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Blogue RBE

Qui | 09.02.23

Comunidade de práticas no Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria, Cantanhede

O papel da Biblioteca Escolar no Plano de Ação de Desenvolvimento Digital da Escola

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Articulado com o Projeto Educativo, o Plano de Ação de Desenvolvimento Digital da Escola (PADDE) do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria (AELdF), Cantanhede, tem doze ações de natureza pedagógica, estruturadas em torno de @5C - Capacitar, Colaborar, Criar, Comunicar e Contaminar. Os Serviços de Biblioteca Escolar estão envolvidos como dinamizadores ou parceiros em sete destas ações.

O crescimento profissional dos docentes passa pelas redes de colaboração, pela partilha contaminante a partir da observação e da análise reflexiva de exemplos bem-sucedidos. Planificar, implementar, refletir e partilhar é, assim, essencial para a constituição de comunidades de práticas, as quais podem ser amplificadas pelas potencialidades das tecnologias digitais enquanto meios de comunicação.

Neste contexto, na ação Contaminar, surge a Comunidade de Práticas do Agrupamento.

O que pensámos fazer?

Para se ir alcançando essa comunidade de práticas, foi proposta uma sessão de partilhas por mês, com a duração de duas horas, em regime não presencial.

As sessões foram organizadas em dois grupos, a saber um grupo de docentes do 1.º e 2.º ciclos e outro grupo de docentes do 3.º ciclo e do ensino secundário.

Em cada sessão, pretendia-se que fossem apresentados planos de sequências de aulas, com ou sem integração curricular, e nos quais fosse possível observar o recurso a tecnologias digitais e promoção explícita de competências em literacia da informação e literacia digital.

Inicialmente, pretendia-se que os professores convidados a partilhar fossem os que na aplicação do Check In foram identificados como líderes e especialistas.

Posteriormente, a partir de janeiro de 2022, pretendia-se que qualquer professor do Agrupamento se disponibilizasse a realizar uma partilha.

Estabeleceu-se como meta para os dois anos de implementação do PADDE, doze partilhas para o primeiro grupo e dezoito partilhas para o segundo grupo.

O que já fizemos?

Na primeira sessão, em outubro de 2021, duas colegas da Escola Secundária de S. Pedro de Vila Real apresentaram os fundamentos e a sua experiência, de longos anos, de constituição de uma comunidade de práticas.

Posteriormente, decorreram, até ao final do ano letivo, mais sete sessões, com um total de vinte e dois planos de sequências de aulas apresentados, alguns dos quais decorrentes das dinâmicas de formação da Capacitação Digital de Docentes e outros da dinâmica do próprio PADDE, cuja Ação 1 previa a formação na modalidade de estágio em inquiry, problem, challenge e phenomen learning.

Em cada partilha, os professores começaram por apresentar os fundamentos pedagógicos do trabalho desenvolvido e o respetivo enquadramento curricular. Em seguida, efetuaram uma descrição do processo, com destaque para os instrumentos de orientação dos alunos, as atividades e produtos por estes realizados, os recursos digitais usados e as razões para a sua utilização, os mecanismos de trabalho colaborativo e de feedback. Por fim, apresentaram um balanço sobre os resultados alcançados, necessidades de desenvolvimento profissional como docentes e reflexão sobre os meios físicos e digitais e a sua implicação na organização colaborativa da aprendizagem.

Neste processo, a Biblioteca Escolar foi sobretudo um parceiro da Direção na organização do processo.

O que (ainda) não conseguimos fazer?

Apesar da relevância das práticas partilhadas e do espaço de debate gerado, uma comunidade de práticas exige continuidade.

Porém, no presente ano letivo apenas se conseguiu calendarizar duas tardes de partilha. Uma em janeiro e outra em maio. As restantes tardes, com tempos comuns a todos os professores, estão ocupadas com outras solicitações, nomeadamente formação para a implementação de uma conceção pedagógica de avaliação. Projetos, formações e reuniões sobrepõem-se e competem entre si, não permitindo uma consolidação de processos.

A realidade muda, e verificamos que muitos professores do AELD estão a usar tecnologias digitais, num sentido amplo do termo, e a desenvolver com os alunos competências em literacia da informação e da comunicação. Porém, há necessidade de uma atuação sistémica, que está longe de ser alcançada.

Esperamos que a implementação de uma outra ação do PADDE, a criação de um espaço institucional e colaborativo, para professores, na Classroom, seja mais um passo em direção a uma comunidade de práticas.

Isabel Bernardo, professora bibliotecária
(AE Lima de Faria, Cantanhede)

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0