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Blogue RBE

Sex | 28.07.23

Bibliotecas escolares: papel central nos hábitos de leitura e na literacia digital

Por Maomede Cabrá, Diretor do AE Figueira Norte, Figueira da Foz

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Entendo ser fundamental o papel central das Bibliotecas Escolares (o Agrupamento de Escolas Figueira Norte tem duas, uma na Escola EB 2/3 Pintor Mário Augusto, Alhadas, e outra na Escola Secundária com 3.º CEB de Cristina Torres, Figueira da Foz) no desenvolvimento dos hábitos de leitura e da literacia digital de docentes e discentes. Esta função das Bibliotecas tem sido mais evidente na Escola Cristina Torres do que na Escola Pintor Mário Augusto, situação que pretendemos alterar. Verifica-se a necessidade de ambas as Bibliotecas estarem aferidas em relação ao trabalho a desenvolver. A renovação da Equipa de professoras bibliotecárias com a chegada de um novo elemento, em 2017, foi um ponto de viragem na forma como se passou a entender e a ver as bibliotecas escolares na Comunidade Educativa. Perdemos o sentido tradicional da biblioteca como um repositório do saber, a que alunos e professores acediam para se cultivarem e melhorarem o seu nível de conhecimento.

De repente, turmas inteiras e respetivos professores passaram a ter “aulas” na Biblioteca, aprendendo a aceder a conteúdos digitais, a transformar informação em conhecimento, a desenvolver o espírito crítico, a aprender a citar as suas fontes nos trabalhos a apresentar, a perceber que citações eram admissíveis e como as fazer. A cultura digital passou a complementar os livros.

As nossas bibliotecas são também importantes na divulgação da leitura nas escolas do primeiro ciclo (8) e nos jardins-de-infância (8), continuando a promover a partilha e troca de livros entre as diversas escolas e jardins de infância e a incentivar a leitura, com o trabalho das professoras bibliotecárias nas nossas “escolinhas”.

Temos apostado na modernização das condições físicas e informáticas das bibliotecas e dos seus fundos documentais. Na escola sede do Agrupamento, literalmente, partimos as paredes de duas salas de aula e um anexo para concretizar um sonho antigo. Aproveitámos a oportunidade de obras de fundo realizadas na escola para finalmente podermos dizer que temos uma biblioteca. Grande, espaçosa, com “tudo a que temos direito”: 192 metros quadrados, tetos falsos, iluminação LED embutida, chão de madeira de pinho sueco envernizado, janelas amplas de caixilharia com vidros duplos, portas de vidro, aquecimento central e um fundo documental em franco crescimento, a juntar-se a equipamentos informáticos modernos para utilização dos alunos e professores.

Fidelizar leitores, fomentar o desenvolvimento de competências literárias e consolidar competências e aprendizagens na era digital, indispensáveis ao exercício de uma cidadania plena são alguns dos objetivos previstos, assim como a manutenção do Clube de Leitura. Apoiamos e desenvolvemos os “10 minutos a ler” e concorremos ao projeto “Ideias com Mérito” com o tema “Da informação ao conhecimento: aprender na era digital”, que mereceu o apoio da RBE.

Iremos desenvolver um projeto de interação com os clubes de leitura das bibliotecas da cidade de Quelimane, no norte de Moçambique, por via digital e a disponibilização e envio de livros.

Muito mais poderia dizer sobre as bibliotecas do Agrupamento. Visitem-nos em https://www.aefigueiranorte.pt. Será um prazer receber-vos!

Concluo com um desafio para a Rede de Bibliotecas Escolares. Entendo que não deveria ser necessário contabilizar o número de alunos de um agrupamento para se determinar o número de professores bibliotecários. O simples facto de existir uma escola EB 2/3 e uma escola secundária, deveria possibilitar a colocação de dois professores bibliotecários.

Maomede Cabrá
Diretor do AE Figueira Norte, Figueira da Foz

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0