A biblioteca no centro da escola

Na rubrica Vozes que Decidem, a Rede de Bibliotecas Escolares dá espaço à palavra dos diretores, figuras essenciais na construção de uma cultura escolar centrada no conhecimento, na leitura e na cidadania.
Ao longo de 2024 e 2025, vários diretores de agrupamentos de diferentes regiões do país partilharam as suas perspetivas sobre o papel estratégico das bibliotecas escolares. A partir de experiências concretas, evidenciam o seu impacto na formação integral dos alunos, na inovação pedagógica, na promoção das literacias e no fortalecimento de comunidades educativas inclusivas e colaborativas.
Neste dossier, reunimos os textos assinados por Luísa Maria Sousa Dias (AE Gonçalo Sampaio), Pedro Liberto Ferreira (ES José Saramago), Beatriz Castro (AE de Lordelo), Cândida Pinto (AE D. Maria II) e Ricardo Miguel Silva (AE A Lã e a Neve).
As bibliotecas escolares surgem aqui como lugares de liberdade e imaginação, motores de transformação educativa e mundos de oportunidades partilhadas.
As palavras destes diretores, envolvidas, conscientes e afirmativas, são, também, um apelo à responsabilidade coletiva: valorizar as bibliotecas escolares é investir na escola pública, nos alunos e no futuro da democracia.
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«As bibliotecas escolares são espaços mágicos»
Ter | 08.10.24
Luísa Maria Monteiro Rodrigues Sousa Dias, diretora do Agrupamento de Escolas Gonçalo Sampaio (Póvoa de Lanhoso), sublinha a natureza transversal e estruturante da biblioteca escolar no cumprimento dos projetos educativos. Nas suas palavras, a biblioteca é reconhecida como recurso estratégico, parceira ativa e espaço mágico onde se aprende a ser livre — uma escola dentro da escola, onde se sonham as mudanças de que o mundo precisa.
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Bibliotecas escolares: onde nasce a paixão
Ter | 12.11.24
Neste testemunho pessoal, Pedro Liberto Ferreira, diretor da Escola Secundária José Saramago (Mafra), reflete sobre a verdadeira missão das bibliotecas escolares: não é acumular livros, mas formar leitores.
A partir da sua própria experiência de infância — entre estantes cheias, mas silenciosas —, o autor destaca a importância da mediação leitora e do papel transformador dos professores bibliotecários. É no encontro entre o livro e o leitor, mediado por afeto, intencionalidade e pedagogia, que nasce a paixão pela leitura.
Num mundo dominado por ecrãs e distrações digitais, a biblioteca escolar surge como espaço de resgate da imaginação, da empatia e da humanidade — um lugar onde as histórias levantam voo, como a Passarola de Saramago, e nos devolvem a esperança num futuro mais justo, criativo e livre.
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A Biblioteca Escolar: Um espaço multifacetado ao serviço da educação das crianças e dos alunos do AE de Lordelo
Ter | 10.12.24
Neste contributo, Beatriz Castro, diretora do Agrupamento de Escolas de Lordelo (Paredes), apresenta a biblioteca escolar como um espaço multifacetado, essencial ao desenvolvimento das competências inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
Através de uma visão estratégica e sustentada, o texto descreve como as bibliotecas do AE de Lordelo se tornaram centros de literacias, de inovação pedagógica e de articulação curricular, apoiando projetos de leitura, escrita, digitalização, inclusão e cidadania ativa. São espaços vivos, abertos à comunidade, palco de assembleias, clubes, oficinas e projetos interdisciplinares e parceiros ativos no Plano de Desenvolvimento Digital e nos Planos de Recuperação das Aprendizagens. Este testemunho revela uma biblioteca escolar que se afirma como um eixo estruturante de uma escola inclusiva, crítica, criativa e humanista.
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Biblioteca da Escola D. Maria ll, V. N. Famalicão, um acervo de Saber, generosamente, partilhável
Ter | 14.01.25
Com palavras que respiram afeto, memória e compromisso, Cândida Pinto, diretora do Agrupamento de Escolas D. Maria II (Vila Nova de Famalicão), evoca a biblioteca escolar como um acervo vivo de saber e partilha.
Neste texto, a biblioteca surge como um espaço de aprendizagem plural: literacia digital e cultural, ciência e cidadania, inclusão e criatividade convivem num ambiente que acolhe, desafia e inspira. A ação dos professores bibliotecários e assistentes operacionais é reconhecida como essencial na construção diária deste espaço onde a leitura, o conhecimento e a convivência se entrelaçam.
A biblioteca é, aqui, celebrada como coração pulsante da escola, lugar de encontros transformadores, onde o saber se distribui com generosidade e onde cada aluno é convidado a descobrir-se como leitor, como aprendiz e como cidadão.
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Bibliotecas Escolares: Um Mundo de oportunidades
Ter | 11.02.25
Neste testemunho, Ricardo Miguel Silva, diretor do Agrupamento de Escolas A Lã e a Neve (Covilhã), sublinha a centralidade da biblioteca escolar como motor de inovação, inclusão e excelência educativa.
Mais do que espaço físico renovado, a biblioteca escolar é aqui reconhecida como um centro dinâmico de literacias, de ligação entre currículo e comunidade, e de capacitação para os desafios do século XXI. Do pré-escolar ao ensino básico, passando pelos projetos Erasmus+, eTwinning, planos de leitura ou de literacia digital, a biblioteca atua como pilar estratégico de melhoria das aprendizagens, articulando saberes, práticas pedagógicas e valores democráticos. Neste retrato multifacetado, as bibliotecas escolares emergem como mundos de oportunidades, onde cada leitor pode crescer como cidadão, cada educador pode inovar e cada escola pode transformar-se.