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Blogue RBE

Ter | 30.04.24

Preservando o passado, enriquecendo o futuro: A conversão de cassetes VHS para formato digital

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 As bibliotecas escolares são guardiãs não apenas do conhecimento contemporâneo, mas também da história cultural e educacional.

Dentro delas, existe um tesouro do passado, frequentemente negligenciado, que aguarda ansiosamente uma nova vida: as cassetes VHS, repletas de histórias, conhecimento e cultura, que constituem repositórios de memórias e recursos educativos valiosos, desde filmes de animação encantadores até documentários informativos. Essas cassetes representam uma rica tapeçaria de narrativas que moldaram gerações passadas. No entanto, o avanço da tecnologia e a obsolescência dos leitores de VHS têm colocado esses registos em risco de desaparecerem e caírem no esquecimento.

As bibliotecas escolares podem contribuir para a preservação do passado e democratização no acesso ao respetivo conteúdo, beneficiando as gerações futuras do acesso a esses recursos, que lhes permitirá estudar eventos históricos, explorar culturas do passado e compreender a evolução das artes, das ciências e da literatura.

A conversão das cassetes VHS para formato digital apresenta-se como uma solução viável à recuperação e preservação desses recursos, tornando-os utilizáveis e circuláveis como parte integrante do fundo documental disponível, uma vez que esses recursos são integrados e disponibilizados no catálogo bibliográfico através de uma hiperligação.

Os docentes podem, dessa forma, incorporar clipes de vídeo nas suas aulas através do acesso direto ao catálogo da biblioteca, sendo que este deve estar na intranet da escola através de um servidor. Pode-se, assim, enriquecer a aprendizagem dos alunos com recursos visuais autênticos e cativantes de valor comprovado sempre disponíveis sem a volatilidade inerente aos recursos online (documentários, entrevistas, animações, filmes antigos…), promovendo a imaginação e a aprendizagem ativa.

Também os alunos, poderão livremente aceder a esses recursos, valorizando-os e rentabilizando-os.

No entanto, essa tarefa não é apenas uma questão de preservação e acessibilidade, mas também de responsabilidade ética. Muitos desses materiais contêm narrativas e perspetivas que representam a diversidade de experiências humanas e este trabalho coloca as bibliotecas escolares com a missão de as manter vivas.

Para desenvolver este processo as bibliotecas escolares necessitam de:

  • Um leitor de cassetes VHS;
  • Aparelho conversor de vídeo VHS (à venda lojas de equipamento informático e respetivo software de conversão);
  • Computador portátil ou de secretária com as características suficientes para a instalação do respetivo software;
  • Disco externo para armazenamento dos formatos digitais.

A tecnologia avançou e os leitores de VHS tornaram-se relíquias do passado; muitas bibliotecas já não dispõem de tal equipamento. No entanto, o leitor de cassetes VHS e aparelho conversor, indispensáveis para este trabalho de preservação, podem ser adquiridos/ rentabilizados numa lógica de empréstimo interbibliotecas.

O processo de conversão necessita também de agentes que o operacionalizem. Aqui, entra em ação o professor bibliotecário, um guardião do património cultural da escola. Com a sua visão e a sua liderança, reconhece a importância desses tesouros do passado e de os preservar para as gerações futuras.

O professor bibliotecário lidera a iniciativa de digitalização, coordenando uma equipa que poderá ser constituída por elementos da equipa da biblioteca escolar ou alunos monitores. Esta equipa desenvolverá as ações necessárias para converter uma vasta gama de géneros de cassetes VHS em formatos digitais acessíveis. O tempo de cada conversão corresponde ao tempo de duração do recurso VHS, logo é um processo moroso, realizado em tempo real. No entanto, a tarefa apenas necessita de intervenção humana no início e no final do processo, ficando a conversão a decorrer autonomamente.

Ao longo de todo o processo, o professor bibliotecário terá a oportunidade de desenvolver um processo de seleção (é uma boa para proceder ao necessário desbaste), curadoria e organização dessa coleção digitalizada, garantindo que seja facilmente acessível, navegável, integrada e indexada em função das necessidades dos seus utilizadores.

Em suma, a conversão de cassetes VHS para formato digital é uma etapa essencial no compromisso das bibliotecas escolares com a preservação do património histórico, garantindo que o passado continue a inspirar e informar as mentes do futuro.

📷 Rawpixel

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Sobre preservação, leia também:

 

Dia Mundial do Património Audiovisual

Qui | 27.10.22

 

 

 

 

Dia Mundial da Preservação Digital

Qui | 03.11.22

 

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

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