O I Concurso de Fotografia Digital destinado às bibliotecas escolares da área do Douro Sul, Beira e Douro, Baião, Marco de Canaveses e Penafiel realizou-se durante o primeiro período lectivo, no âmbito do trabalho interconcelhio da Rede de Biblotecas Escolares. Cada biblioteca escolar da referida área geográfica teve a oportunidade de apresentar a concurso uma fotografia por cada um dos temas propostos e que foram os seguintes:
Tema A: Biblioteca, fotografia que mostre e valorize aspectos da arquitectura, interior e exterior, da biblioteca escolar ou o seu ambiente;
Tema B: Utilizadores, fotografia que mostre a vida no interior de uma biblioteca escolar;
Tema C: Criativa, fotografia que pela sua singularidade mostre uma outra face da biblioteca escolar.
Os temas estão hiperlinkados para os 8 trabalhos mais votados.
Participaram 31 bibliotecas, com 93 trabalhos, que foram analisados por um júri composto pelos seguintes elementos: Adelaide Galhardo (Biblioteca Municipal de Penafiel); Adelina Pinto (CIBE); Angelina Pereira (CIBE); António da Silva Pereira (CIBE); António Pires (CIBE); Carla Tavares (DREN); Elizabete Reto (Biblioteca Municipal de Cinfães); Helena Paz (CIBE); João Duque (Biblioteca Municipal do Marco de Canaveses); Maria Artur Barros (CIBE); Raquel Ramos (CIBE); Victor Rebelo (Biblioteca Municipal de Lamego).
Crónica de Inês Pedrosa, O dom das lágrimas, publicada no semanário Sol:
Uma turma de crianças surdas escreveu um conto premiado no Festival Correntes d'Escritas da Póvoa de Varzim. O vereador da Cultura pediu que, em vez de bater palmas às crianças que subiam ao palco, o público agitasse as mãos no ar, aplaudindo em linguagem gestual a excelência dos vencedores. Uma longa onda de mãos criou naquele auditório municipal um momento eterno de silêncio e lágrimas. Chorávamos de alegria e orgulho. Honrávamos com as nossas lágrimas a excelência daqueles garotos e da sua professora. O choro pode ser um abraço que perdura.
Não chora quem quer - O dom das lágrimas é uma conquista dos que se lançam à vida com tudo o que têm. «Muitos anos antes de Cristo havia na Grécia um poeta que dizia: 'Tenho uma grande arte: eu firo duramente aqueles que me ferem'. Minha arte é ainda maior: eu amo aqueles que me amam». Isto escreveu Rubem Fonseca em A Grande Arte. Mais adiante, no mesmo romance, diz-se: «As palavras, meu carrancudo amigo, antigamente, davam tesão e faziam chorar, faziam revoluções, faziam as pessoas se matarem, mas agora fazem apenas as pessoas terem um ar estúpido, (...)
Os enredos policiais de Rubem movem-se em torno das palavras que sobram (medo, morte, ganância, cobardia) e das palavras que faltam (amor, que no léxico de Rubem estará sempre ligado ao sexo, por excesso ou por carência).
Quem tem o privilégio de amar os livros não seca por dentro: chora inconvenientemente. As lágrimas limpam a visão. Ensinam a ver. No sal delas some-se tudo o que não presta, trazendo à tona as palavras que ardem e curam - o amor, primeira e última razão. Lágrimas na Chuva é o título do romance agora publicado de Rosa Montero, uma ficção política que decorre no ano de 2109, um tempo em que os nacionalismos fatais foram substituídos pelos Estados Unidos da Terra mas os racismos e a ânsia de poder minam ainda a existência. E a clonagem evoluiu até à criação de replicantes mais ou menos sofisticados, munidos de memórias falsas.
Mas o que é uma memória verdadeira, se duas pessoas recordam os mesmos factos de forma distinta? Em cada replicante grita a brevidade da vida - porque vivem apenas dez anos. Mas os outros, os que vivem os nossos míseros setenta ou noventa anos, o que fazem das suas vidas? O deslumbramento da paixão partilhada, a dor do fracasso, a mágoa do desencontro, o riso dos amigos - e o tempo perdido em estratégias e vinganças, planos de poder e sonhos adiados. «Todos esses momentos se perderão no tempo como lágrimas na chuva», escreve Rosa, citando o mítico filme Blade Runner, realizado já há 30 anos.
Ao receber o grande Prémio Literário do Casino da Póvoa e das Correntes d'Escritas, Rubem Fonseca declarou o seu amor orgulhoso pela Língua Portuguesa e recitou versos de Camões.
Pode e deve orgulhar-se: trocou uma vida de conforto pelas escarpas da escrita e da leitura. Pegou nas palavras que queimam e atiçou-lhes o fogo, consciente de que só a partir desse lugar obscuro se pode em verdade transformar o mundo. Criou um léxico seu e ofereceu-o ao mundo. «Não há sinónimos» - alertou. Desejo. Amor. Liberdade. Coragem. Entrega. Palavras à prova de bala, brilhantes como corpos cintilando no escuro.
Este festival realiza-se há 13 anos. Dele nasceram ideias, livros, encontros, e pelo menos dois casais felizes - um deles, composto por um escritor espanhol e uma escritora cubana que acabaram por escolher Portugal como a sua morada.
Nas escolas, assiste-se a uma ampliação entusiástica dos hábitos de leitura.
E ganha-se a medalha de cristal das lágrimas, sem a qual não somos mais do que piegas, gente que vive como se estivesse morta.
Tarde de Sábado 10 de Março, em Benfica: Cemitério de Pianos, de José Luís Peixoto. Passeio pela zona antiga de Benfica e pelas azinhagas, até ao Largo da Luz, para um lanche e quiz. 14 de Abril, em Alfama, Lisboa: O Último Cabalista de Lisboa de Richard Zimler. No fim, o merecido lanche no Amo-te Lisboa.
ga[ler]ia - Comunidade de Leituras Conversa, leituras e livros para a troca, no Espaço Bento Martins (na Junta de Freguesia de Carnide, em Lisboa): 29 de Março: Ler por aí... a Sugestão de Março 2012, a revelar...
Realiza-se nos dias 9 e 10 de março, no auditório da Biblioteca Municipal, o II Encontro Rede de Bibliotecas de Barcelos: Bibliotecas em linh@: informação, tecnologia, novas leituras. A organização é de várias entidades: Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Barcelos, Biblioteca Municipal de Barcelos, Rede de Bibliotecas Escolares de Barcelos e Centro de Formação de Escolas dos Concelhos de Barcelos e Esposende. O Encontro encontra-se em fase de acreditação (0,6 créditos).
Outras informações: SABE Biblioteca Municipal de Barcelos Largo Dr. José Novais, 47-58 4750-310 Barcelos Tel. 253 809 641 / 253 809 662 Email: sabebcl@cm-barcelos.pt