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Blogue RBE

Qui | 30.03.23

Igualdade de género: vídeos, questões e factos

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Factos

A nível mundial, a liberdade, a segurança e as perspetivas de futuro de meninas e mulheres continuam posta em causa. Segundo o relatório da ONU Mulheres, Retrato de Género 2022 [1]:

📌- 1 mulher/ menina é morta por familiar a cada onze minutos;

📌- 1 em cada 10 com 15 - 49 anos é vítima de violência sexual ou física por parte do companheiro;

📌- 1 em cada 5 entre 20 - 24 anos casa antes dos 18 anos;

📌- 1 em cada 4 com 15 - 49 anos é vítima de mutilação genital feminina na África subsaariana.

📌- As mulheres constituem apenas 19,9% dos trabalhadores nas áreas da ciência e engenharia e só 26, 4% têm assento no Parlamento - em 23 países a representação é inferior a 10%.

📌- As mulheres têm menos probabilidades do que os homens de terem um telemóvel em 52 dos 80 países (2017-2021) e “259 milhões de mulheres têm menos acesso à Internet do que os homens”.

📌- No ranking de igualdade de género dos 146 países analisados em 2022, Portugal, ocupa o 29.º lugar (Global Gender Gap Report do World Economic Forum) [2].

 

Vídeo 1

_02.pngIgualdade: A nossa última fronteira (vídeo) - Fonte da imagem [3]

 

Discussão

1. Aproximadamente quantos anos serão necessários para se alcançar, no mundo, a igualdade de género? 100? 200? 300 anos?

2. O mundo mudará em todas as áreas exceto em (des-)igualdade de género? Será a igualdade de género – e não o espaço - a última fronteira a ser conquistada pelo ser humano?

3. Como justifica este adiamento?

4. Queremos esperar tanto tempo? Como agir para acelerar a mudança?

 

Contextualização

Até à igualdade de género poder ser alcançada, humanos irão colonizar Marte, controlar o clima, construir vaivéns espaciais privados, ampliar tecnologicamente as capacidades do cérebro e do corpo humano, sugere o vídeo Equality: Our final Frontier da ONU Mulheres Austrália.

Segundo o relatório da ONU Mulheres, Retrato de Género 2022, mantendo-se o atual padrão de desenvolvimento, serão necessários 286 anos, 4 gerações, até a humanidade alcançar a igualdade de género (ODS 5).

 

Vídeo 2

_03.pngFonte da imagem [4]

 

Segundo Cristina Hoff Sommers, a desigualdade salarial é um mito. Será que, na realidade, não há desigualdade salarial?

 

Discussão

1. Segundo o relatório da OCDE, Género, Educação e Competência , quais são as áreas….

De estudo e emprego com melhores salários e perspetivas?

Que as raparigas e mulheres mais procuram? Porquê?

Em alternativa, escolha 3 profissões na área

A. Das STEM ou

B. Da educação, humanidades e saúde/ cuidados

e verifique quantas mulheres – e homens - é que as exercem.

2. Pesquisando nos vários setores de governação (política, empresas, imprensa, educação…), quem ocupa cargo de liderança é homem ou é mulher? Porquê?

3. As expetativas e decisões de raparigas e mulheres refletem preconceitos e estereótipos de género?

4. A educação, em casa e na escola - currículos e manuais - perpetua preconceitos e desigualdades de género?

5. Na comunidade escolar, o que podemos fazer para mudar esta situação?

 

Contextualização

O relatório Género, Educação e Competências da OCDE mostrou que a diferença salarial homens - mulheres resulta, não tanto da discriminação das empresas, mas sobretudo das decisões de rapazes/ homens e raparigas/ mulheres relativas à sua área de estudos e profissão. Sempre que meninas e mulheres escolhem abdicar de ciências, tecnologia, engenharias e matemática (Science, technology, engineering and mathematics, STEM), em regra, estão a escolher empregos com mais baixa remuneração e piores perspetivas de vida. Por outro lado, no emprego, sempre que aceitam trabalhar, de forma imprevista, por horários mais longos, as suas perspetivas de ocupar cargos de liderança aumentam. O maior problema é que estas decisões são influenciadas por preconceitos e estereótipos de género difundidos socialmente na família, escola, empresas e comunidade, induzindo meninas e mulheres a autolimitarem-se nas suas escolhas e perspetivas de futuro.

A biblioteca escolar tem o papel de envolver e consciencializar para esta mudança de mentalidades e de reunir e divulgar informação confiável, para que raparigas e mulheres possam tomar decisões informadas sobre os cursos e profissões que pretendem e possam realizar as suas potencialidades.

 

Vídeo 3

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Imagine um mundo onde mulheres e raparigas têm iguais oportunidades de aceder, usar e desenhar tecnologia e inovação… (vídeo) - Fonte da imagem [5]

 

1. O mundo digital…

... Responde às necessidades de raparigas e mulheres?

... Está livre de barreiras e de preconceitos de género?

... Promove, para raparigas e mulheres, um sentido de pertença e de solidariedade?

... É ativamente inclusivo?

2. O que significa lutarmos por um “futuro digital feminista”?

3. A tecnologia digital respondeu a inúmeros desafios. Que soluções pode implementar para acelerar a igualdade de género?

 

Contextualização

De acordo com o encontro de alto nível da ONU Mulheres, “Open, Safe and Equal – Shaping a Feminist Digital Future” [6], 90% dos empregos têm uma componente digital e esta é uma tendência ascendente.

Em ONU: DigitALL - Inovação e tecnologia para a igualdade de género e OCDE: A persistência das diferenças de género na educação e competências apresentamos evidências da sub-representação das mulheres na área digital e STEM que corroboram a tese deste encontro, que o digital é o “novo rosto das desigualdades”, excluindo principalmente meninas e mulheres do acesso a serviços de saúde e bancários, a diplomas de educação e a empregos desafiantes, pois soluções baseadas em tecnologia digital melhoram a inclusão em todas os setores da sociedade.

Focando as comemorações do Dia Internacional da Mulher no digital e, elegendo o tema DigitALL: Inovação e tecnologia para a igualdade de género, as Nações Unidas propõe-se adotar, com sentido de urgência, uma abordagem holística das tecnologias digitais e da inovação que ajude a acelerar a realização da Agenda 2030. Esta deve incentivar a participação das raparigas e mulheres na cocriação de soluções digitais para os problemas que as afetam e, em geral, incentivar a aplicação dos direitos humanos - e das mulheres - na internet, através da regulação e responsabilização pelas suas violações, como o bullying ou violência de género nas redes sociais. Segundo as Nações Unidas, é preciso criar um “futuro digital feminista” e este movimento exige, por um lado, o envolvimento de todos os setores de governação, das empresas, da sociedade civil e dos jovens e, por outro lado, que as mulheres assumam cargos de liderança na internet.

 

Vídeo 4

_05.png“Think Feminist” Inspiring Women innovations (vídeo) - Fonte de imagem [7]

 

Discussão

1. O que significa “pensar feminista”?

2. Quem é Simone de Beauvoir, Emmeline Pankhurst, Rosa Parks, Frida Kahlo, Jane Goodall …? Como contribuíram para abrir oportunidades e quebrar barreiras para a realização dos direitos de todas as mulheres?

3. Como é que a ação destas mulheres foi encarada no seu tempo? E hoje?

4. Há outras heroínas da igualdade de género - por exemplo na comunidade local, no desporto, na música - que o inspiram?

5. Pensar e ser feminista beneficia apenas as raparigas e mulheres, ou todas as pessoas?

6. Na família, na escola, na comunidade, qual é o seu compromisso para esta luta?

Vídeo 5

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Vídeo - “Atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher”: Porque atrás? Porque não “Atrás de uma grande mulher…”? - Fonte da imagem [8]

 

Discussão

1. Porque é que aquilo que as mulheres fazem é invisível?

2. Cuidar da família… é um dever das mulheres?

3. O que significa a expressão popular, “As mulheres sabem cuidar da família melhor do que os homens”?

4. Quantas “génias” o mundo não conheceu porque estavam ocupadas a dar amor/ cuidar, a cumprir o papel “para o qual têm mais jeito”?

5. O que significa o ditado popular, “Atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher”?

6. À luz dos valores atuais, é importante criticar – e reescrever - este e outros ditados e expressões populares?

 

Pode gostar de saber

Girl Effect é uma ONG lançada, em 2015, pela Nike Foundation e que conta com o apoio das Nações Unidas e da Unicef. A marca de desporto Nike é responsável pela criação de vídeos e outros recursos que ajudam a tomar consciência e a questionar as desigualdades de género e a empoderar meninas de todo o mundo. Exemplos de vídeos da marca:

Nike Foundation. (2011, 14 Mar.). The Girl Effect. USA: NF. https://www.youtube.com/watch?v=zxV_o65nZYA

Nike Women. (2017, 6 Mar.). What are girls made of? USA: NW. https://www.youtube.com/watch?v=Y_iCIISngdI

Nike. (2020, 11 Jan.). Dream Crazier. USA: Nike. https://www.youtube.com/watch?v=zWfX5jeF6k4

Nike. (2020, 8 Mar.). One Day We Won’t Need This Day. USA: Nike. https://www.youtube.com/watch?v=MzYYUGnmqLA

Nike. (2020, 7Mar.). Girls Who Move Move the World. USA: Nike. https://www.facebook.com/getgirlsinthegame/videos/nike-girls-who-move-move-the-world/507524700202975/

 

Há outro vídeo que é um clássico sobre Igualdade de Género:

Adichie, Chimamanda. (2013). We should all be feminists. Global: TEDx. https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_we_should_all_be_feminists

Este vídeo foi publicado em livro, em Portugal, pela editora Dom Quixote.

Beyoncé criou, a partir dele uma música:

Beyoncé. (2014, 24 Nov.). “Flawless”, in: Beyoncé: Platinum Edition. Global: Parkwood, Sony, Columbia https://www.youtube.com/watch?v=BrGFYHcOPjc

 

Referências

1. United Nations Women. (2022). Progress on the Sustainable Development Goals: the Gender Snapshot 2022. USA: UN Women. https://www.unwomen.org/sites/default/files/2022-09/Progress-on-the-sustainable-development-goals-the-gender-snapshot-2022-en_0.pdf

2. World Economic Forum. (2022, 13 Jul.). Global Gender Gap Report 2022. Switzerland: WEF. https://www.weforum.org/reports/global-gender-gap-report-2022/

3. Kofoed, Jonny. (2023, Mar.). Equality: Our Final Frontier [vídeo]. Australia: UN Australia. https://unwomen.org.au/get-involved/campaigns/equalityourfinalfrontier/

4. Fonte da imagem: Sommers, Cristina. (2017, 6 mar.). Não Existe Diferença Salarial entre Gêneros. USA: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=QcDrE5YvqTs

5. GirlEfect (2023). Imagine a world where women and girls have equal opportunities to access, use and design technology and innovation… USA: MalalaFund, UNICEF & Vodafone Americas Foundation Generation Equality. https://twitter.com/HeleneMolinier

6. United Nations Women. (2023, 9 Mar.). Open, Safe and Equal – Shaping a Feminist Digital Future. USA: UN Women. https://www.unwomen.org/en/news-stories/news/2023/03/open-safe-and-equal-shaping-a-feminist-digital-future

7. Action Coalition on Technology and Innovation for Gender Equality. (2023). “Think Feminist” Inspiring Women innovations. USA: Generation Equality. https://techforgenerationequality.org/

8. Graça, Tânia. (2023, mar.). Voz de cana. Lisboa: Antena 3. https://www.instagram.com/reel/Cpk-wAVAN9a/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D

9. Fonte da imagem de capa: [6]

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0