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Sex | 11.06.21

Metodologias ativas | Aprendizagem baseada em investigação

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Uma das competências que nos é exigida no mundo atual é a capacidade de nos questionarmos e, desta forma, procurarmos contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e interventiva. Em contexto educativo, esta curiosidade, que leva o aluno a questionar-se sobre o que aprende, é fundamental para o seu desenvolvimento cognitivo, devendo ser uma competência treinada na escola.

A aprendizagem baseada em investigação (inquiry based learning) leva os alunos a questionarem-se não só sobre as aprendizagens feitas nas diferentes áreas curriculares, mas também sobre a sociedade, nas suas várias vertentes. Desta forma, promovendo o desenvolvimento de competências analíticas e de pensamento crítico, os alunos aprendem a refletir e criam o gosto pelo conhecimento, praticando uma cidadania ativa e responsável (Nata, 2010).

 

O que é aprendizagem baseada em investigação?

A aprendizagem baseada em investigação é uma abordagem pedagógica que tem como objetivo ensinar o aluno a questionar-se, isto é, a formular questões em função das respostas que quer obter e do conhecimento que pretende desenvolver (Márquez, Bonil & Pujol, 2005), atribuindo, desta forma, sentido ao que aprende.

Para isso, as questões formuladas em contexto educativo devem ser abertas e de níveis cognitivos mais elevados, para permitirem a análise, síntese e avaliação, de forma a estimular o pensamento crítico dos alunos (Wood & Anderson, 2001). De facto, quando se questiona, o aluno realiza tarefas cognitivas de complexidade distintas, pois recorre a conhecimentos diversos, compara informação, relaciona conceitos, faz previsões e avalia, tirando conclusões.

 

Como se implementa?

Dadas as características desta metodologia, podem ser apresentadas cinco etapas principais (Pedaste, M. et. al, 2015), que não são necessariamente lineares, pelo que podem variar, de acordo com o contexto e o objetivo pedagógico subjacente à implementação desta abordagem.

 
  1. Orientação,
  2. Conceptualização,
  3. Investigação,
  4. Conclusão,
  5. Discussão.
 

Nas duas primeiras fases, é pedido aos alunos que façam a recolha de informações sobre uma questão, levando-os a pesquisar informação, tomar notas e construir hipóteses. Na fase de investigação, os alunos devem verificar se as respostas encontradas para as hipóteses / questões definidas estão certas. Nas duas últimas fases, os alunos refletem sobre o seu processo de aprendizagem, comparando os resultados obtidos e discutindo-os com outros alunos.

Para favorecer este processo, os alunos devem ser levados a[1]:

 

1 - Colocar questões reais:

  • O que quero saber sobre este tópico?
  • O que já sei?
  • O que preciso de saber?
 

2 - Encontrar recursos

  • Que tipo de recursos me podem ser úteis?
  • Onde os posso encontrar?
  • Como sei que a informação que encontro é válida?
 

3 - Interpretar a informação

  • Que informação é relevante para responder à minha questão?
  • Como se relaciona com o que já sei?
  • A informação recolhida levanta novas questões?
 

4 - Apresentar os resultados

  • Qual é o aspeto principal da minha resposta?
  • O que mais interessa saber?
  • Como é que se relaciona com o que já sabia?

 

Qual o papel da biblioteca escolar?

Na biblioteca escolar o aluno é levado a assumir-se como cidadão ativo e interveniente, sendo incentivada a sua participação, para que possa aprender a:

- exprimir a sua opinião com clareza,

- questionar-se,

- argumentar,

- ter pontos de vista críticos em relação às situações que o rodeiam.

Dadas as características da biblioteca escolar, a sua ação é tendencialmente promotora de atividades que promovem a implementação de metodologias ativas, nomeadamente a investigação.

Nesse sentido, num trabalho de articulação com os docentes, poderão ser dinamizadas atividades / projetos que levarão os alunos a apropriarem-se do processo de aprendizagem, pois assumem-se como produtores de conhecimento, isto é estão ativamente envolvidos em todo o processo.

Este tipo de abordagem promove a ação dos alunos que, de forma colaborativa, partilham ideias, defendem ou respondem a outras questões, o que desenvolve a sua capacidade de reflexão e, consequentemente, a metacognição.

 [1] Adaptado a partir de https://www.kqed.org/mindshift/32277/the-inquiry-process

 

Para saber mais, consultar o Flipboard RBE “Metodologias ativas”

 

Referências 

Nata, R. (2010). Progress in Education, volume 18. New York: Nova Science Publishers, Inc.

Márquez, C., Bonil, J., & Pujol, R.M. (2005). Las preguntas mediadoras como recursos para favorecer la construcción de modelos científicos complejos. Enseñanza de las Ciencias, Núm. Extra, 1-5.

Pedaste, M. et. al (2015). Phases of inquiry-based learning: Definitions and the inquiry cycle, Educational Research Review, 14 (pp. 47 – 61) https://doi.org/10.1016/j.edurev.2015.02.003

Wood, A. T., & Anderson, C. H. (2001). The case study method: Critical thinking enhanced by effective teacher questioning skills. Lund, Sweden: Paper presented at the Annual International Conference of the World Association for Case Method Research & Application, Lund, 17-20 June 2001.

Photo by Jean-Philippe Delberghe on Unsplash

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0