Pablo Picasso | 1888-1973
Esboço de Guernica |
Há 80 anos, a tragédia de Guernica foi a glória de Picasso
“Piedade e terror em Picasso. O caminho até Guernica” é a exposição do Museu Reina Sofia que assinala a data histórica. Recuamos a 1937, até aos motivos do bombardeamento e às origens da pintura.
(por José Carlos Fernandes)
- Pré-história do bombardeamento aéreo
- Depois de 1918
- A Legião Condor
- Guernica, 26 de Abril de 1937
- Factos alternativos
- Um génio em bloqueio criativo
- As guerras civis de Picasso
- Guernica depois de 1937
- Duas ironias da história
Conta-se que quando, durante a II Guerra Mundial, um oficial alemão que visitava o estúdio de Picasso, em Paris, ao ver uma reprodução fotográfica de Guernica, perguntou ao pintor “Foi você que fez isto?”, Picasso terá respondido “Não, foram vocês”.
Não se sabe se este diálogo foi efectivamente travado e, a tê-lo sido, em que ano terá decorrido. Seja como for, quando os alemães ocuparam Paris, a 14 de Junho de 1940, já o mundo percebera que Guernica tinha sido “apenas” um ensaio preliminar para um novo tipo de guerra assente no poder devastador dos bombardeiros e na legitimação do ataque a populações civis.
Porém, o bombardeamento de Guernica ficou firmemente implantada no imaginário como um ponto de viragem no percurso da humanidade (ou melhor, da desumanidade), em boa parte graças ao quadro que Picasso pintou e que agora está no centro de uma exposição em Madrid(ver 80 anos de Guernica: Grande exposição sobre Picasso em Madrid). Recordamos a história de ambos, inevitavelmente ligados pela História.
Pré-história do bombardeamento aéreo
Mal a aviação nasceu, logo aos espíritos empreendedores e pragmáticos ocorreu que o novo engenho poderia ter aplicações militares. Ainda no tempo dos mais-leves-do-que-o-ar, os austríacos foram pioneiros ao lançar bombas sobre Veneza a partir de balões, em 1849, durante a Guerra Italiana da Independência. O primeiro aparelho mais-pesado-do-que-o-ar deu o seu salto de gafanhoto em 1903 e em 1909 já Giulio Douhet, um oficial do Exército italiano, vaticinava que, tal como o mundo estava consciente da importância do domínio do mar, “no futuro próximo seria igualmente crucial obter a mesma supremacia nos ares”.
Seria também um italiano a protagonizar o primeiro bombardeamento aéreo de que há notícia, dois anos depois, no conflito que opunha a Itália ao Império Otomano na Líbia: a 1 de Novembro de 1911, um monolugar Taube, de fabrico austríaco, pilotado pelo tenente Giulio Gavotti, lançou quatro granadas Cipelli, de cerca de 2 Kg cada, sobre as linhas otomanas.
(...)
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Referência: Fernandes, J. (2018). Há 80 anos, a tragédia de Guernica foi a glória de Picasso. Observador. Retrieved 24 July 2018, from https://observador.pt/especiais/ha-80-anos-a-tragedia-de-guernica-foi-a-gloria-de-picasso/
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