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Blogue RBE

Ter | 24.05.22

Semana Internacional de Educação Artística

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Por decisão da 36ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 2011 (36/C Resolução 38), a 4.ª semana de maio foi proclamada Semana Internacional de Educação Artística.

Em 2022 as comemorações decorrem entre 23 a 29 de maio e o tema é PAZ.

A World Alliance for Arts Education (WAAE) [1] - ONG que resulta da aliança entre quatro organizações de artes, dança, teatro e música e promove a educação artística para todos os alunos, em contexto formal e informal - colabora com a UNESCO na Semana Internacional de Educação Artística, promovendo um conjunto de iniciativas abertas à participação de todos:

- Ring the Bells for Arts Education que consiste em tocar os sinos – ou outro instrumento musical - para a educação artística e que pode incluir a gravação de um pequeno vídeo ou fotografia publicado nas redes sociais da escola com hashtags #ArtsEdWeek e #ArtsEducationForPeace;

- Ciclo de webinares sobre educação artística para a paz;

- Map the field! que consiste na partilha de experiências de educação artística nos canais de comunicação WAAE [2] e que incluem a possibilidade de criação, à distância, de galeria visual e salas de espetáculos.

No contexto da pandemia Covid-19, que suspendeu temporariamente todos os modos de expressão artística e cultural no seu formato original, tomamos redobrada consciência do valor vital das modalidades efémeras de expressão e comunicação artística, capazes de inspirar e mobilizar pessoas, transmitir-lhes emoções, alimentar-lhes a vontade de transformarem-se a si próprias e ao mundo e proporcionar-lhes bem-estar.

Em alinhamento com a UNESCO, a Rede de Bibliotecas Escolares considera que artes e cultura, em toda a sua diversidade, são essenciais para uma educação integral e pleno desenvolvimento das crianças e jovens e suas comunidades, bem como para alcançar a Agenda 2030.

Lembra que é fundamental criar, intencional e continuadamente - para que se gere hábito - oportunidades de aprendizagem que incentivem cada um a desenvolver a imaginação, a leitura/ escrita e o pensamento crítico e a encontrar a sua própria voz/ estilo para contar e partilhar as suas histórias e perceções do mundo.

Desafios neste setor

1. Pluralidade

É necessário reforçar a diversidade de conteúdos, multiculturais e multilingues, adaptados à sociedade cosmopolita da era global, rompendo com o monolinguismo da internet e com versões únicas da história, bem como estimular a ligação de cada um à sua herança histórica, à própria cultura e língua materna.

Para o efeito, é importante que as coleções das bibliotecas escolares se alarguem a autores lusófonos e de outros países não europeus e americanos, de diferentes condições e visões do mundo.

2. Património artístico e cultural digital

Outro desafio reforçado pela pandemia consiste no alargamento dos serviços de curadoria de património artístico e cultural digital, que deverá ser feito com base nos critérios de seleção da IFLA: significado ou valor para a comunidade (informativo, artístico, cultural, histórico, social); disponibilidade, através de acesso aberto e em domínio público; sustentabilidade, que implica preservação destes conteúdos a longo prazo [2].

Estes serviços estão associados a repositórios de ferramentas para criação e reutilização de conteúdos e propostas de atividades integradas nas diferentes áreas do currículo [3]

Exemplo de recurso que partilha e incentiva a utilização de património artístico e cultural digitalizado europeu é a Europeana, que apoia o Plano para a Educação Digital da UE 2027 e possui mais de 50 milhões de itens em 22 línguas - fotografias, vídeos, música, jornais, textos (cartas, diários, livros) e exposições temáticas que podem ser reutilizadas - inclusive para fins comerciais, pois estão em domínio público ou têm licenças Creative Commons.

Também nesta área a RBE reforça a tendência para tornar conteúdos mais reutilizáveis e acessíveis a diferentes pessoas e fins (artísticos, educação, jornalismo, ciência).

Em conclusão

Na escola a biblioteca escolar é um núcleo de aprendizagem não formal e informal que liga o currículo às artes, à cultura e à vida e reconhece que todas as pessoas têm potencial artístico, contribuindo para defesa dos direitos culturais e descoberta de artistas emergentes.

Recorda-se que os professores bibliotecários dispõem de um conjunto de propostas de trabalho, em alargamento, na área das artes e da cultura: https://www.rbe.mec.pt/np4/ArtesePatrimonio.html

 

Referências

1. World Alliance for Arts Education. (2022, may). International Arts Education Week: Social Media Campaign. Sl: WAAE. https://www.waae.online/iwae-socialmedia.html

2. International Federation of Library Associations and Institutions. (2021, nov. 4). “Second Edition of the Guidelines for the Selection of Digital Heritage Featured” in International Conference on Digital Preservation. Netherlands: IFLA. https://www.ifla.org/news/second-edition-of-the-guidelines-for-the-selection-of-digital-heritage-featured-in-international-conference-on-digital-preservation/

3. Rede de Bibliotecas Escolares. (2019). Biblioteca Escolar Digital. Portugal: RBE. https://www.rbe.mec.pt/np4/bed.html

4. Rede de Bibliotecas Escolares. (2021). Artes e património com a biblioteca escolar. Portugal: RBE. https://www.rbe.mec.pt/np4/ArtesePatrimonio.html

5. Fonte da imagem: World Alliance for Arts Education. (2022, may). International Arts Education Week: Social Media Campaign. Sl: WAAE. https://www.waae.online/iwae-socialmedia.html

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0