A Hereditariedade, o Sexo & Género, os Computadores Quânticos, o Scratch e Beleza e Ciência são alguns dos temas tratados neste número.
Editorial
O poder das comunidades
A World Wide Web é uma coisa assustadora, com partes verdadeiramente tenebrosas. O crime cibernético é uma das maiores ameaças, não apenas à nossa segurança pessoal, mas até à segurança das Nações.
Os serviços de segurança e contraespionagem conseguem sabotar fisicamente fábricas noutros países usando vírus informáticos (stuxnet); as eleições do país mais poderoso do mundo podem ter sido manipuladas; contas bancárias podem ser esvaziadas; cartões de crédito que nunca saíram das nossas mãos são usados maliciosamente; a nossa identidade digital pode ser roubada e de repente estamos a cometer crimes sem o saber em locais onde nunca estivemos; organizações terroristas executam barbaramente os seus prisioneiros em direto.
As crianças e os jovens estão particularmente vulneráveis; o bullying atinge requintes absurdos, com consequências trágicas para algumas das suas vítimas. A exploração sexual online de crianças tem um dimensão horripilante (https://www.europol.europa.eu/iocta/2016/ online-child-exploit.html). A Dark Web (Web das trevas?) esconde atividades e perversões inimagináveis.
E, contudo, o que torna isto possível (para além da maldade e perversão que sempre existiu no seio da humanidade) é precisamente o que está por trás de todos os benefícios da internet e da Web. Ninguém a controla! Ninguém é seu dono, ninguém determina quem lá pode introduzir conteúdos, nem impõe quaisquer limites aos mesmos.
Uma das consequências da universalidade do acesso, é que, para trabalhar num projeto, os membros de uma equipa já não precisam de estar na mesma instituição, ou na mesma cidade, nem sequer no mesmo país ou continente. Isso permitiu a formação de comunidades muito diversificadas que desenvolvem projetos que podem ser de enorme impacto e utilidade, ou... absolutamente tenebrosos.
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