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Blogue RBE

Sex | 10.01.25

O papel das bibliotecas escolares na Educação para a Cidadania Digital

2025-01-10.pngComo vimos em publicação anterior, 2025 foi declarado o Ano Europeu da Educação para a Cidadania Digital com o objetivo de capacitar os jovens para utilizarem a tecnologia de forma crítica, responsável e inclusiva.

Este esforço visa combater problemas como a desinformação, o ciberbullying e o discurso de ódio, ao mesmo tempo que promove direitos digitais, ética online e bem-estar digital. O objetivo é preparar os cidadãos para participarem ativamente e de forma segura numa sociedade altamente digitalizada, incentivando a aprendizagem contínua e a cooperação positiva.

A iniciativa reúne os setores público, privado e civil para definir metas e práticas comuns que garantam a resiliência da cidadania digital no futuro.

Por inerência dos objetivos das bibliotecas em geral e enquanto parceiras de todas as aprendizagens a desenvolver no espaço escolar, as bibliotecas escolares desempenham, naturalmente, um papel relevante no Ano Europeu 2025: Educação para a Cidadania Digital, contribuindo para a promoção de competências digitais essenciais, o pensamento crítico e o uso ético da tecnologia. De entre as múltiplas dimensões que os contributos das bibliotecas escolares para a Educação para a Cidadania Digital podem assumir, sugerimos os seguintes:

1. Promover a Literacia Mediática e da Informação

  • Atividades sobre literacia informacional: Ensinar os alunos a localizar, ao espaço escolar, avaliar e utilizar fontes de informação de forma crítica, ajudando-os a reconhecer desinformação e evitar manipulações.
  • Dinâmicas sobre literacia mediática: Promover o debate de temas como a desinformação e o papel das redes sociais, por exemplo.

2. Criar espaços de aprendizagem digital

  • Laboratórios de inovação digital: Disponibilizar ferramentas e software que permitam aos alunos explorar a criatividade digital (edição de vídeo, design gráfico, programação… ).
  • Plataformas colaborativas: Promover atividades que incentivem a cooperação em projetos digitais, tanto em linha quanto presencialmente.

3. Incentivar a participação cívica digital

  • Debates e fóruns: Abordar questões como direitos digitais, ética e privacidade online, e o impacto das tecnologias disruptivas.
  • Campanhas de sensibilização: promover a criação de iniciativas para alertar sobre ciberbullying, discurso de ódio e uso indevido de dados.
  • Sistemas de gestão participativa: Utilizar ferramentas digitais para que os alunos possam contribuir para a tomada de decisões na escola.

4. Garantir a inclusão digital

  • Acesso a tecnologia: Garantir que todos os alunos tenham acesso a dispositivos e à internet para participar em atividades digitais.
  • Apoio a grupos sub-representados: Desenvolver programas que incluam crianças de comunidades marginalizadas ou com necessidades especiais, promovendo uma maior inclusão nos ambientes digitais.

5. Fomentar o bem-estar digital

  • Atividades sobre saúde digital: Focar na gestão do tempo de ecrã, postura, ergonomia e combate à dependência digital.
  • Programas de apoio socioemocional: Incentivar a empatia e proporcionar o desenvolvimento de estratégias para lidar com conflitos e interações negativas online.

6. Promover competências de segurança e privacidade

  • Educação em cibersegurança: Ensinar práticas seguras como criar senhas fortes, proteger dados pessoais e reconhecer ameaças online.
  • Gestão de identidade digital: Ajudar os alunos a construirem uma presença online positiva e consciente.

7. Sensibilizar para o consumo consciente

  • Dinâmicas sobre consumismo digital: Ajudar os jovens a compreenderem o funcionamento dos algoritmos das plataformas digitais, a publicidade online e os impactos do comércio eletrónico.
  • Educação financeira digital: Orientar sobre práticas seguras de compra e os riscos associados a fraudes e ciladas.

8. Envolver a comunidade escolar

  • Pais e educadores: Promover sessões de formação que capacitem toda a comunidade escolar para apoiar os jovens na construção de uma cidadania digital consciente.
  • Eventos anuais: Realizar workshops e palestras que abordem os avanços e desafios da educação digital.

A adesão ao Ano Europeu da Educação para a Cidadania Digital reforça o papel das bibliotecas escolares como centros de aprendizagem inovadores, que contribuem para formar jovens cidadãos responsáveis e preparados para enfrentarem os desafios e aproveitarem as oportunidades de uma sociedade digital em constante evolução.

O trabalho nesta área insere-se numa das linhas de ação previstas no Quadro Estratégico da RBE, designadamente a linha 3 do eixo Saberes:

Assegurar abordagens integradas das literacias da informação, dos media e digital, perseguindo o desenvolvimento do pensamento crítico, das capacidades de resolução de problemas e de comunicação e do uso ético, eficaz e criativo da informação, media e tecnologia.

Esta é uma questão considerada de tal forma determinante, que a RBE definiu que ajudar as escolas a desenharem e implementarem programas de literacia informacional e mediática é, hoje, um imperativo para as bibliotecas. Por essa razão, uma das prioridades para 2024-2025 é

que as bibliotecas consolidem o seu trabalho no âmbito da literacia informacional e mediática, investindo em todos os níveis de ensino, num esforço programado, articulado, sistemático e progressivamente mais complexo, capaz de abranger todos os alunos, formando-os para uma exigente cidadania digital.

Referências

📷 Conselho da Europa. (2025). European year of digital citizenship
education 2025. https://europeanyear2025.coe.int/ 

 


#AprendaConecteEnvolvaProspere #LearnConnectEngageThrive

 

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

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