O Expresso de 16 de julho publicou o último texto escrito por Diogo Vasconcelos, intitulado Sete propostas para Portugal.Iniciamos, hoje, a publicação de excertos que nos dão a conhecer cada uma dessas sete ideias de um dos homens responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade de informação em Portugal.
A rede é o modo de organização, produção e comunicação característico do mundo contemporâneo, como vamos constatando empiricamente e como o sociólogo espanhol Manuel Castells tem demonstrado e estudado de forma incontornável. Num texto intitulado justamente As redes , publicado no Ípsilon de 19 de Agosto, António Pinto Ribeiro, programador cultural, professor universitário e ensaísta, fala-nos da pertinência do conceito no campo da produção cultural. Ao ponto de a Culturelink, uma revista da Unesco e do Conselho da Europa, ter publicado um nº inteiramente dedicado ao tema. António Pinto Ribeiro, percorrendo os artigos da revista, detém-se particularmente nos sete imperativos que a comunidade cultural deve considerar para agir, da autoria de Yudhishthir Raj Isar. Sete imperativos que podem bem ser transferidos para o campo da educação e das bibliotecas: realismo, reflexão, articulação, amplitude, autonomia, adaptação e ainda esse imperativo vital que é estar atento aos sinais do tempo.
Winking Books é uma comunidade de troca de livros que funciona através da internet. Os participantes apenas têm de registar-se na plataforma com o mesmo nome e dispor de alguns livros em bom estado que já leram e que, agora, gostariam de trocar por outros do seu interesse. Desde que se entra no circuito, trocam-se livros por pontos, pontos por novos livros e assim sucessivamente. O sistema permite renovar leituras sem gastar senão portes de correio ou nem isso, através da criação de subcomunidades, e também se aplica, com vantagens evidentes, aos manuais escolares. A escola e a biblioteca podem constituir o suporte de uma subcomunidade Winking Books.
A Universidade do Texas adquiriu os escritos de Bruce Sterling, designer, teórico da internet e do universo digital, professor na European Graduate School (Suíça) e conhecido escritor de um género de ficção científica designado por cyberpunk. Nascido nos anos 80, este tipo de literatura ficciona alguns dos aspetos mais sombrios das sociedades pós-industriais e faz-nos mergulhar num mundo dominado por redes de computadores, sistemas de inteligência artificial e poderosas multinacionais em conflito com hackers solitários. No cinema, o género foi inaugurado com o filme Blade Runner: perigo eminente.
Bruce Sterling, apesar de "guru" da internet, entregou todos os seus escritos unicamente em suporte papel. Razão: o problema de preservação inerente aos suportes e ambientes digitais, que estão sempre a alterar-se, exigindo frequentes migrações de dados onde, de cada vez, se vai perdendo algo do original.