Dia Internacional do Livro Infantil
Com o objetivo de incentivar a leitura dos mais novos e salientar a importância dos livros infantis no processo de educação, celebra-se, anualmente, a 2 de abril, o Dia Internacional do Livro Infantil. Esta data foi selecionada em virtude de se assinalar o aniversário de Hans Christian Andersen, escritor infantil de grande relevo. O Dia Internacional do Livro Infantil é comemorado desde 1967.
Em Portugal, como habitualmente, a Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas disponibiliza um cartaz digital, desta vez da autoria da ilustradora Ana Ventura, vencedora do Prémio Nacional de Ilustração em 2022.
Segundo a DGLAB, o cartaz de Ana Ventura transmite a ideia que tem sido subjacente a este dia ao longo dos anos: um livro como raiz para a vida, que a alimenta e lhe dá os nutrientes para a diversidade, tal como as palavras dão vida aos sonhos de cada um.
Ana Ventura nasceu em Lisboa em 1972.
É ilustradora e artista plástica. Em 2000 licenciou-se em Pintura pela FBAUL, com especialização na tecnologia de Gravura. Em 1999 fez um Estágio de Gravura, Ilustração e Pintura, na École Supérieure d'Art Visuel La Cambre, Bruxelas.
Vive e trabalha entre Antuérpia e Lisboa. Desenvolve o seu trabalho em diversos suportes, desde livros a serigrafias, postais, roupa e acessórios.
Tem ilustrações em livros de autores portugueses e estrangeiros publicados na Alemanha, Itália, Noruega e Portugal.
Em 2017, na Sérvia, recebeu o Special Award – The 6th Book Illustration Festival “BookILL Fest” e em 2022, nos EUA, recebeu o Distinguished Merit 3×3 International Illustration Annual No.19.
Também em 2022 foi vencedora do Prémio Nacional de Ilustração com o livro Mudar, publicado pela Pato Lógico.
Internacionalmente a IBBY (International Board on Books for Young People) envolve-se de forma muito relevante com a celebração e convida anualmente um país a dar o mote e a escrever um texto alusivo à literatura para a infância. Este ano a responsabilidade é da Grécia, o texto é da autoria de Vagelis Iliopoulus e o cartaz de Photini Stephanidi.
Eu sou um livro, lê-me
Eu sou um livro.
Tu és um livro.
Todos somos livros.
A minha alma é a história que conto.
Todos os livros contam a sua história.
Podemos parecer muito diferentes -
uns grandes, uns pequenos,
uns coloridos, uns a preto e branco,
uns com poucas páginas, outros com muitas.
Podemos dizer coisas parecidas ou completamente diferentes,
é essa a nossa beleza.
Seria aborrecido sermos todos iguais.
Cada um de nós é único.
E cada um tem direito a ser respeitado,
a ser lido sem preconceito,
a ter espaço na tua biblioteca.
Podes ter uma opinião sobre mim.
Podes querer questionar ou comentar o que lês.
Podes voltar a arrumar-me na prateleira
ou ficar comigo perto, a viajar durante muito tempo.
Mas nunca deixes que ninguém se livre de mim
ou me mande para outra estante.
Nunca peças que me destruam, nem permitas que o façam.
E se outro livro chegar vindo de outra estante,
porque algo ou alguém o afastou,
abre espaço.
Ele cabe junto a ti.
Tenta sentir o que ele sente.
Compreendê-lo. Protegê-lo.
Podes um dia estar no seu lugar.
Porque também tu és um livro.
Somos todos livros.
Vá, di-lo bem alto para que todos te ouçam.
«Eu sou um livro, lê-me.»
Vagelis Iliopoulus
Tradução de Ana Castro a partir do inglês