A Casa das Ciências voltou a distinguir os melhores recursos educativos digitais e imagens, submetidos pelos seus membros ao portal durante o ano de 2018.
A sessão de entrega de prémios decorreu no dia 19 de dezembro, pelas 15:30 horas, na UPTEC.
“Meu querido parceiro refugiado, nunca pares de aprender, nunca pares de sonhar. Nunca percas a esperança". Assim começa a carta que Muzoon Almellehan dedica às crianças que sofrem a devastação do conflito armado. Ela também teve que fugir. Com 14 anos, escapou da Síria com a sua família, indo para um campo de refugiados na Jordânia. Como bagagem, ela carregava apenas o essencial: os seus livros escolares. "A educação dá esperança e estabilidade, porque educação significa futuro", diz ela.
Durante os três anos que passou em campos de refugiados, lutou para consciencializar as famílias de que os jovens deveriam continuar a estudar. A sua história inspiradora, a sua coragem e a sua forte defesa da educação fizeram com que muitos se referissem a ela como a 'Malala Síria'.
Em 2017, tornou-se a primeira Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF com o status de refugiada. Atualmente, reside no Reino Unido, onde estuda Relações Internacionais. "A minha mensagem aos líderes mundiais e organizações internacionais é que eles devem concentrar os seus esforços nas crianças para que tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente da situação em que se encontrem", conclui.
Referência: “Solo la educación nos da esperanza y futuro”. (2019). BBVA Aprendemos juntos. Retrieved 26 December 2019, from https://aprendemosjuntos.elpais.com/especial/solo-la-educacion-nos-da-esperanza-y-futuro-muzoon-almellehan/
Incluir todos os estudantes e garantir que cada indivíduo tenha uma oportunidade igual e personalizada para o progresso da educação ainda é um desafio em quase todos os países.
Apesar do louvável progresso alcançado nas duas últimas décadas para expandir o acesso à educação básica, esforços adicionais são necessários para minimizar barreiras à aprendizagem e garantir que todos os estudantes em escolas e outros setores da educação possam usufruir genuinamente de um ambiente inclusivo.
A agenda de 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, cujo objetivo é não deixar ninguém para trás, fornece uma oportunidade única de construir sociedades mais inclusivas e equitativas.
Isso deveria começar com sistemas de educação inclusivos. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4) sobre educação clama por educação inclusiva e equitativa de qualidade e oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos até 2030.
Enfatiza inclusão e equidade como alicerces para educação e aprendizagem de qualidade. O ODS 4 também pede pela construção e atualização de instalações educacionais que sejam sensíveis às crianças, às deficiências e às questões de gênero, de forma a proporcionar um ambiente de aprendizagem seguro, não violento, inclusivo e eficaz para todos.
Para alcançar esse objetivo ambicioso, os países devem garantir inclusão e a equidade dentro e por meio de seus sistemas educacionais e programas. Isso inclui tomar medidas de prevenção e lidar com todas as formas de exclusão e marginalização, disparidade, vulnerabilidade e desigualdade no acesso à educação, participação e conclusão, bem como nos processos de aprendizagem e resultados.
Também requer a compreensão das diversidades dos estudantes como oportunidades para melhorar e democratizar a aprendizagem para todos eles.
A UNESCO apoia os formuladores de políticas governamentais de educação, os profissionais e as principais partes interessadas em seus esforços para desenvolver e implementar políticas, programas e práticas inclusivas que atendam às necessidades de todos os estudantes.
Nós estamos confiantes que este Manual para Garantir Inclusão e Equidade na Educação servirá como recurso para os países e contribuirá para acelerar os esforços para educação inclusiva em âmbito global.
[...] A perda progressiva do papel monopolista historicamente atribuído à educação escolar é confrontada com o surgimento de novas agências e parceiros de disseminação de conhecimento que, através de redes, ecrãs e dados, não só incomodam, mas também desafiam as estruturas da velha escola, criando, em muitas ocasiões, práticas com maiores níveis de legitimidade social.
A escolaridade é um fenómeno relativamente recente na história da humanidade que, nos últimos cem anos, alcançou metas anteriormente impensáveis, como o acesso sem precedentes da maioria da população mundial às ferramentas básicas de leitura e de escrita. Mas o aumento do acesso veio acompanhado de novos desafios.
Os sistemas escolares apresentam enormes dificuldades para melhorar esse acesso em termos qualitativos e igualitários: o país e a origem socioeconómica, o género e a etnia continuam a ser importantes preditores do nível de formação das pessoas. Os sistemas de educação não conseguem reduzir as iniquidades de nascimento, sobretudo nos países em desenvolvimento, e também falham na formação em novas literacias ou nas competências que a sociedade atual exige. [...]
Referência: Cobo, C. & Narodowski, M. (2020). El incierto futuro de la educación escolar. Tendencias Pedagógicas, 35, pp. 1-6. doi: 10.15366/tp2020.35.001
Literacia, Media e Cidadania - Tecnologia, Desinformação e Ética - Atas do quinto congresso, realizado em maio de 2009 na Universidade de Aveiro, promovido pelo Grupo Informal sobre Literacia Mediática e editado por Sara Pereira, do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho.
Referência: Literacia, Media e Cidadania – Livro de Atas do 5.º congresso. (2019). Lasics.uminho.pt. Retrieved 20 December 2019, from http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/cecs_ebooks/issue/view/260/showToc
A educação para os media desenvolve-se em torno de três objetivos principais:
desenvolver no aluno a capacidade de analisar de forma crítica as mensagens mediáticas;
promover o desenvolvimento das competências de expressão e de comunicação, através dos media;
permitir uma reflexão sobre os seus próprios comportamentos face aos media, quer como receptores quer como emissores.
A educação para os media favorece o desenvolvimento pessoal do indivíduo e a sua responsabilidade cívica. Por esse motivo, considera-se que o conhecimento do mundo, da nossa identidade e das nossas relações com os outros são tão condicionados pela utilização dos media que é fundamental dar-lhes um lugar de destaque, através do questionamento filosófico e cívico.
São disponibilizadas duas brochuras, organizadas em torno de quatro capítulos, que pretendem levar o aluno a:
construir um pensamento autónomo e crítico;
conhecer-se a si e abrir-se ao outro;
construir uma cidadania assente na igualdade de direitos e na dignidade;
envolver-se na vida social e no espaço democrático.
Tradução, com adaptações, do francês.
Referência: Pistes pédagogiques pour mettre l'éducation aux médias au service de l'éducation à la philosophie et la citoyenneté. (2019). CSEM. Retrieved 19 December 2019, from http://www.csem.be/mediasphilosophiecitoyennete
Investigação conclui que há fatores críticos que impedem que o sistema escolar seja mais democrático e, consequentemente, que os alunos obtenham melhores resultados. “Políticas educativas e desempenho de Portugal no PISA (2000-2015)” analisa 15 programas, entrevista professores, diretores e inspetores, para compreender o que mudou na Educação e que explique os resultados alcançados no programa internacional de avaliação.
É uma análise extensa e pormenorizada sobre políticas educativas e o desempenho dos alunos portugueses no PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos entre 2000 e 2015. Analisaram-se 15 programas que materializam as políticas públicas das últimas três décadas para compreender o que mudou no sistema escolar que possa estar relacionado com a melhoria da qualidade da Educação, tendo em conta os resultados do PISA. “Políticas educativas e desempenho de Portugal no PISA (2000-2015)” reúne os resultados das análises feitas por uma equipa coordenada por Domingos Fernandes, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Há conclusões e recomendações.
A grande maioria dos 15 programas analisados teve efeitos positivos nas escolas, nos professores e nos alunos. Há, no entanto, alguns que merecem particular destaque quer nas intervenções dos participantes no estudo, quer nas avaliações, estudos ou reflexões que foram consultados. A RBE, por exemplo, é um programa cujo sucesso é referido unanimemente por todos os intervenientes. “A sua forma de organização e estrutura funcional, o facto de as escolas terem de criar um projeto para aderir ao programa, a forma como está inserido nas escolas, as dinâmicas criadas através dos projetos que se geram no seu âmbito e a colaboração próxima com os alunos e com os seus professores parecem ser aspetos, entre outros, que fizeram deste programa, já com cerca de 22 anos, um interessante exemplo que em muito tem contribuído para melhorar os níveis de literacia da leitura dos alunos portugueses, muito particularmente ao nível do Ensino Básico”.
O Presidente da República vê nos resultados do PISA um esforço em melhorar a qualidade da Educação e o peso do contexto socioeconómico. “Há duas realidades. Uma realidade é que aqueles que têm piores condições económicas e sociais também têm piores condições, às vezes, quer de afirmação, quer de recuperação, quer de progressão. Mas, em geral, há um esforço demonstrado por estes resultados no sentido de melhorar a qualidade do ensino e da educação em Portugal”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que “apesar de aspetos críticos no nosso sistema de educação, há passos positivos que estão a ser dados”.
Referência: Oliveira, S. (2019). PISA | Retenções, faltas às aulas, frequência no pré-escolar. Três pontos a aprofundar. Educare.pt. Retrieved 15 December 2019, from https://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=158386&langid=1
Biblios, o nome grego para livro, é uma homenagem à cidade fenícia de Biblos, de onde partiam mercadores que adquiriam no Egito a matéria prima de que se fazia o livro: folhas resultantes da manufatura da planta Cyperus Papyrus, o papiro.
OS EGÍPCIOS Usavam o papiro também para fazer calçados, canoas, cestas e colchões, mas seu uso mais nobre era para escrever o livro sagrado, que acompanhava a múmia na sua viagem ao além. O livro dos mortos do Antigo Egito era um livro para ser lido pelo morto no seu julgamento diante do deus Osíris. Ele contém fórmulas mágicas com mais de 4.500 anos, ou seja, 2 mil anos antes de um outro livro que toma o nome grego, mas conta outras histórias, hebraicas: a Bíblia. Os assírios antigos criaram a primeira biblioteca, em 632 a.C., em Nínive: a biblioteca do rei Assurbanipal (685-627 a.C.), que continha mais de 30 mil tabletes de argila, com ciência e literatura babilónicas.
Depois disso, Alexandre Magno fundou Alexandria (331 a.C.), e nela o seu general, o rei grego Ptolomeu I, criou a Biblioteca de Alexandria, a maior biblioteca do mundo antigo, refundada em 2002, no moderno Egito. Com livros, autores e bibliotecas, a humanidade pôde avançar, criar escolas, universidades, a ciência, a literatura e até o cinema – com o roteiro que não deixa de ser um livro. Assim como os Estados mais poderosos, como Roma e o reino de Gengis Khan, que cresceram e um dia decaíram, as pessoas também nascem, vivem e morrem. Mas os livros permanecem por muitos séculos. Muitos deles mudaram a forma como vemos o mundo e como nos relacionamos.
E é a seleção de alguns títulos dessa biblioteca, que se consideram indispensáveis para esta revolução, que se apresenta neste fascículo.
Referência: Pensamento, F. (2019). Fronteiras do Pensamento. Fronteiras do Pensamento. Retrieved 13 December 2019, from https://www.fronteiras.com/
57 anos e mais de duas dezenas de livros publicados e traduzidos numa série de países. Escritor consagrado, jornalista, editor, bibliófilo, eis José Eduardo Agualusa.
Quando não está a escrever está a viajar, promovendo os seus livros além-fronteiras. Tem como referências literárias Jorge Luis Borges, García Márquez e Eça de Queiroz.
Neste momento, vive na Ilha de Moçambique, a 50 metros do pontão onde gosta de mergulhar todos os dias."
Agualusa explica que os livros são responsáveis pela aproximação com o outro e pelo conhecimento do outro, e que a melhor forma de evitar guerras é construir bibliotecas:
O importante não é que os jovens acumulem dados, mas sim, que aprendam a perceber se as suas fontes são fiáveis.
Alex Beard: “Temos que assegurar-nos de que os estudantes sabem pensar de maneira crítica”.
Ver programa completo : A educação não deveria ser rotineira nem competitiva.
Media não confiável, redes sociais, notícias falsas e inteligência artificial ... Para Alex Beard, o mundo mudou e o sistema educacional atual não está a dar as respostas efetivas a essas mudanças: “Os jovens de hoje precisam entender como funcionam os algoritmos que moldam as suas vidas e quem os cria ”, diz ele.
Adapte a educação de hoje aos desafios das gerações futuras. Essa é a grande preocupação, e também o objeto de estudo, deste educador e escritor britânico. Tudo começou com uma pergunta: como deve ser a aprendizagem do século XXI? Para investigar, deixou o ensino e decidiu de mochila ao ombro viajar pelo mundo para estudar os métodos educacionais mais inovadores e avançados. De tudo o que aprendeu nas suas viagens, ele enfatiza que "devemos levar a criatividade mais a sério" e que "estamos no limiar de uma revolução no ensino". Em relação à inteligência artificial, Beard é otimista: ele afirma que estamos errados ao comparar o cérebro humano com a inteligência artificial, porque "o cérebro humano é orgânico e rebelde".
Referência: Inteligencia artificial: cómo educar para los retos del futuro. (2019). BBVA Aprendemos juntos. Retrieved 12 December 2019, from https://aprendemosjuntos.elpais.com/especial/inteligencia-artificial-como-educar-para-los-retos-del-futuro-alex-beard/