Considerando que a educação é um direito humano essencial para a construção da paz e do desenvolvimento sustentável, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) encara-a como a sua principal prioridade. Procurando repensar a forma como o conhecimento e a aprendizagem podem transformar o futuro da humanidade, este organismo criou, em 2019, a iniciativa Futuros da educação e a Comissão Internacional sobre Futuros da Educação, iniciativa que incorpora ampla participação pública e de especialistas e visa catalisar um debate global sobre o modo como a educação deve ser repensada num mundo de crescente complexidade, incerteza e fragilidade.
No dia 11 de novembro a Comissão publicou o relatório global sobre o futuro da educação, Reimaginar os nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação [1], de que se disponibiliza uma breve síntese, que não dispensa a consulta do documento integral.
Este relatório global pergunta que papel pode a educação desempenhar na formação do nosso mundo e do nosso futuro comum até 2050 e mais além. As propostas que apresenta são o resultado de um processo global de compromisso e cocriação de dois anos, que mostrou que um grande número de pessoas, sejam crianças, jovens ou adultos, estão perfeitamente conscientes de que estamos conectados neste planeta partilhado e que melhorar essa experiência para todos exige que trabalhemos juntos.
A educação, ou seja, a forma como o ensino e a aprendizagem ao longo da vida estão estruturados, há muito que desempenha um papel fundamental na transformação das sociedades humanas. Liga-nos ao mundo e uns aos outros, abre-nos a novas possibilidades e reforça as nossas capacidades de diálogo e ação. Mas para construir um futuro pacífico, justo e sustentável, a própria educação tem que ser transformada.
Um novo contrato social para a educação
A educação pode ser vista como um contrato social, ou seja, um acordo tácito entre membros de uma sociedade para cooperar para um benefício comum. Este contrato, que estabelece normas, compromissos e princípios, parte de uma visão comum dos propósitos públicos da educação e define os princípios fundacionais e organizacionais que estruturam os sistemas educativos, assim como as ações necessárias para os criar, manter e aperfeiçoar.
No momento atual, em que enfrentamos graves riscos para o futuro da humanidade e a vida neste planeta, devemos reinventar urgentemente a educação para que nos ajude a enfrentar os desafios comuns. Este ato de reimaginar implica trabalhar juntos para criar futuros que sejam partilhados e interdependentes. O novo contrato social para a educação deve unir-nos em volta de esforços coletivos e trazer o conhecimento e a inovação necessários para construir futuros sustentáveis e pacíficos para todos, baseados na justiça social, económica e ambiental. Deve, igualmente, defender o papel fundamental dos docentes.
Princípios fundacionais
Qualquer novo contrato social deve basear-se em amplos princípios que sustentam os direitos humanos (inclusão e equidade, cooperação e solidariedade, assim como responsabilidade coletiva e interconexão) e deve reger-se pelos seguintes princípios: - Garantir o direito a uma educação de qualidade ao longo de toda a vida, a qual compreende o direito à informação, à cultura e à ciência, assim como o direito a aceder e contribuir para o património comum de conhecimento da humanidade. - Reforçar a educação como bem público e comum a ser financiada publicamente, a reunir um compromisso da sociedade em geral e a incluir todos nos debates públicos sobre educação.
Entre as promessas do passado e as incertezas do futuro
Agravamento das desigualdades sociais e económicas, alterações climáticas, perda da biodiversidade, uso dos recursos para além dos limites planetários, retrocesso democrático e tecnologias de automatização disruptivas são as características da nossa conjuntura histórica atual. Estas múltiplas crises e desafios que se sobrepõem minam os nossos direitos humanos individuais e coletivos e colocaram em risco grande parte da vida na Terra. Ainda que a expansão dos sistemas educativos tenha criado oportunidades para muitos, um grande número de pessoas tem que se conformar com uma aprendizagem de baixa qualidade.
Olhar para o futuro coloca-nos frente a um quadro ainda mais sombrio, com antevisões terríveis, mas nenhuma tendência é fatal e são possíveis múltiplos futuros alternativos, com transformações disruptivas em diversas áreas-chave: - O planeta está em perigo, mas a descarbonização e a ecologização das economias está em marcha, cumprindo as crianças e jovens uma função de liderança neste domínio. - No último decénio tem prosperado a participação cidadã e o ativismo, cada vez mais ativos, no combate à discriminação e à injustiça em todo o mundo. - As tecnologias digitais têm enorme potencial de transformação, embora ainda não tenhamos conseguido descobrir como tornar realidade as suas numerosas promessas. - A inteligência artificial e a automatização trazem transformações estruturais e estão a reconfigurar os panoramas laborais, levando a que cada mais pessoas reconhecem o valor do trabalho de assistência/ cuidado e as múltiplas formas de assegurar a segurança económica.
Atualmente, a forma como organizamos a educação em todo o mundo não é suficiente para garantirmos sociedades justas e pacíficas, um planeta saudável e um progresso partilhado que beneficie todos. Na verdade, algumas das nossas dificuldades decorrem precisamente da forma como educamos. Um novo contrato social para a educação tem que nos permitir pensar de forma diferente sobre a aprendizagem e as relações entre os alunos, os docentes, o conhecimento e o mundo.
Propostas para renovar a educação
A pedagogia deve organizar-se à volta dos princípios de cooperação, colaboração e solidariedade. Deve promover as competências intelectuais, sociais e morais dos alunos para que consigam trabalhar juntos e transformar o mundo com empatia e compaixão.
Os currículos devem enfatizar a aprendizagem ecológica, intercultural e interdisciplinar que apoia os alunos no acesso e na produção de conhecimentos, ao mesmo tempo que desenvolve a sua capacidade para os criticar e aplicar. É importante travar a difusão da desinformação através de meios científicos, digitais e humanistas e da formação para o uso de informação e media a qual reforça a capacidade de distinguir a mentira da verdade. Nos conteúdos, métodos e políticas educativas, devemos promover a cidadania ativa e a participação democrática.
Os professores devem ser reconhecidos pelo seu trabalho enquanto produtores de conhecimento e figuras-chave na educação e transformação social. O trabalho dos professores deve caracterizar-se pela colaboração e trabalho em equipa, devendo a reflexão, investigação e criação de conhecimento e de práticas pedagógicas tornar-se parte integrante desse trabalho, o que significa que a sua autonomia e liberdade devem ser apoiadas e participar plenamente no debate público e no diálogo sobre os futuros da educação.
As escolas devem ser lugares educativos protegidos, uma vez que promovem inclusão, equidade e bem-estar individual e coletivo e também devem ser repensadas para facilitarem ainda mais a transformação do mundo em direção a futuros equitativos e sustentáveis. As escolas têm que ser lugares que reúnam diversos grupos de pessoas, oferecendo-lhes desafios e oportunidades que não existem em mais lado nenhum. É necessário alterar arquiteturas escolares, espaços, horários e turmas para encorajar e permitir que os indivíduos trabalhem em conjunto. As tecnologias digitais devem ter como objetivo apoiar as escolas e não substituí-las.
Devemos aproveitar e melhorar as oportunidades educativas que surgem ao longo da vida e em diferentes contextos culturais e sociais. Em todos os momentos da vida as pessoas devem ter oportunidades educativas significativas e de qualidade. Deveríamos ligar locais naturais, físicos e virtuais de aprendizagem, tirando o máximo partido das melhores características de cada um. O direito à educação precisa de ser alargado para que seja vitalício e englobe o direito à informação, cultura, ciência e conectividade.
Os principais responsáveis são os governos, cuja capacidade de financiamento público e regulação da educação deve ser reforçada.
Promoção de um novo contrato social para a educação
Mudanças e inovações em grande escala são possíveis. Vamos estabelecer um novo contrato social para a educação através de milhões de atos individuais e coletivos: atos de coragem, liderança, resiliência, criatividade e cuidado. Um novo contrato social deve superar a discriminação, a marginalização e a exclusão. Devemos lutar para assegurar a igualdade de género e os direitos de todos, independentemente da raça, etnia, religião, deficiência, orientação sexual, idade ou cidadania. É necessário um enorme empenho no diálogo social e no pensamento e ação conjuntos.
Um apelo à investigação e inovação. Um novo contrato social requer uma agenda de investigação global colaborativa que se concentre no direito à aprendizagem ao longo da vida. Esta agenda deve basear-se no direito à educação e incluir diferentes tipos de dados e formas de conhecimento, incluindo a aprendizagem horizontal e a partilha de conhecimentos além-fronteiras. Devem aceitar-se contributos de professores a alunos e de académicos e centros de investigação, tal como de governos e organizações da sociedade civil.
As universidades e outras instituições de ensino superior devem estar ativamente envolvidas em todos os aspetos da criação de um novo contrato social para a educação.
É essencial que todos possam contribuir para moldar o futuro da educação: crianças, jovens, pais, professores, investigadores, ativistas, empregadores, líderes culturais e religiosos, etc. Temos tradições culturais profundas, ricas e diversificadas que podem servir de base e os seres humanos têm grande capacidade de ação, inteligência e criatividade coletivas.
As propostas apresentadas neste relatório são apenas um ponto de partida. O documento é mais um convite para pensar e imaginar do que um plano de ação. Estas questões precisam de ser abordadas em comunidades, países, escolas e programas e sistemas educativos de todos os tipos, em todo o mundo.
Estabelecer um novo contrato social para a educação é um passo fundamental para repensarmos juntos o nosso futuro.
Este artigo é uma adaptação do texto Reimagining our futures together: a new social contract for education; executive summary [2]
A presidência da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) [Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias] 2021-23, subordina-se ao tema “bibliotecas construindo um futuro sustentável” 1 e visa orientar a sua ação de acordo com 5 tendências, definidas por consulta de profissionais de bibliotecas em todo o mundo:
- O virtual está para ficar, questionando-se o valor dos espaços e serviços físicos;
- A diversidade deve ser levada a sério, implicando “reforma radical” das coleções, serviços e práticas da biblioteca;
- Enfoque ambiental porque a crise climática traz novas ameaças às bibliotecas e comunidades às quais servem;
- Aprender ao longo da vida porque já não existe trabalho para toda a vida;
- Aprofundamento das desigualdades através do uso das tecnologias que criam novas possibilidades a quem as possui e domina e aumentam o risco de pobreza a quem não se encontra nesta situação.
De acordo com inquérito a milhares de jovens e divulgado na revista Nature, a eco-ansiedade “causada pelo sentimento de que os governos não estão a fazer o suficiente para evitar uma catástrofe climática” tem impacto negativo na vida diária dos inquiridos 2.
Em 10 Razões para a Sustentabilidade Ambiental nas Bibliotecas3 a IFLA defende que as bibliotecas devem ouvir a voz das crianças e jovens, “olhar para o futuro” e marcar publicamente o seu compromisso ambiental e social - “As bibliotecas públicas não devem e não podem continuar a ignorar a biblioteconomia verde. A sustentabilidade ambiental significa responsabilidade e está no centro das bibliotecas (…) Os bibliotecários devem fazer uma forte declaração de princípio sobre a sua responsabilidade ambiental e social. Isto reforça a imagem positiva que as bibliotecas públicas têm. O silêncio não muda nada.” Com base nesta declaração a biblioteca deve promover capacidades de informação para que os cidadãos possam distinguir factos – crise climática e ameaças ambientais – e ficção/ opiniões alternativas, inspirar e envolver a comunidade na transformação.
O Movimento Biblioteca Verde4 tem origem nos anos 70 e ganha na atualidade um sentido global e de urgência, ao qual as bibliotecas escolares não podem ficar alheias.
Na Alemanha é liderado por Libraries4Futur, inspirado no movimento estudantil internacional Fridays For Future fundado por Greta Thunberg e estabelece um conjunto de princípios que a IFLA subscreve e que podem ajudar a mobilizar cidadãos para a reflexão e ação:
1 - As bibliotecas são atrizes na proteção do clima
2 - Todos podem e devem agir
3 - As bibliotecas são multiplicadoras/ disseminadoras
4 - As bibliotecas reforçam a coesão social
5 - Os políticos devem agir/ tomar medidas
Na sua biblioteca escolar a formação de crianças e jovens como agentes pela preservação do ambiente e dos recursos é prioridade? Promove atitudes de diálogo e serviço ao próximo?
Para a International Federation of Library Associations and Institutions [Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias], cuja estratégia orienta a ação da Rede de Bibliotecas Escolares, uma biblioteca verde define-se pela construção do edifício e gestão que devem assentar, entre outras, na ideia de partilha - do espaço, coleção, informação, equipamentos (computadores, impressoras, scanners), assistência técnica na sua utilização – e reutilização. Nesta área disponibiliza, em acesso livre, publicações de referência1 com orientações e exemplos para redução da pegada ecológica e desenvolvimento da responsabilidade social da biblioteca.
Porém, segundo a Secção da IFLA Environment, Sustainability and Libraries (ENSULIB) [Ambiente, Sustentabilidade e Bibliotecas], bibliotecas sustentáveis “Também se focam em serviços, atividades, eventos, literatura e projetos relacionados, demonstrando o papel social e a responsabilidade das bibliotecas como líderes na sustentabilidade ambiental” 2.
A IFLA disponibiliza ações e projetos de educação que unem bibliotecários de todo o mundo e de diferentes setores (bibliotecas municipais, nacionais, escolares…) em prol da sustentabilidade e realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 3, dos quais destacamos:
- Mapa Mundial da Biblioteca: Faz corresponder histórias reais de ODS a países e apresenta estatísticas que podem ser usadas como indicadores de ODS e registo do progresso alcançado.
Neste mapa não há contributos da RBE, pelo que solicitamos às bibliotecas escolares que tenham experiências inspiradoras no âmbito de um ODS, para apresentarem “breve descrição da atividade, projeto ou programa e seu impacto na comunidade, bem como ligações para informações adicionais, fotos e vídeos” 4 diretamente para a IFLA ou RBE, que fará a ligação.
- Clube de Leitura ODS: Clube das Nações Unidas criado em 2019, do qual a IFLA faz parte, que identifica exemplos de livros para crianças dos 6 aos 12 anos sobre os 17 ODS nas línguas oficiais das Nações Unidas - Árabe, Chinês (Mandarim), Inglês, Francês, Russo e Espanhol – e em português 5.
- Kit de ferramentas para advocacia ODS: Destina-se a bibliotecários que trabalham, na biblioteca e localmente, em ações de advocacia para realização da Agenda 2030 e inclui recursos para (in)formar, influenciar e organizar encontros com parceiros e decisores sobre ODS 6.
- IFLA Green Library Award [Prémio IFLA Biblioteca Verde]: É anualmente atribuído pela ENSULIB a uma biblioteca, de qualquer tipo - inclusive biblioteca escolar - e origem que promova o “avanço dos padrões de sustentabilidade e a promoção do conhecimento especializado dentro da prática profissional”. A forma do trabalho apresentado é livre (ensaio, vídeo, póster, artigo, slides) e os critérios de apreciação são, entre outros, aplicabilidade, contribuição das bibliotecas para os ODS, qualidade de apresentação e visualização pública e relevância para objetivos e valores da IFLA 2.
O gosto pelo trabalho manual está profundamente enraizado em nós, mas, no século passado, na era da produção em massa, esse tipo de trabalho, que fazíamos nas nossas oficinas, garagens e cozinhas, era sobretudo um passatempo solitário e não uma força económica real.
Em tempos de revolução digital, o mundo do Do-It-Yourself (DIY - “Faça Você Mesmo”) tornou-se também ele digital e, como tudo nesta nova era, transformou-se. Atualmente, os makers reconciliam o saber fazer artesanal e as novas tecnologias para responderem aos desafios sociais, ambientais e culturais do nosso tempo: de zeros e uns, nascem bens tangíveis.
Em 2005, o jornalista de tecnologia Dale Dougherty apostou neste movimento não só com o lançamento da revista Make, uma publicação trimestral sobre projetos DIY, mas também, em 2006, dando início a uma série de Feiras Make por todo o mundo, que se tornaram as primeiras montras deste movimento emergente.
A definição de makers é um pouco imprecisa, mas podemos considerá-los a geração web que não se limita a criar píxeis em ecrãs, criando também objetos físicos. Usando a terminologia do MIT Media Lab, eles tratam os átomos como bits, usando software poderoso e ferramentas da indústria da informação para revolucionar a forma como criamos objetos tangíveis.
Existem três forças em ação nesta transformação do DIY (Faça Você Mesmo):
Ferramentas digitais para design e produção
Durante décadas, os equipamentos industriais foram informatizados, mas agora essas máquinas estão disponíveis em cima de uma mesa, do mesmo modo que os programas de computador já existiam décadas antes de os PCs mudarem o mundo.
As ferramentas maker de secretária incluem impressora 3D, corte a laser e software CAD (design auxiliado por computador). Essas ferramentas, que antes eram caras e complexas, são agora de tamanho reduzido e encontram-se facilmente a preços competitivos.
Meios de colaboração digital
À semelhança do que aconteceu com as ferramentas criativas, também os desenhos se tornaram digitais, sendo agora apenas ficheiros, que agora são apenas ficheiros que podem ser facilmente partilhados em linha. Os makers podem assim tirar proveito da inovação colaborativa em linha, usandotodo o potencial social que surgiu na web nos últimos 20 anos.
Apoiados por sites de crowdfunding como Kickstarter ou Indiegogo, os makers podem até usar a sua rede para angariar fundos.
O antigo modelo de artífices manuais a trabalhar sozinhos na sua garagem está desaparecer e a ser substituído por um movimento global de pessoas a trabalharem juntas em linha. As oficinas do mundo estão agora conectadas.
Fábrica de aluguer
Inventar alguma coisa não é suficiente; também é preciso colocá-la no mercado e, se possível, em quantidade. Isso significa produção em massa, que era tradicionalmente reservada para aqueles que tinham sua própria fábrica ou podiam pagar pelos serviços.
Mas hoje as fábricas em todo o mundo estão cada vez mais acessíveis na web, prontas para atender a pedidos de qualquer dimensão e de qualquer pessoa. Graças à produção e ao design digital, as fábricas na China já são suficientemente flexíveis para receber pedidos em linha, por cartão de crédito, para quantidades tão pequenas como uma dúzia ou tão grandes como milhões. Outras empresas, como Shapeways e Ponoko, oferecem manufatura digital “como um serviço”: qualquer pessoa pode alugar o tempo de operação de uma impressora 3-D ou de uma fresadora.
Juntando tudo isto temos uma transformação radical (de baixo para cima) da indústria de processamento, que seguirá o mesmo caminho de democratização do computador pessoal e das telecomunicações. Estamos apenas no início mas o potencial é imenso.
A manufatura é uma das maiores indústrias do mundo. Desde a primeira revolução industrial, o poder de fazer coisas em grande escala pertence àqueles que possuem os meios de produção, o que significa grandes fábricas, grandes empresas e os bens de mercado de massa para os quais foram construídas. O mesmo aconteceu com os meios de comunicação de massa no século XX e agora vemos o efeito que a Internet e o seu longo rasto de conteúdos tiveram sobre eles.
Trata-se de um movimento de pensamento e ação resultante do DIY, que cultiva o engenho e a inteligência da mão ao serviço do bem comum. Cerca de quinze anos após as suas primeiras manifestações, ele continua a crescer e tem enveredado por novos caminhos, designadamente na área da educação. Considerando as suas vantagens para a aprendizagem e desenvolvimento global dos alunos, muitas escolas estão a aderir ao movimento maker na educação ou, pelo menos, a aplicar alguns dos seus princípios e a criar makerspaces.
E as bibliotecas? O tradicional espaço de “silêncio” da biblioteca não é um ambiente estranho para a confusão criativa e prática de um makerspace? Será que esse espaço não vai tomar conta de toda a biblioteca e substituir os livros? E os diretores, estarão de acordo com toda esta confusão?
Nos próximos artigos, veremos porque é que o makerspace é também, sem dúvida, um espaço a criar nas bibliotecas.
Artigo adaptado a partir de The Maker Movement: Tangible Goods Emerge From Ones and Zeros
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, "A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade". Os conceitos de saúde mental incluem o bem-estar subjetivo, a perceção de autoeficácia, a autonomia, a competência, a dependência intergeracional e o reconhecimento da capacidade de realizar o seu potencial intelectual e emocional. Foi também definida como um estado de bem-estar aquele em que os indivíduos reconhecem as suas capacidades, são capazes de lidar com as tensões normais da vida, trabalhar produtiva e frutuosamente e dar um contributo às suas comunidades.
Os problemas de saúde mental, que se agravam em termos globais, afetam a sociedade como um todo, e não apenas um pequeno segmento isolado. São, portanto, um grande desafio ao desenvolvimento global, sendo a saúde mental crucial para o bem-estar geral dos indivíduos, das sociedades e dos países. [1]
A Rede de Bibliotecas Escolares está consciente de que as escolas podem ter um grande impacto na saúde emocional e no bem-estar dos alunos e que isso pode levar não só a melhores resultados escolares, como também a uma maior probabilidade de aqueles crescerem e se tornarem adultos, com uma vida feliz e satisfeita. Por essa razão definiu, no eixo PESSOAS do seu Quadro Estratégico Bibliotecas Escolares: presentes para o futuro, uma linha de ação a desenvolver: Induzir dinâmicas que conduzam a comportamentos e estilos de vida responsáveis, promotores de bem-estar (individual, coletivo, ambiental).
Assim, importa dirigir o olhar para a forma como as bibliotecas escolares podem ter, na escola, um papel decisivo na promoção do bem-estar dos alunos, sobretudo nos tempos que vivemos, ainda a lidar com uma pandemia de consequências imprevisíveis.
Eis alguns dos seus contributos:
As bibliotecas são um lugar seguro, onde os alunos podem encontrar consolo e proteção. Historicamente, sempre foram vistas como espaços confortáveis, relaxantes, acolhedores, inclusivos e seguros, livres das expetativas e pressões do tempo, da família, do recreio e da sala de aula. Locais onde os alunos podem ir para descontrair, conhecer, conversar, estudar, fazer, brincar ou apenas fugir do clima extremo! Também um lugar onde não há problema em ficar sozinho - afinal, ler é uma atividade solitária e silenciosa.
As bibliotecas proporcionam informações e recursos que ajudam a aumentar a consciencialização sobre questões de saúde mental, combater os estigmas e oferecer apoio aos alunos. Os livros são parte integrante do kit de primeiros socorros em saúde mental que os jovens devem ter à sua disposição. Por um lado, as bibliotecas escolares disponibilizam livros de não ficção e de autoajuda que explicam as causas e os sintomas de algumas das principais questões que afetam o bem-estar hoje e que sugerem estratégias práticas que ajudam os jovens a cuidar de si mesmos e apoiar os outros. Por outro lado, existe igualmente uma grande variedade de obras de ficção que contribuem para aumentar a consciencialização, encorajar a discussão, reduzir os estigmas e ajudar os alunos a desenvolver a compreensão real de uma variedade de questões comuns de saúde mental.
As bibliotecas promovem a leitura como uma prática associada a um maior bem-estar e resiliência. A pesquisa tem mostrado que ler por prazer pode aumentar a autoestima, reduzir os sintomas de depressão, ajudar a construir melhores relações com os outros, melhorar o sono e reduzir a ansiedade e o stress.
Os livros e a leitura são uma ótima forma de escapar ao stress, à perturbação e ao isolamento, mas também oferecem outros benefícios de bem-estar, como ajudar os jovens leitores a encontrarem modelos para admirar e imitar, contribuindo para construir a sua resiliência e desenvolver empatia. No entanto, a grande atenção dada aos conteúdos curriculares, faz frequentemente com que a leitura por prazer seja desvalorizada nas escolas, sendo claramente papel da biblioteca trazer essa matéria para a agenda.
As bibliotecas trabalham com os alunos áreas relacionadas com a saúde, por exemplo, a importância de uma alimentação saudável, do exercício físico, como se proteger contra o bullying, manter a segurança online, promover a inclusão, respeitar a diversidade, entre tantas outras questões.
As bibliotecas desenvolvem as competências digitais e levam a uma melhor literacia em saúde dos alunos. A Organização Mundial da Saúde enfatizou a importância da educação em saúde e o seu potencial para apoiar melhores resultados de saúde individual e coletiva. Para isso é fundamental que os jovens dominem a literacia dos media para que possam avaliar efetivamente a credibilidade dos sítios e das informações sobre saúde que encontram em-linha e, assim, evitar equívocos potencialmente perigosos.
A bibliotecas disponibilizam recursos para uma variedade de iniciativas de bem-estar: jogos, legos, quebra-cabeças, makerspaces e atividades artesanais para os alunos realizarem durante os intervalos. Quando eles se envolvem neste tipo de atividades, relaxam, socializam e divertem-se. Essas atividades divertidas e informais proporcionam aos alunos um sentimento de pertença e promovem uma sensação de bem-estar durante o agitado dia escolar.
As bibliotecas têm uma equipa de apoio. Os professores bibliotecários e, frequentemente, os assistentes de biblioteca, estão sempre disponíveis para aquelas conversas acidentais que acontecem nos intervalos, ou durante a procura de livros, ou durante a realização de trabalhos, que, muitas vezes, podem ajudar a esclarecer os problemas de um aluno ou mesmo constituir aquele ouvido de que ele necessita para se sentir melhor.
Este artigo foi adaptado a partir de Mental health, wellbeing & the school library[2]
De acordo com o Online Dictionary for Library and Information Science [Dicionário em Linha para Biblioteca e Ciência da Informação]1, Biblioteca Verde (Green Library) ou Sustentável (Sustainable Library) é:
- “Uma biblioteca concebida para minimizar o impacto negativo no ambiente natural e
- maximizar a qualidade ambiental interior através de
cuidadosa seleção do local,
utilização de materiais de construção naturais e produtos biodegradáveis,
conservação dos recursos (água, energia, papel)
e eliminação responsável dos resíduos (reciclagem, etc.).”
Porém, de acordo com a International Federation of Library Associations and Institutions [Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias] (IFLA), cuja estratégia orienta a ação da Rede de Bibliotecas Escolares, para que uma biblioteca possa ser sustentável não basta o edifício e gestão, é necessário “serviços, atividades e projetos relacionados, demonstrando o papel social e a responsabilidade das bibliotecas como exemplos, capacitadores e educadores na comunidade” 2 e estes serão objeto dos próximos artigos desta série.
Na IFLA é a ENSULIB (Environment, Sustainability and Libraries) a secção responsável por “encorajar os bibliotecários a inspirarem as suas comunidades para uma forma de ação ambientalmente mais sustentável, fornecendo materiais sobre biblioteconomia verde, dando voz aos bibliotecários verdes e aos projetos de bibliotecas em todo o mundo, liderando pelo exemplo e oferecendo um fórum de discussão” 3.
Sobre edifícios, equipamentos e gestão sustentáveis a IFLA criou lista de verificação 4, em diversos idiomas, entre os quais português, que baseia as decisões da biblioteca em 12 critérios, nos quais destacamos alguns aspetos:
1. Planeamento e finanças
2. Procedimentos
- Desenvolver uma visão holística das questões de sustentabilidade;
- Definir a pegada ecológica e objetivos específicos ambientais da biblioteca.
3. Localização
Considerar condições climáticas, ruído, acessos, possibilidade de utilização de transportes públicos e pessoais (bicicletas, trotinetes).
4. Construção
Usar matérias-primas renováveis, duráveis, reparáveis, de abastecimento local.
5. Edifício
Minimizar o consumo de energia usando exposição solar indireta e vidros baços para proteção solar, delimitando zonas com diferentes finalidades, usando sistema de iluminação com sensores de movimento e controlo individual de luz nos lugares de leitura; proporcionar manutenção fácil, ventilação natural evitando ar condicionado, isolamento térmico, equipamento para diminuição de uso de água e energia e conceber soluções inovadoras.
6. Acessórios de interiores
Utilizar para os móveis da biblioteca materiais renováveis e reutilizáveis, móveis modulares e que permitam uma gestão flexível do espaço.
7. Tecnologia verde de informação e comunicação (Green IT)
Usar tecnologia que reduza o impacto dos recursos digitais no ambiente, mediante consumo de menos energia (stand-by), de matérias-primas menos tóxicas, reutilizáveis, reparáveis, sem gasto de papel (arquivo digital) e tinteiros.
8. Serviços ao utilizador
Proporcionar serviços de reprografia que deem primazia ao digital em vez do impresso e à impressão frente e verso e a preto e branco. Usar alternativas do comércio justo para objetos de plástico (sacos, copos), emprestar outros objetos para além do livro (computadores portáteis e tablets, calculadoras, tesouras…).
9. Gestão da biblioteca
Na gestão das instalações fomentar redução, separação e reciclagem de lixo (papel e embalagens, pilhas…), uso parcimoniosa e ecológica de lâmpadas LED e materiais de limpeza e desinfeção que preservem a saúde humana e ambiental, abastecimento através de fornecedores locais certificados e formação dirigida a trabalhadores e utilizadores.
10. Objetivos estratégicos
Promover a transparência do custo de energia e outros recursos que gera consciencialização, controlo e redução do consumo.
11. Marketing e relações públicas
Sob a divisa: “uma imagem verde é uma boa imagem”, as bibliotecas devem informar e comunicar com e para parceiros e atividades ecológicas, dar o exemplo, antecipar soluções criativas e influenciar utilizadores e parceiros (livreiros, editores, fornecedores, autarquia) e nos seus documentos, notícias e relatórios informar sobre progressos alcançados e desafios.
12. Certificados
Para além dos edifícios serem em Portugal obrigatoriamente avaliados através do Sistema de Certificação Energética (SCE), há sistemas de gestão e certificação internacionais voluntários, por exemplo:
- LEED (Leadership in Energy and Environmental Design [Liderança em Energia e Design Ambiental] - USA): o sistema de classificação mais utilizado em todo o mundo, desenvolvido e administrado pelo United States Green Building Council para avaliar a sustentabilidade em diversas áreas;
- ISO [International Organization for Standardization / Organização Internacional de Normalização] 14000, norma que estabelece diretrizes sobre gestão ambiental nas empresas 5.
Os certificados e prémios de sustentabilidade obtidos devem ser tornados públicos na biblioteca física e digital.
Em síntese, apesar do professor bibliotecário focar habitualmente a sua ação nas atividades e projetos sustentáveis com e para as crianças e jovens, estes 12 critérios são áreas em que pode sensibilizá-los a colaborar, criar, discutir, pôr em prática e contar a experiência para disseminar e recolher contributos para melhorar. A visão da sustentabilidade para os desafios do século XXI deve ser ampla e multissectorial, podendo os parceiros ajudar a identificar problemas e implementar soluções que exijam conhecimento especializado.
Na gestão e dinamização da biblioteca escolar incorpora e mobiliza ações nestas áreas? Há outros critérios a ter em conta na criação de uma biblioteca verde? Partilhe com todos a sua experiência e conhecimento, através deste formulário.
2. International Federation of Library Associations and Institutions. (2021, 19 August). WLIC 2021 Virtual Conference Open Programme by the ENSULIB Section. http://origin-www.ifla.org/node/94104?og=479
Equilíbrio ambiental e ação climática são prioridades da agenda das crianças e jovens, estabelecidas com o propósito de alterar hábitos e medidas políticas de consumo e produção que respeitem os limites do Planeta e garantam qualidade de vida no futuro.
Segundo o Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas, a temperatura mundial provocada pela atividade humana, mantendo-se o ritmo atual de crescimento, “chegará a 1,5 °C por volta de 2040” e, porque alcançar o aumento de 2.º C é cenário catastrófico, precisamos de “mudanças rápidas, abrangentes e sem precedentes em todos os aspetos da sociedade” 1.
O último relatório da Plataforma de Política Científica Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistémicos das Nações Unidas, considera que ”1 milhão de espécies animais e vegetais estão agora ameaçadas de extinção”, o que representa um quarto das espécies da Terra 2 e o Global Tree Assessment 2021 conclui que até metade das espécies de árvores selvagens do mundo, 17.510 espécies, corre risco de extinção, sobretudo devido à agricultura intensiva.
Porque a educação é a forma mais consistente de transformar economias e estilo de vida, a UNESCO considera que a educação para a ação climática e sustentabilidade ambiental é crucial para promover a mudança e alcançar as metas da Agenda 2030 3.
O Quadro Estratégico 2027 da Rede de Bibliotecas Escolares estabelece que a Sustentabilidade é um dos valores fundamentais das bibliotecas escolares e que a educação deve responder às necessidades e inquietações das crianças e jovens e ser desenvolvida com eles, através da leitura, informação e conhecimento, designadamente científico e para o bem comum. É necessário que as reflexões e ações informais dos jovens sejam ouvidas, aprofundadas e disseminadas em ligação aos currículos, artes e cultura, tecnologias digitais e ação junto da comunidade. Este é um desafio urgente e de todos, consentâneo com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania e a Agenda 2030.
Quer contribuir para a partilha de propostas de ações que podem contribuir para a consciência e ação em prol da defesa e proteção do ambiente, sobretudo através da educação? Preencha este formulário.
O prazo de entrega de trabalhos no âmbito do concurso “UMINUTOtlm” foi prorrogado até 30 de novembro.
O “UMINUTOtlm” é uma iniciativa do Instituto Multimédia, dirigida aos estudantes do 3º ciclo do Ensino Básico, das regiões Norte e Centro, com o objetivo central de os mobilizar para a realização de pequenos vídeos por telemóvel, com a duração máxima de um minuto. Pretende-se estimular o uso criativo dos telemóveis pelos jovens, desenvolver o gosto pela participação na sociedade da imagem, motivar o olhar analítico e o espírito crítico (e/ou humorístico) e valorizar a criatividade audiovisual.
O tema 2021 é o quotidiano dos jovens estudantes, de forma realista ou ficcionada: os vídeos podem conter histórias imaginadas ou que documentem assuntos da vida familiar e/ou escolar.
A participação pode ser individual ou compartilhada, em grupos de dois a três elementos. Cada autor pode enviar até dois vídeos no formato 3gp, mp4 ou mov e cada ficheiro terá de ter no máximo 120MB. A participação implica a autorização automática da utilização dos trabalhos para a eventual criação de um vídeo geral (com diferentes vídeos) sobre a mesma temática.
Nas escolas, o processo de divulgação e acompanhamento dos trabalhos dos candidatos ou equipas deve ser apoiado localmente por cada biblioteca escolar, integrando a RBE o júri deste concurso.
Em todo o mundo, tempestades, inundações e incêndios florestais intensificam-se. A poluição do ar afeta a saúde de dezenas de milhões de pessoas e o clima imprevisível causa danos incalculáveis às casas e aos meios de subsistência.
Tal como a ONU o apresenta, as alterações climáticas já representam uma "emergência sem precedentes", a destruição nunca foi tão rápida e contrariá-la exigirá uma ação em todos os sectores da atividade humana.
A noção da dimensão do problema tem levado muitas pessoas a desenvolverem ansiedade climática também conhecida por ecoansiedade, a qual compreende sentimentos de preocupação com as mudanças climáticas e respostas emocionais negativas associadas à antecipação de seus efeitos nocivos: ansiedade, stress, distúrbios do sono, nervosismo, sensação de asfixia, depressão, sentimento de culpa pela situação do planeta, que pode se agravar, no caso de se ter filhos, ao pensar no futuro deles.
Diz-se que a COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em curso até 12/11/2021) é a última oportunidade para salvar o planeta. Exigem-se grandes compromissos para conseguir reduzir as emissões de carbono e manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus Celsius, a meta otimista prevista nos Acordos de Paris, mas as dificuldades são muitas.
Mobilizados pelo exemplo de Greta Thunberg, muitos jovens têm aderido ao ativismo pelo clima e às sucessivas greves climáticas, apelando à atenção de todos para a necessidade de ouvir os cientistas e exigir dos políticos uma ação verdadeiramente eficaz, no combate às alterações climáticas.
É neste contexto, que surgem estas propostas de atividades no âmbito do Referencial Aprender com a Biblioteca Escolar, que vão ao encontro das preocupações dos jovens:
- AjuDar é o nosso Papel!: Análise dos conteúdos de uma campanha em prol da sustentabilidade e da solidariedade e criação de mensagens e produtos mediáticos para mobilização da comunidade. (2.º ciclo)
- Por nossa causa!: Análise dos conteúdos de uma campanha em prol da sustentabilidade e criação de mensagens e produtos mediáticos para defesa de uma causa. (3.º Ciclo)
- Não ignores, AGE!: Conceção e execução de projetos no âmbito da ação climática envolvendo a dinamização de uma campanha mediática. (Ensino Secundário)
O Quadro Estratégico 2027 da Rede de Bibliotecas Escolares estabelece que a Sustentabilidade é um dos valores fundamentais das bibliotecas escolares e, por isso, a RBE apresenta exemplos de ações que podem contribuir para a consciência e ação em prol da defesa e proteção do ambiente, sobretudo através da educação. Quer contribuir para esta iniciativa e partilhar com todos as suas propostas? Preencha este formulário.
O prémio European Innovative Teaching Award (Prémio Europeu do Ensino Inovador) é uma iniciativa da Comissão Europeia que reconhece o trabalho dos professores e das suas escolas em projetos de cooperação no âmbito do programa Erasmus+. Neste primeiro ano, o tema foi a aprendizagem à distância e o ensino híbrido.
Em Portugal, o projeto Mais colaboração, mais inovação, mais sucesso, desenvolvido no Agrupamento de Escolas de Muralhas do Minho, Valença, entre 2018 e 2020, foi selecionado pela Agência Nacional Erasmus+ para representar o setor escolar, no ensino secundário.
A distinção recompensou um trabalho desenvolvido em consonância com as prioridades do Espaço Europeu da Educação e colocou em evidência o papel desempenhado pela biblioteca escolar no desenvolvimento de competências de literacia e cidadania digitais.
Em 2019, o projeto O presente é digital, apoiado pelo Gabinete RBE na Candidatura Digital, visava ampliar, através da formação para as literacias da informação e dos média, as dinâmicas Erasmus+ já consolidadas na escola, desenvolvendo nos alunos não apenas as capacidades, mas também a predisposição para as usar, em consonância com a compreensão das suas próprias responsabilidades e estratégias de autoavaliação.
O impacto da interseção de projetos nacionais e internacionais foi expressivo, não só nas aprendizagens realizadas, mas também nas dinâmicas de trabalho. A formação “Pensar digital”, proporcionada pela RBE, e os cursos estruturados Erasmus+, frequentados pelos docentes em mobilidade, contribuíram para o desenvolvimento de produtos digitais que articularam transversalmente temas, conteúdos e atividades, e registaram milhares de participações de alunos de todos os níveis de ensino.
Em março de 2020, no momento do primeiro confinamento, os objetivos dos projetos adequaram-se naturalmente a um público mais vasto, o que contribuiu para que a passagem para um presente eminentemente digital, num contexto de aprendizagem, não fosse demasiado abrupta. Os alunos estavam habituados a uma metodologia híbrida, com uma componente fortemente virtual. Tinha-se cimentado a noção de que a aprendizagem não é o que acontece dentro de um edifício, mas que podia realizar-se em qualquer lugar.
De acordo com a Comissão Europeia, o projeto Mais colaboração, mais inovação, mais sucesso, “has broken the mould in education and can serve as a source of inspiration for others, to make teaching and learning more engaging, participatory and inclusive.”