É constituído por um conjunto de textos muito variados – uns solicitados na aula, outros produzidos por iniciativa própria, outros ainda recebidos em regime de colaboração extra corpo editorial.
O resultado é o que se apresenta. Acima de tudo, é um retrato honesto das capacidades, pensamento, preocupações, imaginário e criatividade de um grupo de alunos do ensino secundário, a maioria a terminar o ciclo no curso de Ciências e Tecnologia.
É sabido que alguns escritores e editores que desempenharam um papel importante na literatura portuguesa do séc. XX começaram a mostrar o seu estro em publicações de liceu. É o caso, para dar apenas um exemplo, do obscuro Pinguim, editado por Luiz Pacheco e onde colaboraram Cardoso Pires e Salazar Sampaio. Não estamos a insinuar que da Cassandra sairá um Pacheco ou um Cardoso Pires; mesmo que o fizéssemos acreditariam tanto em nós como acreditavam os gregos em Cassandra. Porém, não temos dúvida de que esta experiência cultural foi marcante para estes alunos.
Nota importante: esta não é uma revista feita por professores com textos de alunos. O professor dinamizador do projeto, Paulo Moura, bibliotecário e de Português, só reuniu duas vezes com o corpo editorial: no início para propor o projeto e no fim para o avaliar. Limitou-se, portanto, a fornecer o estímulo e a rever os textos; não teve qualquer papel na sua seleção nem na organização e composição gráfica da revista. Desempenhou, isso sim, um papel fundamental na consciencialização para os direitos de autor e na sensibilização em relação ao conceito de propriedade intelectual.