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Blogue RBE

Qua | 11.08.21

Para todos os tamanhos! Natureza: proposta pedagógica com recurso a livros-álbum

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Photo by Joel Holland on Unsplash

E, finalmente, desconfinámos! Ainda com os devidos cuidados, somos autorizados a voltar a sair de casa e explorar o mundo que nos rodeia. E isto acontece num ano em que vivemos uma Primavera daquelas “à antiga”, com sol e chuva quanto baste para ter as características que estão descritas nos manuais. É um convite a um regresso à natureza, em pequenas/ grandes jornadas de (re)descoberta.

Não somos indiferentes ao alerta deixado por alguns autores acerca dos problemas de saúde física, como a obesidade infantil ou mesmo no âmbito do desenvolvimento global das crianças, como problemas comuns de aprendizagem, dificuldade de concentração, hiperatividade e déficit de atenção que poderão estar relacionados com o pouco tempo que os mais novos passam em contato com a natureza.

Educar para a curiosidade parece um conceito estranho se pensarmos que as crianças são naturalmente curiosas. Mas, enquanto educadores, devemos questionar-nos permanentemente sobre o que faz a escola para manter viva esta caraterística inata e desenvolvê-la no sentido de ajudar a formar pessoas cada vez mais criativas, críticas, e cooperantes entre si e com o mundo que as rodeia.

A acrescentar, a urgência da formação de uma consciência cívica relacionada com a sustentabilidade ambiental e preservação do planeta, impossível de se constituir sem ser experienciada, sentida e vivida num contacto sensorial e participado em ações em ambientes naturais.

A leitura mediada de livros álbum (desta vez talvez nem todos caibam nesta categoria mas… o importante é ler) é uma oportunidade para criar um espaço/ tempo para pensar em conjunto e partilhar ideias, experiências e emoções sobre conhecer, estar e viver a natureza. Sugere-se um conjunto de livros que, pelas suas características textuais e gráficas, podem ser utilizados com alunos de diferentes faixas etárias.

Conhecem estes Inventários ilustrados?

 

Lá fora: Guia para descobrir a natureza, Inês Teixeira do Rosário e Maria Ana Peixe Dias; Bernardo P. Carvalho, Planeta Tangerina

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De quem será esta pegada? O que faz aqui esta minhoca? Será um sapo ou uma rã? Como se chama esta árvore?  Mesmo que moremos numa grande cidade, existe sempre natureza lá fora: nuvens e estrelas, árvores e flores, rochas e praias, aves, répteis ou mamíferos. O que esperamos então? Saltemos do sofá e iniciemos a exploração! (resenha da editora)

 

Antes Depois, de Anne-Margot Ramstein & Matthias Aregui, GATAfunho

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A magia do tempo em imagens! Neste livro extraordinário e «astuto», objetos, acontecimentos, paisagens e seres são apresentados em pares (de face uns para os outros ou em páginas duplas subsequentes), revelando dois estados de algo ou de uma situação. Sem texto, as ilustrações incitam o leitor a imaginar, pensar e compreender, e recontar a história destas mudanças de estado. (resenha da editora)

 

As Cores na Natureza, Jana Sedlackova e Štepánka Sekaninová; Magdalena Konecná, Texto

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A Natureza está repleta de cores incríveis. Mas já te questionaste sobre qual o sabor ou o cheiro das cores verde, amarelo, cor-de-rosa ou azul? Ou como soam? Ou ainda qual a sensação que terias se lhes tocasses? (resenha da editora)

 

O Destino de Fausto, Oliver Jeffers, Orfeu Negro

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Em tempos, existiu um homem que acreditava ser dono de tudo… "Tu és minha." — disse Fausto à flor. "Sim. Eu sou tua." — respondeu a flor. Satisfeito, Fausto prosseguiu, reclamando para si uma árvore, um lago, e ainda uma montanha. Tarde ou cedo, todos acabaram por ceder. E, sentindo-se confiante, Fausto avançou, em direção ao mar. Mas a sede de poder tem fins inesperados... (resenha da editora)

 

Onde vivem os monstros, Maurice Sendak, Kalandraka

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“O álbum ilustrado por excelência, que foi adaptado ao cinema, transporta o leitor para uma inesquecível viagem de ida e volta até ao território da imaginação.“ (resenha da editora)

É uma metáfora do reencontro com o “lado selvagem” numa ode ao que é natural, tanto no mundo exterior como no que sentimos dentro de nós.

 

Republicação: 1.ª publicação em 2021-05-12

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Ter | 10.08.21

CLeVinhAs: Uma aventura de leitura em voz alta na biblioteca escolar

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Coro de Leitura em Voz Alta da EB Professor João Dias Agudo,
Póvoa da Galega, Agrupamento de Escolas da Venda do Pinheiro, Mafra

Era uma vez… Uma educadora responsável por uma biblioteca escolar de uma escola básica integrada.

Era uma vez… Um clube de leitura em voz alta – CleVA que funcionava na biblioteca municipal de Alcochete, dirigido pela Andante Associação Artística.

Era uma vez… Um ano letivo em que essa educadora frequentou esse clube de leitura. Quinzenalmente lá ia, na companhia de outra colega de escola e de “carolice”, ao abrir da noite e no final do dia de trabalho, de Mafra a Alcochete, para ler em voz alta com os restantes companheiros do clube. A experiência desse ano foi marcante, mas acabou. E outro ano se seguiu, em que já não foi possível continuar a aventura.

E esse ano passou… E outro, e outro… A saudade, a vontade de regressar lutavam com a consciência de não ser possível conciliar todas as tarefas e responsabilidades para voltar, e assim corriam os dias. Quando o clube de leitura de Alcochete se transformou em coro de leitura foi a gota de água!

E a decisão surgiu: formar um coro de leitura na biblioteca escolar. E dia a dia foi-se desenhando mais e mais nítido o contorno do projeto. Foi um tempo de reflexão, de pesquisa, de tomada de opções para que, no ano letivo de 2018/ 2019, o convite fosse lançado às crianças.

Não vou alongar-me a descrever como funciona o coro, o que faz, pois tudo isso está disponível no nosso mural.

Prefiro refletir um pouco sobre o percurso que trilham crianças que o frequentam:

E vale a pena olhar para esse percurso de vários pontos de vista: falemos desde já das competências leitoras. Todos sabemos que elas enraízam num ponto fulcral, encontrar sentido(s) para ler, fazer da leitura um passaporte pessoal e intransmissível para olhar a vida, o mundo, nós mesmos. E este é o alicerce do CLeVinhA. Desde sempre.

A proposta que o coro de leitura faz às crianças é descobrir a leitura juntamente com outros colegas. Não importa ler bem, não importa ter ou não dificuldades de leitura, não importa sequer gostar de ler. Importa, sim, querer experimentar e ser leitor minimamente autónomo. Por esta razão o convite é feito a todos os alunos da escola a partir o segundo ano de escolaridade.

Após ser feito o convite nas turmas, os alunos aparecem na biblioteca para a primeira reunião. É o tempo de explicar, de confrontar expectativas, de expor as condições fundamentais para fazer parte. E saliento: sentido de comprometimento, os alunos que ficam a fazer parte do coro sabem que não devem faltar às sessões, desde que estejam na escola. Período de reflexão e de avaliação das expectativas: combina-se que o primeiro mês será, para todos, experimental, qualquer um pode dizer que afinal não quer continuar… Com uma regra: deve anunciar essa decisão numa sessão do coro, todos ficamos informados, é uma questão de aprendizagem de respeito pelo grupo e de saber assumir as decisões pessoais.

Findo esse mês inicial o coro fica apto a funcionar ao longo do ano letivo, com um grupo de alunos estável e permanente.

E assim vamos percorrendo o caminho, normalmente trabalhamos em duas sessões semanais de meia hora cada.

Desde o primeiro ano de funcionamento que é usual o coro apresentar-se nas festas e comemorações da comunidade escolar. Assim, naturalmente, as crianças que o compõem aprendem a gerir a exposição, a vergonha e timidez e a sentir alegria e orgulho de terem sido capazes e de ouvirem dos outros um retorno positivo. Claro que esta é uma consequência da existência do coro, não é a sua razão de existir. O coro trabalha fundamentalmente para usufruto dos seus membros, para veicular e consolidar experiências leitoras significativas, alargar competências diversificadas e possibilitar a proximidade das crianças com o texto literário, poético ou narrativo.

Que dizer mais? Que é uma paixão trabalhar com os meninos neste contexto. Que é uma descoberta constante. Que é tão envolvente, tão fascinante, como um bom livro.

Ana França
4 de fevereiro de 2021

 

Republicação: 1.ª publicação em 2021-02-15

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Sex | 06.08.21

A Biblioteca Escolar – Um contributo fundamental para ler o mundo

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“Porque eu sou do tamanho do que vejo/E não do tamanho da minha altura…”.
Alberto Caeiro, “O Guardador de Rebanhos – Poema VII”

O Agrupamento de Escolas Carlos Amarante conta com o serviço de três bibliotecas escolares, uma com sede na escola secundária, outra situada na escola básica de 2.º e 3.º ciclos de Gualtar e uma terceira na escola básica de 1º ciclo, também em Gualtar. Esta última biblioteca, inaugurada em 2018, destina-se a um público infantil, que inicia a sua atividade escolar com a curiosidade própria da idade e a avidez de conhecer e explorar tudo o que a escola e o mundo têm para oferecer.
 
Como lembra Alberto Manguel: “O amor às bibliotecas, como a maioria dos amores, tem de ser aprendido. Ninguém que entre pela primeira vez numa sala feita de livros pode saber instintivamente que comportamento ter, o que o espera, o que se promete e o que é permitido.” É este trabalho que se tem vindo a fazer na biblioteca da escola básica de 1º ciclo de Gualtar, o trabalho de mostrar este espaço como um lugar onde os livros e a leitura estimulam a imaginação, a criatividade, a descoberta, o pensamento crítico, a aprendizagem e o conhecimento.
 
Conhecendo as idiossincrasias da sociedade da informação e do conhecimento do século XXI, altamente marcada pela (r)evolução digital e pelas redes sociais, compreendemos que a biblioteca deixou de ser apenas uma “sala feita de livros”, utilizando as palavras de Manguel, para se tornar num espaço conceptual onde há lugar para o desenvolvimento de literacias várias, nomeadamente a literacia dos média, da informação e, claro, da leitura, que agora não se cinge ao livro e pode ser realizada com recurso a diferentes meios tecnológicos.
 
Consciente desta realidade, a Rede de Bibliotecas Escolares promove várias candidaturas que não apenas promovem e potenciam a leitura, como também impulsionam e exponenciam o trabalho colaborativo entre a biblioteca e a sala de aula. Uma das candidaturas que a RBE abre anualmente intitula-se “Leituras… com a Biblioteca” e foi no âmbito desta iniciativa que a biblioteca da escola de 1º ciclo de Gualtar se candidatou com o projeto “Jornal Digit@l_Mente”, que foi selecionado e apoiado por aquela entidade.
 
O “Jornal Digit@l_Mente” alicerça-se na confluência de dois eixos. O primeiro visa desenvolver as competências de leitura e escrita, maioritariamente de textos não literários e multimodais, cujas temáticas estão interligadas com os domínios da estratégia da educação para a cidadania do Agrupamento - a interculturalidade e o desenvolvimento sustentável. O segundo eixo pretende formar para os media desenvolvendo, ao mesmo tempo, competências digitais e tecnológicas. Neste caso, o enfoque é colocado em sessões formativas sobre ferramentas digitais vocacionadas para a redação e edição de texto. Pretende-se que a leitura orientada e a escrita associada a meios digitais catapultem o interesse dos alunos em produzirem um trabalho de equipa que se consubstancie na redação de um jornal online, que evidencie as suas leituras, pesquisas e descobertas.
 
O trabalho colaborativo em sala de aula entre os professores titulares e a professora bibliotecária já está em curso. Até ao momento, os alunos dos 3º e 4º anos refletiram sobre a evolução e a importância dos media na nossa sociedade, redigiram uma notícia, elaboraram um guião de entrevista e tomaram conhecimento dos seus direitos enquanto utilizadores da internet. Em todas as sessões realizadas enfatiza-se a participação, o empenho e o interesse dos alunos por conhecerem mais sobre assuntos tão atuais e pertinentes que fazem parte do seu quotidiano. As primeiras impressões dos alunos quanto ao trabalho já desenvolvido foram registadas num mural digital (padlet) e são muito positivas.
 
Quando há um ano se elaborava o projeto “Jornal Digit@l_Mente” estávamos longe de adivinhar o que o futuro próximo nos reservava e, portanto, não podíamos prever que o digital iria dominar tão rápida e intensamente a nossa vida pessoal, social e profissional. Hoje, com mais certeza e convicção, podemos afirmar que o projeto em curso pode ser um contributo muito pertinente na formação destes alunos e um passo muito importante para compreenderem e fazerem jus às palavras de Alberto Caeiro: “(…) eu sou do tamanho do que vejo / E não do tamanho da minha altura…”. E assim se trabalha nas nossas bibliotecas escolares!
 

Texto de opinião da Diretora do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante, Braga, Hortense Lopes dos Santos com a colaboração da professora bibliotecária da EB1 de Gualtar, Cristina Gonçalves.

Este texto foi publicado originalmente no Jornal Correio do Minho .

 

Republicação: 1.ª publicação em 2020-12-17

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Qui | 05.08.21

Prémios da Fundação Vox Populi, no âmbito dos projetos “Rato de Biblioteca” e “Nepso”

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O Agrupamento de Escolas da Bemposta de Portimão participou, mais uma vez, nos projetos desenvolvidos pela Fundação Vox Populi (FVP). Esta Fundação, tem o propósito de promover o uso pedagógico dos estudos de opinião e estimular os jovens, nas escolas e nas universidades, para a utilização dos instrumentos de recolha de opinião pública, prosseguindo fins de carácter educacional, académico e de cidadania e responsabilidade social – https://www.fvp.pt/fvp/HomePage.aspx?r=70&c=3037.

No dia 15 de julho decorreu o encontro final, onde foram apresentados projetos desenvolvidos por alunos. No âmbito do “Rato de Biblioteca”, foi apresentado o projeto NaturArte – aliar a Natureza à Arte - desenvolvido por dez turmas provenientes de diferentes estabelecimentos escolares do Agrupamento de Escolas da Bemposta. Participaram as turmas: A e B, JI da Mexilhoeira Grande; turma C, JI de Alvor; turma 1º A e B, 2º A, 3º A e B, 4º A da EB José Sobral e, ainda, a turma 5º E da EB/S Bemposta.

O projeto teve a coordenação das Bibliotecas Escolares e recebeu o prémio de Melhor Comunicação.

Uma apresentação breve do trabalho pode ser visionada aqui: https://bit.ly/36BM7AW.

No âmbito do projeto NEPSO, também foi apresentado o trabalho “Dentro da nossa cabeça”, pela turma do 9º D, sobre saúde mental nos jovens.  O vídeo com a apresentação deste trabalho aqui pode ser visto aqui: https://bit.ly/3ye5XhG

O agrupamento recebeu uma menção honrosa pela originalidade dos temas trabalhados.

As Bibliotecas Escolares orgulham-se de todo o trabalho desenvolvido ao longo do ano com as referidas turmas, em articulação com docentes e encarregados de educação.

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Qua | 04.08.21

Conhece os teus direitos

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Fonte da imagem: Pormenor da exposição

Durante o mês de novembro, as bibliotecas do Agrupamento de Escolas Queluz-Belas promoveram uma Exposição sobre a Convenção dos Direitos da Criança que teve como objetivo principal a implementação do previsto no seu Artigo 42: o direito da criança a conhecer os seus próprios direitos. Esta exposição pretendeu aumentar os conhecimentos dos alunos sobre os seus direitos, para além de promover competências para identificar eventuais situações em que estes não sejam assegurados. O Agrupamento entendeu ainda que era necessário abranger um público mais extenso do que apenas os seus alunos, na medida em que o conhecimento dos Direitos da Criança deve ser geral e obrigatório em toda a nossa comunidade. 
 
Assim sendo, surgiu a ideia de uma exposição híbrida: física e presencial para os alunos, e virtual para a restante comunidade.
 
A exposição física, que itinerou por várias escolas, foi explorada pelos alunos em colaboração com os seus docentes, apoiados pelos colaboradores do Centro de Recursos Escolares (CRE). Adicionalmente, esta exposição permitia a interação com os pensamentos e opiniões dos alunos (Artigo 12), deixando estes um registo escrito dos mesmos na própria exposição.
 
A exposição virtual foi explorada pelos Diretores de Turma e docentes de Cidadania e foi igualmente destinada aos a alunos da escola sede cuja biblioteca se encontra presentemente encerrada.
 
Após divulgação por parte dos docentes e do CRE aos Encarregados de Educação e outros elementos importantes da comunidade educativa, a exposição virtual, reforçava o intuito da divulgação deste tema e da sua importância para as crianças desta e de todas as comunidades mundiais.
 

 
Para ambas as exposições, foram elaboradas atividades de exploração, centradas em artigos específicos.
 
A primeira atividade, no formato quiz, reforçava os conhecimentos sobre os artigos. Este quiz foi elaborado em formato físico e digital, para que pudesse ser explorado em ambas as exposições.
 
A segunda atividade pretendia reforçar o conhecimento do Artigo 12 (Respeito pela opinião das crianças), sendo composta por várias etapas com um mesmo objetivo: reconhecer a importância da voz de cada criança e as formas com que podiam defender as suas opiniões e direitos.
 
Esta exposição obrigou o agrupamento a pensar de forma diferente, forçado pelas questões sanitárias decorrentes de uma pandemia limitadora do seu campo de ação. Desta forma, o papel da Biblioteca Escolar enquanto fomentadora de conhecimento e cidadania foi reforçado, permitindo dar resposta à articulação de temas relevantes, não apenas para o currículo académico dos alunos, mas também para a sua formação pessoal e a da comunidade de que fazem parte.
 
 

Republicação: 1.ª publicação em 2020-12-14

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Ter | 03.08.21

Para todos os tamanhos! Arte: proposta pedagógica com recurso a livros-álbum

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Imagem de yourstagedrama por Pixabay 

 

Na Semana Internacional da Educação Artística (assinalada todos os anos na quarta semana de maio) remetemos para o texto da UNESCO, entidade promotora desta comemoração, em tradução livre. É difícil dizer o mesmo por melhores palavras.

“A arte, em toda a sua diversidade, é uma componente essencial de uma educação abrangente para o pleno desenvolvimento do indivíduo. Hoje em dia, as competências, os valores e os comportamentos promovidos pela educação artística são mais primordiais do que nunca. Estas competências - criatividade, colaboração e resolução imaginativa de problemas - desenvolvem a resiliência, alimentam a apreciação da diversidade cultural e a liberdade de expressão, e cultivam a inovação e as capacidades de pensamento crítico. Como um vetor de diálogo no sentido mais elevado, a arte acelera a inclusão social e a tolerância nas nossas sociedades multiculturais e interligadas.

A arte aproxima-nos. Uma pintura, um artefacto, uma peça de música ancestral falam muito da história das civilizações e dos laços que as ligam. Faz-nos sentir e compreender o que une a humanidade na diversidade das suas culturas e expressões, contribuindo assim para o nosso futuro brilhante e sustentável.

Esta consciência da arte pode ser adquirida desde tenra idade e mantida ao longo da vida. É com a convicção de que a criatividade e as artes, e a aprendizagem das mesmas, contribuem para a construção de sociedades prósperas e pacíficas que a UNESCO encoraja os seus Estados-membros a apoiar a educação artística, na escola e para além dela. A educação artística é uma chave para formar gerações capazes de reinventar o mundo que herdaram. Apoia a vitalidade das identidades culturais, enfatizando as suas ligações com outras culturas, contribuindo assim para a construção de um património comum. Ajuda a formar cidadãos tolerantes e dinâmicos para o nosso mundo globalizado.”

A inutilidade da arte é um “estribilho”. Por outro lado, a arte não é neutra e interpela sentidos e emoções. Observar, produzir e participar. Refletir sozinho e com os outros.  Questionar e debater. Inquietar-se, entristecer-se e alegrar-se.  Apreciar, amando ou detestando. Durante a pandemia que nos assola, temos sido testemunhas de como diferentes formas de arte trazem alívio em tempos de confinamento, paz em tempo de angústia, solidariedade em tempos de solidão. Comprovando-se uma perceção antiga e paradoxal em relação à arte nas nossas vidas, afinal como pode uma coisa que não serve para nada, ser indispensável ao ser humano?

Que diferentes expressões artísticas conhecemos? Como nos relacionamos com elas? E as que desconhecemos? Como podemos aprender mais sobre elas? A arte tem que ser bela? Todos podemos ser artistas? Todos somos criativos? Que relação existe entre a arte e o bem-estar? Este tema convida a perguntar ininterruptamente, pois cada resposta transporta em si um conjunto de novas perguntas.

A leitura mediada de livros álbum é uma oportunidade para criar um espaço/ tempo para pensar em conjunto, fazer perguntas e partilhar ideias, experiências e emoções sobre estas questões. Sugere-se um conjunto de livros que, pelas suas características textuais e gráficas, podem ser utilizados com alunos de diferentes faixas etárias.

 

O sonho de Mateus, de Leo Lionni, Kalandraka

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Os ratos eram muito pobres, mas tinham grandes expetativas para Mateus. Quando ele crescesse, talvez viesse a ser médico. Então, teriam queijo parmesão ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar. Mas quando lhe perguntavam o que é que ele queria ser, Mateus respondia:– Não sei… Eu quero ver o mundo.

A arte como escaparate de conhecimento e cultura do mundo inteiro; como expressão de criatividade e liberdade; como caminho para transformar a realidade. (resenha da editora)

 

MVSEVM. Manuel Marsol e Javier Sáez Castán, Orfeu Negro

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O que é um Museu?

Será um mero local de arquivo de imagens e objectos ou um espaço que todos podemos recriar em cada olhar? E será estática a nossa visão ou transformativa?

Neste álbum silencioso de Javier Sáez Castán e Manuel Marsol, dois grandes ilustradores do nosso catálogo, um misterioso museu cativa e brinca com um visitante incauto, a ponto de não o querer deixar sair. (resenha da editora)

 

A Sinfonia dos Animais, Dan Brown, Bertrand Editora

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Nesta história, cada animal tem uma característica que o distingue e transporta um instrumento musical. Individualmente, podem não parecer muito importantes, mas em grupo tornam-se surpreendentes. Quando - conduzidos pelo Maestro Rato - se juntam numa orquestra, o resultado é uma sinfonia afinada e maravilhosa, em que todos os músicos e instrumentos se revelam imprescindíveis e se completam. (resenha da editora)

 

A Orquestra, Avalon Nuovo, Editora Fábula

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Em bandas sonoras de cortar a respiração ou em emocionantes apresentações ao vivo, a atuação de uma orquestra é, sem dúvida, um espetáculo único. Vem conhecer alguns dos mais famosos compositores de todos os tempos, os instrumentos que constituem uma orquestra sinfónica e importantes salas de concerto que vale a pena visitar. Com ilustrações de grande qualidade, num estilo original, elegante e sóbrio, este é o livro ideal para iniciar as crianças no mundo da música. (resenha da editora)

 

Dança, João Fazenda, Pato Lógico

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Ele quer dançar, mas o corpo não obedece; ela é leve e balança. Ele é contido e rectilíneo; ela é descontraída e voa com ritmo. Ele vive num mundo ortogonal, pesado e previsível, até descobrir que há pesos que devem ficar para trás. Prémio Nacional de Ilustração 2015 (resenha da editora)

 

O Livro dos Erros, Corinna Luyken, Editora Fábula

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Nos desenhos, nos textos e na vida, os erros acontecem. Este livro é sobre os erros, e sobre como se podem transformar em algo melhor do que aquilo que tínhamos sonhado ou planeado. Um livro-presente para várias pessoas e situações. Tocará todos aqueles que o lerem e a história ficará na memória de todos os leitores. Mesmo os maiores «erros» podem ser a fonte das ideias mais brilhantes! (resenha da editora)

 

Como Ser um Explorador do Mundo: Museu de (Arte) Vida Portátil, Keri Smith, Editorial Planeta

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A qualquer momento, onde quer que estejas, há centenas de coisas à tua volta que poderão ser interessantes e que vale apena registar. Explora-as! Aviso a quem comprar este livro: Se descobrires que és incapaz de usar a tua imaginação, deverás pousar este livro de imediato. Não é para ti. Ao longo dele. Ser-te-á pedido repetidamente que…suspendas a tua descrença, realizes tarefas que te farão sentir um pouco estranho, olhes para o mundo de formas que te farão pensar de uma maneira diferente, realizes experiências com regularidade e vejas objetos inanimados como vivos. (resenha Wook)

 

História da Imagem para Crianças, David Hockney, Martin Gayford e Rose Blake, Edicare

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A história da imagem começa nas cavernas e termina, neste momento, num tablet. Quem sabe onde irá a seguir? Junta-te a David Hockney, a Martin Gayford e à ilustradora Rose Blake numa incrível e original viagem pela história da imagem. Com eles, irás descobrir uma muito ampla variedade de obras-primas, nos mais diversos formatos e suportes. Este livro abrir-te-á os olhos para um mundo repleto de imagens e para um maravilhoso despertar para a cultura visual. (resenha da editora)

 

Republicação: 1.ª publicação em 2021-05-26

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Seg | 02.08.21

Semana dos Direitos Humanos e da Luta contra a corrupção (AE D. Dinis, Leiria)

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Fonte: Imagem de OpenClipart-Vectors por Pixabay

As Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas D. Dinis, Leiria, no âmbito da sua missão e do projeto "Mais Vale Prevenir" (parceria da Rede de Bibliotecas Escolares com o Conselho de Prevenção da Corrupção), assinalam a Semana dos Direitos Humanos e da Luta Contra a Corrupção, de 9 a 11 de dezembro, uma ação colaborativa com a área de Cidadania e Desenvolvimento. O programa [https://cutt.ly/fhYZJxA], destinado a aos alunos do 1º ao 3º ciclos, é vasto, contando com a colaboração de várias parcerias internas (Serviços de Psicologia e Orientação Escolar, Clube de Fantoches, dinamizado por Encarregados de Educação, Equipa de Formação Interna) e externas (Conselho de Prevenção da Corrupção, Amnistia Internacional, DECO Jovem, no âmbito do projeto BrainIdeas, Biblioteca José Saramago, do Politécnico de Leiria, no âmbito do Plano de Ação da Rede de Bibliotecas de Leiria).
A equipa das Bibliotecas Escolares, em parceria com a área Cidadania e Desenvolvimento, criou um sítio online, Mais Vale Prevenir, onde se encontra toda a informação da iniciativa, nomeadamente um conjunto de significativos recursos pedagógicos, produzido pela equipa organizadora, para as atividades a desenvolver com os alunos. Estes recursos estão organizados por anos de escolaridade e abordam temas como: Bullying e Ciberbullying (5º ano), Ética e Luta Contra a Corrupção (6º ano), Propriedade Intelectual (7º ano), Desinfomação (8º ano) e Contrafação e Desenvolvimento Sustentável (9º ano).
O programa contempla também, no dia 9 de dezembro, a conferência Hora de Dizer Não, [https://cutt.ly/shYXdJJ] uma iniciativa do Conselho de Prevenção da Corrupção [http://www.cpc.tcontas.pt/], para assinalar o Dia Contra a Corrupção. Esta conferência destinada a professores, enquadra-se no projeto Mais Vale Prevenir, que o Agrupamento de Escolas D. Dinis integrou no corrente ano letivo.

 

Republicação: 1.ª publicação em 2020-12-10

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