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Blogue RBE

Sex | 27.12.24

Os sistemas de informação estão a utilizar mais recursos

Relatório de tendências da IFLA 2024

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Este é o sétimo de um conjunto de artigos que divulga e reflete sobre o Relatório de Tendências da IFLA 2024.

Este relatório procura fornecer as ferramentas, as estruturas, a inspiração e a energia necessárias para que as bibliotecas e os profissionais da informação enfrentem o futuro com otimismo. Apresenta sete tendências. Hoje dedicamo-nos à tendência 6.

As nossas necessidades de informação estão a ter impacto no planeta

A inteligência artificial (IA) e tecnologias similares dependem de um grande poder de computação e energia para funcionarem. Com a escalada da IA, aumentam também as suas exigências de recursos e o seu potencial para impactos ambientais significativos, especialmente em locais onde o lixo eletrónico é um problema, e em países que já enfrentam os efeitos da crise climática.

Para gerir os impactos climáticos das tecnologias de informação em rápido avanço, é necessária uma economia digital verde que promova a sustentabilidade ambiental e o bem-estar social.

Oportunidades

  • Novas práticas que têm em conta o ambiente
  • Redução da utilização de recursos e poupança de custos

Desafios

  • Alterações climáticas
  • Aumento da necessidade de tecnologia e dados 
  • Perda de memória e de conteúdos

Desenvolvimento

  • Aderir à economia verde é essencial para enfrentar alterações climáticas
    Uma economia verde é caracterizada por ser de baixo carbono, eficiente no uso de recursos e socialmente inclusiva. Nela, o crescimento do emprego e dos rendimentos resultam de investimentos públicos e privados em atividades, infraestruturas e ativos que reduzem emissões de carbono e poluição, aumentam a eficiência energética e dos recursos e previnem a perda da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas. (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

  • As nossas necessidades de informação estão a impactar o planeta
    O aumento da conectividade tem implicações ambientais mais intensas para os menos conectados. A Alliance for Affordable Internet destaca que as políticas futuras devem considerar que os que não têm acesso à internet são também os mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas. É necessário adotar políticas de banda larga que conectem novas gerações de utilizadores, minimizando a pegada de carbono e o impacto climático das infraestruturas digitais.

    Sugere-se investir em competências digitais e serviços de governo eletrónico para reduzir os impactos ecológicos, ligando comunidades remotas e promovendo a proteção ambiental, além de apoiar o direito de reparação de dispositivos para diminuir o lixo eletrónico.

    O Instituto das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Segurança Humana afirma que priorizar o bem-estar em vez do crescimento económico incessante pode abordar causas profundas de riscos ambientais, trabalhando por um futuro com menos ameaças para todos.

  • O lixo eletrónico é um problema crescente.
    O Global E-waste Monitor 2020 revelou que, em 2019, o mundo gerou 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrónico, com uma média de 7,3 kg per capita. A geração global de lixo eletrónico aumentou 9,2 milhões de toneladas desde 2014 e deve atingir 74,7 milhões de toneladas até 2030, impulsionada por altas taxas de consumo de equipamentos eletrónicos, ciclos de vida curtos e opções limitadas de reparação.

    Uma solução para mitigar o impacto ambiental da tecnologia é adotar uma economia circular, que se diferencia do modelo linear "extrair-produzir-descartar". Esta abordagem regenerativa visa separar o crescimento económico do consumo de recursos finitos, promovendo iniciativas como a reutilização de recursos (ex.: Libraries of Things) e colaboração entre governos e entidades para integrar práticas circulares.

    A OECD destaca a crescente aplicação de ferramentas de governança pública, como regulação, planeamento de infraestruturas e abordagens inovadoras para alcançar metas ambientais. Há governos que estão a liderar pelo exemplo, com iniciativas de "descarbonização" do setor público

    Para a economia da informação, grande utilizadora de hardware e dados, isso implica reduzir a renovação dos sistemas digitais e do hardware, em resposta à tendência para a aceleração da redundância da tecnologia, poderá resolver as questões relacionadas com a perda de memória e de conteúdos, juntamente com questões mais questões mais amplas, como o aumento dos preços da eletricidade e dispositivos mais caros. A transição para uma economia verde requer esforços em governança, colaboração e mudanças na gestão de recursos tecnológicos.

Questões a ter em conta

  • A renovação dos recursos físicos e eletrónicos, o armazenamento e o arquivo de materiais e registos e o equilíbrio entre as necessidades das gerações futuras e as práticas atuais:
    O que acontece aos recursos que são retirados de circulação? Será que tudo precisa de ser preservado e armazenado?

Perguntas

  • A sua organização tem um plano ou política para minimizar a produção de resíduos electrónicos?
  • Como é que as bibliotecas podem reduzir ou compensar os seus impactos ambientais?
  • Que estratégias têm as bibliotecas para promover a economia circular?

Referência
IFLA (2024). Trend Report 2024. https://www.ifla.org/wp-content/uploads/ifla-trend-report-2024.pdf 
📷Trend Report 2024

Relatório de tendências da IFLA 2024 no Blogue RBE

 

 

Relatório de tendências da IFLA 2024

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As práticas de conhecimento estão a mudar

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IA e outras tecnologias transformam a sociedade e a criação, utilização e partilha da informação

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A verdade está a ser renegociada

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As competências estão a tornar-se mais complexas

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As tecnologias digitais estão distribuídas de forma desigual

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0