Semear, regar e colher num Agrupamento TEIP
Por Amparo Morais, AE de Pardilhó, Estarreja
Há 17 anos, no AE de Pardilhó (Estarreja), uma professora de Ciências Naturais fascinou-se pelo mundo da biblioteca escolar e, desde então, tem assumido o cargo de coordenadora/ professora bibliotecária. Nada sabia sobre este universo, apenas que adorava livros e a forma como as imagens se cruzam com as palavras.
Para quem?
Ao abraçar a nobre missão de professora bibliotecária, sabia que iria servir toda a comunidade escolar, desde a Educação Pré-Escolar até ao 3.º Ciclo, bem como a sua comunidade educativa.
Como?
Semeando
Principalmente com muitas atividades que se converteram, ao longo do tempo, em práticas. "Sementes de leitura", “Fins de Semana com Livros”, “Momentos de M@gia”, “Ler porque sim”, oficina de leitura "VírusL” (vírus da Leitura), “Lendo e Experimentando”, “Leitura + Matemática”, “À conversa com os livros”, eis algumas das atividades que em muito têm contribuído para a promoção da leitura, o desenvolvimento dos hábitos de leitura e a formação dos leitores.
Regando
Uma vez lançadas as sementes, urgia regá-las constantemente com todos e para todos, culminando com a partilha de leituras animadas e de peças de teatro, com a integração em saraus, com a dinamização de oficinas, com a celebração do mês da leitura e com a participação em Concursos (Intermunicipal e Nacional) de Leitura e de cultura geral (Eu sei+).
Colhendo
Consciente de que os baguinhos da sementeira se vão convertendo em leitores, torna-se extremamente gratificante ver reconhecido o trabalho desenvolvido, através da participação regular em iniciativas locais e nacionais, como sejam os Concursos, quer através de palavras que ecoam no espaço da biblioteca escolar... “Professora, adoro quando vais ler para nós!”; "Passei a gostar de ler, depois de ires com os meninos do VirusL ler à nossa sala”; “Saudades das apresentações que fizemos e de como elas me ajudaram no meu percurso académico!”.
Continuo ainda a semear, a regar e a esperar colher…
A leitura é a grande aposta, mas não a única.
Proporcionar atividades diferentes e criativas que promovam múltiplas literacias, tentar ter sempre um fundo documental atualizado, ser uma referência no uso das tecnologias e tornar a biblioteca num lugar aprazível, onde todos gostem de ir e estar, é o que me move no meu dia-a-dia!
Amparo Morais,
A professora bibliotecária de um Agrupamento TEIP,
pequenino, complexo, permanentemente desafiante e inclusivo.
AE de Pardilhó (Estarreja)
1. *Qualquer semelhança entre o título desta rubrica e a obra Retalhos da vida de um médico, não é pura coincidência; é uma vénia a Fernando Namora.
2. Esta rubrica visa apresentar apontamentos breves do quotidiano dos professores bibliotecários, sem qualquer preocupação cronológica, científica ou outra. Trata-se simplesmente da partilha informal de vivências.
3. Se é professor bibliotecário e gostaria de partilhar um “retalho”, poderá fazê-lo, submetendo este formulário.