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Blogue RBE

Qui | 31.08.23

Semear, regar e colher num Agrupamento TEIP

Por Amparo Morais, AE de Pardilhó, Estarreja

Republicação do artigo de Seg | 10.07.23

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Há 17 anos, no AE de Pardilhó (Estarreja), uma professora de Ciências Naturais fascinou-se pelo mundo da biblioteca escolar e, desde então, tem assumido o cargo de coordenadora/ professora bibliotecária. Nada sabia sobre este universo, apenas que adorava livros e a forma como as imagens se cruzam com as palavras.

Para quem?

Ao abraçar a nobre missão de professora bibliotecária, sabia que iria servir toda a comunidade escolar, desde a Educação Pré-Escolar até ao 3.º Ciclo, bem como a sua comunidade educativa.

Como?

Semeando 

Principalmente com muitas atividades que se converteram, ao longo do tempo, em práticas. "Sementes de leitura", “Fins de Semana com Livros”, “Momentos de M@gia”, “Ler porque sim”, oficina de leitura "VírusL” (vírus da Leitura), “Lendo e Experimentando”, “Leitura + Matemática”, “À conversa com os livros”, eis algumas das atividades que em muito têm contribuído para a promoção da leitura, o desenvolvimento dos hábitos de leitura e a formação dos leitores.

Regando 

Uma vez lançadas as sementes, urgia regá-las constantemente com todos e para todos, culminando com a partilha de leituras animadas e de peças de teatro, com a integração em saraus, com a dinamização de oficinas, com a celebração do mês da leitura e com a participação em Concursos (Intermunicipal e Nacional) de Leitura e de cultura geral (Eu sei+).

Colhendo 

Consciente de que os baguinhos da sementeira se vão convertendo em leitores, torna-se extremamente gratificante ver reconhecido o trabalho desenvolvido, através da participação regular em iniciativas locais e nacionais, como sejam os Concursos, quer através de palavras que ecoam no espaço da biblioteca escolar... “Professora,  adoro quando vais ler para nós!”;  "Passei a gostar de ler, depois de ires com os meninos do VirusL ler à nossa sala”; “Saudades das apresentações que fizemos e de como elas me ajudaram no meu percurso académico!”.

Continuo ainda a semear, a regar e a esperar colher…

A leitura é a grande aposta, mas não a única.

Proporcionar atividades diferentes e criativas que promovam múltiplas literacias, tentar ter sempre um fundo documental atualizado, ser uma referência no uso das tecnologias e tornar a biblioteca num lugar aprazível, onde todos gostem de ir e estar, é o que me move no meu dia-a-dia!

Amparo Morais,
A professora bibliotecária de um Agrupamento TEIP,
pequenino, complexo, permanentemente desafiante e inclusivo.
AE de Pardilhó (Estarreja)

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1. *Qualquer semelhança entre o título desta rubrica e a obra Retalhos da vida de um médico, não é pura coincidência; é uma vénia a Fernando Namora.

2. Esta rubrica visa apresentar apontamentos breves do quotidiano dos professores bibliotecários, sem qualquer preocupação cronológica, científica ou outra. Trata-se simplesmente da partilha informal de vivências.

3. Se é professor bibliotecário e gostaria de partilhar um “retalho”, poderá fazê-lo, submetendo este formulário.

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Qua | 30.08.23

Dossier: Redes locais de bibliotecas

Recordamos neste artigo as múltiplas publicação que, ao longo de 2022-2023, foram deixando bem clara a vitalidade das redes locais de bibliotecas e a força da colaboração.

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Marcas na História – Resultados

06.07.23 | comentar
Depois de conhecidos os vencedores da fase intermunicipal da atividade “Vamos Fotografar o Nosso Património Natural”, integrada no projeto Marcas na História (...)

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XIII Batalha de Leitura | Poesia

13 anos a celebrar a leitura de poesia

21.06.23 | comentar
Decorreu, no passado dia 29 de maio, a Final da 13.ª edição da Batalha de Leitura | Poesia (BLP), um concurso interconcelhio dinamizado pelas Bibliotecas Escolares dos Agrupamentos de Escolas dos concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos, em (...)

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Concurso de Booktrailers da Rede de Bibliotecas de Tavira cativa apaixonados pelo livro e pela leitura

16.06.23 | comentários (1)
O Concurso de Booktrailers da Rede de Bibliotecas de Tavira é uma iniciativa que atrai entusiastas dos livros e da leitura. Os participantes são desafiados a criar trailers inspiradores e envolventes para os livros por si escolhidos. Após (...)

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Concurso Leituras na Planície 2023

09.06.23 | comentar
Decorreu, no dia 30 de maio, na Biblioteca Pública de Évora a 3ª edição do concurso de leitura expressiva “Leituras na Planície”. O concurso foi organizado pelos professores bibliotecários dos Agrupamentos de Redondo, Moura, (...)

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VI Encontro Con.Raízes - Arte Con.Raízes

07.06.23 | comentar
O Agrupamento de Escolas de Nisa acolheu, nos dias 10 e 11 de maio, o VI Encontro Con.Raízes. Trata-se de um projeto dos professores bibliotecários da Rede Interconcelhia de Alter do Chão, Castelo de Vide, Crato, Gavião, Marvão, Nisa, e (...)

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Rede Bibliotecas de Alvito: celebrar a colaboração

24.05.23 | comentar
No dia 21 abril foi assinado pela Diretora do Agrupamento de Escolas de Alvito e pelo Presidente da CM de Alvito, o protocolo da Rede concelhia de Bibliotecas (RBA). Estiveram também presentes no salão nobre da Câmara a assistir à (...)

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Bibliotecas escolares sustentáveis

17.05.23 | comentar
No dia 2 de maio, no auditório da Biblioteca Municipal de Palmela foi apresentado o Guia de (...)
 

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Com arte … se reforçam redes em “Coimbra, Cidade de Canções e Emoções”

16.05.23 | comentar
Mais uma oportunidade de reforçar um trabalho em rede surgiu contextualizada em ações integradas nas dinâmicas de diferentes vereações do executivo autárquico do município de Coimbra. De oportunidades, nasceu um projeto - Coimbra, Cida (...)

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A leitura sai à rua

14.04.23 | comentar
Apesar das previsões alarmistas a ditarem o fim do livro e da leitura, em todas as escolas do país, e mais do que nunca com a iniciativa “Escola a ler”, são concretizadas atividades, ao longo do ano letivo, que promovem a leitura (...)

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Semana da Leitura de Leiria

13.04.23 | comentar
A Semana da Leitura de Leiria decorreu de 27 a 31 de março de 2023. Esta edição deu continuidade ao tema do Encontro Anual da Rede de Bibliotecas de Leiria: Ler Fora de Págin@s e contou com cerca de 200 atividades, dinamizadas pelas (...)

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Semana da Leitura e Poesia de Eugénio de Andrade invadem vários espaços em Loulé

06.04.23 | comentar
A Rede de Bibliotecas do Concelho de Loulé (RBCL) entende que a leitura é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento pessoal e cultural das pessoas, e por (...)

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Andarilhagens em Rede

Rede de Bibliotecas Terras de Monsalude comemora a leitura

05.04.23 | comentar

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FLIM - Festival Literário da Mealhada

21.03.23 | comentar
No centro de Portugal há desafios inovadores, em rede, que se centram na vontade de criar mecanismos que reforcem uma política cultural que dê sustentabilidade a encontros diversos entre gerações e que congreguem iniciativas transversais (...)

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(Re)Descobrir o Património Alimentar Familiar com a biblioteca escolar

17.03.23 | comentar
Desde a sua constituição, o Programa da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) incentiva as bibliotecas a criarem oportunidades de aprendizagem amplas, plurais e participativas, ligadas ao currículo e à comunidade educativa. Neste contexto, a (...)

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“Eu leio, Tu lês” em Tábua

II Festival de Literatura

10.03.23 | comentar
De 13 a 17 de março decorre o II Festival de Literatura “Eu Leio, tu Lês”, numa parceria entre o Município de Tábua e a Rede de Bibliotecas de Tábua, que compreende a Biblioteca Pública Municipal João Brandão, o Agrupamento de (...)

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Apresentação do livro A várias mãos #6

Rede de Bibliotecas Escolares da Póvoa de Varzim

18.10.22 | comentar
A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e a Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares da Póvoa de Varzim apresentam hoje, pelas 18:30h, Cine Teatro Garrett, o livro A várias mãos #6, resultado de um projeto concelhio de escrita colaborativa. (...)

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Ter | 29.08.23

O piano

Por Filomena Lima, professora bibliotecária do AE D. Maria II - Cacém, Sintra

Repuplicação do artigo de Seg | 05.06.23

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Silêncio. Ouvem-se, de tempos a tempos, palavras murmuradas e, por vezes, umas risadinhas, lá no fundo, na zona onde abundam os livros de literatura, verdadeiros cofres do tesouro repletos de palavras que estão ali, contidas, à espera de que eles sejam abertos, e que essas palavras se libertem e esvoacem pelo espaço da biblioteca e dali para o átrio, para o recreio, para as salas de aula.

Silêncio. O mundo das bibliotecas era feito de silêncio e de silêncios e, ao mínimo ruído, o “chiiiuu” da assistente operacional impunha o estudo, a leitura silenciosa, a reflexão.

Intervalo. Agitação. Alun@s que entram e que requisitam e entregam livros. Alun@s que se sentam para conversar com alguns dos que fazem parte do seu grupo e que encontraram no espaço da biblioteca o local ideal para o fazer. Um espaço agradável, atraente, e onde até podem fazer “tricot” enquanto outras alunas aproveitam para ler mais umas páginas daquele livro que as está a arrebatar. E @s outr@s que se lançam para o Jardim das Leituras, se sentam na relva, recostados nas almofadas e nos pufes e mergulham nos seus dispositivos móveis como se não houvesse outro mundo, ou até amanhã. E ainda aqueles e aquelas que precisam de fazer uma pesquisa…

- Uma pesquisa?! Em dez minutos!!!

- É muito rápido, professora. É só acabarmos aqui o nosso PPT.

E lá se ouvem algumas palavras da professora bibliotecária, que vão encurtando os 10 minutos de pesquisa, mas que pretendem sensibilizar, formar, apontar outros caminhos e ajudar, sobretudo ajudar estes alunos. São tantos os alunos que precisam de ajuda. São tant@s aqueles e aquelas que, apesar de tudo o que se faz, precisam de uma palavra só para si, para conseguirem chegar lá, onde nós gostaríamos que eles chegassem.

E, de repente, eis que entra um grupo de alunos que não vem pesquisar, não vem refugiar-se no telemóvel, não vem ler, não vem fazer “tricot”, não vem estudar.

E tudo para. Subitamente, a música inunda a biblioteca e tudo parece ficar suspenso no tempo e no espaço. Ouve-se uma melodia que tod@s conhecem, e tod@s se viram para lá, para esse sítio onde ele está, encostado à parede, e por cima do qual notas musicais se desprendem e parecem querer chegar ao céu. E o seu banquinho, aproveitado de uma antiga sala de trabalhos oficinais, e cujo tampo de madeira, duro e desgastado pelo tempo, foi forrado, por nós, claro, com um tecido estampado com livros, muitos livros de várias cores e tamanhos, porque, sim, estamos na biblioteca.

“Mamaaa,
Just killed a man,
Put a gun against his head, pulled my trigger,
Now he's dead…”

É um aluno diagnosticado com problemas do espetro do autismo que está a tocar. Sabe várias melodias de cor e quase todos os dias vem à biblioteca, sobretudo para tocar.

Foi em abril de 2019. O ano maldito. Para nós foi o ano em que, quando ninguém ainda poderia adivinhar o pesadelo que se aproximava, recebemos o “nosso” “Gaveau” de Paris, registado com o número A86 no Grande Estabelecimento de Pianos, Órgãos, Instrumentos Musicais, Cordas e Acessórios de Lisboa. Foi doado pela sua legítima possuidora, psicóloga no nosso estabelecimento de ensino, à biblioteca da Escola Básica e Secundária de Gama Barros, no Cacém.

Vinha um pouco maltratado. A passagem do tempo é mesmo algo a que nada, nem ninguém, consegue escapar. Tentámos recuperá-lo. Recebêmo-lo com tanta expetativa, mas também com algum receio.

Seria uma boa opção? Pensei várias vezes antes de dizer o sim definitivo.

- Sim, vamos querer ter o piano na nossa biblioteca. Disse eu, um dia, nessa primavera, ao Diretor da escola, que viu o potencial deste maravilhoso instrumento musical para o nosso espaço.

E o silêncio metamorfoseou-se em melodias. Umas vezes, melodias harmoniosas, fruto daqueles que frequentam o ensino articulado e aprendem a tocar piano, e de muitos outros que recorrem ao Youtube para tentar aprender a tocar, vítimas de uma sociedade injusta, cega perante alguns talentos, e que não permite às famílias pagar as aulas de música.

Outras vezes, melodias menos agradáveis. Mas ainda assim, reflexo de que há uma vontade de aprender, de conseguir reproduzir temas muito simples, por tentativa e erro, com a ajuda do telemóvel.

Há já duas ou três teclas que não funcionam. Infelizmente, não há dinheiro para afinar o piano. Que pena! Mas vamos continuar a tentar encontrar uma solução porque o silêncio de outrora deu lugar à música na nossa biblioteca escolar.

Filomena Lima
Professora Bibliotecária da Escola Básica e Secundária de Gama Barros
Agrupamento de Escolas D. Maria II - Cacém

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1 *Qualquer semelhança entre o título desta rubrica e a obra Retalhos da vida de um médico, não é pura coincidência; é uma vénia a Fernando Namora.

2 - Esta rubrica visa apresentar apontamentos breves do quotidiano dos professores bibliotecários, sem qualquer preocupação cronológica, científica ou outra. Trata-se simplesmente da partilha informal de vivências.

3 - Se é professor bibliotecário e gostaria de partilhar um “retalho”, poderá fazê-lo, submetendo este formulário.

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Seg | 28.08.23

Dossier: Práticas II

(Re)Aprecie as práticas das bibliotecas a que fomos dando destaque ao longo de 2022-2023.

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Bibliotecas Inclusivas: bibliotecas escolares do AE Júlio Dantas, agentes de Integração e aprendizagem

20.07.23 | comentar
As bibliotecas escolares do AE Júlio Dantas têm desempenhado um papel fundamental como agentes de integração e aprendizagem através do projeto "Português Língua Não Materna - Integração e Aprendizagem". Este projeto pioneiro, surgiu (...)

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Nas bibliotecas escolares de Aljezur as palavras cantam em qualquer canto

18.07.23 | comentar
Nas bibliotecas escolares de Aljezur, a magia ganha vida por meio de projetos envolventes que exploram a expressão oral e a música no ensino básico. Esses projetos e iniciativas despertam o interesse e a participação ativa de alunos, (...)

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Francisca de Aragão lança "Caderneta de Cromos"

04.07.23 | comentar
A Biblioteca Escolar da EB 1/JI Francisca de Aragão, em Quarteira, lançou, durante o (...)

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Diário de Escritas com a biblioteca escolar

20.06.23 | comentar
O projeto Diário de Escritas [1], integrado no Plano Escola+ 21|23 [2], tem como objetivos a promoção de laços afetivos e a criação de uma relação funcional com a escrita, através do desenvolvimento de um projeto pessoal e/ou coletivo (...)

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Fatias de Poesia: Encarregada de Educação e Biblioteca Escolar promovem leitura de poesia

09.05.23 | comentar
Fatias de Poesia é um projeto de leitura de poesia desenvolvido por Ana Teresa Andrade, Encarregada de Educação, em parceria com a Biblioteca Escolar da EB 1 da Estação, em Tavira, que tem como objetivo incentivar a leitura e a (...)

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Ler para crer ler – um projeto inclusivo de leitura.

28.04.23 | comentar
A biblioteca do Agrupamento de Escolas Visconde de Chanceleiros, Merceana, no concelho de Alenquer, integrou em 2020 o Projeto “Todos Juntos Podemos Ler”, da Rede de (...)

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“5 Rs p’ra Poupar” com a Biblioteca Escolar

29.03.23 | comentar
“5 Rs p’ra Poupar” é um projeto dinamizado pela Biblioteca Escolar na EB de Coselhas (AE Martim de Freitas, Coimbra) no âmbito da Literacia Financeira. Esta iniciativa, que procura implementar a educação financeira em contexto (...)

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Say yes to the book

15.03.23 | comentar
No âmbito da atividade "Vou levar-te comigo!" que implica a “dinamização periódica de sessões de requisição domiciliária na biblioteca escolar, em articulação com os docentes da turma e com recurso a estratégias motivadoras” (...)

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Sex | 25.08.23

Manta de retalhos

Por Isabel Bernardo, professora bibliotecária do AE Lima-de-Faria, Cantanhede

Republicação do artigo de Seg | 10.04.23

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Manta de retalhos. É assim que muitas vezes me parece a vida como professora bibliotecária. Muitas são as tarefas, nas mais diversas situações, com muitas pessoas diferentes. Pessoas frequentemente localizadas em tempos e espaços díspares, num mosaico que, por vezes, se parece alargar para além do sustentável.

O livro digital com trabalhos dos alunos que está a ser criado;
A exposição sobre o 25 de abril, e respetivos materiais de apoio em conceção e produção, para percorrer os jardins de infância e as escolas do primeiro ciclo, aquando da celebração dos 50 anos;
A sessão sobre escrita científica com uma turma, a quem foi lançado o desafio de escrever um artigo científico;
O concurso de gramática, cujas inscrições têm de ser abertas;
A publicação da notícia sobre as vencedoras dos desafios de leitura.

Poderia continuar a enunciar cada um dos quadros coloridos que compõem o meu dia a dia. Nem todos são vibrantes, mas suficientemente coloridos para serem desafiantes.

Porém, há dias em que um retalho se destaca de todos os outros. Esse foi o dia em que conheci uma aluna e um aluno que se propuseram concorrer ao concurso Euroescolas com a minha orientação, enquanto professora bibliotecária. Tem sido um exemplo do que é um verdadeiro trabalho colaborativo. Um exemplo de abertura à aprendizagem e no qual me sinto verdadeiramente útil enquanto professora bibliotecária que, essencialmente, guia na tomada de decisões e ensina quanto é preciso. Desde o recorte específico do tema, do problema e da tese a desenvolver, da tipologia de texto a escrever, aos recursos bibliográficos, ao afinamento concetual e à transposição gráfica das ideias para comunicação oral. Tomadas de decisão em que o meu papel foi o de mostrar possibilidades quando necessário, esperar pelas escolhas dos alunos, ajudar a pensar nas consequências destas, mostrar outras possíveis alternativas e aguardar que em cada etapa avancem um pouco mais.

Talvez este retalho se encerre amanhã com a apresentação oral do trabalho realizado. Ou talvez não. Seja qual for o desfecho, fica a dádiva do ensinar e do aprender de que também é feita a vida de uma professora bibliotecária.

Isabel Bernardo, professora bibliotecária
Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria, Cantanhede

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1. *Qualquer semelhança entre o título desta rubrica e a obra Retalhos da vida de um médico, não é pura coincidência; é uma vénia a Fernando Namora.

2. Esta rubrica visa apresentar apontamentos breves do quotidiano dos professores bibliotecários, sem qualquer preocupação cronológica, científica ou outra. Trata-se simplesmente da partilha informal de vivências.

3. Se é professor bibliotecário e gostaria de partilhar um “retalho”, poderá fazê-lo, submetendo este formulário.

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Qui | 24.08.23

Dossier: Metaverso

Antes de ser destronado pela Inteligência Artificial, o Metaverso estava nos horizontes do avanço da tecnologia e foi tema do Dia da Internet Mais Segura. Como será o futuro? (Re)leia os artigos que publicamos sobre a temática.

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Metaverso & Educação: uma aliança com futuro?

07.02.23
Dando continuidade à preparação do Dia da Internet Mais Segura, prosseguimos com a publicação de artigos subordinados ao tema deste ano: Metaverso vs Realidade. (...)
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Metaverso: cautelas e caldos de galinha…

01.02.23
Como podemos compreender através dos vários artigos que temos vindo a publicar sobre este assunto, embora ainda não completamente presente na forma como as empresas de (...)
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Metaverso: o melhor de vários mundos?

31.01.23
Embora, como dissemos no artigo aqui publicado em 24.01, o metaverso ainda não exista verdadeiramente, ele já está presente de várias maneiras, em (...)
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ABC do Metaverso

26.01.23
Dando continuidade à preparação do Dia da Internet Mais Segura, prosseguimos a publicação de artigos subordinados ao tema deste ano: Metaverso vs Realidade. Hoje (...)

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Metaverso vs Realidade

24.01.23
Todos os anos, no segundo dia, da segunda semana do segundo mês do ano assinala-se mundialmente o Dia da Internet Mais Segura, uma iniciativa liderada em Portugal pelo Consórcio Centro Português de Internet Mais Segura (PT SIC), de que a (...)
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Metaverso... uma tecnologia que veio para ficar

08.02.22
O metaverso combina várias tecnologias, como por exemplo a realidade aumentada e a realidade virtual, para criar um mundo digital, em que os utilizadores, através de avatares, interagem uns com os outros. Neste mundo, os utilizadores (...)

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Qua | 23.08.23

“Retalhos” que me dão certezas

Por Edite Félix, professora bibliotecária do AE da Ericeira, Mafra

Republicação do artigo de Seg | 08.05.23

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“ Sabes com quem eu aprendi a ler?” - perguntou uma criança de sorriso no rosto ao passar por mim na entrada da escola. 

Sugeri várias hipóteses: a professora, os pais,...Com um brilho no olhar disse-me: ”Foste tu; foi contigo!” Fiquei sem palavras e abracei-o. São "retalhos" como este que me dão a certeza de que a biblioteca escolar é o meu lugar. É aqui que eu partilho, que eu dou, que eu recebo e um dos lugares onde sou simplesmente eu.

Desde que assumi o cargo de professora bibliotecária, logo senti que esta função é muito mais do que simplesmente gerir um espaço cheio de livros. É uma profissão que requer um amor pela leitura e uma inteligência emocional refinada, capaz de criar um ambiente acolhedor e que promova uma verdadeira inclusão.

Nos dias em que entro na biblioteca encarnando uma das personagens das histórias que vou partilhar, todo o espaço se transforma e as crianças mergulham no mundo da fantasia, ficando à porta o mundo real. A leitura com amor permite tudo isto. É mágica, é acolhedora, é um refúgio. Não há dois dias iguais vividos na biblioteca; cada dia traz uma nova oportunidade para aprender algo diferente e estimulante. A abertura da biblioteca traz consigo a luz do sol e o brilho nos olhos das crianças, enquanto os dias chuvosos são iluminados pelas vozes e risos dos alunos.

 

Que prazer é guiar os alunos pelos "cantos da casa" e mostrar como cuidar do espaço que é nosso! Só então, estes conseguem movimentar-se na biblioteca e com ela crescerem de forma completa e harmoniosa. A biblioteca de hoje deve ser dinâmica, abrangente e diversificada, proporcionando uma ampla gama de experiências de leitura e usos diferentes para diferentes públicos. 

A promoção de atividades de leitura em voz alta com as crianças, através do projeto “Voluntários da leitura”, tem sido verdadeiramente gratificante. Trata-se de momentos de enorme partilha e sente-se o poder da leitura. O silêncio, a escuta ativa e o olhar sonhador das crianças que assistem, reflete-se no sorriso genuíno do transbordar de satisfação do aluno leitor voluntário. Estes momentos são quase indescritíveis e enchem a biblioteca de paz e harmonia em torno da leitura que todos adoram. Como se de uma poção mágica se tratasse!

“Can I read for the other class?”- perguntou-me uma aluna recém chegada ao nosso país. Espantada respondi: “Of course, you can!” O sorriso expresso naquele rosto mostrou-me, mais uma vez, que a leitura não tem qualquer barreira. Assim, ser professora bibliotecária tem sido bastante desafiador para mim. Encontrar formas criativas de envolver e motivar os alunos a ler e usar a biblioteca requer muita dedicação e esforço. É preciso desenvolver e aprimorar continuamente a inteligência emocional para criar uma ligação/proximidade com o aluno e acompanhá-lo no seu percurso de leitor. Só assim faz sentido!

Cada dia vivido na biblioteca escolar tem trazido experiências reveladoras de amor. A ida  às salas de aula para desafiá-los a participar em concursos, workshops, encontros com escritores, ateliês de escrita, entre outras atividades, é uma oportunidade de desenvolver estratégias de promoção para incentivar o uso da biblioteca e assim torná-la o centro da escola, onde recebo a  todos de “braços abertos”. 

Tudo isto só é possível com o apoio e a colaboração dos professores com quem trabalho. Eles são as minhas asas. Acreditam e permitem-me voar. Enquanto assim for, é aqui que eu vou estar.

Edite Félix, professora bibliotecária
Agrupamento de Escolas da Ericeira, Mafra

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1. *Qualquer semelhança entre o título desta rubrica e a obra Retalhos da vida de um médico, não é pura coincidência; é uma vénia a Fernando Namora.

2. Esta rubrica visa apresentar apontamentos breves do quotidiano dos professores bibliotecários, sem qualquer preocupação cronológica, científica ou outra. Trata-se simplesmente da partilha informal de vivências.

3. Se é professor bibliotecário e gostaria de partilhar um “retalho”, poderá fazê-lo, submetendo este formulário.

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Ter | 22.08.23

Vozes que decidem!

Republicamos alguns dos artigos publicados em 2022-2023 no âmbito da rubrica Vozes que decidem!

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Bibliotecas Escolares do AE José Régio

Por Ana Rute Sanguinho, Diretora do AE José Régio, Portalegre

27.04.23 | comentar
O nosso Agrupamento de Escolas é composto por 7 estabelecimentos escolares, sendo que 4 deles possuem uma Biblioteca Escolar. Contamos com a colaboração de uma Professora Bibliotecária, professora Edviges Sousa, desde 2015/2016, que (...)

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Planificar um ano letivo sem articularmos com a Biblioteca Escolar? Impossível.

Pela diretora do AE de Penacova, Ana Clara Elvas de Andrade Almeida

29.05.23 | comentar
Quando me sugeriram escrever sobre Bibliotecas Escolares logo me veio à lembrança o cheiro a papel que sentia, a escuridão e estantes altas e fechadas da biblioteca do então Liceu Nacional Infanta D. Maria, onde estudei, depois nos (...)

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Seg | 21.08.23

Dossier: Práticas

Ao longo de 2022-2023, várias foram as práticas das bibliotecas escolares a que demos, justamente, destaque. Republicamo-las agora, em tempo de pausa, para ler, reler ou inspirar-se.

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Comemorar o Dia Mundial da Rádio: Uma Jornada de Vozes

13.02.23 | comentar
As bibliotecas escolares do AE Júlio Dantas de Lagos têm desempenhado um papel importante no desenvolvimento da Rádio Tecnodantas FM, desde 2014, fornecendo recursos e suporte para a criação e produção de um programa de rádio, (...)

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Bibliotecas Escolares em prol do exercício efetivo de uma cidadania ativa e humanista

21.12.22 | comentar
É importante começar por dar a voz aos alunos que participam ativamente em projetos de cidadania, desenvolvidos articuladamente pelas e nas Bibliotecas Escolares:   Diferença A diferença entre uma menina que vive em Portugal e uma que (...)

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10 anos de histórias com o programa de rádio “LEITURAS E COMPANHIA”

20.12.22 | comentar
O Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca celebrou no dia 10 de dezembro a emissão 500 do programa (...)

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LI - Letras & Imagens

13.12.22 | comentar
O projeto LI - Letras & Imagens, desenvolvido na Biblioteca da Escola Básica Monsenhor Miguel de Oliveira (...)

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Palavras&Cª distinguido com Prémio Incentivo

24.11.22 | comentar
O jornal escolar dinamizado pela biblioteca escolar da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão foi distinguido no Concurso Nacional de Jornais Escolares, Público na Escola. Este projeto com mais de meia década tem (...)

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Caricaturas de José Saramago

18.11.22 | comentários (1)
Este pequeno relato mostra o processo de trabalho que conduziu a uma exposição de caricaturas de José Saramago, elaboradas pelos alunos do 5.º e 6.º ano da Escola Básica e Secundária de Paredes (...)

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Ler a pensar, pensar a ler: mediação da leitura e do diálogo na Biblioteca Escolar

Por Joana Rita Sousa[1]

17.11.22 | comentar
A propósito do Dia Mundial da Filosofia (17 de Novembro de 2022) partilho um breve relato de um projeto de mediação da leitura e do diálogo, em parceria com uma Biblioteca Escolar, o Centro de Recursos Poeta José Fanha (AE da Venda do (...)

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No Agrupamento Sá de Miranda a arte acontece!

O PNA e a Biblioteca Escolar na transformação da escola num polo cultural.

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

Sex | 18.08.23

Trechos Harmoniosos

Por Madalena Trindade, Professora bibliotecária da EBS Quinta das Flores, Coimbra

Republicação do artigo de Seg | 06.03.23

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Depois de muitos anos como professora bibliotecária, está quase na hora de fechar “o livro” que fui escrevendo ao longo desse tempo e que guardei na minha memória. Mas como me pediram uma reflexão, fui “pesquisar” um pouco. Numa das “páginas”, deparei-me com a expressão “trecho harmonioso” – e decidi fazer dela o título deste pequeno depoimento.

A expressão não é minha. Devo-a ao saudoso António Torrado. Deu-nos a honra de aceitar o nosso convite, mas aquele dia iniciou-se com alguma confusão de calendário… Ao combinar a data com a representante da editora, houve grande indecisão entre o dia cinco e o dia sete, convencendo-me eu que o dia definido era este último, e para esse dia tudo estava articulado, preparado.

No dia cinco, estando em casa, recebo um telefonema da mesma representante, a avisar-me de que estava a chegar com o autor “dentro de quinze minutos, estamos aí…”. Num ápice, telefonei para a escola e orientei alguns procedimentos rápidos para obviar a situação. Quando cheguei, ia de coração apertado, temendo pela reação do escritor por tal displicência, mas, em vez disso, tive a melhor compreensão, simpatia e palavras apaziguadoras e amáveis. A sessão decorreu lindamente. Começou com um momento musical, os alunos estiveram atentos, intervindo com muita ordem e calma, e, no final, António Torrado escreveu assim no Livro de Honra da biblioteca: “Muito sinceramente, apreciei imenso o silêncio com que a jovem assistência acolheu a minha fala. Se, como dizia Aldous Huxley, “o silêncio é a soma de todas as harmonias”, vivemos hoje aqui um breve trecho harmonioso das nossas vidas”. 

A partir daí, muitas foram as vezes que lembrei, com carinho, esta frase, e muitas outras vezes em que senti estar a viver de novo, e de novo, mais um e mais outro “trecho harmonioso” da minha vida como professora bibliotecária: revejo os momentos de partilha e de cumplicidade com os alunos, interessados em saber e descobrir sempre mais, as orientações nas suas pesquisas, as sugestões de leitura fornecidas e o entusiasmo quando descobriam “aquele livro”, os momentos de encontros com autores, ilustradores, desportistas, psicólogos, jornalistas e até ex-alunas, agora escritoras também, a participação e o empenho dos alunos em tantos e tantos concursos e desafios, os momentos das atividades de articulação curricular e o entusiasmo com que eram recebidas, as iniciativas dinamizadas em colaboração com outras colegas professoras bibliotecárias, irmanadas pelo mesmo entusiasmo, emoções e objetivos… Sim, foram páginas e páginas de “trechos maravilhosos”! 

Encontrei também, nestas minhas memórias, momentos de cansaço, de algum desânimo, por vezes alguma frustração por nem sempre poder ou ter meios para fazer mais, para fazer melhor, ir mais além na minha vontade de escrever LIVRO, LEITURA e LITERACIA, sempre assim, em letras maiúsculas… Mas, passados tantos anos e a breves passos de fechar “este livro” e de começar a “escrever” um novo, o da minha aposentação, olho para trás e, apesar desses instantes de cansaço e de algum desânimo, da convocação exigente e sempre urgente de formulários a preencher, de prazos a cumprir, dos mil afazeres a desenvolver, muitas vezes em simultâneo, o que recordo essencialmente são esses momentos harmoniosos vividos e que vão permanecer vivos na minha memória! 

Madalena Trindade, Professora bibliotecária
Escola Básica e Secundária Quinta das Flores, Coimbra

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  1. *Qualquer semelhança entre o título desta rubrica e a obra Retalhos da vida de um médico, não é pura coincidência; é uma vénia a Fernando Namora.
  2. Esta rubrica visa apresentar apontamentos breves do quotidiano dos professores bibliotecários, sem qualquer preocupação cronológica, científica ou outra. Trata-se simplesmente da partilha informal de vivências.
  3. Se é professor bibliotecário e gostaria de partilhar um “retalho”, poderá fazê-lo, submetendo este formulário.

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

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