Con.Raízes 2024 - Sentir Abril
Con.Raízes é um projeto dos professores bibliotecários da Rede Interconcelhia de Alter do Chão, Castelo de Vide, Crato, Gavião, Marvão, Nisa, e Ponte de Sor que visa promover o conhecimento, a partilha e a divulgação das diferentes manifestações culturais dos seus concelhos.
Em 2023| 2024, o concelho responsável pela sua organização é Ponte Sor. Além dos concelhos mencionados anteriormente, este ano há mais três convidados: Avis, Mora e Fundão. Quanto ao tema, este ano é dedicado aos 50 anos do 25 de abril, Sentir Abril.
Recordamos que este projeto foi reconhecido em 2024, pela RBE, no âmbito da candidatura Ideias com Mérito.
O programa está dividido em dois dias. Assim, o primeiro momento aconteceu no dia 20 de março, no cine teatro de Ponte Sor. No passado dia 18 de abril, foram apresentados os trabalhos desenvolvidos nas escolas, ao longo do ano.
AE Alter do Chão
A Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Alter do Chão preparou, ao longo do presente ano letivo, uma apresentação dedicada à forma como a vila de Alter do Chão vivia o seu quotidiano, por alturas do 25 de Abril de 1974. O objetivo foi aproveitar a oportunidade da celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos e relembrar as gentes de Alter desse período, partindo de notícias dessa época, publicadas no jornal local – “O Mensageiro de Alter” –, notícias essas que apontavam para o início do exercício do direito democrático, por parte da comunidade. Um grupo de sete alunos encarnava sete personagens do povo, numa curta dramatização que foi detalhadamente preparada.
Não foi possível, contudo, e por motivos alheios à biblioteca escolar, estar presente com os alunos escolhidos, no dia da realização da apresentação ao público, no encontro “Con.Raízes”, em Ponte de Sor.
Gilberto Rocha, professor bibliotecário
AE Avis
O trabalho final resultou num vídeo com a recriação de uma aula de ginástica (feminina e masculina) do Estado Novo:
Antes do 25 de abril, não havia escolas/ aulas mistas; no início das aulas, cantava-se de pé o Hino Nacional; nas aulas de Educação Física, praticava-se apenas a modalidade de ginástica, inspirada no modelo “Ginástica Sueca” ou “Respiratória”. Os exercícios mostravam que na época prevalecia o rigor, a ordem e a disciplina.
No projeto, estiveram envolvidos, além da Professora Bibliotecária, os professores de Português e de Educação Física do 8.º e 9.º ano.
Como atualmente a nossa escola está a funcionar na Antiga Escola Rural da Fundação Abreu Callado, achámos que o local era perfeito para esta recriação histórica.
Recriação de uma aula de ginástica do Estado Novo (masculina e feminina)
Sandra Serrão, professora bibliotecária
EPDRAC - EPDR Alter do Chão
O nosso projeto, intitulado SENTIR A LIBERDADE, resultou de um trabalho realizado com os alunos das turmas de 11º ano. Atendendo às comemorações dos 50 anos do 25 de abril, solicitámos aos alunos que fizessem uma pesquisa sobre o assunto, até para se contextualizarem, para se começar a definir em que moldes seria feito o trabalho. Dada a localização geográfica da escola e da maestria de alguns alunos para o cante alentejano, rapidamente se definiu que a nossa participação seria baseada numa pequena representação intercalada com momentos musicais. Assim, com as ideias que iam surgindo, o texto foi tomando corpo com o grande contributo da docente de Inglês, Olena Afonso, que colaborou de perto com o professor bibliotecário.
A representação retrata uma cena num monte, onde duas personagens, um avô e o seu neto, dialogam sobre a Liberdade ou a falta dela antes e depois do 25 de abril, abordando assuntos como a dureza do trabalho com salários baixos, a falta de cuidados médicos ou mesmo o pensamento crítico que era castigado com a prisão.
Se nas tragédias gregas, por vezes o coro representava uma voz coletiva que expressava os sentimentos e as preocupações do público em relação às personagens, aqui os momentos musicais funcionam também como manifestações de um coletivo perante as dificuldades enfrentadas no dia a dia. No final, o neto pôde assim dar por terminada a sua composição para a escola.
Ver o esforço e dedicação destes nossos alunos pela atuação e pelo comprometimento em representar a escola de forma digna, apesar de todas as dificuldades inerentes a uma escola profissional, deixou-nos sensibilizados e ainda mais motivados a apoiá-los no seu crescimento e desenvolvimento como cidadãos responsáveis.
Alexandre Gonçalves (PN) e Olena Afonso (Inglês), professores
AE Crato
Este projeto, Liberdade 50, procurou dar resposta às dúvidas dos alunos sobre o antes e o depois do 25 de abril.
No ano em que comemoramos os 50 anos da Revolução dos Cravos, nunca é demais conhecer as suas conquistas, Liberdade, Paz, Democracia e assumirmos o nosso papel de cidadãos defensores dos seus valores.
Agradecemos às turmas do 9º A e B que estiveram envolvidos neste trabalho decorrente do Projet@rte, sob a orientação da professora Susana Teixeira, técnica do PDPSC, com o apoio da Biblioteca Escolar.
Maria João Biscaia e Clotilde Soares, professoras bibliotecárias
AE Gavião
Iniciámos este projeto a 26 de abril de 2023, sob o hashtag #rbe50anos25abril, da RBE, com uma apresentação pelos alunos de 8º ano do Curso Básico de Música. “Este é o primeiro dia do resto da tua vida”. Foi o mote para um conjunto de propostas de trabalho da biblioteca escolar, que culminaram na apresentação em Ponte de Sor no passado dia 18 de abril.
Ao longo do ano, em estreita cooperação com a disciplina de História, concentramos o nosso clube de leitura e as propostas de escrita na temática da Liberdade, dos Direitos Humanos, debatendo ideias, reconhecendo todo o processo de democracia que Abril nos trouxe e tudo aquilo que os jovens ainda precisam conquistar e construir.
Recolhemos memórias junto das famílias e da comunidade local, comparámos vivências passadas e presentes e fomos construindo a nossa visão de ditadura e democracia, tendo como resultado final o texto colaborativo que integrou o livro “Sentir Abril”, um dos produtos finais do projeto Con.Raízes.
Sendo um agrupamento com Ensino Básico de Música e tendo os alunos identificado a arte e, em particular, a música como uma forma de resistência e contestação do regime fascista, foi trabalhada esta área com os docentes do conservatório, resultando daí um momento preparado para a apresentação final.
Saímos todos mais ricos desta experiência. Aprendemos conjuntamente. Construímos saberes curriculares mas, sobretudo, partilhamos ideias, experiências, sentires. Construímos em comum mais CIDADANIA.
Fomos juntos ao encontro da nossa história recente e percebemos que Abril, se constrói Con.Raízes.
Paula Pio, professora bibliotecária
AE Nisa
O AE de Nisa apresentou o projeto desenvolvido no âmbito de um DAC que teve início na disciplina de HGP, com a biblioteca escolar. Contou com o contributo das disciplinas de Português, EM, CD, TIC, Educação Visual e com o Plano Nacional das Artes.
1.O projeto iniciou-se ainda no 1º período com o desafio da participação no Con.Raízes, procurando responder às perguntas: “O que já sabemos? O que precisamos de saber mais sobre o 25 de abril de 1974?” Na disciplina de HGP, os alunos partiram para a pesquisa e recolha de informação com a biblioteca escolar e começaram A SENTIR ABRIL!
2.Escreveram textos, individualmente, para posterior seleção do que seria enviado para o Con.Raízes, tendo em vista a publicação conjunta. Mas todos os textos produzidos foram muito importantes! No 2º período, foram melhorados e, em TIC, reescritos em processamento de texto. Utilizando a ferramenta Canva geraram os códigos QR. Em EV, os textos foram trocados entre todos e ilustrados, dando origem a uma exposição final de ilustrações com os respetivos textos que podem ser lidos através do código QR.
3. Era importante ouvir histórias na primeira pessoa sobre “Sentir Abril em 1974” e por isso foram convidados o escritor João Pedro Mésseder, que apresentou o Romance do 25 de abril e falou sobre a sua experiência, ainda muito jovem e José Caldeira Martins que disse, com emoção, como foi viver antes e depois da Revolução. Com a disciplina de Educação Musical e o Plano Nacional das Artes os alunos prepararam o tema de Zeca Afonso “Venham mais Cinco” que cantaram para o escritor João Pedro Mésseder e apresentaram, na escola, durante a Semana da Leitura, explicando a sua história.
4. Porque queriam perceber o que é que os colegas da escola, os familiares e amigos sabiam sobre o 25 de Abril, elaboraram um formulário (googleforms) e pediram que respondessem a cinco perguntas muito simples, tendo obtido 217 respostas, analisando os resultados!
5. Mas o trabalho ainda não estava terminado! Sentimos que era necessário dar a conhecer os meios usados para passar a mensagem da Liberdade que o 25 de Abril trouxe! Junto de professores, amigos e familiares foi possível juntar 50 objetos… 50 memórias: rádios, telefone, máquina de escrever, leitor de cassetes, cassetes, gira-discos, discos, máquina fotográfica, fotografias, jornais do dia 25 de Abril de 1974 e seguintes…
Depois de produzido o vídeo final, a ser apresentado no Encontro final, e do fantástico dia passado, com todas as escolas participantes nesta VII edição do Con.Raízes, faltava ainda a avaliação de todo o trabalho desenvolvido. Não poderia ser mais positiva! Aprendizagem, partilha, alegria… em Liberdade, a Sentir Abril!
Fátima Dias, professora bibliotecária
AE Castelo de Vide
O AE de Castelo de Vide envolveu-se no projeto con.Raízes, com três grupos distintos, sob a coordenação da biblioteca escolar:
8º ano - “Vozes de ontem, palavras de agora”
Numa primeira fase, os trabalhos foram realizados com turmas dos Agrupamentos de Castelo de Vide e de Marvão, durante as aulas de Português. Partindo da leitura do poema “Tejo que levas as águas”, de Manuel da Fonseca (e audição do poema musicado por Adriano Correia de Oliveira), os alunos identificaram as palavras-chave, interpretaram o texto; fizeram desenhos sobre a mensagem que cada par de estrofes transmitia e, finalmente, escreveram os seus próprios poemas.
Posteriormente, em articulação com o docente de Música, os alunos de Castelo de Vide criaram um ritmo para as suas palavras e fizeram um Coro Falado que apresentaram no 7º Encontro com.Raízes.
Sentir Abril - con.Raizes 2024
Regina Leitão e António Eustáquio, docentes
4º ano
Os alunos do 4ºA também quiseram “Sentir ABRIL”, numa articulação entre Português (Educação Literária), Matemática (Áreas e simetrias) e Educação Artística. Após a leitura e exploração de O Tesouro, de Manuel António Pina, os alunos aprenderam áreas e simetrias, que aplicaram num lindo painel com cravos vermelhos!
Paula Graça, docente
Alunos de Educação Especial
A Professora Bibliotecária e a docente de EE criaram uma proposta de trabalho para estes alunos que incluiu: visita à Casa da Cidadania Salgueiro Maia (o Capitão de ABRIL era natural de Castelo de Vide); exploração da obra Salgueiro Maia, o Rosto da Liberdade, de António Martins e pesquisas sobre este acontecimento tão importante da história contemporânea de Portugal.
Fátima Amaro e Fernanda Cunha, docentes
Fernanda Cunha, professora bibliotecária
Amanhã, daremos continuidade à divulgação dos trabalhos apresentados no dia 18 de abril, no Encontro Con.Raízes.