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Blogue RBE

Qua | 09.02.22

Lutar contra os estereótipos e pelo direito à igualdade

Literacia da informação e dos media, uma emergência educativa

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Estamos rodeados de imagens, tal como de palavras escritas e faladas, que transmitem ideias padronizadas relativas a pessoas, questões ou eventos, muitas vezes através de símbolos ligados à raça, nacionalidade, sexo, sexualidade, idade ou classe. A isto chama-se representação.

A representação pode tomar muitas formas, envolvendo frequentemente estereótipos ou imagens demasiado simplificadas, que podem ser utilizadas, intencionalmente ou não, para rotular indivíduos ou grupos e justificar crenças ou atitudes negativas.

Sempre que uma publicação incita ao conflito, ao discurso de ódio ou à discriminação, o seu produtor deve ser responsabilizado. Identicamente, os fornecedores de conteúdos têm um papel a desempenhar no que respeita a representações discriminatórias. Mas também é importante existir um debate público e políticas relativas à diversidade, sendo necessário encontrar um equilíbrio quando se definem pessoas diferentes como "Outro".

Visto que é imprescindível que se compreenda a importância de respeitar o direito de cada pessoa à igualdade, dignidade e paz, torna-se crucial saber analisar imagens ou textos, assim como os respetivos contextos narrativos, competências integradas na Literacia de Informação e Media.

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Combater a desinformação e o discurso de ódio

Quando se fala de desinformação, informação falsa, informação enganosa, teorias da conspiração ou discurso de ódio é preciso ter presente que muitos indivíduos e fornecedores de conteúdos amplificam material impreciso e enganador, podendo ser difícil identificá-lo, responder-lhe adequadamente e diferenciá-lo de informação de qualidade. É, por essa razão, determinante que os indivíduos compreendam que notícias e informações podem ser manipuladas para criar desconfiança, divisão, intolerância e preconceitos na sociedade.

Da mesma maneira, é fundamental perceber a forma como os modelos de negócio dos fornecedores de conteúdos, através da sua arquitetura e dos seus algoritmos, podem funcionar para propagar materiais potencialmente nocivos. Há que ter sempre presente que tudo o que se fazemos em linha nos abre a potencial má utilização da nossa pegada digital e que os nossos dados são com frequência utilizados para nos atingir e para nos "empurrar", através de técnicas escondidas, levando-nos a perder a nossa capacidade de tomar decisões informadas.

A Literacia de Informação e Media fornece as competências que permitem evitar uma maior propagação de informações falsas com objetivos de ódio e minimizar tais matérias e os fornecedores que as hospedam.

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Esta chamada de atenção da UNESCO para a relevância do domínio de conhecimentos e capacidades, atitudes e valores na área da Literacia da Informação e Media para construir uma sociedade mais justa e pacífica leva-nos a mostrar que as bibliotecas escolares estão a responder a esta chamada à ação, através de duas áreas de trabalho previstas no Quadro Estratégico da Rede de Bibliotecas Escolares [1]:

Por um lado, no Eixo Saberes, solicita-se às bibliotecas que desenvolvam “abordagens integradas das literacias da informação, dos media e digital, perseguindo o desenvolvimento do pensamento crítico, das capacidades de resolução de problemas e de comunicação e do uso ético, eficaz e criativo da informação, media e tecnologia.” (RBE, 2021, pág. 46)

Por outro lado, no Eixo Pessoas, espera-se que “convoquem para o exercício da cidadania democrática, reflexiva e empreendedora, comprometida com uma visão humanista e sustentável do mundo” (RBE, 2021, pág.47), linha de ação que se encontra também a ser desenvolvida, através da integração das bibliotecas no Plano Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação 2021-2025 - Portugal contra o racismo.

Importa ainda referir que estas duas áreas de trabalho se fundam em valores como a equidade, a diversidade e a inclusão,  que implicam o “reconhecimento e valorização da diversidade na sua pluralidade, criando condições para o desenvolvimento e participação de todos. (RBE, 2021, pág. 31)

Este artigo foi adaptado de: Media and Information Literacy: The time to act is now! [2]

 

Referências

1. Portugal. Rede de Bibliotecas Escolares (2021). Bibliotecas Escolares: presentes para o futuro. Programa Rede de Bibliotecas Escolares: Quadro estratégico: 2021-2027https://rbe.mec.pt/np4/file/890/qe__21.27.pdf

2. UNESCO (2021). Media and Information Literacy: The time to act is now! https://en.unesco.org/sites/default/files/mil_curriculum_second_edition_summary_en.pdf

3. Fonte da imagem: UNESCO (2021). Media and Information Literacy: The time to act is now! https://en.unesco.org/sites/default/files/mil_curriculum_second_edition_summary_en.pdf

 

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0