E para os bebés?
Nem sempre pensamos nos bebés como utilizadores de bibliotecas, mas felizmente já são muitas as bibliotecas que disponibilizam espaços dedicados a bebés, usualmente designadas por Bebetecas. São espaços atraentes, agradáveis, envolventes e lúdicos, dedicados aos bebés e aos seus familiares, que pretendem despertar o gosto pelo livro e pelas narrativas.
A utilização destes espaços é o testemunho de que o livro deverá estar presente na vida de uma criança desde tenra idade e que a mediação de leitura, promovida pelas bibliotecas, deve, desde cedo, ser uma constante contribuição para a valorização do livro e da leitura.
É reconhecida a vantagem de os bebés manipularem livros e de os adultos lerem, em voz alta, para os mais pequenos como forma de fortalecer vínculos afetivos e, em conjunto, descobrirem um mundo que nos rodeia. Os livros ajudam a desenvolver e melhorar a linguagem, explorar um mundo infindável de experiências sensoriais e promovem a autonomia para a execução de diferentes rotinas diárias: comer, dormir, vestir, despir, arrumar e desarrumar, descobrir objetos, formas de fazer e refazer ou simplesmente construir e agir num mundo fantasioso.
"Um bebé a quem não contamos histórias terá dificuldades em construir a sua própria voz." [1]
Evelio Cabrejo-Parra, psicolínguista
Frequentemente os pais e educadores questionam-se sobre os critérios de qualidade na escolha de um livro para bebés. Felizmente, já são várias as editoras portuguesas que se dedicam à publicação e divulgação deste tipo de livros e que nos apresentam livros de grande qualidade. Recentemente, surgiu no mercado editorial uma jovem editora independente dedicada a livros ilustrados, com ênfase na literatura para bebés - UPA editora
Esta jovem editora apresenta um catálogo diversificado, onde encontramos livros cartonados, de pontas arredondas, tamanho adequado e resistentes à mão de pequenos leitores, curiosos e exploradores. A leitura, muitas vezes, é aguçada com belíssimas ilustrações.
Deste catálogo, selecionámos o Livro do Outono
O ping ping caí lá fora. Será chuva? Será vento? Os primeiros pingos de outono são visíveis pela janela enquanto o sopro do vento oferece-nos folhas dançarinas de diferentes cores e formas, dificulta-nos o passeio à chuva enquanto o chapéu rodopia, rodopia. Calça as tuas botas e vem dançar em todas as poças de água que encontrares!
A memória dos dias de outono, presentes no poema da Isabel Peixeiro, traz-nos o som da alegria de ser criança, sentir o frio no rosto, de sonhar em ser pássaro e descobrir segredos e encantos em cada folha esvoaçante.
O lúdico habita entre páginas, ilustradas por Vitor Hugo Matos, onde há detalhes para explorar e sons para replicar.
Este livro pertence à Coleção Conta outra Vez, onde os adultos, cúmplices no gosto de leitura, dão enfase ao ritmo, à entoação, sonoridades, pausas, suspense, gargalhadas ou não, irão (re)ler e (re)folhear cada página, e no fim ouvir: "mais uma vez" e, quiçá, mais uma outra vez.
Nota:
[1] Citação retirada do sítio da Upa editora