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Blogue RBE

Seg | 04.08.25

Vivências na biblioteca escolar

Neste dossier, reunimos testemunhos na primeira pessoa que, entre setembro e fevereiro, deram corpo e alma à rubrica Retalhos da vida de um professor bibliotecário. São narrativas singulares que revelam a complexidade, a emoção e o compromisso que atravessam o quotidiano nas bibliotecas escolares. Entre o deslumbramento e o desafio, a descoberta e o cansaço, a inovação e a memória, estes textos compõem um mosaico autêntico de experiências que espelham o papel vital da biblioteca e o olhar atento de quem a habita, constrói e partilha com a comunidade educativa.

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Socorro! Sou Professora Bibliotecária!

por Joana Silva, professora bibliotecária AE André Soares, Braga

Uma nova professora bibliotecária partilha a sua travessia pessoal e profissional.

Começa com entusiasmo, passa pelo susto, pela avalanche de informação e pela ansiedade que tantas vezes assoma quando se abraça um novo desafio. Mas é na persistência do traço — firme, mesmo que trémulo — que se desenha o verdadeiro impacto. Entre noites longas, sorrisos, dúvidas e aprendizagens, descobre-se a força de uma equipa e a dimensão transformadora da biblioteca escolar.

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Qual manta de Penélope...

por Maria Margarida Meneses (professora bibliotecária da ES D. Maria II, Braga, até 08.2024)

“Amar os livros” é muito mais do que organizar estantes. É um modo de estar.

Neste texto de despedida, uma professora bibliotecária traça com paixão o retrato de uma missão vivida com entrega e afeto: trabalhar com livros, com alunos, com professores, com ideias. Entre carimbos e etiquetas, leituras e projetos, planificações e sonhos, construiu uma biblioteca viva onde tudo circula: conhecimento, emoções, desafios e vontades. Num ano em que se celebram os 500 anos de Camões, ecoa o verso que encerra este testemunho: “Mais servira, se não fora / para tão longo amor tão curta a vida.”

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“Retalho” alegórico…

por Isabel Franco, professora bibliotecária do AE Dr. Ferreira da Silva, Oliveira de Azeméis

Uma professora bibliotecária recém-chegada partilha o início do seu trilho — feito de descobertas, afetos e horizontes.

Tudo começa com a voz doce de uma criança: “A Biblioteca é um espaço mágico porque ela permite-nos ir à descoberta.” E é nesse espírito de descoberta que se desenha o percurso de quem abraça a missão de ser professora bibliotecária, entre exigências e encantamentos, entre o peso da responsabilidade e a leveza da magia que acontece nos encontros com os livros e com os alunos. Uma história comovente, contada pela “formiguinha” que se agiganta ao perceber que a biblioteca é, verdadeiramente, o coração da escola.

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Biblioteca Escolar D. Maria II: Um Espaço que se reveste de modernidade

por Maria José Gonçalves Fonseca Pereira, Professora Bibliotecária, AE D. Maria ll, V. N.Famalicão

A biblioteca D. Maria II: um espaço renovado para uma escola em movimento.

Neste testemunho, dá-se conta de um percurso de transformação: a revitalização da biblioteca escolar D. Maria II, apoiada pela candidatura ao programa (re)criar a biblioteca, criou um centro dinâmico e multifuncional — aberto à experimentação pedagógica, à colaboração e à cidadania digital.
Mais do que um espaço físico, a biblioteca tornou-se um ecossistema educativo vivo, onde os alunos participam, sugerem, aprendem e criam. Uma narrativa sobre inovação, pertença e compromisso com uma escola mais inclusiva, criativa e crítica.

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O lugar do morto

por Clarinda Santos, professora bibliotecária, ES de São Pedro da Cova, Gondomar | 04.02.25 

Na biblioteca, entre serras, livros e ecrãs: um espaço sagrado em trânsito.

Com uma escrita sensível e poética, este testemunho transporta-nos para o quotidiano da biblioteca escolar entre a quietude da manhã e a chegada vibrante dos alunos. Um lugar onde convivem o xadrez de Harry Potter, os memes do TikTok e os clássicos da literatura. Onde o silêncio não é ausência, mas possibilidade de descoberta. Entre a fruição e o ruído, a biblioteca assume-se como companheira de viagem, lembrando que há muito para ver fora do volante, na paisagem, nos livros, na escuta, na pausa. Um convite a repensar o papel da biblioteca como lugar de encontro entre o digital e o sensível, entre o imediato e o duradouro.

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0