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Um blogue da autoria do professor Carlos Reis sobre Eça de Queirós.
À atenção de professores e alunos do ensino secundário.
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Foto: Wikipedia
George Steiner foi um dos maiores intelectuais da nossa era, conhecido pela sua ousadia e por ter uma posição politicamente incorreta.
Filósofo, ensaísta, linguista, professor de literatura comparada e crítico literário franco-americano, George Steiner morreu ontem, na sua residência em Cambridge, Inglaterra, com 90 anos.
Nasceu a 23 de abril de 1929 em Neuilly-sur-Seine, no seio de uma família judia, que viveu o terror do nazismo. Considerado um dos maiores pensadores contemporâneos, refletiu sobre a política, religião, a música, a pintura e a história.
Humanista por excelência defendia a tese de que todos temos o direito de sermos nós próprios. O prazer de ler e o amor pela educação eram bem conhecidos, “hoje vivemos uma crise. Parece que os livros estão a perder alguma da sua autoridade. OK, tivemos mil anos da cultura do livro, mas há outras formas de comunicação, outras formas de recordação. Eu não poderia viver sem livros, o meu mundo é uma casa de livros.” [“O verdadeiro crime é viver demasiado”: George Steiner 1929-2020. (2020). Jornal Expresso. Retrieved 4 February 2020, from https://expresso.pt/cultura/2020-02-03-O-verdadeiro-crime-e-viver-demasiado-George-Steiner-1929-2020]
George Steiner era um admirador de António Lobo Antunes, que considerava um dos maiores escritores vivos. Desejava encontrar-se com o escritor português e tal acabou por se concretizar há pouco mais de oito anos. Da conversa entre ambos no dia 9 de Outubro de 2011 fica o registo:
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A vida e a obra do escritor Vergílio Ferreira, num documentário originalmente exibido poucos dias antes do seu falecimento. Com imagens de arquivo, depoimentos diversos e leitura de excertos de obras da sua autoria.
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"Escrever continua a ser um deslumbramento.
57 anos e mais de duas dezenas de livros publicados e traduzidos numa série de países. Escritor consagrado, jornalista, editor, bibliófilo, eis José Eduardo Agualusa.
Quando não está a escrever está a viajar, promovendo os seus livros além-fronteiras. Tem como referências literárias Jorge Luis Borges, García Márquez e Eça de Queiroz.
Neste momento, vive na Ilha de Moçambique, a 50 metros do pontão onde gosta de mergulhar todos os dias."
Visualizar na fonte.
Agualusa explica que os livros são responsáveis pela aproximação com o outro e pelo conhecimento do outro, e que a melhor forma de evitar guerras é construir bibliotecas:
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Por um amor não correspondido desterrou-se em Macau durante quase 30 anos. Ana de Castro Osório recusou o seu pedido de casamento, mas foi ela quem cuidou de editar “Clepsidra”, o livro de poesia que o imortalizou.
Camilo não se preocupava em guardar o que escrevia em papel, antes tinha os poemas de cor e os ditava quando era preciso. Na sua “poesia de imagens” há uma melodia de palavras, um encontro entre estados de alma e musicalidade, um ritmo de sons perceptível na leitura. A sua obra “é o fruto mais puro e sazonado do Simbolismo português”. Os poemas mais antigos que se conhecem são “Lúbrica” de 1885 e, “Caminho” de 1887. Depois da sua morte, foram publicados ensaios seus sobre a cultura oriental num volume intitulado “China”.
Camilo Pessanha (1867-1926), doutor formado na faculdade de Direito em Coimbra, foi professor, advogado e redator de jornais em Macau. A adaptação à pequena colónia portuguesa não foi fácil, com o tempo conseguiu desenvolver uma paixão pela arte e literatura chinesas. Aprendeu a falar cantonense, traduziu poemas da dinastia Ming e foi um colecionador de arte oriental que veio a doar ao estado português.
De Camilo diz-se que se deixou cair no vício do ópio, que a sua figura impressionava pela magreza, pelas barbas negras e um certo olhar febril, que tinha a saúde fraca e medo da morte. Por duas vezes voltou a Portugal para tratar-se. Mas o poeta que escreveu “eu vi a luz em um país perdido, a minha alma é lânguida e inerme” morreu na sua Macau, que um dia chamou “o chão antipático do exílio”.
Referência: Camilo Pessanha, um poeta ao longe. (2019). Camilo Pessanha, um poeta ao longe. Retrieved 9 November 2019, from http://ensina.rtp.pt/artigo/camilo-pessanha-1867-1926/
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