24

Semana Global da Literacia Informacional e Mediática da UNESCO

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Começa hoje, a Semana Global da Literacia informacional e Mediática da UNESCO, iniciativa que, desde 2021, acontece anualmente entre 24 e 31 de outubro.

Num mundo cada vez mais digitalizado, a informação está mais acessível do que nunca, no entanto, também mais do que nunca aumentam os riscos de desinformação e manipulação.

As plataformas digitais revolucionaram a forma como as informações são criadas, consumidas e partilhadas, apresentando novos desafios na identificação de conteúdo confiável.

Acresce que o desenvolvimento da inteligência artificial generativa, sobretudo dos grandes modelos de linguagem, confunde ainda mais as linhas entre conteúdo gerado por humanos e gerado por Inteligência Artificial, exigindo novas habilidades e pensamento crítico.

Para progredir e participar livremente neste ecossistema mediático incerto e exigente, é essencial que os cidadãos sejam empoderados com as competências que lhes permitam acautelarem os riscos e potenciarem todos os benefícios, decidirem livremente e participarem com autonomia na sociedade que, hoje, está tanto on-line como off-line.

Foi esta premissa da indispensabilidade da literacia informacional e mediática que levou a UNESCO a decidir celebrar esta semana, fazendo dela uma ocasião importante para todos os interessados reverem e celebrarem o progresso alcançado em direção à “Literacia Informacional e Mediática para Todos”.

Consciente de que, atualmente, não dominar o conjunto de competências que integra o conceito de literacia mediática é tão grave como não saber ler, a Rede de Bibliotecas Escolares assume-se como parte interessada nesta matéria, adotando-a como uma das suas áreas de trabalho fulcrais.

Sendo tempo de celebrar o progresso, congratulamo-nos com várias ações que temos vindo a desenvolver:

No entanto, para além de celebrar o progresso, há que aferir a distância a que ainda nos encontramos da “Literacia informacional e mediática para todos” e lembrar caminhos ainda por percorrer e nos quais estamos empenhados:

  • É necessário que as bibliotecas se assumam, nas suas escolas, como líderes que conduzem e apoiam os trabalhos no âmbito da literacia informacional de mediática;
  • É indispensável e urgente chegar progressivamente a todos os alunos, com a consciência de que apenas todos, em cooperação e coordenação, terão sucesso neste desígnio;
  • É fundamental trabalhar de forma sistemática, e articulada;
  • É preciso preceder à revisão do referencial Aprender com a Biblioteca Escolar, desatualizado face ao desenvolvimento do ecossistema digital nos últimos anos;
  • É importante continuar a investir na formação dos professores bibliotecários para que se sintam seguros na abordagem destas matérias.

Dominar a literacia informacional e mediática não pode ser uma questão se sorte. É absolutamente necessário que as escolas tomem consciência da sua imprescindibilidade e se unam para, conjuntamente, apetrecharem os seus alunos com as habilidades que lhes permitam ser livres e pugnar por sociedades justas e democráticas. Para isso, contam sempre com as bibliotecas escolares!

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Qua | 23.10.24

Supercharged by AI

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Uma nova intervenção criativa sobre os efeitos da IA na nossa vida online.

Desde chatbots a deepfakes, os conteúdos gerados por IA estão a tornar-se cada vez mais comuns online. As novas ferramentas de IA tornam mais fácil, mais rápido e mais barato gerar texto, imagens, vídeos e muito mais. Por sua vez, os problemas que sempre existiram em linha - burlas, assédio, polarização e preconceitos - estão agora a ser “sobrealimentados” pela IA.

As ferramentas de IA estão a ser utilizadas para fabricar notícias, imitar a realidade e moldar as opiniões e os comportamentos do público de formas que podem ser quase impossíveis de detetar. Os modelos de IA, treinados com base em conjuntos de dados que refletem os preconceitos dos seus criadores, reforçam os estereótipos e têm consequências que ultrapassam a esfera digital. Como podemos manter-nos informados e conscientes sobre esta tecnologia em rápida evolução?

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“Supercharged by AI” é uma nova intervenção criativa produzida pela Tactical Tech e pelo DensityDesign Lab no Politécnico de Milão, em colaboração com a Federação Internacional de Associações e Instituições de Bibliotecas (IFLA).

Esta exposição abordará o modo como a IA está a ter impacto nas formas como os meios de comunicação e a informação são produzidos, distribuídos e percebidos. É apresentada pela The Glass Room, um projeto premiado da Tactical Tech que promove a sensibilização através de explorações lúdicas e provocadoras da nossa relação com a tecnologia.

“Supercharged by AI” é uma exibição em larga escala e fácil de produzir que torna questões complexas relacionadas à IA mais tangíveis para os visitantes. A exposição é complementada pelo novo 'Essential Guide to AI' do Data Detox Kit , que fornece dicas práticas para reagir quando somos confrontados com essas questões nas nossas vidas diárias online.

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As bibliotecas, como espaços comunitários confiáveis, desempenham um papel crucial na promoção da literacia informacional e mediática com este tipo de iniciativas e procuram capacitar as suas comunidades, garantindo que pessoas de todas as idades permaneçam informadas, conscientes e preparadas para participarem no cenário digital em rápida evolução em que vivemos hoje.

A partir de novembro de 2024, esta exposição sobre os impactos sociais da IA viajará por 50 bibliotecas na Europa. Todos os próximos eventos podem ser consultados em https://theglassroom.org/supercharged-by-ai/

As redes de bibliotecas que implementarão ativamente esta iniciativa em 10 países europeus incluem:

Em Portugal, a exposição estará, a partir do final de janeiro, nas seguintes escolas:

Saiba mais no portal RBE.

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Ter | 22.10.24

Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares: duas décadas a ligar comunidades

por Gil Ferreira, Vereador da CM de Santa Maria da Feira

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Ao longo das duas últimas décadas, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira tem comprometido múltiplos investimentos para a capacitação e para o desenvolvimento da Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares (RCBE).

A parceria estabelecida desde o Acordo nº 3/2002, assinado pelo Diretor Regional de Educação do Norte, Jorge Martins, e pelo Presidente da Câmara Municipal, Alfredo Oliveira Henriques, tem sido alicerçada na visão partilhada de promover o acesso à tríade: leituras, educação e cultura.

As bibliotecas escolares, ao longo deste trajeto, evoluíram para se tornar elementos fundamentais das políticas estruturais para a Educação e para a Cultura, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de competências cruciais, desde logo a leitura, mas também literacias diversas, combate à desinformação, cultura científica, tecnológica, artística e estética.

A visão transformadora e agregadora da Câmara Municipal, alinhada com a descentralização de competências, sem prejuízo da autonomia das Escolas na proposição, criação e gestão das bibliotecas escolares, trouxe a oportunidade de uma maior aproximação e alinhamento dos recursos da Biblioteca Municipal e, fundamentalmente, um horizonte holístico e integrado, que nos permite, para além de partilhar um catálogo comum, desenvolver uma política para a promoção do livro, da leitura e de literacias sobre o mundo nas comunidades locais, de forma sequencial e estruturada, a partir da base que é a Escola.

Os indicadores de desempenho, revelados nos dados mais recentes (2023/2024), são testemunho do sucesso dessa colaboração. Com um total de 34 bibliotecas escolares distribuídas em nove agrupamentos de escolas públicas, uma escola particular e cooperativa, e uma distribuição equitativa por diferentes níveis de ensino, os números de empréstimos e leitores atingiram 82.663 e 13.945, respetivamente. Para além disso, o catálogo coletivo online com cerca de 131.653 exemplares demonstra um vasto recurso para a comunidade educativa.

A Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares, criada em 2000 após o protocolo entre o Ministério da Educação e a Câmara Municipal, é um testemunho sólido do compromisso com a promoção do livro e da leitura e, sobretudo, da cooperação entre os pilares da Educação e da Cultura – para o desenvolvimento integral a partir de uma rede afetiva e multiplicadora de visões que liga comunidades do presente e do futuro.

Gil Ferreira
Vereador do Pelouro da Cultura, Educação, Juventude e Turismo
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira

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Seg | 21.10.24

Ligar comunidades

por Júlia Martins*

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O que torna uma biblioteca o reflexo do seu proprietário não é simplesmente a escolha dos títulos, mas a trama de associações implícitas nessa escolha. A nossa experiência faz-se de experiência, a nossa memória de outras memórias. Os nossos livros decorrem de outros livros, que os mudam ou enriquecem, que lhes atribuem uma cronologia diferente da dos dicionários literários. Ao fim de tanto tempo, sou hoje incapaz de rastear todas as ligações.
 Alberto Manguel (2016). A Biblioteca à Noite. Ed. Tinta da China

 

Ligar comunidades é o mote, em 2024, para celebrar o mês das bibliotecas escolares que se comemora por esse mundo fora, dando visibilidade ao trabalho que é desenvolvido por professores bibliotecários, docentes, alunos, técnicos, pais e encarregados de educação, mas também por mediadores, escritores, criativos, entre outros.

No seio da biblioteca escolar desabrocham várias comunidades. Evidenciamos as comunidades de leitura, os encontros de leitores, os clubes que existem nas escolas e nas suas bibliotecas. Estas pequenas, mas grandiosas, comunidades são basilares no gosto pela leitura e para que este seja contagioso. As práticas de leituras fortalecem o pensamento crítico e exercitam a argumentação, ampliam o conhecimento do mundo e possibilitam que novas geografias e linguagens sejam descobertas. A leitura faz muito mais por nós: agrega partilhas, perspetivas, afetos e emoções. Liga. Une. Integra.  Envolve. Abraça.

Homenageando as bibliotecas escolares e apelando à importância de Ligar comunidades partilho alguns títulos que nos fazem pensar, em diferentes tipos de comunidades, e  sentir que somos parte de uma(s) comunidade(s).

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Seguem todos juntos – mas quem são todos? Uma avó chamada Lena. Uma meia. Um jovem rapaz chamado Nico. Um bebé chamado Louis. Um A chamado Álvaro. Uma mãe-tigre chamada Antónia. Uma pedra conhecida por Bettina. Um pássaro chamado Sophie. A planta chamada Mar. Duas fatias de pizza, a Anna e o Leo E, ainda, a Maria, a Noah, a Muriel, o Marcus, a Natza, o Hans, a Lia, o Dusty e a Maya. “Todos Juntos” é uma narrativa visual, habitada por familiares e amigos que gostam de estar juntos, que têm vontade de fazer coisas em conjunto. Quando um dos elementos do grupo lança um desafio, todos aceitam. Porque partilham o prazer do convívio, do contentamento de estarem juntos na praia, no teatro, na livraria, em casa – para um delicioso almoço ou jantar – e em muitos outros sítios que estão ainda por descobrir. O importante é a união, a convivência, a partilha do momento, como se houvesse um fio invisível que os unisse e os tornasse um complemento uns dos outros. O ritmo da confraternização é marcado por uma pergunta: “Onde vamos a seguir?”.

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Obrigados a partir - Seis testemunhos de jovens migrantes é um livro que deveria existir em todas as bibliotecas escolares, que deveria ser dado a ler e ser trampolim para conversas em torno daqueles que são forçados a sair da sua comunidade, forçados a percorrer outras geografias e abraçarem novas comunidades. Será fácil? Porque o fazem?  

As vozes de SOLY que veio do Senegal, da HELENA que deixou a Bolívia, do SAID que teve de fugir da Síria, da RUTH que nasceu em El Salvador, da MERIEM que se foi embora de Marrocos, tal como o OSSAMA, ecoam no leitor, mesmo quando o livro termina. São histórias de vida duras. Duríssimas. Verdadeiros relatos de superação.

Partiram escoltados pela dor e pela solidão.

O itinerário longo, incerto e tortuoso.

Chegaram, onde não conheciam ninguém, onde nem sempre o acolhimento e da integração foi fácil.

Múltiplos desafios a vencer: uma nova cultura, uma língua diferente. Formas de estar e de ser muito distintas das suas origens.  Será que estamos todos ligados? Será que somos capazes de acolher bem? Afinal, qual o valor de uma vida?

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Todos contam é um livro desafiante e desafiador. Nestas páginas, existem várias vidas, as nossas, as de todos nós, as vidas das pessoas com quem nos cruzamos frequentemente, mas também as vidas daqueles com quem nunca nos cruzaremos.  Aqui há encontros e desencontros.

À medida que avançamos na leitura constatamos que em Todos Contam há uma história, ou melhor, muitas histórias. Cada uma das personagens tem algo por contar e todos juntos contam novas histórias. Quer isso dizer que estamos todos ligados?  Pouco a pouco, compreendemos que cada um é único, mas simultaneamente faz parte de um todo.  Que todos contam! Será isso uma [verdadeira] comunidade? Afinal, quantas pessoas habitam neste livro? O que fazem? Terão alguma coisa em comum?

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No bairro nascem comunidades: os vizinhos, os amigos da escola, os que jogam à bola, os saltam à corda ou andam de trotinete, mas também os amigos que vão connosco à biblioteca ou dar umas braçadas na piscina.  É no bairro que nasce a cidadania: respeitamos e somos respeitados, aprendemos o valor da cooperação e entreajuda, da liberdade e igualdade, agregamos e incluímos. Afinal, o que faz de um bairro o meu bairro? O que faz dessa localização o centro nevrálgico de uma cidade? De uma comunidade?

No Meu Bairro, de Lúcia Vicente com ilustrações de Tiago M, a cidadania é uma prática que se impõe, a inclusão e diversidade são abraçadas e o respeito pela individualidade é um princípio a seguir.  Neste livro conhecemos doze moradores que habitam no bairro, doze breves histórias de vida, escritas em rima.

 No Meu Bairro habita o Dinis que deu o grito que sempre quis, aliviando o seu coração, pois “já não precisava de viver angustiado”; Beatriz, a cigana feliz; o João, “de sapatilhas penduradas, e leggins apertadas, (…) não anda, nas rodopia e quase voa”; Daniela, a feminista à janela; o Magalhães, o menino que tinha duas mães; a Dandara, o Emanuel, a Esther, a Pilar, o Rodrigo, o Amir, entre outros.  Todos diferentes. Todos moradores do bairro. Todas as pessoas que têm uma história por contar, um sonho por realizar ou o projeto por concretizar. No bairro hábito eu, habitas tu, habitamos nós e outros que virão.

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“Este livro responde a perguntas que as crianças nos fazem ou que nunca chegaram a sair da suas (e até das nossas) cabeças: «Como é que os nossos amigos ficam nossos amigos? O que nos faz aproximar ou afastar uns dos outros?» Uma história sobre como nascem os amigos e os vários níveis de amizade; como se explica que haja amigos mais próximos, amigos mais distantes, amigos que só estão alguns dias na nossa vida e amigos que estarão durante toda a vida, e que não o adivinhamos. Um texto sobre porque é que a nossa vida é bem melhor com eles do que sem eles. “[sinopse  da responsabilidade da editora]

Afinal, o que nos une? Como nos aproximamos uns dos outros? Ou porque nos afastamos? Como congregamos os amigos em nosso redor?  A amizade não será uma comunidade?

Mais livros que nos falam de outras comunidades:

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* Júlia Martins

Acredita no poder da leitura. Dar a ler é um desafio que gosta de abraçar. É leitora e frequenta, de forma assídua, Clubes de Leitura. Saiba mais

📷Imagem criada em https://www.canva.com/

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Sex | 18.10.24

Apoio à conceção de cartaz - Imagem

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Um cartaz, como sabemos, vive de um conjunto de elementos visuais e textuais, que, quando bem articulado, dá origem a numa comunicação clara e eficaz, conseguindo o seu objetivo.

Abordaremos, aqui, alguns dos cuidados a ter na preservação da integridade da imagem e do logotipo, que são determinantes para a obtenção de um produto final de qualidade - atenção ao detalhe!

Doravante, nesta nossa partilha, o termo “imagem” aplicar-se-á  tanto à imagem - fotografia, desenho, gráfico, etc., como ao logotipo, dado que este se constitui também como uma entidade visual. Em ambos os casos, não é permitido deformar ou efetuar alterações não autorizadas [1]. Este aspeto reveste-se de importância assinalável e, se não for acautelado, compromete seriamente a nossa publicação, que resulta empobrecida e fragilizada.

Vejamos, em seguida, alguns exemplos simples, uns resultantes da aplicação de regras básicas apropriadas e outros decorrentes da manipulação inadequada da imagem:

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Para efetuar o redimensionamento de uma imagem (maior ou menor que o original), é necessário selecionar um dos quatro cantos da imagem (em alguns programas é necessário usar, em simultâneo, a tecla shift) para ampliar ou reduzir, mantendo sempre a proporção. Em caso de recorte, aplica-se a mesma lógica.

Imagem2.pngSe a imagem for selecionada por um dos seus lados, o que acontece é a alteração/ deformação da proporção original. Este é um erro mais comum do que se possa pensar, surgindo a tentação de inserir a imagem original em determinados espaços que não são coincidentes na sua proporção, forçando-a a adaptar-se ‘artificialmente’.

Imagem3.pngQuando se adiciona texto a uma imagem, deve-se deixar um espaço circundante livre de ruído, para que ambos os elementos possam ‘respirar’.

Se quisermos salientar um detalhe de uma imagem devemos antes testar a resolução (número de pixéis por polegada) para manter a nitidez e não ‘desfocar’.

A relação ‘imagem-fundo’ no cartaz é também um aspeto muito importante a ter em conta, na hora de tomar decisões. Quer se trate de cor plana, textura ou gradação de cor, é aconselhável considerar a adequação de algumas escolhas, tais como:

Imagem4.pngSe for adequado e pertinente colocar uma imagem sobre um fundo de cor, este deve interferir o mínimo e ter uma tonalidade que pertença ao esquema de cores da imagem, que deve deter o papel preponderante.

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Também neste caso, se for adequado e pertinente colocar uma imagem sobre um fundo texturado, este deve interferir o mínimo e ter uma tonalidade que pertença ao esquema de cores da imagem, que aqui mantém um papel preponderante.

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Se for adequado e pertinente colocar uma imagem sobre um fundo com gradação de cor, este deve interferir o mínimo e ter uma tonalidade que pertença ao esquema de cor da imagem, preservando sempre o seu papel preponderante.

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Se se considerar vantajoso realçar uma imagem, a aplicação de sombra poderá ser uma solução eficaz, que salienta e transporta a imagem para primeiro plano.

As molduras com muita presença (peso visual) prejudicam a imagem, anulando-a e retirando-lhe o protagonismo que esta deve ter.

A imagem a que chamamos logotipo (composta por elementos visuais e textuais), deve ser objeto de cuidados afins. A entidade oficial representada pelo logotipo torna público o chamado Manual de Nomas Gráficas/ Visuais, que estabelece as regras e as proibições de utilização. Sempre que possível, devemos seguir estes ‘guiões’, para nos mantermos fiéis ao estabelecido e nunca corrompermos a identidade, confirmando a existência de versões.

O Manual de Normas da Rede de Bibliotecas Escolares está disponível no Portal RBE. No entanto, os manuais nem sempre estão acessíveis. Nesse caso, haverá sempre a possibilidade de respeitar princípios básicos aplicados à imagem em geral. Destaquemos alguns exemplos - procedimentos adequados e opções incorretas:

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Ainda em relação ao logotipo, o conselho dado na publicação anterior – 2 - Composição – é o de criar uma barra de logos (abreviatura de logotipos) e aplicá-la no rodapé do cartaz. Seguindo uma ordem hierárquica (o primeiro, à esquerda, é a entidade principal), seguindo-se os outros, com reserva de espaços iguais à altura dos logos (alinhamento superior e inferior):

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Alguns ficheiros de imagem (jpg, png, svg, etc.) resultam ‘pesados’ por terem alta resolução. Para os tornar mais ‘leves’, existem aplicações no computador ou ferramentas de acesso livre online, que permitem comprimir os ficheiros, sem perdas de definição.

Se tivermos de recorrer a bibliotecas de imagens, devemos sempre confirmar a licença – permissões e restrições, acautelando devidamente os direitos de autor.

Aproveitando a efeméride dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, deixamos duas propostas de uso da mesma imagem, seguindo diferentes opções de organização do espaço do cartaz. Neste caso, considerando a cor de fundo do rodapé, os logotipos adequados são as versões a branco - melhor visibilidade, maior contraste, menor ruído visual, boa leitura.

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Imagem16.pngNota:
[1] existem exceções a esta regra para imagens originais ou imagens com licenciamento para uso aberto.

 

Ferramentas sugeridas

Referências e consultas sugeridas

  1. Agenda Cultural de Lisboa. Imagem. https://www.agendalx.pt/events/event/500-anos-do-nascimento-de-luis-vaz-de-camoes-1524-2024/
  2. Juntae, DeLane. Digital Branding Institute. 10 Graphic Design Rules You Should Never Break.   https://digitalbrandinginstitute.com/graphic-design-rules/
  3. Rede de Bibliotecas Escolares. Portal. Suporte. Divulgação. RBE | Logotipos.     https://www.rbe.mec.pt/np4/%7B$clientServletPath%7D/?newsId=4446&fileName=Manual_normas_logotipo_RBE_2024.pdf
  4. Youtube. Vídeo. Design Gráfico Inicial: Imagens. https://www.youtube.com/watch?v=MELKuexR3sQ
  5. Youtube. Vídeo. Design gráfico inicial: fundamentos do design. https://www.youtube.com/watch?v=YqQx75OPRa0
  6. Youtube. Vídeo. How To Resize Images In Canva | Simple Tutorial (2024).     https://www.youtube.com/watch?v=oSd5bnv3vdc

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