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Blogue RBE

Sex | 27.11.20

Jornais escolares

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Fonte: https://www.publico.pt/2020/11/24/sociedade/noticia/publico-premeia-jornais-escolares-lanca-segunda-serie-psuperior-1940509

Chegou o grande dia!
Hoje, o PÚBLICO vai entregar os prémios dos melhores jornais escolares nacionais no âmbito do PÚBLICO na Escola e lançar a segunda série do PSuperior no “Dia P da Literacia Mediática” num evento com transmissão em direto.
Às 11h, terá lugar a entrega dos prémios do Concurso Nacional de Jornais Escolares, promovido no âmbito do PÚBLICO da Escola, a nove instituições de ensino, oito situadas em território nacional e uma na Suíça. Este projeto pioneiro, que suscitou grande interesse e adesão desde o primeiro momento, foi retomado no ano letivo de 2019-20, numa parceria com o Ministério da Educação e a Fundação Belmiro de Azevedo. 
Às 17h, será lançada a segunda série do PSuperior, uma iniciativa destinada a promover a literacia mediática nos estudantes universitários, que tem por missão promover valores de cidadania.
Ambos os momentos, às 11h e às 17h, terão transmissão em direto no site do PÚBLICO, na página onde se divulga o evento [https://cutt.ly/Ehd5CXc], no Facebook e no YouTube do jornal.
 

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Qui | 26.11.20

De volta ao Futuro da Educação - Quatro Cenários da OCDE para a escolaridade

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Fonte: https://www.oecd.org/education/back-to-the-future-s-of-education-178ef527-en.htm

Porque “o futuro gosta de nos surpreender” a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) propõe, através do relatório Back to the Future of Education - Four OECD Scenarios for Schooling/ De volta ao Futuro da Educação - Quatro Cenários da OCDE para a escolaridade (15/09/2020), quatro cenários para o futuro da educação tendo por horizonte 2040. A saber:

Cenário 1. Escolarização alargada (“Schooling extended”) - “As escolas são agentes centrais na socialização, qualificação, bem-estar e certificação.”
A aprendizagem ocorre fora da sala de aula, ao longo da vida. Trata-se de uma intensificação do atual modelo assente no currículo e certificação formal e que conta com a colaboração internacional público-privada para impulsionar a aprendizagem baseada em tecnologias digitais e apoiar as necessidades emocionais e sociais dos alunos.
Cenário 2. Educação subcontratada (“Education outsourced”) – “Fragmentação da oferta com clientes autoconfiantes em busca de serviços flexíveis.”
A aprendizagem ocorre ao longo da vida a partir de iniciativas privadas e comunitárias que surgem como alternativas à escola (educação em casa, tutoria, aprendizagem em linha, aprendizagem baseada na comunidade…). Esta tendência ocorre em contextos com elevada escolarização, permite a experimentação e individualização, um maior envolvimento dos empregadores e, no geral, menor burocracia e responsabilidade.
Cenário 3. Escolas como centros de aprendizagem (“Schools as learning hubs”) - “A flexibilidade da escolarização permite uma maior personalização e envolvimento da comunidade.”
A escola auto-organiza-se com ligação a parceiros, profissionais não docentes que também podem contribuir para o ensino e professores que fazem parte de redes de competência amplas e diversas.
Cenário 4. Aprender à medida das necessidades (“Learn-as-you-go”): “Os objetivos e funções tradicionais da escolaridade são substituídos pela tecnologia”.
Baseado nos rápidos progressos da inteligência artificial, realidade virtual e aumentada e Internet das Coisas, a aprendizagem ocorre em qualquer momento e lugar, mediada por tecnologia digital. É o fim da aprendizagem baseada na escola e no professor e da distinção entre educação formal/ informal, trabalho/ educação/ lazer. (“4. The OECD Scenarios for the Future of Schooling”).

Cenários são histórias/ narrativas que descrevem experiências plausíveis acerca de uma tendência futura para a qual há sinais no presente. Permitem, em contexto, abrir e estimular a discussão e refletir a plausibilidade e o impacto de uma realidade alternativa e, deste modo, antecipar e prevenir ameaças. Permitem ainda agir no presente (políticas e práticas) de forma segura/ resiliente.

Esta discussão é urgente por três razões:

A. A desigualdade entre países e pessoas atinge o nível mais elevado dos últimos 30 anos (“1. Back to the future of education: Four OECD scenarios for schooling - Education for a changing world”), não obstante a educação constituir um poderoso meio para a equidade e se ter atingido o nível mais elevado de participação e tempo gasto em educação formal (“Tables and Graphs - Figure 3.1. An educated future”). É importante ultrapassar obstáculos no acesso à educação, por exemplo:
- Falta de transmissão intergeracional das vantagens da educação, dirigida a alunos de origens socioeconómicas desfavorecidas que habitualmente apresentam níveis mais baixos de escolaridade;
- Dificuldades de acesso a ambientes educacionais regulares verificada sobretudo em alunos com deficiências;
- “Barreiras linguísticas e culturais, mudanças nos programas e métodos de ensino entre países e escolas”, observadas sobretudo em alunos migrantes e refugiados.
É importante ainda adaptar e melhorar os conteúdos e ambientes de aprendizagem atuais, não só formais (aprendizagem baseada em projetos ou jogos/ brincadeiras, discussões centradas nas crianças e jovens…), como informais (digitalização de conteúdos; recursos educativos abertos; cursos em linha abertos e massivos – MOOC…).

B. Na ausência de factos ou evidências sobre o futuro da educação, o modo mais significativo e útil de compreendê-lo é por via do diálogo, crítica, criatividade e consciencialização que gera responsabilidade individual e coletiva.

C. A fragmentação das atuais formas de ação e poder, sobretudo a partir dos meios informais das redes sociais, gera, rápida e exponencialmente, tendências construídas à margem dos processos deliberativos das instituições democráticas que, por vezes, exigem mais tempo.

Advogar qualquer um dos 4 cenários só tem fundamento se considerarmos que a educação é a base de todas as oportunidades individuais e coletivas, que “A educação funciona como um bem comum que apoia direitos fundamentais como a participação cívica e política e níveis adequados de saúde e bem-estar” – UNESCO. (2015). Rethinking Education: Towards a Global Common Good?  - e faz crescer a economia do conhecimento, a empregabilidade e o rendimento – OECD. (2019). Education at a Glance 2019. https://dx.doi.org/10.1787/f8d7880d-en.
Quatro Cenários da OCDE para a escolaridade inspira-se no programa da OCDE, Schooling for Tomorrow/ Escolaridade para o Amanhã (2001). 

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Qua | 25.11.20

Somos diferentes, mas nadamos todos juntos - Linguistically Sensitive Teaching in All Classrooms

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Fonte: http://listiac.org

O projeto LISTiac (Erasmus+) visa garantir a todos os alunos na Europa condições iguais para alcançar o sucesso educativo e bem-estar, através da integração de pedagogias multilingues. Este projeto, que começou em fevereiro de 2020 e terminará em fevereiro de 2022, tem como foco a formação e a educação continuada. Apoia os professores a serem mais linguisticamente sensíveis em contextos educativos com diversidade linguística variável e tem como fito o desenvolvimento de políticas baseadas em evidências empíricas.

O projeto conta com a participação de 7 países e 10 universidades, entre elas a Universidade do Algarve, cujos contributos passam por recolher, tratar e analisar dados sobre diversidade linguística em contextos educativos, através da realização de trabalhos de campo, de reflexão sistemática e de partilha de práticas.

Sob a orientação científica do Professor Doutor Manuel Célio Conceição (UALG) o Agrupamento de Escolas de Vila do Bispo foi convidado a participar nesta viagem que começou em Vaasa, Finlândia, seguiu para o sul até ao Algarve, Portugal, antes de terminar em Jyväskylä, na Finlândia.

Como esta temática transnacional implica necessariamente o contacto com a produção cultural/intelectual local, realizou-se o Webinar Listiac, que teve lugar nos dias 11 e 12 de novembro de 2020, destinado à partilha de práticas de referência das escolas/parceiros envolvidos neste projeto.

Nesse contexto a professora bibliotecária, em representação do Agrupamento de Escolas de Vila de Bispo, apresentou práticas desenvolvidas no âmbito do multilinguismo e respeito pela diversidade, particularmente no trabalho com as famílias e alunos do pré-escolar e 1.º ciclo do agrupamento.

O objetivo da apresentação centrou-se na forma como o processo multilíngue (e multicultural) tem permeado o ambiente de aprendizagem nas escolas do agrupamento e no papel e contributo da biblioteca escolar para a criação de um ambiente inclusivo e de integração dos 144 alunos, de 16 nacionalidades, que frequentam as escolas do agrupamento, desde o pré-escolar ao 3º ciclo.

A apresentação dá visibilidade à pluralidade de contactos (envolvimento das famílias) e convivência entre línguas (integração do multilinguismo na dinamização de atividades de leitura/literacias e na promoção de eventos culturais diversos). Dando nota, ainda, de como tais atividades têm vindo a contrariar práticas educativas exclusivamente monolingues e têm contribuído para a criação de um ambiente inclusivo e de cidadania, garantindo, também, o ensino efetivo da língua portuguesa.

Os alunos deste agrupamento que têm uma língua materna diferente do Português representam um grande desafio para os professores, na medida em que a língua de instrução constitui uma segunda língua. Contudo, atendendo aos resultados obtidos no âmbito das práticas realizadas, constatamos a mais valia que representa a diversidade cultural e linguística que existe neste agrupamento, já que os alunos estrangeiros acabam por incentivar os seus colegas a aprenderem línguas diferentes e a aprofundarem os seus conhecimentos sobre diferentes culturas.

Regista-se, com agrado, que a partilha destas práticas causou um impacto bastante positivo em todos os participantes no evento.

Os parceiros, em particular a Direção Geral de Educação, na pessoa da Dr.ª Eulália Alexandre e a Universidade do Algarve, na pessoa do Dr.º Manuel Célio Conceição, agradeceram a participação da equipa de Vila do Bispo no grupo de discussão e na partilha de ideias.

De acordo com os testemunhos, foi reconhecido o papel-chave dos professores e da biblioteca escolar no desenho de estratégias promotoras do multilinguismo e do diálogo intercultural, bem como o potencial das práticas apresentadas que se mostraram relevantes para o desenvolvimento do projeto LISTiac.

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Ter | 24.11.20

Bibliotecas híbridas: respostas eficazes em tempos incertos

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Fonte: Photo by Greg Rakozy on Unsplash

Os tempos conturbados que vivemos não nos permitem criar respostas universais, mas, sim, prever cenários de atuação, que têm de ser adequados a cada contexto e a cada tempo. A pandemia mostrou-nos essa mutabilidade do mundo e ensinou-nos que a gestão da mudança implica o trabalho colaborativo, a partilha de recursos e a definição de planos de ação constantemente monitorizados.
Atualmente, as escolas vivem momentos de incerteza, sobretudo na gestão dos alunos, que podem estar a aprender presencialmente ou a distância. Esta hibridez de situações exige respostas rápidas e eficazes, para assegurar aprendizagens efetivas e de qualidade.

As bibliotecas escolares, cada vez mais híbridas, são centros de saber da escola que podem contribuir para a definição de estratégias e a criação de respostas nas diferentes modalidades - presencial, mista e não presencial-, disponibilizando, em articulação com as diferentes estruturas de gestão e coordenação, propostas de apoio ao currículo e serviços que favorecem o sucesso escolar e o aprofundamento da cultura literária, científica, tecnológica e artística.

Os professores bibliotecários têm vindo a especializar-se em três áreas consideradas fundamentais:
- Gestão de conteúdos e de recursos digitais;
- Apoio ao currículo e às diferentes literacias;
- Tecnologia e media. 

Nesse sentido, e tirando partido da experiência do final do ano letivo passado, importa rentabilizar esta expertise e os recursos e serviços que a biblioteca escolar já presta na sua comunidade, envolvendo-a na resposta a:
- Planos de promoção do sucesso escolar;
- Planos de recuperação e consolidação das aprendizagens;
- Planos de ação para a capacitação digital dos docentes;
- Planos de ação das Comunidades Intermunicipais que integram.

Tal como realça Jordi Adell, Director do Centro de Educação e Novas Tecnologias da Universidade Jaume I de Castelló, é fundamental alterar a forma de ensinar, apostando num modelo híbrido, presencial e em linha, em que a maior parte dos conteúdos devem ser estudados em casa. Este especialista reforça, ainda, a centralidade da competência digital, quer para os alunos, quer para os professores.

No imediato, para fazer face a cada decisão que é necessário tomar, perante a necessidade de confinar alunos, turmas ou professores, é fundamental que se planifique, atempadamente, as estratégias a usar, por exemplo:
- Como organizar a plataforma de LMS da escola?
- Como fomentar modalidades mistas de utilização da plataforma de LMS, para utilização em ensino presencial, para potenciar a sua utilização a distância?
- Como formar docentes e alunos para a utilização plena destas plataformas?

A biblioteca contribui para esta missão da escola - a de promover o sucesso escolar dos alunos, disponibilizando recursos e serviços adequados a novos tempos e a novas exigências.
Por essa razão, em julho de 2020, a RBE chamou a atenção para a necessidade de encarar diferentes cenários e de acautelar a flexibilização na transição entre trabalho presencial, misto e não presencial, devendo as bibliotecas adaptar as suas práticas a esses diferentes cenários e tipos de trabalho. Para isso, têm sido divulgadas orientações e recursos de apoio de diferentes tipos: https://www.rbe.mec.pt/np4/2590.html.

Fonte:

Corrall, S. (2008). The emergence of hybrid professionals: new skills, roles and career options for the information professional, Online Information 2008 Conference Proceedings, December 2-4, Olympia, London, pp. 67-76. http://d-scholarship.pitt.edu/25215/

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Seg | 23.11.20

Plano de formação RBE

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Divulga-se a lista atualizada de ações de formação contínua na área das bibliotecas escolares.
Estas ações de formação contínua poderão ser realizadas pela RBE ou pelos Centros de Formação de Associação de Escolas. São dirigidas a professores bibliotecários e assistentes operacionais, sendo acreditadas pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, ou pela Direção-Geral da Educação.

Artigo completo: Plano de formação RBE 2020-21

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Sex | 20.11.20

Ensaio filosófico

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No dia 19 de novembro, Dia Mundial da Filosofia, foi lançada a 7.ª edição do concurso Ensaio filosófico no ensino secundário, dirigido a todos os alunos do ensino secundário público e privado português.
Dinamizado pela Associação de Professores de Filosofia (ApF), em parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares, o concurso Ensaio filosófico visa promover o interesse pela escrita e reflexão filosófica, realçar a importância da disciplina de Filosofia na formação geral dos alunos do ensino secundário, consolidar nos alunos competências em literacia da informação e divulgar o trabalho desenvolvido nas escolas do ensino secundário. Não são definidos temas, pelo que serão admitidos a concurso todos os Ensaios onde sejam discutidos problemas de uma perspetiva filosófica e nos quais sejam mobilizados conhecimentos filosóficos
No âmbito do concurso, a ApF disponibiliza um plano de articulação curricular com a área de Cidadania e Desenvolvimento, promotor de competências em literacia da informação, digital e mediática – Comunicação nos media: a importância ética do valor epistémico da informação. O portal da ApF agrega ainda um leque variado de recursos e de propostas de atividades, a implementar em diferentes contextos, que pretendem contribuir para a construção da autonomia e de uma cidadania ativa e responsável.

Artigo completo: Ensaio filosófico • Associação de Professores de Filosofia

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Qui | 19.11.20

2.º ano de escolaridade em tempos de pandemia: o papel da biblioteca escolar

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Vivemos tempos estranhos e difíceis que terão repercussões ainda por determinar. No entanto, neste 1.º período letivo, as escolas deparam-se já com uma realidade preocupante, consequência de quase quatro meses de alteração do regime de aulas presenciais, e que se manifesta através de frágeis desempenhos ao nível da leitura de muitos alunos que frequentam hoje o 2.º ano de escolaridade.

De acordo com um estudo do Centro de Investigação e Intervenção na Leitura (CIIL) do Instituto Politécnico do Porto, de que a RBE é parceira, 27% dos alunos do 2.º ano das escolas do Porto revelaram um desempenho na leitura muito pobre. “Estas crianças leem tão devagarinho que não percebem aquilo que estão a ler”, diz a investigadora do Politécnico do Porto Ana Sucena Santos, que coordena este trabalho.

Os alunos que iniciaram no ano transato a aprendizagem do código alfabético, para qual o papel do ensino é especialmente relevante, viram subitamente interrompido o processo nos termos em que é habitualmente realizado. A aprendizagem da leitura requer um trabalho sistemático e articulado com o sistema de escrita e, apesar do esforço conjunto dos docentes e das famílias, verificou-se que, especialmente entre os alunos mais desfavorecidos, a qualidade de aprendizagem ficou comprometida, podendo conduzir a uma desmotivação em relação à escola em geral.

Se já é característica comum das turmas do 2.º ano de escolaridade a existência de alunos com grandes discrepâncias de performance ao nível da leitura, a conjuntura atual veio agravar esta questão. Por um lado, os que já demonstram uma grande desenvoltura a ler, passando pela escrita até ao manuseamento das ferramentas digitais e, por outro lado, os que, por dificuldades de índole diversa, não conseguiram acompanhar ou evoluir no grau de proficiência leitora e na eficiência da escrita. Para uns e para outros, há que continuar a minorar as dificuldades através de tarefas entusiasmantes, caso contrário as dificuldades tenderão a persistir ou até mesmo a aumentar.

O ano 2020-2021 apresenta-se assim como um ano particularmente desafiador para alunos e professores no 2.º ano de escolaridade, cujo trabalho na Recuperação e Consolidação das Aprendizagens ao longo do ano letivo deverá ser coadjuvado pelas bibliotecas escolares enquanto espaços agregadores de conhecimentos, metodologias e recursos diversificados, tal como preconizado no documento orientador emanado pela tutela.

“A integração, explícita e intencional, de competências nas áreas da leitura, dos media e da informação, em ambientes físicos ou digitais, em projetos e atividades, realizadas com e pelas bibliotecas escolares, constitui uma importante estratégia para o sucesso escolar e para o desenvolvimento pessoal e cultural dos jovens. Assim, através dos instrumentos de que dispõem, as bibliotecas escolares dão um contributo relevante para o desenvolvimento e a consolidação de aprendizagens significativas.“

A biblioteca escolar desempenha um papel importante, cabendo ao professor bibliotecário o papel de facilitador ao nível da disponibilização de material útil e necessário às aprendizagens. Nesta fase, convocam-se os professores bibliotecários a implementar atividades específicas no âmbito do reforço à aprendizagem da leitura, articuladas entre a sala de aula e a biblioteca, com a orientação do documento estruturante Aprender com a biblioteca escolar e o apoio dos sítios Aprender com a biblioteca escolar: Atividades e recursos e biblioteca escolar digital.

Disponibilizam-se algumas sugestões de recursos considerados úteis:
● A Rede Nacional CiiL - Centro de Investigação e Intervenção na Leitura - aposta na promoção das competências pré-leitoras e leitoras.

● A Plataforma LER - disponibiliza regularmente novos recursos para cada uma das suas etapas: PREPARAR, APRENDER, DESENVOLVER E REFORÇAR.

AINDA ESTOU A APRENDER - é um recurso educativo, de acesso livre, que tem como finalidade principal apoiar a aprendizagem da leitura, nomeadamente em alunos que apresentam dificuldades (DAL).

PINECO - Recursos Educativos Digitais - Esta plataforma conta com questões de Português, com níveis de dificuldade distintos.

Histórias de AaZ para ajudar a ler melhor - constitui-se como um conjunto de vídeos de leitura acompanhada para todas as crianças que estão a iniciar-se na leitura. Incluem-se histórias lidas por autores como Luísa Ducla Soares, Alice Vieira ou José Fanha. As crianças podem também optar por ler sozinhas.

Todos estes recursos se encontram disponíveis a partir da biblioteca escolar digital, na secção curadoria de conteúdos, agrupados sob a etiqueta “Aprendizagem da leitura”.

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Qua | 18.11.20

Uma nova Bauhaus europeia

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ARTIGO DE OPINIÃO
Por Sofia Colares Alves, Representante da Comissão Europeia em Portugal

A escola Bauhaus de arquitetura e artes nasce em 1919 na cidade de Weimar e, rapidamente, cria um movimento internacional artístico que influencia o pensamento criativo, equilibrando funcionalidade e arte, em todo o mundo desde há mais de um século.
Os desafios de hoje, à escala mundial como são as alterações climáticas e a poluição, a desigualdade social, a digitalização e as mudanças demográficas exigem um novo paradigma com novas perspetivas para desenhar soluções alternativas.
A União Europeia pode desempenhar um papel de liderança, guiada pelo Pacto Ecológico Europeu: a nossa maior prioridade e que traça a meta de sermos o primeiro continente com um impacto neutro no clima em 2050. Isto exige muito mais do que uma simples redução das emissões. Exige um novo modelo económico que devolva ao planeta aquilo que dele retira, graças a uma economia circular alimentada pelas energias renováveis.
Não vemos este caminho apenas como um projeto ambiental ou económico. O Pacto Ecológico Europeu deve também, e sobretudo, ser um novo projeto social e cultural para a Europa. Esta mudança no sistema precisa de uma estética própria ― uma combinação de design e sustentabilidade.
É por isso que decidimos lançar um novo movimento Bauhaus europeu, um espaço colaborativo e criativo multidisciplinar: arquitetos, artistas, estudantes, cientistas, engenheiros e designers trabalham em conjunto para tornar esta visão uma realidade. A nova Bauhaus europeia deve ser a força motriz que permitirá concretizar o Pacto Ecológico Europeu de uma forma atraente, inovadora e centrada no ser humano.
Além de sustentáveis, as mudanças rumo a este novo modelo de sociedade devem ter também no seu centro a acessibilidade e a estética, para que reciclar, produzir e consumir de forma sustentável e cuidar da biodiversidade sejam processos naturais. Fazer do Pacto Ecológico Europeu uma realidade que se possa sentir, ver e viver. Por exemplo, graças a um setor da construção que utilize materiais naturais como a madeira ou o bambu. Ou graças a uma arquitetura que adote formas e princípios de construção próximos da natureza, que tenha em conta os ecossistemas na sua totalidade e que integre a sustentabilidade e a reutilização.
A nova Bauhaus europeia deve igualmente tirar partido da outra megatendência revolucionário do nosso século. A digitalização está a alterar cada vez mais a nossa forma de pensar e de agir.
Aprendendo com o movimento histórico, a nova Bauhaus europeia deve ter uma ligação ao mundo da arte e da cultura e aos desafios sociais e mostrar que aquilo que é necessário pode ser simultaneamente belo e que o estilo e a sustentabilidade podem andar de mãos dadas.
A mudança necessária toca nos hábitos e forma de ver o mundo, o que somos e fazemos. Uma mudança no amago de como vemos e tomamos coisas como certas e possíveis. A nova Bauhaus europeia criará o espaço para essa mudança.
Nos próximos dois anos, serão lançados cinco projetos da nova Bauhaus europeia em vários países da União Europeia. Com a tónica comum na sustentabilidade, cada projeto terá uma perspetiva diferente. Podem centrar-se nos materiais de construção naturais, na eficiência energética, na demografia, na mobilidade orientada para o futuro ou na inovação digital eficiente em termos de recursos, mas sempre em combinação com a arte e a cultura. Estes laboratórios criativos e experimentais vão criar uma rede europeia e mundial que maximize o impacto económico, ecológico e social, fomentando um movimento criativo e interdisciplinar que promova normas estéticas e funcionais, em sintonia com as tecnologias de ponta, o ambiente e o clima.
Até ao verão de 2021, a Comissão vai coordenar um processo de cocriação participativo e depois lançar a rede de cinco escolas Bauhaus fundadoras em 2022 em diferentes países da UE. Convido todos os artistas, arquitetos, ativistas, cientistas, designers, empreendedores, engenheiros, inovadores e todos os outros que queiram, para contribuir e participar com os marcadores #EUBauhaus e #EUGreenDeal e no website da Comissão Europeia.

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Ter | 17.11.20

Como evitar que as crianças tenham experiências traumáticas com a leitura?

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Fonte da imagem: iStock


«Eu não sou leitora/a». Esta é uma frase comum que Julia Torres, professora bibliotecária em Denver, tem ouvido ao longo da sua carreira de 16 anos. Já viu alunos a destruir livros, a deitá-los fora ou a requisitá-los e devolvê-los logo de seguida, apenas porque não confiam na sua capacidade para ler.

Enquanto bibliotecária, Julia sente que as bibliotecas devem ser espaços de emancipação, espaços onde os alunos possam desenvolver o gosto pela leitura em qualquer altura. A leitura é uma competência pela qual todos se podem apaixonar, mas experiências negativas durante a infância podem resultar em traumas que se manifesta na forma de aborrecimento, apatia ou mesmo raiva. Quando um aluno tem uma má experiência, como ser envergonhado pelo que escolheu ler, pode começar a associar a leitura a sensações dolorosas de insegurança, humilhação ou stress tóxico. Estas experiências negativas podem começar no jardim de infância e ter impacto na autoimagem da criança ao longo do seu percurso educativo.

Numa palestra dinamizada na Associação Americana de Bibliotecas - Healing Reading Trauma : Rebuilding Love of Reading Through Libraries for Liberation - , Julia Torres e Julie Stivers, professora bibliotecária na Mt. Vernon Middle School, na Carolina do Norte, exploraram o modo como o trauma da leitura se inflige nos alunos e o que os bibliotecários podem fazer para interromper ou impedir que esse trauma aconteça.

O que causa o trauma da leitura?

De acordo com as duas (professoras) bibliotecárias, algumas práticas que causam trauma da leitura são:

Submeter os alunos a exames/testes, que os encorajam a regurgitar as respostas que pensam que os professores querem ouvir/ler.
Dar prioridade aos «clássicos», que foram, na maior parte das vezes, escritos por homens mortos, brancos e heterossexuais. Muitos dos nossos alunos não leem esses livros, porque não sentem que os mesmos se relacionem com as vidas que eles vivem, disse a Julia Torres, referindo que os livros mais lidos pelos alunos recentemente são Long Way Down, The Hate U Give e The Poet X, assim como poesia, manga e novelas gráficas.
Fazer os alunos sentirem vergonha pelas leituras escolhidas ou fazer julgamentos sobre o que pretendem ler. Se dissermos aos alunos que aquilo que pretendem ler não interessa (banda desenhada, manda e fan fiction, por exemplo), eles podem deixar de se envolver e perder a sua identidade como leitores.
Atribuir um nível de leitura aos livros, o que normalmente é feito por um computador que pode avaliar incorretamente a complexidade do tema e da linguagem. «Temos de ser cuidadosos e ter em conta que a atribuição de níveis aos livros é feita para uso dos professores e não tanto para os alunos se posicionarem», referiu Julia Torres. Quando os alunos sentem que não estão a ir ao encontro das expetativas dos professores ou sentem que não estão no nível em que deveriam estar, isso pode ser motivo de trauma.

O que é que os bibliotecários podem fazer para interromper o trauma da leitura?

Evitar o trauma da leitura está relacionado com a responsabilização que incutimos no aluno. «Não queremos que os alunos dependam sempre de nós para desenvolverem a leitura ao longo da vida», disse Julia Torres. Para interromper práticas traumáticas, os bibliotecários podem:
Construir uma biblioteca inclusiva. Assegure-se de que a coleção da sua biblioteca é o mais inclusiva e diversificada possível. Organizar a coleção por géneros pode facilitar a procura dos alunos e ajuda o professor bibliotecário a identificar falhas na coleção. Julie Sivers pediu a um aluno para encontrar um livro cuja capa fosse parecida com ele. O aluno encontrou o livro em dois minutos. Os seus alunos seriam capazes de encontrar livros, numa exposição, que fossem parecidos com eles? Descubra livros que proporcionem representações autênticas e positivas dos seus alunos.
Reavalie o seu papel e as suas prioridades. «Não somos guardiães dos livros», disse Julie Stivers. «Esse não é o nosso papel. Prefiro perder um livro a perder um leitor.» Consegue responsabilizar os seus alunos de modo a que assumam o controlo da sua biblioteca e tenham uma palavra a dizer na hora de atualizar a coleção? Lembre-se de que não é o salvador de ninguém, advertiu Julie Stivers. «Não estou a resgatar as minhas crianças dirigindo-as para a leitura dos livros de Jason Reynolds ou Angie Thomas. Não estou a fazer coisas para elas; estou a fazer coisas com elas.»
Verifique os regulamentos. Abula multas, prazos de entrega rígidos, portões de segurança e regras punitivas.
Organize uma programação inclusiva. Por exemplo, na biblioteca de Julie Stivers, ela e os alunos criaram um conjunto de orientações para o desenvolvimento da coleção chamado #LibFive, o qual inclui princípios como «Novelas gráficas e manga não são extras» e «Mostra como gostas das nossas histórias.» Em vez de organizar feiras do livro tradicionais, a sua biblioteca organiza uma feira na qual os alunos são convidados a escolher os livros de acordo com os seus interesses e sem custos. Leia o que os seus alunos estão a ler. Dizer que as novelas gráficas também são leitura verdadeira não vale de nada se o professor bibliotecário não ler também novelas gráficas.
Redefina aquilo que entende por leitura. Julia Torres acredita convictamente nas competências pedagógicas, não em textos. Ela encoraja os alunos, mesmo os da escola secundária, a ouvirem audiolivros ou a ler livros ilustrados. Encontre uma forma de ensinar competências como a compreensão e o pensamento crítico através dos textos que suscitam entusiasmo e interesse aos alunos.

Dicas adicionais para criar espaços virtuais

● Proporcione momentos de aproximação aos autores através das redes sociais. Encoraje os alunos a interagirem com os autores e a inspirarem-se para ler e escrever. Aplicações como a GoodReads, o Twitter ou o Instagram podem ser espaços virtuais ótimos para conversar sobre as obras com os autores e outros leitores.
● Siga os autores nas redes sociais e encoraje os alunos a fazerem o mesmo.
● Organize círculos de leitura online.
● Recolha dados sobre a circulação de livros e aplique questionários aos alunos, perguntando-lhes o que estão a ler e qual a qual o posicionamento face à leitura durante estes tempos.

O artigo When Kids Say ‘I’m not a reader’: How Librarians Can Disrupt Traumatic Reading Practices foi originalmente publicado na rubrica MindShift da KQED News. Texto traduzido livremente a partir do inglês.

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Qui | 12.11.20

Paisagens de Aprendizagem: aprender mais e melhor

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Fonte: https://view.genial.ly/5f0d4e3a3d5a6d0d6f17519f/interactive-content-paisajes-de-aprendizaje

As Paisagens de Aprendizagem permitem gerar ambientes imersivos e personalizados, libertando a criatividade e a imaginação dos alunos e reforçando aprendizagens significativas. Esta ferramenta apoia-se na Taxonomia da Bloom e na teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner.

Como desenhar Paisagens de Aprendizagem?
Comece por conceber os percursos de aprendizagem que quer desenvolver. A ferramenta Genially, por exemplo, disponibiliza uma matriz de programação, que facilita a conceção de atividades e permite a elaboração de Paisagens de Aprendizagem equilibradas e coerentes em termos da estratégia cognitiva adotada, recursos necessários, objetivos e avaliação.
Para dar consistência ao ambiente da Paisagem de Aprendizagem, precisa de construir uma narrativa que envolva os alunos e os mergulhe numa experiência para além de factos, números ou valores. Pode utilizar personagens, enredos ou conclusões para contar uma história sobre o conteúdo educativo que quer transmitir, de modo a que os alunos sejam os protagonistas.

Dez elementos fundamentais
Cada atividade dentro da Paisagem deve conter dez elementos fundamentais:
1. Título
2. Tipo de inteligência e categoria da Bloom que aborda
3. Objetivos
4. Desafio que precisa de ser resolvido
5. Resultado ou produto final que se pretende
6. Materiais e documentação necessários
7. Tempo
8. Critérios de avaliação
9. Instrumento de avaliação que serão utilizados para avaliar o produto final
10. Relação com as outras atividades da Paisagem

Benefícios para a aprendizagem
As ferramentas digitais - como Genially, entre outras - são fundamentais para a criação de Paisagens de Aprendizagem, na medida em que, pela sua versatilidade, facilitam a criação de conteúdos educativos.
Criar uma Paisagem de Aprendizagem implica muito trabalho prévio por parte dos professores, mas uma vez criada, permite que se libertem da rotina e disponham de tempo dentro da sala de aula para orientar e acompanhar os alunos de uma forma mais personalizada.
Estes percursos de conhecimento flexíveis permitem que cada aluno resolva os desafios propostos de acordo com a sua forma pessoal de aprendizagem, tornando-se, assim, o protagonista do seu próprio processo de aprendizagem. As Paisagens de Aprendizagem respondem, por isso, às necessidades dos alunos, tornando os conteúdos mais atrativos e favorecendo a motivação para aprender.

O artigo Paisajes de Aprendizaje: una potente herramienta educativa foi originalmente publicado no blogue Genially. Texto traduzido e adaptado a partir do castelhano.

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