O ranking das escolas - 2016
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O que os rankings não mostram, por João Costa
Os rankings que são disponibilizados pelos media habitualmente hierarquizam as escolas de acordo com as médias dos exames nacionais. Embora, nos últimos anos, se tenham vindo a integrar variáveis de contexto, esta seriação de escolas compara, por vezes, o que não é comparável e oferece um retrato bastante parcelar do trabalho desenvolvido.
Não tenho dúvidas de que é interessante para a comunidade saber qual o alinhamento da sua escola com um perfil nacional ou regional de desempenho. Tenho a certeza de que o interesse de uma lista ordenada de escolas é nulo. Mal comparado, é interessante para uns pais conhecerem o percentil de desenvolvimento do seu filho, mas é irrelevante saber qual a sua posição relativa em relação aos bebés todos do país.
Conhecer a qualidade de uma escola implica um olhar muito mais abrangente, pelo que são precisos mais indicadores e é necessário um olhar sistémico. Para isso, o Ministério da Educação tem vindo a disponibilizar mais indicadores, de que destaco: os Percursos Diretos de Sucesso, que medem o quanto a escola contribuiu para a progressão dos alunos; o indicador de desigualdades, que mede a dispersão de notas numa mesma escola; os indicadores por disciplina, que permitem uma análise comparada entre as disciplinas da mesma escola, estabilizando assim variáveis sociodemográficas, que a comparação entre escolas não permite controlar.
Mas há muito mais no trabalho das escolas que não tem sido valorizado e que os rankings não mostram. Trabalho que é essencial para o cumprimento da missão da educação:
1. Inclusão: há escolas que se destacam pelo trabalho absolutamente notável que fazem com alunos com deficiência, valorizando-os e incluindo-os. (...)
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