A Comissão de Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu aprovou, quarta-feira, a proposta de diretiva sobre direitos de autor. O diploma, apresentado pela Comissão Europeia, atende ao pedido dos criadores e dos editores para reforçar as condições para serem remunerados pelas plataformas digitais.
Um dos artigos da diretiva prevê a instalação de filtros de bloqueio e outro exige o pagamento de licenças para aceder a material protegido pelos direitos de autor.
"Estas plataformas geram um lucro considerável com os trabalhos colocados online pelos utilizadores. Por isso, não podem, simplesmente, esconder-se atrás do argumento de que são os utilizadores que fazem o "upload", já que a plataforma ganha dinheiro com isso", disse Axel Voss, eurodeputado alemão de centro-direita que lidera a discussão da proposta a nível parlamentar.
O grupo dos Verdes votou contra e tem sido uma das vozes mais críticas da proposta que visa consolidar o Mercado Único Digital.
Os ecologistas, bem como grupos de pressão ligados às multinacionais do setor digital, alegam que a diretiva vai prejudicar o acesso dos utilizadores da Internet a muitos conteúdos, diminuindo a liberdade de expressão.
“As intenções podem ser boas, mas os métodos para resolver o problema são catastróficos e prejudicarão as pessoas que eles querem proteger”, disse Julia Reda, eurodeputada alemã dos Verdes.
Uma dessas vozes é Tim Bernes-Lee, inventor da Internet, que disse que a diretiva é um instrumento para controlo e vigilância.
O Parlamento Europeu poderá decidir por nova votação em plenário, no início de julho, antes de comunicar a sua posição oficial para a negociação futura com os governos dos Estados-membros.
Ler mais >>