Manuela Silva: “O importante é que a leitura permaneça”
| Manuela Silva - Coordenadora da RBE | Jornal Expresso | Download |
Tinha dez anos quando entrou pela primeira vez numa biblioteca escolar. Foi em Sá da Bandeira, Angola (atual Lubango). Estava no primeiro ano do Liceu Diogo Cão e apaixonou-se de imediato por aquele sítio. Para grande desgosto, a biblioteca fechou de um dia para o outro. Só voltaria a pôr o pé numa biblioteca escolar já na Faculdade, em Portugal. Recorda o deslumbramento que sentiu diante do esplendor da Biblioteca Nacional, da biblioteca da Gulbenkian ou do Palácio Galveias... "Com uma biblioteca escolar como as que existem hoje, teria ido muito mais longe nos meus conhecimentos", assegura. A Rede de Bibliotecas Escolares surgiu em 1996, no primeiro mandato de António Guterres, para combater os índices da baixa literacia dos portugueses e para corresponder a uma abordagem cada vez mais multimédia do saber.
Passam 20 anos desde a criação da Rede de Bibliotecas Escolares. Quantas existem hoje no país?
No total, são 2426 bibliotecas. Neste momento, temos todas as escolas básicas e EB 2, 3 na Rede. Esta aparece porque as escolas percebem que deviam diversificar a sua oferta em termos de outros suportes e fontes de saber. Lendo o que já se fazia a nível internacional, caminhou-se para basear a aprendizagem na investigação, na pesquisa da informação, não apenas impressa. Já se sentia a necessidade de ter bibliotecas escolares em todas as escolas. (...)
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