Arcadia | Por Camila Gómez Caro y Carlos Sánchez Rangel
A Johan Esteven nadie le dice qué hacer. Sabe bien, pese sus 11 años, cómo invertir el tiempo libre en su barrio. Arborizadora Alta es una zona alejada de los centros culturales y recreativos de Bogotá; además del fútbol y la charla ociosa al borde del andén, no hay mucho para hacer.
Pero en una inclinada calle de Ciudad Bolívar, desde donde se ve toda Bogotá, hay una pequeña biblioteca pública. Y el primero en estar a sus puertas, cada mañana, es Johan. La primera vez llegó por curiosidad, exploró los libros, y un día solicitó el préstamo de un computador, que jamás había usado. Al principio no sabía encenderlo. Hoy navega con agilidad. “Aprendí yo solito”, cuenta orgulloso. Johan podría estudiar en su hogar, pero le gusta hacerlo en la biblioteca. “La verdad, me siento un poquito mejor que en casa. Algunos niños cogen calle de una, pero que haya una biblioteca hace que otros vengan para acá”, dice. (...)
No Agrupamento de Escolas de Santa Maria da Feira desenvolve-se, no âmbito de o projeto Todos juntos podemos ler, o projeto Juntos a ler mais que tem por objetivo aprofundar a prática de uma biblioteca acolhedora e inclusiva, promotora de mais e melhor leitura para todos.
foto de Daniel Rocha. artigo de Nicolau Ferreira no PÚBLICO.
É a primeira sistematização da censura de livros médicos pela Inquisição em Portugal - um dos casos expurgados foi o de uma freira que se dizia ter engravidado no banho. Está também em marcha um inventário dos livros de ciência nas bibliotecas dessa altura. O lugar deste objecto na cultura científica nacional começa a ser desvendado
O "lápis" da censura nos séculos XVI e XVII era a tinta ferrogálica. Se estivesse muito concentrada, a tinta utilizada na expurgação de uma obra podia queimar o papel. Se fosse em menor quantidade, as palavras censuradas voltavam a ser legíveis. De qualquer forma, esta vertente da Inquisição afectava a leitura das obras, dando-lhes uma conotação insidiosa de pecado e culpa. A literatura técnica e científica em Portugal não escapou a este controlo, como os livros de Amato Lusitano, médico judeu português que fugiu da Península Ibérica.
"Qualquer expurgação perturba a confiança na leitura de livros de ciência - um acto que passa pelo desejo de querer saber mais", defende Hervé Baudry, do Centro de História da Cultura da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. O efeito que a censura teve no desenvolvimento científico e cultural do país é ainda difícil de contabilizar, diz o historiador francês, orador num workshop sobre as bibliotecas e livros científicos dos séculos XV a XVIII na Biblioteca Nacional, em Lisboa. Mas Hervé Baudry está apenas no início de um projecto de investigação sobre aquilo a que chama de "biblioteca limpa", ou seja, a expurgação de livros dos séculos XVI e XVII.