Leituras com Açúcar: quando os livros sabem bem
No âmbito da Semana da Leitura e da Semana Aberta do Agrupamento de Escolas do Fundão, os professores bibliotecários dinamizaram uma deliciosa atividade que cruzou leitura, imaginação e sabores: “Leituras com Açúcar”, uma celebração sensorial da literatura através das suas referências gastronómicas.
Na Biblioteca Escolar, esteve patente uma Exposição Aberta de Receitas Literárias, elaborada a partir de excertos de obras do fundo documental onde a comida — ora símbolo de memória e afeto, ora elemento narrativo — assume um papel de destaque. Cada receita foi reinterpretada com criatividade, transformando páginas de livros em sugestões culinárias que despertavam a curiosidade e o apetite literário.
Mas a atividade não ficou pelas estantes! No exterior da escola, foi criada uma encantadora esplanada literária, onde se instalou o café “Leituras com Açúcar”. Cada mesa apresentava um menu literário que propunha uma leitura em troca de uma iguaria. Bolos, bolachas e outras delícias — confecionadas com entusiasmo pelos professores bibliotecários, docentes de outras áreas e alunos do Clube de Leitura do 11.º ano — foram oferecidas como parte de uma doce partilha de palavras e sabores.
Esta troca simbólica de leitura por doçura criou um ambiente acolhedor e participativo, no qual a leitura foi saboreada de forma literal e figurada. A adesão foi entusiasta: ao longo do dia, passaram pelo café literário alunos de todos os ciclos de ensino, pais e encarregados de educação, docentes, elementos da direção e assistentes operacionais, todos envolvidos numa experiência cultural e afetiva em torno do livro.
Receitas literárias – as receitas na literatura
A literatura tem longamente celebrado a comida como metáfora, afeto ou memória. Da madalena mergulhada no chá, em Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, aos banquetes de Harry Potter em Hogwarts, ou à sopa de pedra das tradições orais, os alimentos não servem apenas para alimentar personagens, mas também para nutrir leitores com símbolos, afetos e sensações.
Com esta atividade, procurou-se valorizar essa dimensão sensorial e simbólica da leitura, revelando como os livros também se saboreiam. E porque ler pode ser um ato de partilha e prazer, a biblioteca escolar reafirma-se como espaço onde se alimenta o corpo, a mente e o espírito — com açúcar, imaginação e muitas palavras.
A leitura é o alimento da alma.
Voltaire
📷 imagens fornecidas pelo AE do Fundão