Colaboração entre pares no digital
Uma das ações do PADDE da ES Adolfo Portela, em Águeda, com a colaboração da biblioteca
Na Escola Secundária Adolfo Portela, em Águeda, uma das ações previstas no Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital da Escola – Colaboração entre pares no Digital - conta com a colaboração da biblioteca escolar.
Um dos desafios do ensino continua a ser, ontem como hoje, motivar todos os alunos para realizarem as aprendizagens, de forma mais ativa e participada. O Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital da Escola (PADDE) proporcionou às escolas uma reflexão sobre as suas práticas e a delineação de um projeto adequado à escola que temos e a que queremos.
O uso das ferramentas digitais com fins pedagógicos pode ser um caminho eficaz para a criação de ambientes que favoreçam o envolvimento dos alunos em aprendizagens mais significativas e mais inclusivas. Isto é, contribuem para melhor conhecerem, melhor fazerem, melhor colaborarem, ao mesmo tempo que promovem o desenvolvimento de competências digitais e de autonomia na aprendizagem, tornando os alunos mais autónomos, mais críticos e mais criativos, tal como preconiza o Perfil dos Alunos À Saída da Escolaridade Obrigatória.
Agora que grande parte dos alunos já tem consigo o computador, ferramenta de trabalho para ser usada em casa e na aula, que permite o acesso a conteúdos mais interativos, como fazer para os levar a envolverem-se, de modo mais dinâmico, com estes recursos e entre si?
Depois da pandemia, não podíamos voltar a fazer exatamente como antes, com as práticas de sempre, como se nada tivesse acontecido e mudado. Tínhamos formado alunos no uso do digital, num contexto extremo e pensámos que seria uma pena desaproveitar o saber adquirido.
O que tínhamos pensado fazer?
Delinear um projeto em que os alunos seriam formadores e partilhariam as suas experiências com o digital para ensinar conteúdos por eles já interiorizados, trabalhando com ferramentas/ aplicações divulgadas e promovidas pela biblioteca escolar (as que mais tinham sido usadas por eles e as que melhores resultados tinham produzido).
Pareceu-nos que uma estratégia amigável poderia ser a colaboração entre os pares. E se os alunos do 8º ano fossem às turmas do 7º ano partilhar as suas experiências com o uso do digital, do ano anterior? E assim aconteceu: o 8 foi ao 7.
A biblioteca escolar seria o elo privilegiado de mediação entre o conteúdo a ser abordado e a melhor forma de o fazer, tendo em mente os seguintes propósitos:
- Fomentar o trabalho colaborativo, a formação interpares.
- Criar momentos de divulgação de práticas, de alunos para alunos, em sala de aula (formação interpares).
- Fomentar o uso de metodologias ativas, com recurso ao digital em sala de aula, biblioteca escolar, e/ou casa.
- Potenciar o desenvolvimento de competências digitais, colaborativas, comunicativas e de cidadania.
O que já fizemos?
A biblioteca escolar dinamizou sessões regulares de trabalho com os alunos do 8.º ano, que revisitaram ferramentas e aplicações, e, posteriormente, motivaram, explicaram, exemplificaram e interagiram com os colegas do 7ºano, incentivando o seu uso, nomeadamente as que se encontram ao serviço das apresentações de trabalhos e da melhoria das aprendizagens: Wordart, Genially, Sopa de Letras / Palavras Cruzadas, Mindomo, Canva.
Fizeram-no de forma exemplar, com uma mensagem clara e objetiva, captando o interesse dos colegas e envolvendo-os nas atividades. Na avaliação realizada, os alunos do 7.º ano enalteceram não só o trabalho desenvolvido pelos seus pares, como também despertaram para a utilidade das ferramentas digitais, tendo ficado muito motivados para as usar e explorar outras. São esses mesmos alunos, agora no 8ºano, a pedir para, por sua vez, serem formadores e irem às novas turmas do 7ºano.
O que (ainda) não conseguimos fazer?
Apesar do trabalho já feito, a escola precisa de investir numa estratégia digital estruturada em que todos se revejam, que potencie a exploração e o uso das tecnologias digitais ao serviço de um ensino de qualidade e de aprendizagens eficazes. Falta-nos ultrapassar um sentimento de desconfiança e de insegurança, por parte dos professores, quando colocados na posição de orientadores e não na posição de agentes responsáveis por todo o processo de ensino e aprendizagem.
A biblioteca escolar apoia e incentiva, de igual modo, os professores a promoverem Ambientes Educativos Inovadores, encontrando-se sempre disponível para fomentar novas práticas e divulgá-los nas suas Newsletters.
O próximo passo?
Criar um reportório de recursos criados na escola, por alunos e por professores, por forma a que possam ser utilizados por todos.
Regina Gaspar
Professora Bibliotecária
ES Adolfo Portela, Águeda