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Blogue RBE

Ter | 07.06.22

As gralhas - Um pequeno jornal feito a muitas vozes

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Leitura: 3 min |

Com o propósito de sensibilizar a comunidade educativa para a importância de capacitar os alunos para serem leitores e agentes críticos de informação e comunicação, a biblioteca da Escola Básica de Odiáxere (AE Gil Eanes, Lagos), em articulação com todos os docentes do 1º ciclo, promove, desde 2015, um jornal digital intitulado “As gralhas”.

Este projeto coletivo destina-se a estimular o gosto pela escrita, a ativar o olhar analítico e o espírito crítico dos alunos mais jovens, a valorizar a sua criatividade e a motivá-los para a expressão dos seus pensamentos e sentimentos.

Virtudes d’ As gralhas

Desde o seu início que o jornal tem vindo a cumprir um papel educativo absolutamente insubstituível na escola. O rol de virtualidades é extenso, já que ele:

- responde ao desejo de empoderar os alunos mais jovens para a ação, incentivando-os a “exprimir livremente a sua opinião” e a relatar o seu dia-a-dia; 

- é aproveitado para melhorar a aprendizagem de determinadas matérias disciplinares e para promover valores como a cooperação ou a solidariedade; 

- incentiva a articulação curricular, entre a BE e todos os docentes;

- fomenta o intercâmbio de informação com pais e com a comunidade envolvente;

- estimula um olhar mais atento e mais crítico dos alunos, colocando à sua reflexão múltiplas questões associadas aos media (que informação vai ser selecionada para incluir no jornal? como é que o autor vai apresentar a informação? como se distingue a boa da má informação? ; etc.)

Um jornal com personalidade

Esta aventura, ao fornecer uma oportunidade de participação a todos os alunos (do 1º ao 4º ano), confere ao jornal uma certa singularidade. O seu formato, o seu estilo, os seus títulos ou as suas fotos e ilustrações: tudo é diferente. Um jornal que não faz malabarismos com fontes (monotonia ou muita diversidade) e não opta por usar o mesmo "tom", o mesmo estilo, na apresentação, no título, no conteúdo. Cada título, cada página tem a sua própria personalidade, unidade de tom e coerência, de acordo com a importância que lhe é atribuída pelo autor. 

Se existir uma letra invertida, uma palavra trocada ou uma ilustração, que, por lapso, ficou assimétrica na página, isso não impede o aluno de “tagarelar” sobre o que lhe interessa, sobre os livros que lê, sobre as coisas que faz no dia-a-dia. É assim que ele ocupa o lugar de produtor de informação na escola, reivindicando o direito de fazer perguntas, de procurar respostas e de divulgar o que realmente pensa sobre o que faz, o que realmente sente sobre o que lhe interessa, o que gosta, desafia ou intriga.

Em síntese, trata-se de um projeto que fomenta a livre aprendizagem e potencia nos alunos competências relacionadas, genericamente, com a cognição, a formação de atitudes, a defesa de valores, a cooperação e a cidadania crítica. 

Desta forma, tem sido possível à biblioteca conciliar o desenvolvimento da escrita, da leitura, da literacia dos media; assim como o respeito pela diferença, pela tolerância; o interesse pelos assuntos da escola e da comunidade; o trabalho em equipa; a responsabilidade, a autonomia e o reforço da autoestima.

É assim, de gralha em gralha, que os alunos vão conhecendo melhor a engrenagem mediática, aprofundando a composição escrita e adquirindo o gosto  por palavras, sinais, imagens e informação.

Veja também

Blogue- https://bibliotecasdogil.wixsite.com/asgralhas

Arquivo: http://www.wikijornal.com/asgralhas/

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Este trabalho está licenciado sob licença: CC BY-NC-SA 4.0