Bibliotecas escolares – espaços em transformação
Mais do que as mudanças que se têm operado na escola, mudou o modo como os alunos aprendem e é fundamental que as bibliotecas escolares acompanhem esta transformação. Há que repensar, por isso, o espaço da biblioteca, adaptando-a às novas formas de aprender e de estar na escola.
Desde 2022-2023, a Rede de Bibliotecas Escolares definiu como uma das prioridades para as bibliotecas (de acordo com o Quadro Estratégico da Rede de Bibliotecas Escolares para 2021-2027) a necessidade de reequacionar o espaço físico, garantindo a inclusão, a segurança, o acolhimento, a multifuncionalidade e a flexibilidade e viabilizando as múltiplas vertentes da ação da biblioteca. Esta necessidade de reconfigurar o espaço da biblioteca não obriga, necessariamente, a uma mudança radical de paradigma ou conceção de biblioteca, mas deve permitir conciliar novas práticas com um uso mais convencional do espaço, correspondendo, sempre, às necessidades e expetativas dos seus utilizadores.
É expectável que as nossas bibliotecas sejam espaços atrativos, confortáveis, flexíveis, multifuncionais, fluidos, seguros, acessíveis e inclusivos, mas estas mudanças nem sempre são fáceis.
Há que repensar o espaço físico e o modo como está organizado e equipado. O mobiliário deverá ser o mais flexível e versátil possível, evitando barreiras visuais e permitindo múltiplas formas de utilização.
Por onde começar, então?
1 – Repense, criticamente, o espaço: dê um passo atrás e observe com atenção. Veja a biblioteca como um todo. O que é que funciona e o que é que precisa de ser melhorado?
2 – Planifique as mudanças a fazer, tendo em mente palavras-chave importantes: amplitude, bem-estar, conforto, flexibilidade, fluidez, inclusão, inovação, mobilidade, multifuncionalidade, renovação, utilidade.
3 – Ouça os outros. É fundamental ouvir as opiniões dos utilizadores da biblioteca: os alunos, os professores, os assistentes operacionais, a direção... Que alterações fariam? Como é que melhorariam o espaço?
4 – Estabeleça parcerias (internas e externas): procure patrocínios, investidores ou mecenas disponíveis para contribuir com recursos que ajudem a otimizar o espaço.
5 – Reduza! Por vezes, menos é mais: não tenha medo de libertar as estantes e os armários. A biblioteca não pode ser um depósito de livros. (Aconselha-se a leitura atenta do documento Política de gestão da coleção: linhas orientadoras para a política de constituição e desenvolvimento da coleção)
6 – Experimente várias soluções. Nem sempre se acerta à primeira. Por vezes, é preciso errar para chegar à solução.
7 – Divirta-se. Tentar melhorar o espaço da biblioteca não é sempre um processo pacífico, mas pode ser algo divertido, principalmente se não for uma tarefa solitária!