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Blogue RBE

Qui | 18.02.21

Quantas crianças e jovens têm acesso à Internet em casa?

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Fonte da imagem: https://cutt.ly/fkB7tX5

Numa época em que o número de crianças e jovens com acesso à internet já se conta por muitos milhões em todo o mundo, não deixa de causar algum espanto pensarmos que esse número, efetivamente muito grande, corresponde afinal, apenas, a um terço da população mundial.

De facto, duas em cada três crianças ou jovens com menos de 25 anos não tem internet em casa.

A conclusão é de um estudo da UNICEF, realizado no final do ano passado, numa altura em que, por força da pandemia, o ensino a distância se tornou um imperativo, e a conectividade um bem de primeira necessidade. Afinal tão escasso.

O estudo cobre 87 países, espalhados por todas as regiões do globo, permitindo identificar assimetrias e discrepâncias.

Efetivamente, talvez mais impactante do que o valor global referido, são os valores regionais/ nacionais que estão por detrás dessa média aritmética. E esses revelam enormes contrastes: de um lado, os países com maior rendimento oferecem conectividade a cerca de 90 % das suas crianças e jovens; no outro extremo, os mais pobres ficam-se por uns confrangentes 6%. Entre uns e outros, os países de rendimento médio-alto andam em torno dos 50%.

Ironicamente, a média aritmética, sendo um indicador estatisticamente inquestionável, acaba, neste caso, por não corresponder à situação concreta de praticamente nenhum país. Quase todos estão muito acima ou muito abaixo.

Os investigadores da UNICEF quiseram levantar também, dentro de cada região, as diferenças entre zonas rurais e urbanas. Sem surpresa, foi identificado, em todos os países, um mais largo acesso à internet nas zonas urbanas do que nas rurais.

Mas essa diferença nunca é tão marcante como a que existe entre grupos de nações: nos países mais ricos, mesmo nas zonas rurais, a percentagem de jovens com acesso à internet é muito superior à das zonas urbanas dos países mais pobres.

Se começamos, talvez, por um instante de surpresa, este estudo vem, afinal, ao encontro do que já sabemos: a geografia do acesso à internet sobrepõe-se, sublinhando-a, à desigual distribuição dos (outros) bens essenciais, como medicamentos, segurança ou água.

Já conversou sobre isto com os seus alunos?

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