A tecnologia é uma aliada a ter em conta na procura de novas soluções para uma aprendizagem mais personalizada e centrada no aluno. A análise dos dados de aprendizagem - learning analytics – pode contribuir de forma significativa para este desígnio, pois permite a monitorização da evolução das aprendizagens dos alunos e, consequentemente, a implementação de métodos de ensino inovadores (Comissão Europeia, 2013).
Mas o que é, afinal o learning analytics?
É a medição, recolha, análise e relatório de dados sobre os aprendentes e os seus contextos, com a finalidade de compreender e otimizar a aprendizagem e os ambientes em que esta ocorre (Lucas & Moreira, 2018). Isto é, os dados escolares constituem-se como evidências e devem ser utilizados para melhorar o ensino e a aprendizagem.
A utilização mais comum que se faz destes dados é a previsão do sucesso escolar do aluno, nomeadamente a identificação de alunos que estão em risco de reprovar. Contudo, os dados que as ferramentas de learning analytics facultam permitem recolher outras evidências com ganhos significativos para apoiar o ensino e a aprendizagem.
Para os alunos:
- obter feedback preciso, em tempo real e personalizado sobre as suas aprendizagens;
- refletir sobre o seu processo de aprendizagem – os sucessos e as dificuldades;
- desenvolver o pensamento crítico, a capacidade de comunicação e a criatividade.
Para os professores:
- promover processos de metacognição nos alunos, fomentando a autoavaliação e a autorreflexão;
- definir estratégias de acordo com as dificuldades encontradas, personalizando as respostas e adequando-as às necessidades específicas dos alunos;
- responder em tempo real às solicitações dos alunos;
- otimizar o tempo.
De realçar que, para além dos benefícios para os educadores e estudantes, também as instituições educativas podem tirar partido dos dados de que dispõem, uma vez que o processo de aprendizagem é visível. Desta forma, para além de possibilitar medir o impacto das mudanças em contexto de sala de aula, é possível fazê-lo em toda a escola, promovendo a inovação e o sucesso escolar, com base em evidências empíricas.
De facto, as ferramentas digitais disponibilizam uma extensa quantidade de informações (dados) sobre cada estudante, turma, escola, gerando, normalmente, gráficos que podem ser facilmente utilizados, de acordo com os objetivos de análise – dificuldades de aprendizagem, taxa de realização das tarefas, grau consecução das metas definidas, entre outras.
Nos dados estatísticos de utilização das plataformas de LMS utilizadas pelas escolas (Teams, Google Classroom, Moodle, Edmodo, ...), ou nos dados de acesso e nas respostas/ interações dos alunos noutras plataformas utilizadas (Padlet, Wakelet, Kahoot, Socrative, Quizziz...) podemos encontrar informação como:
- acessos à plataforma;
- tempo gasto em cada tarefa;
- interação dos alunos nas atividades colaborativas propostas;
- conteúdos em que os alunos revelam maior facilidade/dificuldade;
- recursos educativos com os quais interagem mais, ou menos;
- participação nos fóruns.
As ferramentas de learning analytics geram e organizam estes dados que permitem fazer a análise do comportamento dos alunos e que apoiam a tomada de decisões, por parte dos educadores, de maneira individualizada, com vista à obtenção de um melhor desempenho.
Terminamos com uma citação do Centro Comum de Investigação da União Europeia, na sequência do relatório “Research Evidence on the Use of Learning Analytics - Implications for Education Policy”, a este propósito.
“Learning analytics could be used to tackle big problems and European priority areas for education and training such as open and innovative education and training; learning outcomes that focus on employability, innovation, active citizenship and well-being; and recognition of skills and qualifications to facilitate learning and labour mobility” (Ferguson et al, 2016, p. 45).
- Ferguson, R., Brasher, A., Clow, D., Cooper, A., Hillaire, G., Mittelmeier, J., Rienties, B., Ullmann, T., Vuorikari, R. (2016). Research Evidence on the Use of Learning Analytics - Implications for Education Policy. R. Vuorikari, J. Castaño Muñoz (Eds.). Joint Research Centre Science for Policy Report; EUR 28294 EN; doi:10.2791/955210.
- Lucas, M., & Moreira, A. (2018). DigCompEdu: quadro europeu de competência digital para educadores. Aveiro: UA.
Divulgam-se os resultados do Concurso Nacional de Leitura em Voz Alta, uma iniciativa da Biblioteca Municipal Padre Manuel Antunes (Município da Sertã) com o apoio da Rede de Bibliotecas Escolares e do Plano Nacional de Leitura 2027. Foram enviados 71 trabalhos, provenientes de bibliotecas escolares de todo o país.
Na categoria "Leitura Individual", o júri apurou três bibliotecas vencedoras:
1.º prémio - Biblioteca escolar de Paços de Brandão, Agrupamento de Escolas de Paços de Brandão;
2.º prémio - Biblioteca escolar Dr. Hipólito de Carvalho, Escola Básica e Secundária Dr. Serafim Leite, São João da Madeira;
3.º prémio - Biblioteca escolar da Escola Secundária José Afonso, Agrupamento de Escolas José Afonso, Loures.
Na categoria “Leitura coletiva”, o júri considerou que os trabalhos recebidos não apresentaram qualidade e foi decidido atribuir apenas o 3.º prémio à Biblioteca escolar da Escola Secundária Damião de Goes, Alenquer.
O júri deliberou, ainda, dividir o valor do prémio destinado aos 1.º e 2.º lugares da categoria “Leitura Coletiva” pelas bibliotecas que apresentaram uma prestação de qualidade relevante na categoria "Leitura Individual". Deste modo, as doze bibliotecas a seguir listadas, receberam um prémio que não estava previsto inicialmente:
- Biblioteca escolar da Escola Básica e Secundária Rainha Santa Isabel, Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel, Leiria;
- Biblioteca escolar Prof. Armando de Lucena, Escola Básica e Secundária Prof. Armando de Lucena, Malveira;
- Biblioteca escolar Navegar, Escola Secundária do Restelo, Lisboa;
- Biblioteca escolar do Agrupamento de Escolas Dr. João de Araújo Correia, Peso da Régua;
- Biblioteca escolar Cândida Reis, Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva, Cucujães;
- Biblioteca escolar da Escola Básica do Viso, Agrupamento de Escolas do Viso, Viseu;
- Biblioteca escolar da Escola Secundária de Barcelos, Barcelos;
- Biblioteca escolar da Escola Básica e Secundária Dr. Pascoal José de Mello, Agrupamento de Escolas de Ansião;
- Biblioteca escolar da Escola Secundária de Albufeira, Agrupamento de Escolas de Albufeira Poente, Albufeira.
Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades, disse-nos o poeta Luís de Camões, na senda do pensamento de Heraclito, filósofo da antiguidade grega que chamou “devir” à constante mudança do mundo. Ao longo da nossa existência, passamos por mudanças. Inconscientes ou voluntárias. Intrínsecas, reguladas pela fisiologia que nos faz crescer e envelhecer. Exteriores como a que nos é imposta por uma pandemia que transformou radicalmente o modo como funcionamos em sociedade.
Do ponto de vista individual, vão-se clarificando os mecanismos mentais desencadeados pelas alterações da vida familiar (chegadas e crescimento, ruturas e perdas), contudo ainda estão por compreender as mudanças que o uso e exposição à tecnologia traz ao desenvolvimento do cérebro, nomeadamente em idades precoces.
De uma perspetiva coletiva, ouvimos dizer tantas vezes que as coisas não estão bem, a escola, a sociedade, … que é preciso mudar. Sim, é verdade; desde que não tenhamos que ser nós protagonistas dessa mudança, muito menos os seus agentes. Os que pedem a mudança são muitas vezes os que lhe resistem. Porque mudar é difícil, sugere uma falta de controlo e de previsão sobre a realidade que nos retira segurança e conforto.
E o que queremos mudar? A nossa vida, o meio que nos envolve, a nossa comunidade? Mudar é tantas coisas. Primeiro é preciso tomar a decisão. De mudar de alimentação, de hábitos, de forma de se relacionar, de atitude para com o planeta… De ir, de despedir-se, de (re)encontrar-se, consigo e com os outros. Mudar é recordar e é projetar o futuro. Envolve risco mas convoca o prazer de novos desafios.
A leitura mediada de livros álbum é uma oportunidade para criar um espaço/ tempo para pensar em conjunto e partilhar ideias, experiências e emoções. Sugere-se um conjunto de álbuns que abordam diferentes situações de mudança, forçada ou desejada. Podem ser utilizados individualmente ou como um conjunto que apresenta a temática sob diferentes perspetivas, fomentando o pensamento crítico e o debate entre pares. As suas características textuais e gráficas permitem abordar esta questão com alunos de diferentes faixas etárias.
O Coala Que Foi Capaz, de Rachel Bright e Jim Field, Editoral Presença
«O Kevin é um coala que gosta de manter tudo na mesma, exatamente na mesma. Mas quando um dia a mudança surge sem ser convidada, o Kevin descobre que a vida pode estar cheia de novidades e ser maravilhosa! Dos criadores de O Leão Que Temos Cá Dentro, esta é uma história bem engraçada para quem acha que a mudança é um bocadinho preocupante.» (resenha da editora)
O Que Aconteceu à Minha Irmã?, de Simona Ciraolo, Orfeu Negro
«Esta é a história ternurenta de uma menina que, muito intrigada com a irmã adolescente, tenta desvendar a todo o custo este grande mistério. Quem é esta nova irmã? Porque já não quer brincar aos mesmos jogos e anda aos segredinhos pela casa? Um livro sobre o crescimento e a mudança de atitude entre duas irmãs, repleto de humor e de irreverência.» (resenha da editora)
A Menina com os Olhos Ocupados, de André Carrilho, Bertrand
«A menina com os olhos ocupados não vê a carrinha dos gelados, os cãezitos com que se cruza na rua, os amigos. Nem sequer vê girafas, golfinhos, piratas, discos-voadores e montanhas-russas. Até que um dia o telemóvel parte-se, ela levanta a cabeça e… descobre o mundo que tem estado à sua espera!» (resenha da editora)
O Que Vamos Construir, Oliver Jeffers, Orfeu Negro
«Uma novidade do premiado ilustrador Oliver Jeffers para enternecer e maravilhar leitores de todas as idades. Os tempos podem ser incertos e até intimidantes, mas o futuro está por construir e de mãos dadas reunimos as ferramentas necessárias: amor, imaginação, coragem e um pouco de magia.» (resenha da editora)
Pistas para discussão:
Haverá mudanças boas e mudanças más?
Como podemos saber se é necessária uma mudança?
Como lidamos com a mudança?
É possível mudarmos a forma como pensamos?
Faz sentido tentar mudar o mundo?
Os nossos pontos de vista sobre a realidade mudam a realidade?
Os tempos de antena de ‘Miúdos a Votos’ vão ser transmitidos entre 6 e 23 de abril, pela Rádio Miúdos.
A partir de hoje, terça-feira, dia 6, a Rádio Miúdos começa a transmitir os tempos de antena. Serão transmitidos às 10h, 16h e 21h30, de segunda a sexta-feira, até ao dia 23 de abril. Constituem três blocos distintos de forma a poderem ser transmitidos o maior número possível de trabalhos enviados pelas escolas.
Seguindo as regras de umas eleições políticas, cada candidato (cada livro) dispõe do mesmo tempo, um minuto e meio, para ser defendido.
Não sendo possível transmitir na Rádio Miúdos os quase 200 podcasts recebidos, todos os trabalhos poderão, no entanto, ser ouvidos no dia a seguir à transmissão dos tempos de antena. Todos os podcasts sobre cada obra ficarão disponíveis no sítio da VISÃO Júnior, neste link, no qual também será possível ouvir a emissão do dia anterior da Rádio Miúdos.
O calendário de transmissão, com o nome dos livros, encontra-se aqui.
A monitorização do Quadro Estratégico foi feita internamente num regime anual, a que se deu maior incidência em 2017, apresentando-se agora publicamente o seu balanço final. Deve registar-se que, embora os padrões definidos neste quadro nunca possam considerar-se totalmente atingidos, foi realizado um trabalho consistente no sentido de capacitar as bibliotecas e os professores bibliotecários para enfrentar os desafios presentes e futuros.
Importa agora colmatar as principais falhas registadas, prosseguir e aprofundar o trabalho realizado e refletir sobre o que, sobretudo nos últimos tempos, se configura como marcante e essencial num futuro já próximo e que, necessariamente impactará o rumo a dar ao Programa Rede de Bibliotecas Escolares: a defesa imperiosa dos direitos humanos e do humanismo, a sustentabilidade e a luta pela sobrevivência neste planeta, a transição digital e o seu impacto na aprendizagem, nos empregos e na vida.
Ao longo deste ano, já celebramos o mês das bibliotecas, mostramos que continuávamos em ação apesar das dificuldades que nos eram impostas, celebramos o Natal, apresentamos as bibliotecas como espaços inovadores…
Infelizmente, foi necessário encerrar as escolas e tivemos novamente de ajustar a nossa ação ao contexto. Na sua maioria encerradas, embora não todas, as bibliotecas mantiveram-se presentes: fizeram empréstimo domiciliário, apoiaram alunos e docentes, disponibilizaram recursos; desenvolveram atividades em colaboração com os docentes; promoveram a leitura e a participação dos alunos em programações de âmbito cultural e recreativo, entre outras… Tivemos bibliotecas@distância.
Agora, é tempo de regressar à nossa casa e de celebrar a possibilidade de estarmos de novo fisicamente no nosso espaço. Assim, durante o mês de abril, a Rede de Bibliotecas Escolares desafia as bibliotecas a partilharem uma fotografia (com boa resolução) em que, no espaço da biblioteca (ou outro imposto pelas exigências de segurança), seja possível observar:
- Empréstimo domiciliário
- Serviço de referência
- Promoção da leitura
- Promoção das literacias da informação e media
- Atividades de cidadania
- …
A disponibilização das fotos é feita através do preenchimento deste formulário. Recorde-se que a partilha de fotos está sempre subordinada ao Regime Geral de Proteção de Dados e à Política de Proteção de Dados da Escola, cabendo às bibliotecas partilhar apenas dentro desses limites.
A RBE convida as bibliotecas escolares a associarem-se à comemoração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se celebrará no próximo dia 5 de maio.
As bibliotecas interessadas devem inscrever-se neste formulário até dia 15 de abril. Posteriormente, para que a sua participação possa ser divulgada através dos canais de comunicação da RBE, deverão partilhar as hiperligações para os produtos desenvolvidos preenchendo um novo formulário (data limite: dia 30 de abril). No portal https://www.rbe.mec.pt/np4/2723.html, disponibilizam-se as propostas de trabalho a serem desenvolvidas pelas bibliotecas durante o presente mês.
Sendo uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 265 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, o Português é uma das principais línguas de comunicação internacional. Em 2019, a UNESCO decidiu proclamar o dia 5 de maio de cada ano como "Dia Mundial da Língua Portuguesa", data que já era comemorada desde 2009 pelos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Este ano, o ilustrador Bernardo P. Carvalho, vencedor do Prémio Nacional de Ilustração em 2020, é o autor do cartaz disponibilizado pela Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB).