Bibliotecas híbridas: respostas eficazes em tempos incertos
Fonte: Photo by Greg Rakozy on Unsplash
Os tempos conturbados que vivemos não nos permitem criar respostas universais, mas, sim, prever cenários de atuação, que têm de ser adequados a cada contexto e a cada tempo. A pandemia mostrou-nos essa mutabilidade do mundo e ensinou-nos que a gestão da mudança implica o trabalho colaborativo, a partilha de recursos e a definição de planos de ação constantemente monitorizados.
Atualmente, as escolas vivem momentos de incerteza, sobretudo na gestão dos alunos, que podem estar a aprender presencialmente ou a distância. Esta hibridez de situações exige respostas rápidas e eficazes, para assegurar aprendizagens efetivas e de qualidade.
As bibliotecas escolares, cada vez mais híbridas, são centros de saber da escola que podem contribuir para a definição de estratégias e a criação de respostas nas diferentes modalidades - presencial, mista e não presencial-, disponibilizando, em articulação com as diferentes estruturas de gestão e coordenação, propostas de apoio ao currículo e serviços que favorecem o sucesso escolar e o aprofundamento da cultura literária, científica, tecnológica e artística.
Os professores bibliotecários têm vindo a especializar-se em três áreas consideradas fundamentais:
- Gestão de conteúdos e de recursos digitais;
- Apoio ao currículo e às diferentes literacias;
- Tecnologia e media.
Nesse sentido, e tirando partido da experiência do final do ano letivo passado, importa rentabilizar esta expertise e os recursos e serviços que a biblioteca escolar já presta na sua comunidade, envolvendo-a na resposta a:
- Planos de promoção do sucesso escolar;
- Planos de recuperação e consolidação das aprendizagens;
- Planos de ação para a capacitação digital dos docentes;
- Planos de ação das Comunidades Intermunicipais que integram.
Tal como realça Jordi Adell, Director do Centro de Educação e Novas Tecnologias da Universidade Jaume I de Castelló, é fundamental alterar a forma de ensinar, apostando num modelo híbrido, presencial e em linha, em que a maior parte dos conteúdos devem ser estudados em casa. Este especialista reforça, ainda, a centralidade da competência digital, quer para os alunos, quer para os professores.
No imediato, para fazer face a cada decisão que é necessário tomar, perante a necessidade de confinar alunos, turmas ou professores, é fundamental que se planifique, atempadamente, as estratégias a usar, por exemplo:
- Como organizar a plataforma de LMS da escola?
- Como fomentar modalidades mistas de utilização da plataforma de LMS, para utilização em ensino presencial, para potenciar a sua utilização a distância?
- Como formar docentes e alunos para a utilização plena destas plataformas?
A biblioteca contribui para esta missão da escola - a de promover o sucesso escolar dos alunos, disponibilizando recursos e serviços adequados a novos tempos e a novas exigências.
Por essa razão, em julho de 2020, a RBE chamou a atenção para a necessidade de encarar diferentes cenários e de acautelar a flexibilização na transição entre trabalho presencial, misto e não presencial, devendo as bibliotecas adaptar as suas práticas a esses diferentes cenários e tipos de trabalho. Para isso, têm sido divulgadas orientações e recursos de apoio de diferentes tipos: https://www.rbe.mec.pt/np4/2590.html.
Fonte:
Corrall, S. (2008). The emergence of hybrid professionals: new skills, roles and career options for the information professional, Online Information 2008 Conference Proceedings, December 2-4, Olympia, London, pp. 67-76. http://d-scholarship.pitt.edu/25215/