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Blogue RBE

Seg | 27.03.23

O dínamo do saber!

Por António Castel-Branco, Diretor do AE Ferreira de Castro, Sintra

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Escrever sobre a Biblioteca foi um desafio que aceitei.

Mas o que é a Biblioteca?

Numa consulta rápida, aparece no Dicionário Priberam de Língua Portuguesa, que é um “Conjunto de livros, manuscritos e outros documentos, possuídos por um particular ou destinados à leitura pública”, ou “sala ou edifício onde está essa coleção”.

Mas a Biblioteca Escolar não é só isto.

A Biblioteca escolar é o pulsar da escola, o coração que bombeia cultura e que extravasa a sala onde se encontra o repositório documental, atravessa as salas de aula e os recreios e, saltando os muros da escola, invade as casas dos nossos alunos e alastra à comunidade.

A Biblioteca escolar tem um papel central no desenvolvimento das competências do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Através de inúmeras atividades consegue fazer com que aquilo que parecia trabalhoso, aborrecido, se transforme em prazer, num exercício de viajar nas asas de cada livro, sendo transportado para diferentes realidades, e aprendendo a imaginar, a criar, a fazer com que tudo tenha sentido... a Sonhar!

A Biblioteca escolar desenvolve as diferentes literacias, em articulação estreita com os orientadores do currículo, numa ótica de articulação interdisciplinar e de flexibilidade do mesmo, providenciando leitura, debate, pesquisa, promovendo o questionamento, a argumentação, a criatividade e a ousadia de ir mais além, de inovar.

A Biblioteca escolar é paradigmática de inclusão. Através da leitura ou da escuta, proporciona a todos, com maiores ou menores dificuldades, as ferramentas que cada um procura para se construir pessoa, livre e consciente, independentemente da sua condição social ou étnica, da sua nacionalidade ou credo.

Na Biblioteca escolar preservamos a Natureza e o ecossistema; desenvolvemos a cidadania e a participação; aprendemos a desafiar o status quo; promovemos a solidariedade e a empatia; chamamos a comunidade para nos ajudar a transformar o mundo.

Nas nossas bibliotecas escolares incentivamos a viver todos os dias uma vida um pouco diferente, a abrir a boca de espanto ou incredulidade, a reagir à frustração, a vibrar com o sucesso de todos, a criar, a escrever, a desenhar, a pintar histórias cujo limite é a imaginação.

E quando os alunos não vão à biblioteca, é a biblioteca que vai ter com eles, com livros num carro de supermercado a correr as salas, com livros dentro de frigoríficos decorados e colocados nos recreios para que todos os possam usar, com leituras em voz alta ao ar livre, com histórias contadas por todos nós...

Mas é no espaço das Bibliotecas escolares que encontram o sossego, o alheamento necessário para ler e explorar, para realizar atividades com as condições que, apesar da exiguidade dos espaços, conseguimos oferecer.

Se queremos uma escola inclusiva, intercultural, em que os alunos têm uma formação holística, em que as áreas de desenvolvimento do Perfil dos Alunos são trabalhadas, temos de apostar fortemente nas Bibliotecas Escolares.

 

António Castel-Branco

Diretor do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, Sintra

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0

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