Bibliotecas pela justiça climática

A UNESCO realizou, em 2022, um inquérito global a jovens no qual participaram 17.500 inquiridos, dos quais 70% afirmou que não sabia explicar as alterações climáticas.
Em 2021 investigou o currículo de 100 países e concluiu que “apenas 53% dos currículos educacionais nacionais do mundo fazem alguma referência às mudanças climáticas e, quando o assunto é mencionado, quase sempre recebe prioridade muito baixa”. Quase 95% dos professores considera que é importante ou muito importante trabalhar a gravidade das mudanças climáticas em sala de aula, mas apenas 23% consideram que têm os conhecimentos necessários para o fazer
Os documentos que se apresentam de seguida adotam uma abordagem orientada para a ação e defesa dos direitos humanos, holística e cientificamente rigorosa, capaz de apoiar e acelerar a ação das escolas e das bibliotecas escolares.
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UNESCO: O Primeiro Currículo e Norma de Qualidade para Escolas Verdes
2.10. 2024
Respondendo ao apelo dos jovens para a educação climática, a Parceria para uma Educação Ecológica, resultante da TES e presidida pela UNESCO, lançou, no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, 2 publicações que destacam a necessidade de ecologizar as escolas, os currículos, a formação de professores e as comunidades e capacitar os jovens para a ação climática:
- Norma de qualidade para uma escola verde que estabelece, pela primeira vez, os requisitos para uma escola verde: Governação; Instalações e funcionamento; Ensino e aprendizagem; Envolvimento da comunidade.
- Orientação curricular ecológica: Ensinar e aprender para a ação climática que propõe que em todos os currículos se trabalhem 6 conceitos-chave obrigatórios 1. Ciência climática; 2. Ecossistemas e biodiversidade; 3. Justiça climática; 4. Construção de resiliência; 5. Economias pós-carbónicas; 6. Estilos de vida sustentáveis.
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UNESCO: Alinhar a transição digital e a ação ecológica
26.09.24
A Semana de Aprendizagem Digital/Digital Learning Week (Paris, 2 - 5 set.) é o principal evento anual da UNESCO sobre aprendizagem digital e transformação da educação.
Promove a cooperação e “uma conceção e utilização da IA (Inteligência Artificial) na educação centrada no ser humano e respeitadora do clima” e “com um enfoque específico na exploração das interligações entre a transformação digital e a educação verde [greening education]” (UNESCO. 2024).
Sob o slogan Tecnologia Orientada para a Educação, o evento adota “uma abordagem ética de conceção e utilização da IA na educação que promove o desenvolvimento sustentável” e marca a mudança de um “modelo extrativista de economia digital”.
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UNESCO: Educação para o Desenvolvimento Sustentável
16.05.24
Education for Sustainable Development (ESD) é o programa de educação da UNESCO alinhado com a Agenda 2030, que deverá ser posto em prática até 2030 e que foi concebido como um meio importante para alcançar todos os ODS. É explicitamente mencionada no ODS 4.7.
Visa a mudança de estilo de vida e a participação dos jovens, adota uma abordagem holística e humanista, incorpora os progressos tecnológicos e a educação não formal e informal e concentrar-se “no desenvolvimento de competências de pensamento crítico e da ‘pessoa no seu todo’ [whole person]” (ONU, 2017).
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Comissão Europeia: GreenComp
22.05.24
No espaço europeu o GreenComp ou o Quadro Europeu de Competências de Sustentabilidade (European Sustainability Competence Framework) define as competências necessárias para a transição ecológica e sustentável.
O seu objetivo “é promover uma mentalidade de sustentabilidade, ajudando os alunos a desenvolver os conhecimentos, as aptidões e as atitudes para pensar, planear e agir com empatia, responsabilidade e cuidado para com o nosso planeta” (Bianchi, Pisiotis, Cabrera, 2022, p. 2).
Sustentabilidade significa dar prioridade às necessidades de todas as formas de vida e do planeta, assegurando que a atividade humana não excede os limites do planeta” (Bianchi, Pisiotis, Cabrera, 2022, p. 12).
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Ação para o Empoderamento Climático e Literacia da Informação e Media: Roteiro
29.05.24
A Ação para o Empoderamento Climático (ACE) visa capacitar para o envolvimento “em políticas e ações climáticas, através da educação e sensibilização pública” (UN Climate Change, 2023).
ACE é um termo adotado pela UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change/Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), de 1994 (art.º 6), que faz parte do Acordo de Paris (art.º 12) e da Agenda 2030 (metas 4.7 e 13.3).
A Declaração de Lyon sobre o Acesso à Informação e ao Desenvolvimento (IFLA, 2014 é um dos primeiros e mais relevantes documentos da comunidade internacional de bibliotecas a apoiar o desenvolvimento sustentável e o compromisso da ONU para a Agenda 2030.
Elaborada durante o processo de discussão da Agenda 2030 (2015), reconhece o papel crucial da informação – e da educação sustentável - para apoiar a ação climática e o desenvolvimento sustentável, bem como a importância das bibliotecas para ajudar os governos neste desígnio global.
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Ler para o Desenvolvimento Sustentável
20.05.25
As Bibliotecas Escolares apresentam um conjunto diversificado de atividades, recursos e de sugestões de leitura para que os professores bibliotecários, docentes e alunos possam trabalhar em prol de uma maior consciencialização e da urgência de dar cumprimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Na impossibilidade, de num só artigo, de sugerir leituras para todos os ODS, neste artigo partilhamos algumas sugestões de leitura para trabalhar, debater, dialogar sobre o ODS 4 – Educação de Qualidade.
Um dos títulos sugeridos é O velho e a escola, de Álvaro Laborinho Lúcio:
Chegado ao fim do seu passeio matinal, o velho olha ainda, já ao longe, a Escola das suas infâncias. A Escola do seu futuro. A sua Escola de paredes brancas. Ávidas de inscrições. Onde muitos sonhos possam ser gravados. Tantos quantas crianças e quantos os sonhos que não deixamos morrer-lhes.