No regresso às aulas, o perfil de Teresa Calçada, coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares
Tenho a felicidade de trabalhar numa área de que gosto imenso. A Ieitura é um produto difícil — desde logo pelo mal tão característico dos dias de hoje, a falta de tempo —, mas não há maior gratificação que fazer leitores, conseguir passar a alguém esse deslumbramento e a imensa liberdade que os livros nos proporcionam.
Não tenho preconceito nenhum em relação ao que se lê. O importante é ler com competência, ler bem, independentemente dos suportes. Mais importante que perseguir receitas, é incentivar as práticas. Sou das que acreditam — porque o comprovo todos os dias — que promovendo o acesso aos bens, fomentando a imaginação e o seu uso, fazendo dos livros um objecto do dia-a-dia, os leitores aparecem. Não interessa se vão todos ler os clássicos. Alguns vão, outros não.
Sou completamente ateia. Aos 13 anos vivi uma crise religiosa e foi um livro que ma resolveu: “Jean Barois”, de Roger Martin du Gard. É o drama de um homem que se confronta com a questão da fé. Não é um livro especial ou grandioso, mas marcou-me. Hoje posso ter momentos em que quase invejo quem tem fé, mas eu não a tenho, ponto. É um assunto fechado.
Como adolescente fui muito contestatária. Queria fazer o mesmo que os rapazes e desde cedo tive muita vontade de ser senhora da minha liberdade. Não era alinhada com a época. Em 1974 ainda pensei ir estudar sociologia para fora de Portugal, mas depois aconteceu a Revolução. Achei mais interessante ficar e perceber os movimentos sociais ao vivo.
Confesso: sou muito impaciente. Quando as coisas emperram por falta de bom senso ou por razões mesquinhas, tenho mau feitio. E trabalhar com os poderes públicos traz, não raras vezes, muitas arrelias. Aprendi a lidar com isso. Sou teimosa e persistente, sei o que quero, por isso não desisto facilmente.
«A 2.ª edição desta iniciativa tem já data marcada para a semana de 14 a 18 de Outubro de 2009 e terá como convidados especiais o ilustrador espanhol Isidro Ferrer e a ilustradora portuguesa Teresa Lima.»
A propósito do manuseamento de equipamentos e materiais da biblioteca escolar e da Gripe A-2009, divulgamos o esclarecimento que nos foi transmitido pela Direcção Geral da Saúde:
«o vírus influenza tem a capacidade de sobreviver, no ambiente, por períodos variáveis de tempo, consoante o tipo de material que contaminam, nomeadamente:
• papel e cartão: até 12h;
• plástico e metal: até 48h;
• roupa e tecidos orgânicos: 8-12h.
Na prática, o risco de contrair doença por esta via é muito pequeno.
[Mas é] de recomendar que os livros e DVD’s sejam limpos no momento da devolução, antes de serem arrumados. »
Os livros produzidos no âmbito do Projecto Ler +, Agir contra a Gripe, podem ser lidos e ouvidos na Biblioteca de Livros Digitais do Plano Nacional de Leitura e também se encontram disponíveis em formato pdf.
«Como se estivéssemos no palácio de Don Fabrizio, em Palermo, (...) entre leituras do livro (...) e visionamento de cenas do filme de Luchino Visconti.»
No próximo dia 24 de Setembro , decorrerá na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, a Reunião Nacional do Projecto Comunitário ENTITLE, organizada pela Divisão de Gestão de Bibliotecas da Câmara Municipal de Lisboa.
O ENTITLE (Programa Comunitário “Aprendizagem ao Longo da Vida”) visa apoiar as Bibliotecas Públicas Europeias na implementação de aprendizagens para todas as faixas etárias e grupos sociais, com o objectivo fundamental de combater a iliteracia digital e a exclusão social.
O reconhecimento internacional do avanço do Programa Rede de Bibliotecas Escolares com a criação da figura do professor bibliotecário e a congratulação da Fundación Gérman Sánchez Ruipérez.