No passado dia 23 de Abril de 2010, a celebração do Dia Mundial do Livro foi assinalada em Aveiro de uma forma muito especial: procedeu-se à solene assinatura do Protocolo de constituição da Rede de Bibliotecas do Município de Aveiro (RBMA).
O trabalho e a dedicação de anos foram consagrados com o assumir formal das parcerias entre a Autarquia, representada pelos vereadores da Educação e Cultura, a Bibliotecária Municipal, a Responsável pelo SABE, os Directores das escolas e agrupamentos, os Professores-bibliotecários e a Coordenação Interconcelhia da RBE. Entre os compromissos sobressai: a aquisição concertada de um software de tratamento de dados, tendo a autarquia assumido a obtenção de licenças para os pólos da Biblioteca Municipal, a Biblioteca Itinerante e todas as bibliotecas das escolas básicas do 1º e 2º Ciclos, cabendo ao ME,através da RBE, o apoio para aquisição do mesmo programa para as escolas secundárias; a estruturação de um Portal que congregue a disseminação das dinâmicas e promova o trabalho em rede.
A utilização dos mesmos procedimentos biblioteconómicos, ratificados em conjunto, com a salvaguarda das especificidades das unidades de informação, será concretizada com base em Procedimentos validados e com formação dos Professores-bibliotecários pelos técnicos da Biblioteca Municipal em articulação com a Novabase. A gestão documental do catálogo colectivo em proveito dos utilizadores melhorará não só os processos de consulta e empréstimo, mas favorecerá o aparecimento de mecanismos de optimização, avaliação e enriquecimento das colecções existentes, procurando uma maior partilha de recursos documentais em diferentes suportes.
A constituição de uma rede de bibliotecas em Aveiro, aberta a novas unidades de informação, será consubstanciada num Plano de Actividades que patenteie a determinação destes profissionais na promoção da leitura, na formação de novos públicos, na fidelização dos utilizadores actuais, no envolvimento da comunidade e na inclusão de outras instituições que a ela se associem em sinergia criativa.
Em rede, as bibliotecas prestam um melhor serviço aos utilizadores actuais e futuros.
A Equipa de Coordenação da Rede de Bibliotecas do Município
Um concerto destinado a sensibilizar crianças e jovens para a música, a promover o lançamento da futura Casa do Museu das Crianças e a apresentar a Vocalizze.
Da programação de Maio da Biblioteca Municipal de São João da Madeira, destacamos, no dia 27, À Conversa com … Alexandra Lucas Coelho e O Caderno Afegão. O livro constitui um relato lúcido e incisivo de uma jornalista que viveu, entre 31 de Maio e 28 de Junho de 2008, no Afeganistão.
O último Relatório do Banco de Portugal (Primavera 2010) é dedicado à discussão do tema - O investimento em educação em Portugal: retornos e heterogeneidade. Citamos os dois parágrafos iniciais, embora todo o documento mereça a nossa atenção:
A educação assume um papel crucial no processo de desenvolvimento económico e social moderno. O crescimento económico sustentável nas economias desenvolvidas requer uma população de trabalhadores, empresários e gestores com um elevado nível de escolaridade. Apenas desta forma se potencia a criação e adopção de novas ideias. Ao longo do século XX o crescimento económico português foi relativamente contínuo, se bem que de forma mais consistente depois da década de 50, mas o seu desenvolvimento educacional foi muito descontínuo. Ao longo de mais de dois terços do século XX o nível educativo mediano dos portugueses não foi além de quatro anos de escolaridade. Apesar dos progressos registados nas últimas décadas, a estrutura educacional em Portugal permanece muito frágil quando comparada com a das restantes economias avançadas. Este facto constitui um entrave ao crescimento da economia portuguesa no presente e no futuro.
O desenvolvimento tecnológico registado ao longo de todo este período foi sempre utilizador intensivo de qualificações. Essas qualificações comandam o aparecimento e a utilização de inovações tecnológicas. As economias que mais progrediram ao longo do século foram aquelas que aliaram uma população activa com elevada escolaridade às instituições promotoras do crescimento, tais como o tipo de governo e a garantia dos direitos de propriedade (Katz e Goldin, 2008). Entre vários países destacam-se os EUA, que lideraram ao longo do século XX a promoção da educação generalizada a toda a população. Mais recentemente, alguns países realizaram progressos assinaláveis no domínio educativo, como por exemplo o Japão e a Irlanda, que têm hoje níveis de escolaridade bastante elevados. O resultado desses investimentos, individuais e colectivos, foi a criação de uma vantagem competitiva na área da inovação e um forte crescimento económico. Em contraste, Portugal iniciou o Século do Capital Humano, como é designado o século XX, com uma redução do número de anos de escolaridade obrigatória, de 5 anos em 1919, para 3 anos em 1930. Esta situação perdurou durante mais de 30 anos e Portugal entrou no último quarto de século com a população activa menos escolarizada de entre todos os países da OCDE.