Unidos pela leitura e pelo direito a brincar
A Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas José Silvestre Ribeiro, Idanha-a-Nova, lançou o desafio de um resgate às brincadeiras e brinquedos de outros tempos, promovendo uma articulação intergeracional com impacto significativo na comunidade educativa. A iniciativa surgiu no âmbito dos Domínios de Autonomia Curricular e do Desenvolvimento e Cidadania e em parceria com docentes do 2.º Ciclo.
Os alunos abraçaram a proposta e foi com brilho, música e emoção que avivaram as memórias das brincadeiras de outros tempos. A família, designadamente os avós, foram determinantes na passagem desse testemunho da sua infância, longínqua, que os seus netos, alunos do 5.º e 6.º anos, magnificamente souberam mostrar, brincando, lendo, testemunhando bons exemplos de como é importante exercer o direito a brincar para o crescimento cognitivo e físico das crianças.
De facto e de acordo com o consignado, no PASEO, “As humanidades hoje têm de ligar educação, cultura e ciência, saber e saber fazer. O processo da criação e da inovação tem de ser visto relativamente ao poeta, ao artista, ao artesão, ao cientista, ao desportista, ao técnico – em suma à pessoa concreta que todos somos.” Nesse sentido a pluralidade de atividades de articulação e inclusão de vários saberes intergeracionais proporcionou momentos de aprendizagem, centrados na leitura, na dramatização, na música e na arte de brincar.
Durante a Semana da Leitura, que coincidiu com a Exposição “Resgate aos Brinquedos” na Biblioteca Escolar, as crianças do Jardim de Infância e os alunos do 1.º Ciclo de Idanha e Ladoeiro visitaram a sede do Agrupamento de Escolas José Silvestre Ribeiro trazendo muita poesia, alegria e magia.
A leitura e a narração de histórias não têm apenas carácter lúdico, é também uma metodologia que enriquece a aprendizagem e promove o conhecimento. As histórias na infância são fundamentais na formação da identidade e da aquisição de valores assim como no desenvolvimento da imaginação, das capacidades cognitivas e da inteligência emocional das crianças. Para além disso, estimulam a capacidade de observação, a concentração e a memória. A integração musical na leitura ou narração de uma história apura o processamento auditivo, a coordenação motora e a sociabilidade.
As Adufeiras de Idanha-a-Nova (das quais fazem parte alunas, familiares e assistentes operacionais) têm no seu reportório cantares tradicionais que preservam as tradições e a cultura secular. Alegraram e cantaram a "Senhora do Almurtão" ao som do Adufe. A interação dos pequenos leitores com os colegas mais velhos (5.º, 6.º, 7.º e 8.º anos) nos atos de leitura lúdica privilegiou um ambiente pedagógico que favoreceu ligações afetivas e intelectuais. Pois a leitura de textos literários variados permite a aquisição de vocabulário novo e a expressividade de diferentes sentimentos libertando o leitor de angústias próprias do crescimento.
As histórias lidas, musicadas e dramatizadas (O Sapo apaixonado, A Bola e o Pássaro, Os Ovos Misteriosos, O Espantalho Enamorado, Os Direitos vão à Escola, Corre corre Cabacinha,...) abordaram a Inclusão, a Interculturalidade e os Direitos das Crianças através da leitura, da dramatização e da música.
Esta iniciativa, dinamizada pela Biblioteca Escolar, contribuiu diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o ODS 4 – Educação de Qualidade, o ODS 5 – Igualdade de Género, o ODS 10 – Redução das Desigualdades, o ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis e o ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes, reforçando o papel da escola como espaço de inclusão, memória, criatividade e cidadania.
Conceição Machado
Professora Bibliotecária do Agrupamento de Escolas José Silvestre Ribeiro
📷 Pormenor do cartaz elaborado pela escola